sábado, 18 de junho de 2011

XV Juegos Florales de Santos (Classificación Final)


Concurso Paralelo – hispánico
Tema: Paz

VENCEDORES


Desde mi amor más profundo
pido a Dios en mi oración
colme de paz este mundo
junto con su bendición.
ÂNGELA DESIRÉ PALACIOS BRAVO – Venezuela

La paz que aspira mi anhelo
la encontraré, sin ocaso
quando disfrute del cielo
que me brinde tu regazo.
CARLOS EDUARDO R. SÁNCHEZ – Venezuela

A los pies de Dios orando
con fervor la Paz pidió.
Diós le contestó llorando
por ella mi hijo murió...
CRISTINA OLIVEIRA CHÁVEZ – Estados Unidos

El primer Nobel del mundo,
jamás há sido entregado,
fue el de Paz y amor profundo
Ganador? Jesús amado!
CRISTINA OLIVEIRA CHÁVEZ – Estados Unidos

Que la paz cruce fronteras
y enlace nuestros caminos,
uniendo una y mil banderas
que eleven nuestros destinos.
LIZ CASTRO RIVERA – México

La paz es pueblo despierto,
es trabajo, es pan y empeño,
uva en la vid, verde el huerto
y en invierno es rojo leño.
SUSANA STEFANIA CERUTTI – Argentina

MENCIONES HONROSAS

En paz yo quiero tenerte...
abrazarmos en la espuma
de aquella nostalgia inerte
que se escapó de la bruma.
ALÍCIA BORGOGNO – Argentina

Yo soy la paz dijo Cristo
Y en su palabra confio.
De caridad yo me visto.
Este es hoy mi desafio!
LÍBIA BEATRIZ CARCIOFETTI – Argentina

La guerra no es solución
para resolver conflictos
si tenemos la intensión
de lograr la paz invictos.
HECTÓR JOSÉ CORREDOR CUERVO – Colômbia

El poeta siempre clama
por la Paz y hay en su voz
el credo que reza y ama
porque en su verbo está Dios.
MANUEL SALVADOR LEYVA MARTINEZ – México

Te propongo como hermanos
un poema por la paz,
unir com fuerza las manos
nuestro espírito tenaz.
RAMÓN ROJAS MOREL – México

MENCIONES ESPECIALES

Paz me dan tus verdes ojos
por eso te quiero tanto
porque cumples mis antojos
y en mis trovas yo te canto...
ÂNGELA DESIRÉE PALACIOS BRAVO – Venezuela

Vamos poetas hermanos!
Logremos paz en el mundo,
elevando muy ufanos,
cânticos de amor profundo.
ELIZABETH LEYVA RIVERA – México

Amigos de todo el mundo
busquemos siempre la paz,
sintiendo un amor profundo
sin que haya guerra jamás.
GLORIA RIVERA ANDREU – México

Logra paz en tu interior
y derrâmala en la tierra,
es hermana del amor,
antitesis de la guerra.
MARIA CRISTINA FERVIER – Argentina

Quiero con risa y cantos
envolver al mundo entero,
que en los niños no haya llantos
solo paz y amor primero.
RENÉ B. ARRIAGA DEL CASTILHO – México

DESTAQUES

Las vidas de compañeros
en la paz idolatrada,
tienen perfumes señeros
como reina enamorada.
ADY YOGUR – Israel

Quiero borrar de la tierra
desde el fondo de su faz.
Ese câncer que es la guerra,
con antidoto de paz.
CLÁUDIO GARIBALDY M. SEGURA – República Dominicana

La paz ha costado mucho,
en vidas y en sufrimientos,
y por su existencia lucho
con mi trova y sentimientos.
ELENA GUEDE ALONSO – Perú

LA PAZ es palavra santa,
es del niño idolatria,
escúchenlo cuando canta
el amor, sin felonia.
GÉRMAN ECHEVERRIA AROS - Chile

Es la Paz Blanca paloma,
vuela errante por la tierra,
sigue el rastro del aroma
que la aleja de la guerra.
GISELA CUETO LACOMBA – Cuba

Todos ansiamos la paz
para vivir en la gloria
en esemundo solaz
que prosiga nuestra historia.
HILDEBRANDO RODRIGUEZ – Venezuela

Paz es el canto que vibra
en el timón de una barca,
y el el motor que nos libra
de no temer a la parca
MARTHA ALICIA QUI AGUIRRE – México

Pisoteada, ultrajada
reventada en su simiente,
pero la PAZ es amada
en su corazón consciente.
MIGUEL ANGEL MUÑOZ CORTÉS – Espanha

Paz es bendición del Cielo!....
Paz es amor y es bonanza!
Porque ella transforma el hielo,
en manantial de esperanza!
MIGUEL ANGELE ALMADA – Argentina

No mas guerra, nunca más.
No mas odios ni rencor.
Solo quiero un son de paz
Solo quiero, Dios, tu Amor.
MODESTO MAURÍCIO SAUAN – Argentina

La paz descansa en tus ojos
si me miras sin reparo,
mi corazón en hinojos
se enciende como cual faro.
OLGA MARICELA TREVIÃO – México

El mundo será capaz
de vivir en armonia
si el líder pregona paz,
con la paz de su alegria.
RICARDO DUCOING - Argentina

Fonte:
Caderno dos Florais de Santos. Digitado por José Feldman.

Monteiro Lobato (Caçadas de Pedrinho) II - A volta para casa


Foi um delírio de contentamento. Os caçadores rodearam a onça morta, discutindo as peripécias da formidável aventura. Emília reclamou logo todas as honras para si.

— Se não fosse a minha espetada com o espeto de assar frango, queria ver...

— O que decidiu tudo foram as facadas que eu dei — alegou Narizinho.

— Qual nada! Juro que foi o meu tiro de canhão — disse Rabicó.

— Pexote! — berrou Pedrinho. — A bala de canhão nem arranhou a pele da onça, não está vendo?

Como daquela disputa pudesse sair briga, o Visconde ponderou gravemente:

— Todos ajudaram a matar a onça e todos merecem louvores. Mas se não fosse a pólvora de Pedrinho, estaríamos perdidos; de maneira que a Pedrinho cabe a melhor parte da vitória. Depois de cegar a onça, tudo ficou mais fácil e cada qual fez o que pôde. Basta de discussões. Em vez disso, tratemos mas é de levá-la para casa.

Os heróis concordaram com o sensatíssimo Visconde e Pedrinho afundou no mato para tirar cipós, visto não terem trazido corda. Logo depois reapareceu com um rolo de cipó ao ombro.

— Segure aqui! Puxe lá! Força! Vamos!...

Pedrinho conduziu o trabalho da amarração da onça ajudado por todos, menos Emília, que se afastara dali e estava numa grande prosa com dois besouros que tinham vindo assistir à cena. Bem amarrada que foi a onça, era preciso conduzi-la até a casa. Foi o que mais custou. Em certo ponto do caminho, Rabicó, que suava em bicas, parou para tomar fôlego.

— Francamente — disse ele — prefiro matar dez onças a puxar uma só! Estou que não posso mais...

Pararam todos para um bem merecido descanso e sentaram-se em cima do pêlo macio da fera morta. Vendo que o sol já ia alto, Narizinho disse:

— Pobre vovó! Passa bem maus momentos por nossa causa. A estas horas deve estar aflitíssima a procurar-nos por toda parte...

— Mas vai consolar-se vendo a bichona que matamos — disse Pedrinho.

“Que matamos, uma ova!”, pensou, lá consigo, Rabicó. “Que eu matei com o meu tiro de canhão, isso sim.”

Pensou apenas. Não teve coragem de o dizer em voz alta, de medo do pontapé que Pedrinho fatalmente lhe pregaria.

Descansados que foram, prosseguiram na caminhada. Duas horas depois avistavam a casa, e viram Dona Benta e Tia Nastácia, muito aflitas, procurando-os pelo pomar. Pedrinho pôs na boca dois dedos e desferiu um célebre assobio que só ele sabia dar. As velhas voltaram-se na direção do som e Tia Nastácia, que tinha melhor vista, enxergou-os logo.

— Lá vêm vindo eles, sinhá! e vêm puxando uma coisa esquisita... Quer ver que caçaram alguma paca?

Aproximaram-se os heróis. Penetraram no terreiro. Narizinho, de longe, gritou:

— Adivinhe, vovó, o que matamos!

Dona Benta respondeu:

— Uns danadinhos como vocês são bem capazes de terem matado alguma paca...

A menina deu uma risada gostosa.

— Qual paca, nem pêra paca, vovó! Suba!

— Então, algum veado — lembrou a velha, começando a arregalar os olhos.

— Suba, vovó!

— Porco-do-mato, será possível?

— Suba, suba!

Dona Benta principiou a abrir a boca.

— Então foi capivara...

— Vá subindo, vovó!

A boa senhora não sabia como subir além duma capivara, que era o maior animal existente por ali. Narizinho, então, chegou-se para ela e disse, fazendo uma careta de apavorar:

— Uma onça, vovó!

O susto de Dona Benta foi o maior da sua vida — tão grande que caiu sentada, com sufocação, exclamando:

— Nossa Senhora da Aparecida! Esta criançada ainda me deixa louca...

Mais corajosa, a negra aproximou-se, viu que era mesmo onça e:

— O mundo está perdido, sinhá — murmurou, de mãos postas. — É onça mesmo...
-------------
continua ... III – Os habitantes da mata se assustam
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Fonte:
LOBATO, Monteiro. Caçadas de Pedrinho/Hans Staden. Col. O Sítio do Picapau Amarelo vol. III. Digitalização e Revisão: Arlindo_San

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 240)


Uma Trova Nacional

Alô, quem fala? – é o Germano.
– Diga-me, o hospício é aí?
– Não senhora, houve um engano.
Nem tem telefone aqui!
–CÉLIA GUIMARÃES SANTANA/MG–

Uma Trova Potiguar

Um locutor, empolgado,
no rádio, com a audiência,
deixa no ar, um som borrado,
por sonora flatulência...
–FABIANO WANDERLEY/RN–

Uma Trova Premiada

1990 - Fortaleza/CE
Tema: ARAPUCA - M/E.

Quando o diabo me cutuca,
dizendo que ela entendeu,
eu preparo uma arapuca,
mas quem cai nela sou eu...
–FLÁVIO ROBERTO STEFANI/RS–

Uma Trova de Ademar

Com sua língua de trapo,
disse, ao ser mandado embora:
– É moleza engolir sapo;
o duro é botar pra fora!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Maria, com seu patrão,
faz magia a dois por três:
- numa noite de serão
ganha o salário de um mês!
–VASQUES FILHO/PI–

Simplesmente Poesia

MOTE:
Carro velho e sutiã,
só compra quem é peitudo.

GLOSA:
Se existe coisa vã.
tão falsa como aparente,
é, sem dúvida, minha gente,
carro velho e sutiã.
Digo hoje, digo amanhã,
direi também, e não mudo,
usar o bom senso é tudo;
e, lógico é o que eu digo:
essas duas coisas, amigo,
só compra quem é peitudo.
–JOSÉ LEIROS/RN–

Estrofe do Dia

Viver liso e morar atrás da grade,
jantar leite de saco com biscoito,
trocar uma gatona de dezoito
numa velha de oitenta e seis de idade,
montar grande comércio na cidade
e mandar um ladrão gerenciar,
perguntar se o motel é pra rezar
e se a farmácia tem tripa pra vender;
do que a vida me impõe para eu fazer
são as coisas que eu faço sem gostar!
–LOURO BRANCO/CE–

Soneto do Dia

- ALMA WELT/RS -
Anti-Soneto

Hoje decidi não escrever.
Sinto muito, não haverá soneto.
Não se trata de inspiração não ter,
Mas me faltou este quarteto.

O segundo me parece duvidoso:
É este que só quer aparecer.
Sem ter realmente o que dizer
Poderá criar um círculo vicioso.

Então me reduzi a um terceto:
O próximo, se este me resvale
E seja só um prólogo ou moteto.

Mas pensando bem, é melhor não:
Esta montanha é apenas o seu vale,
Ou uma torre que é só o rés do chão...

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

Concursos de Trovas em Andamento


Prazos:

30 de Junho de 2011
- X Concurso de Trovas do C.T.S./2011/CAICÓ-RN
- XXXI Concurso Estadual /Nacional/2011 da ATRN - Academia de Trovas do RN
- Concurso de Trovas de Taubaté - 2011
- XII Concurso Vicentino de Trovas

15 de Julho de 2011
IV Concurso Estadual de Trovas de Caxias do Sul

31 de Agosto de 2011
XXVII Jogos Florais de Bandeirantes
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X CONCURSO DE TROVAS DO C.T.S./2011/CAICÓ-RN

01) Âmbito Nacional/Internacional:
PEGADA (S)

Endereço para remessa:
A/C do poeta Djalma Mota
Rua José Eustáquio, 1330, Bairro Paraíba
CEP: 59300-000 Caicó-RN

02) Âmbito Estadual: RETRATO (S)
Endereço para remessa:
A/C do poeta Wellington Freitas
Rua Renato Dantas, 33, Bairro Acampamento
CEP: 59300-000 Caicó-RN

- UMA Trova por autor, em cada tema.
- PRAZO para postagem: 30/06/2011.

Cordialmente,

Prof. Garcia
Presidente do CTS

XXXI Concurso Estadual /Nacional/2011 da ATRN - Academia de Trovas do RN

Máximo: 2 trovas

Prazo: 30 de junho de 2011

Tema de Âmbito Nacional
VERTENTE

Enviar para:
Francisco Neves de Macedo
RuaRibeirão Preto, 218 – Gramoré.
CEP– 59135-550 Natal / RN

Tema de Âmbito Estadual
RIO

Enviar para:
Hélio Pedro
Rua Cel. Luciano Saldanha, 1740 - C. Macio
CEP- 59-078-390
Natal / RN

Tema de Âmbito ATRN /Sócios Correspondentes
UNIÃO

Enviar para:
Ademar Macedo
Rua:Iguatama, 2908 / Pirangi
CEP– 59088-160
Natal /RN

Tema de Âmbito ATRN/ Interno
CASCATA.

Enviar para:
Joamir Medeiros
Rua Romualdo Galvão, 968 - Tirol
CEP -59056-100
Natal/RN

Importante: Enviar como correspondência “Simples” (sistema de envelopes).

XV JOGOS FLORAIS DE PORTO ALEGRE

Rua Grão Pará, 212
Cep 90850-170
Porto Alegre/RS

Temas Nacionais:
CONQUISTA (Líricas/Filosóficas) e
BOLA (Humor)

Temas Estaduais (RS):
EUFORIA (L/F) e
CHUTE (Humor)

Tema Estudantil (para Porto Alegre):
JOGO (L/F)

Concurso em Lingua Hispânica
JUEGO

OBS 1: este concurso, excepcionalmente, deverá ser remetido por email, para
zetejohnson@hotmail.com

OBS 2: Concurso Estudantil Especial (para alunos, professores e funcionários da PUC) – Regulamento à parte

Máximo de 03 trovas, inéditas e de autoria do remetente, em todos os temas.

Sistema de envelopes (exceto língua hispânica).

PRAZO: 30 de junho de 2011

CONCURSO DE TROVAS DE TAUBATÉ - 2011

Enviar:
A/C de Angélica Villela Santos
Rua Francisco Xavier de Assis, 36, Jd. Morumbi
Taubaté-SP-
CEP: 12060-460

TEMAS: (lírico/filosóficas)

01) Âmbito Nac./Internacional: “OPÇÃO”

02) Âmbito Regional (Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira): “LUCIDEZ”

Máximo: 02 Trovas por autor.

Prazo: até 30 de junho de 2011
..........................................................................

XII CONCURSO VICENTINO DE TROVAS
OBS: Concurso exclusivo para membros da Sociedade São Vicente de Paulo

A/C de Angélica Villela Santos
Rua Francisco Xavier de Assis, 36, Jd. Morumbi
CEP: 12060-460
Taubaté - SP

Tema: “CARINHO”

Máximo: 02 Trovas por membro

Prazo: até 30 de junho de 2011

IV CONCURSO ESTADUAL DE TROVAS DE CAXIAS DO SUL
(Só para o Rio Grande do Sul)

PRAZO: 15 de julho de 2011

Temas:
Estadual:
INVERNO (L/F) e
GEADA (H)

Municipal (Caxias):
NEVE (L/F) e
BONECO (H)

Estudantil:
"O frio em Caxias do Sul"

Máximo de 03 trovas, inéditas, por tema, pelo sistema de envelopes.

Remessa para:
"Rua Dr. Montaury, 919 –
Cep 95020-190
Caxias do Sul – RS.


Haverá 2 vencedores, 2 menções honrosas e 2 menções especiais.

Festa de entrega de prêmios prevista para o dia 7 de agosto.

XXVII JOGOS FLORAIS DE BANDEIRANTES

A/C de Istela Marina Gotelipe Lima
Rua Eurípedes Rodrigues,198
CEP: 86360-000
Bandeirantes/PR

TEMAS
01) Âmbito Nac./Internacional:
TRAVESSIA (L/F)
ENGANO(humor)

02) Âmbito Estadual (PR):
MOMENTO (L/F)

A/C de Wanda de Paula Mourthé
Rua Professor Morais,629 - apto.604 - Funcionários
CEP: 30150-370
Belo Horizonte/MG

03)Âmbito Estudantil:
RETRATO (L/F)

Máximo 02(duas) Trovas, por autor em cada tema.

PRAZO: 31 de agosto de 2011
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CONCURSOS PARA 2012

LIII JOGOS FLORAIS DE NOVA FRIBURGO - 2012


Nacional

Líricas (Passagem);

Humorísticas (Fraqueza)


Local

Líricas (Voz);

Humorísticas (Apito)


Magníficos Trovadores

Líricas (Labirinto);

Humorísticas (Invasão)


III Juegos Florales

Tema (Vida)

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XXV JOGOS FLORAIS DE RIBEIRAO PRETO - 2012

De 2 de janeiro até 10 de abril de 2012

Tema para trovadores de Ribeirão Preto:

PORTA (lirismo)
JANELA (humor)

Tema Nacional:
CIDADÃO (lirismo)
TROPEÇO (humorismo)
.

XIII JOGOS FLORAIS ESTUDANTIS DE RIBEIRÃO PRETO

Tema Estudantil:

FATO (lirismo)
BOATO (humor)

União Brasileira de Trovadores
Caixa Postal 448
CEP: 14001-970
Ribeirão Preto/SP

Fontes:
Informativo da UBT Seção São Paulo – ano 32 – n. 396 – junho de 2011
Ademar Macedo
Antonio Augusto de Assis
Nilton Manoel
Imagem = http://www.pwp.netcabo.pt

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A. A. de Assis é o Vencedor do Troféu Lilinha Fernandes


Troféu Lilinha Fernandes é outorgado pela UBT-Porto Alegre ao trovador mais premiado em todo o Brasil no ano anterior.

o Vencedor é:

A. A. DE ASSIS-PR..................1.400 PONTOS

seguido por

WANDA MURTHÉ-MG.....................1.100 PTS.
EDUARDO TOLEDO-MG...................1.100 PTS.
ARLINDO TADEU-MG.........................750 PTS.
ELEN N. FELIX-RJ..............................700 PTS.
VANDA QUEIROZ-PR….......................700 PTS.
EDMAR J. MAIA-RJ............................650 PTS.
MARINA BRUNA-SP...........................650 PTS.
JOSÉ OUVERNEY-SP.........................600 PTS.
MARIA MADALENA-RJ......................600 PTS.

Fonte:
Flávio Stefani - UBT/Porto Alegre

Cynira Antunes de Moura (Livro de Trovas: Respeito à Natureza)


Trovador é consciente
e respeita a natureza;
quer dar ao munda da gente
tranquilidade e beleza!

Desmatar!...Ânsia incontida
ataque sem precedente...
ousadia contra a vida
que Deus nos deu de presente!

Como vestida de festa,
de flores se acobertando,
a árvore nos atesta
que há esperança nos rondando!

O ser humano é vadio
não cuioda nem de seu lar,
fecha os olhos ao vazio
que as queimadas vão deixar!

Ao homem Deus presenteia
lindo mundo que o acata,
e ele teimoso incendeia
a beleza dessa mata!

Enquanto há vida no mundo
as florestas preservemos,
o viver é oriundo
do quão bem as conservemos!

A natureza e o progressi
precisam se harmonizar,
mas não alcançam sucesso
se o homem não ajudar!

Quem polui o ambiente
é cego que não quer ver,
que a natureza veemente
só nos enseja viver!

O homem mau não vê na chama
com que ele queima a floresta
que essa criminosa trama
queima a vida que lhe resta!

Contra esse gesto inclemente
do homem cego que a desmata
como um protesto veemente
se faz silêncio na mata!

Em resposta à malvadeza
com que o ser humano a atenta,
floresce a mãe natureza...
dá frutos, e nos sustenta!

É choro da natureza
a chuva que cai na mata
tenta salvar com certeza
o que o homem mau desmata!

Santuário verdadeiro
a mata guarda segredos,
mesmo sem ter jardineiro
florescem os arvoredos!

Deus nos dá fonte perfeita
de água cristalina e pura,
mas o homem não respeita
polui...destrói e satura!

Judiada sem piedade
a floresta verdejante,
responde à humanidade
com ar puro e refrescante!

O canto alegre e risonho
das cascatas na montanha,
é melodia de sonho
dá vida à terra que banha!

Fonte:
Trovas entregues pela autora, em Santos/SP

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 239)


Uma Trova Nacional

Doce ternura me invade
sem mesmo eu saber por quê...
e me perco na saudade
nas lembranças de você!
–RENATO ALVES/RJ–

Uma Trova Potiguar

Dar-te-ei um bom conselho
sustentado na moral,
quando me tornar espelho
de minha tela mental.
–IEDA LIMA/RN–

Uma Trova Premiada

2009 - Niterói/RJ
Tema: CRENÇA - M/H.

Tanta gente, amor, insiste
em dizer que em nada crê...
Para eu crer que o céu existe
basta olhar para você!
–A. A. DE ASSIS/PR–

Uma Trova de Ademar

A saudade faz doer
mas finjo não ser verdade.
Me faço forte, sem ser,
pra suportar a saudade.
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

A neblina sobre a mata,
antes que o sol doure a terra,
parece um manto de prata
nos ombros verdes da serra.
–JOUBERT DE ARAUJO/ES–

Simplesmente Poesia

–GILBERTO CARDOSO/RN–
“ Mensagens Poéticas...”

Mensagens poéticas toda manhã
com muita alegria recebo e leio,
Ademar Macedo coloca no e-mail
palavras bonitas da verve mais sã,
é como um unguento que é posto na lã
e que na ferida diminui a dor;
em cada poema se sente o frescor
da inspiração que chega do além,
são textos sagrados, palavras do bem
que põem na alma a brisa do amor.

Estrofe do Dia

Em toda constelação
o poeta procura um lar;
na moradia do vento,
o louco tenta um lugar...
Se "de poeta e de louco
todo mundo tem um pouco",
onde nós vamos parar?
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–

Soneto do Dia

–HUMBERTO DE CAMPOS/MA–
Tu...

Quando alguém me pergunta, por ventura,
Quem me faz de outros tempos diferente,
Pensas tu que teu nome se murmura,
Que o exponho à ânsia voraz de toda gente?

Não; digo apenas o seguinte: é pura,
Casta, simples e meiga: é uma dolente
Cauta rola de tímida candura,
Flor que menos se vê do que se sente.

Mimo de graça e de singeleza;
Clara estrela arrancada a um céu profundo:
Doce apoteose da Delicadeza...

Nesse ponto, de súbito, me calo;
E, sem dizer teu nome, todo mundo
Fica logo sabendo de quem falo!

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

Leandro Haddad (Livro de Poesias)


BENVINDO

Seja benvindo.
Apenas benvindo.
Você e sua agonia colorida
E sua simpatia aguada,
E sua melodia aflita.
Estive pensando bem,
Não me fale em experiências...
Todas acabam no fundo da lagoa,
E no fundo dos arquivos do pensamento.

VAGANTE

Sozinho,
sou uma figura pálida
sentada num banco de praça
sombra distante
que alimenta pássaros,
adivinha o clima
e polui os dias.

AS CONSTRUÇÕES DO MAR

Erguem-se as cidades no oceano
Por entre torres de esmeralda,
E por entre o verde do novo horizonte.

Que se abram os portais
E a torrente nos arraste
Ao mais profundo econderijo.

EFEITO COLATERAL

Matchu-Pichu foi uma realidade
Tinha colinas verdejantes
E ventos aromáticos.
Efeito colateral
Arrastando-se
Arrastando-se
Pelo chão.
A barganha macrobiótica
Na salada de ferragens
Gotejando.
Mas o exército de formigas
Devorava a plantação.
Efeito colateral
Nos arroubos feministas
No pó mágico do celacanto
Na mariposa prometida
Nos olhos verdes da mãe-d'água
Onde a metamorfose acontece
E a cauda da sereia encanta.
Porcos paridos!
Esculpidos no frenesi.
Efeito colateral
É mais que um simples sim
Ou uma dor de cabeça matinal
É o desencanto explodindo no céu
É o grito do vento enfermo.
No fim de cada arco-íris
Existe um pote de mel.

CLÍMAX CLIMATOLÓGICO


Falo de climas...
E de climátério.
De ponto crítico da vida humana
Tão climatizada.
Sem dúvida, climatizar é preciso...
Pois climas são importantes.
Sempre me deparo com eles.
Sejam climas ardentes, glaciais,
Marítimos ou tropicais.
Atinjo dados climatológicos...
No grau máximo do clímax.

SHAMPOO DE SOLIDÃO

Tudo solidão
O mal ronda, tão só como pode.
Como dizem...continue dançando.
Mas tudo continua bem só.
Tão amarelo...
Eu quero te dar os parabéns
por tudo não rolar por terra,
não leve a mal
se falta açúcar no café.
Essa sucessão
de não se fazer nada,
nem se fazer pouco,
sempre tão imerso nos pensamentos...

Marcelo Spalding (E a Turma da Mônica Cresceu)


Quando em 1959 o jornalista policial Mauricio de Sousa ofereceu aos seus redatores uma tira em quadrinhos sobre um cãozinho e seu dono, Bidu e Franjinha, não imaginava o sucesso que sua turma de personagens alcançaria no Brasil. Dos anos sessenta pra cá, pelo menos três ou quatro gerações conhecem os gibis, tirinhas, filmes e brinquedos com a marca da Mônica. E isso não é pouca coisa! Num tempo de avalanche norte-americana, de Mickey, Pateta e Pato Donald a todo vapor, a Mônica resistiu, e depois resistiu aos Jaspions e Power Rangers, ao Chaves, ao Shrek, firmando-se como a única referência cultural brasileira para crianças.

Claro que os adultos que um dia leram a Turma da Mônica, e por vezes se alfabetizaram lendo a Turma da Mônica, guardam carinho e saudade pelos personagens. Quem já não se identificou com Cascão, Mônica, Cebolinha, Magali, Franjinha, Chico Bento? Quem já não chamou algum cachorro de Floquinho por causa dos pelos, algum menino de Cascão pela falta de banho, alguma menina de Mônica pelo vestido vermelho, ou pelos dentões, ou pela brabeza? Quem não lembra da Magali ao comer melancia, do Cebolinha ao falar elado, da Rosinha ao ver alguém de tranças? Prova de que a maior qualidade de Mauricio de Sousa é a de criar tipos, personagens simples, carismáticos, transpostos do dia-a-dia das famílias brasileiras e reproduzindo, de certa forma, seus valores e preocupações.

Mas não quero aqui voltar aos quadrinhos de minha infância, nem antecipar as comemorações de 50 anos da primeira publicação da Turma. A novidade do momento é a Turma da Mônica Jovem. Na nova série, "eles cresceram", como anuncia a capa, mas não tanto quanto a idade da criação, e sim uns 10, 12 anos, o suficiente para atingir a idade de um grupo de leitores que continuou lendo quadrinhos. Sim, de uma geração para cá as crianças não substituem necessariamente quadrinhos por livros, muitas seguem na leitura de quadrinhos e prova disso são as edições de luxo dos quadrinhos de heróis e a onda de publicações japonesas que chegam por aqui. E é essa a geração que convenceu Mauricio de Sousa a entrar em novo mercado, mexer nas consagradas figuras de Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.

Confesso que não achei o número 1 para comentar nesta resenha, até porque segundo comunicado do próprio Mauricio, publicado no número 2, "a editora teve de religar a impressora várias vezes para atender à demanda explosiva, e de uma previsão que ia pelos 50, 60 mil exemplares, saltamos para mais de 200 mil". Mas o número 2 de certa forma continua uma história iniciada no primeiro, retoma a apresentação das quatro personagens principais e nos dá uma boa noção do projeto.

Em geral, minha principal curiosidade era como adaptar aquelas crianças tão politicamente incorretas para os dias de hoje. Uma coisa é um cartunista em busca de espaço criando suas personagens, outra é um megaempresário de sucesso pensando num novo nicho de mercado em um tempo de consciência ecológica, pacificista, nutricional, social e assim por diante. Tinha certeza que a Magali não seria uma adolescente obesa, apesar de existirem tantas. Que o Cebolinha não falaria elado e nem arrumaria briga com os vizinhos, apesar de tantos o fazerem. Que o Cascão não continuaria fugindo da água, nem fedendo. E, principalmente, que a Mônica não bateria mais nos amigos com ou sem coelho, fosse ou não dentuça. O que, convenhamos, tiraria toda a graça da história.

Mas a solução encontrada pela equipe de Mauricio de Sousa foi engenhosa e pode se tornar bastante produtiva. A Mônica ainda é a líder da turma, um tanto nervosa, mas cresceu, ganhou corpo, altura e o Sansão fica guardado na cama do quarto. A Magali segue esfomeada, mas se cuida, busca uma alimentação saudável e tem um corpão. O Cebolinha foi numa fonoaudióloga e só fala elado quando está nervoso (grande sacada!). Virou namorado da Mônica. E do Cascão foi ampliado o lado moderno, de skatista, das gírias, e mesmo que não goste, agora toma banho sem dramas. Em suma, numa linguagem teórica pode-se dizer que os personagens se tornaram menos planos e mais esféricos, menos simples e mais complexos, sem perderem a essência construída ao longo de 50 anos.

A estética dos gibis, como se tem comentado muito, é mangá, o estilo anime japonês que saltou dos quadrinhos para os desenhos de televisão até quase a exaustão. Mais alinhado ao público jovem, traz ilustrações grandes (algumas de página inteira), cenários mais elaborados, impressão em preto e branco e mais de uma centena de páginas. Esteticamente a adaptação não foi traumática, pelo contrário, atualizou a linguagem simples da Turma da Mônica para uma geração muito acostumada a imagens. A dúvida é se esse alinhamento com o mangá irá provocar também uma mudança de conteúdo.

Se tomarmos como exemplo o número 2, que tenho em mãos, o conteúdo das histórias mudou muito mais do que as personagens, num claro rompimento entre uma e outra geração. As primeiras histórias da Turma da Mônica Jovem nos levam para um mundo de fantasia, com unicórnios, monstrengos, dragões e feiticeiras que precisam ser destruídos. Para combatê-los a Mônica se torna arqueira; o Cebolinha vira guerreiro; a Magali, feiticeira; e o Cascão, ladino (numa clara referência aos RPGs). Os quatro são transportados para outra dimensão e lá precisam resgatar cinco chaves, lutando contra monstros tão feios e perigosos quanto fáceis de serem vencidos.

Para nós, acostumados aos conflitos realistas e cotidianos dos gibis, essa "harrypotterização" da Mônica desagrada, quase ofende. Pode ser que seja apenas um começo, que em breve vejamos a Turma com conflitos de adolescentes, sem pirotecnias e sem apelar para a batida luta entre Bem e Mal, para clichês como fuga em montanha russa, para cenas de lutinha que lembram os desenhos japoneses exaustivamente repetidos na televisão.

E isso não porque a Turma de antes era melhor que a de agora ou porque os adolescentes precisam de algumas lições. Não! Apenas porque um grupo de personagens que sobreviveu a Mickey, Pateta, Pato Donald, Jaspion, Power Rangers, Chaves, Shrek não pode levar surra do Pokémon, não pode se transformar sob o risco de perder a essência que o trouxe até os anos 2000.

Nesse sentido me preocupa um trecho da já citada carta de Mauricio de Sousa na edição nº 2: "vai ser um bom trabalho, com ramificações pra todo lado, desde publicações especiais com a turminha, licenciamento, desenhos animados, a turma da escola, no celular, na música, em shows, como produto de exportação...". Está bem, não sejamos ingênuos, é claro que a Turma da Mônica só sobreviveu a Walt Disney pela visão comercial de Mauricio, mas será mesmo preciso pensar nesse passo importante, nesse novo momento como um novo produto? Será preciso mencionar licenciamentos e porcarias para celular, que certamente farão as crianças obrigarem os pais a gastar? Não haverá bandeiras mais dignas do tamanho da Turma da Mônica, como incentivo a leitura, valorização do nacional, conscientização de problemas sociais que não aparecem na televisão? Espero que sim, espero que aos poucos a turma seja menos Quarteto Fantástico, menos Harry Potter e mais Shrek, Toy Story, Madagascar, bons exemplos de "produtos" para criança capazes de entreter, fazer pensar e ainda divertir os pais que estão acompanhando os filhos.

Porque os leitores cresceram, é verdade. Mas nem todos ficaram altos, bonitos, fortes, atraentes e felizes.

Fonte:
Marcelo Spalding

Daladier da Silva Carlos (Livro de Poesias)


ACELERADA MEMÓRIA

Ah, meu rapaz, já foste esbelto, um belo tipo, com certeza,
Quando atiravas ao rosto da vida tua impetuosa mocidade,
Agindo com deliberada força, portando corpo indomável.
Tudo teu cheirava a novo, pois eras único com teus sonhos,
Então te permitias, sem inútil culpa, ao prazer solitário,
Isto, com certeza, aliviava a carga dos teus fluxos.

As sensações impudicas, tu as levava muito a sério,
Porque te acreditavas um amante quase perfeito,
Na juventude, ao te esgotares, sem medo algum,
Levando ao dia seguinte o ardor que o vigor te oferecia,
Logo te mantinhas pronto para a lida mundana,
Mesmo à custa do esquecido cansaço.

Mas a manhã se fez tarde e o destino te cobriu de nuvens,
A massa líquida desabou sobre a casa dos teus anseios.
Agora, tu não rompes mais com garbo as alegres vigílias,
Mas já o sono tornou-se para ti um apegado companheiro,
Transformou o teu desejo e mandou-o para um ponto distante,
Muito longe das aventuras com que enfrentavas o olhar da noite.

A tua percepção da fêmea agora é um projeto que te agrava,
Aprofunda as marcas do teu tempo na acelerada memória,
Condiciona toda a saudade a instantes tão-somente curtos,
Traz, aos bocadinhos, as imagens delicadas dos devaneios.
Estás velho, meu rapaz, afinal, isto é o que posso te dizer,
Porém, se quiseres, a vida poderá estar apenas começando.

SONETO DO ROMANCE ETERNO

O desejo com que te busco logo vem
E na angústia de amar espatifei a taça.
Sou ruminante do que a memória retém.
Guardo, dos teus lábios, o gosto que ameaça.

Não bebo do vinho, por pura sobriedade.
Preparei, para ler teus versos, o melhor momento,
Ancorando os sonhos aos pés da eternidade,
Antes mesmo de beijar o menor fragmento.

Teus receios nunca me provocam chaça,
Porque sou leve e lento para entender
As cores do teu romance em devassa.

Quanto mais tenho a ti em pessoa,
Para a ternura que as palavras resumem,
Concluo, enfim, jamais ter te amado à-toa.

JEJUM E FOME

Minhas palavras não parecem felizes,
Porque elas escondem o qwue penso.
A lógica que opero é muito fragmentária,
Logo se instala o desacordo,
Revelado entre mim e os amassados sentimentos.

Vou juntando pedaços de tudo,
Para montar um planetário de visibilidades
E ver todas as coisas por todos os ângulos.
Não posso apresentar meus poemas em casa vazia,
Mesmo desconfiando estar entortando versos.

Preciso que a boa sorte fique ao meu lado.
Um pouco de si e ela será bem-vinda,
Mas tenho a intuição dos concretos limites.
O meu relento é o lugar das tantas vozes,
Quando, nele, jejuo parecendo que estou com fome.

NO BICO DA CHALEIRA

Minha vontade é de parir poemas com o coração
E fechar a boca para não cuspir,
Sobre o prato, o elogio desviado de mim,
Porque nunca trabalhei para ser simples.

Se sabiamente dissesse todas as coisas com paixão,
O mal por si teria sido menor à minha conta.
Faria caso, de primeira, de soletrar as pausas,
Corrigir a apressada fala e evitar morder a língua.

Os atos que confiro são os meus focos de resistência,
Algo parecido a teias pendendo do teto
Ou a fragmentos do universo das palavras vãs.

Ainda não conheci a Pasárgada, de Bandeira,
Ora, meus versos lembram nuvens pequeninas,
Espirais de fumaça no bico da chaleira.

Fonte:
texto enviado por Poetas del Mundo

Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas XIV)


1
A brisa sempre é bem-vinda
nestas tardes de calor,
quando apareces tão linda
para preencher meu amor !

2
A esperança, nesta vida,
é tudo que nos conduz,
pela estrada florescida
de sonhos de amor e luz !...

Menção Honrosa no concurso relâmpago da UBT – PORTO ALEGRE – RS – em reunião almoço no dia 19.07.2009, comemorando o Dia do Trovador (18 de julho), no galpão crioulo do Quartel da Polícia do Exército - PE3

3
A mocidade perdida
passou rápida... nem vi;
mas foi o melhor da vida
que passei junto de ti !

4
À tardinha, junto ao cais
no meu porto de Ilusão,
como dói amar demais
a quem não tem coração !

5
Caminhemos pela vida
qual se fôssemos criança,
e por mais ríspida a lida,
nunca nos falte a esperança !

6
Coração sentimental,
a bater desesperado,
ontem teve um ideal,
hoje é brinquedo quebrado !

7
Era menino... e bem cedo
vivia a brincar sozinho;
o meu primeiro brinquedo
foi só... um caminhãozinho...

8
Eu te amei intensamente,
mas foram momentos vãos,
pois vejo que fui somente
um brinquedo em tuas mãos...

9
Luiz Otávio e J. G.,
dois trovadores legais,
criaram para você
os nossos Jogos Florais !

Concurso Interno da UBT Porto Alegre 2009 - Tema: Florais - Vencedor

10
No aconchego dos teus braços
busco ternura e carinho,
quando esqueço meus fracassos
e não vivo mais sozinho...

11
No mundo não há ninguém
mais perfeito que a mulher,
se você souber de alguém,
me conteste, se puder!

Menção Especial

12
O tempo já nos consome
neste começo de inverno,
nada me lembra teu nome
que risquei do meu caderno...

13
Para matar o desejo
que sinto com tanto ardor,
quero a delícia de um beijo
dos lábios do meu amor.

14
Pelos trilhos da saudade
vai correndo o trem do amor;
e ao lembrar a mocidade,
inda sou um sonhador.

Trova em destaque nos II Jogos Florais De Caxias do Sul – 2010 - Tema: Trilhos

15
Roubei-lhe um beijo, ao passar
ao meu lado, sorridente;
e lembrando seu olhar,
de noite, dormi contente...

16
Sou um simples trovador
que vive cantando ao léu;
e faço apenas do amor
o meu precioso troféu !

17
Tenho amor e penso nela
toda noite, todo dia,
cada vez está mais bela
no meu céu de fantasia...

18
Tens a beleza estampada
nos olhos, lábios e faces;
a cada nova alvorada
em meu coração renasces.

Fonte:
Trovas enviadas pelo autor

Carol Carvalho (Entrevista: Por Que é tão Difícil Traduzir um Escritor Brasileiro)


Uma tradução falha custa ao autor 20 anos. Esse é o prazo para que outro profissional possa esboçar uma nova versão da obra e, assim, tentar um improvável retorno às prateleiras. Por isso, a tradução pode ser considerada uma arte, pelo cuidado, dedicação e habilidade que requer. E também pelas paixões e fúrias que desperta. Jorge Amado costumava dizer que uma boa tradução era aquela de que ele não entendesse uma palavra. Desta forma, não teria chance de ver o tempero de seus livros esvair-se a cada página.

Em tempos de crescimento e consolidação de escritores brasileiros no exterior, o americano Cliff Landers, com a propriedade que lhe é de direito, fala ao site de VEJA sobre os meandros da profissão. Um dos tradutores atuais mais requisitados – que já verteu para o inglês clássicos de Jorge Amado e José de Alencar, dos imortais João Ubaldo Ribeiro, Nélida Piñon e Moacyr Scliar, e do não menos importante Rubem Fonseca -, ele explica como funciona o seu ofício. E como se comporta o recluso mercado editorial americano, ideal tão distante dos escritores brasileiros.

Quais autores brasileiros e estilos literários se mostram mais difíceis para tradução?

Até hoje, tenho tido a sorte de trabalhar com autores brasileiros cujos estilos são transparentes e compreensíveis, embora naturalmente haja traços individuais que caracterizam suas obras. Apesar de ter enfrentado pequenos problemas léxicos – por exemplo, com gíria e com questões referentes a diferenças culturais e ortográficas -, até o momento nenhum dos desafios tradutórios mostrou-se insuperável. O mais difícil, já que o inglês é uma língua pragmática, é enxugar algumas frases do português.

Qual a relação entre os tradutores e escritores? Costumam trocar ideias?

Isso depende de vários fatores: da disponibilidade do autor, do prazo de entrega do manuscrito, da compatibilidade entre autor e tradutor e do número de dúvidas linguísticas encontradas no projeto. Alguns autores são totalmente inatingíveis, como um famoso escritor português cujo romance traduzi. Outros, como o célebre Rubem Fonseca, são cem por cento acessíveis ao tradutor e sumamente prestativos.

Que artifícios os tradutores usam para se manter fieis ao estilo do escritor?

Cada tradutor, forçosamente, tem de escolher um modo de transmitir ao leitor da língua-alvo informações já conhecidas pelo leitor da língua-fonte. No caso de uma obra de não ficção, uma nota de rodapé chega a ser praxe. Mas o que fazer em um romance? Eu, particularmente, procuro de evitar ao máximo o uso de notas no rodapé. Às vezes, interpolo ideias, como no exemplo: “Moram no Leblon, um dos bairros mais afluentes do Rio”, uma maneira de dar uma informação sem apelar para as notas no fim da página. Na tradução de Iracema (José de Alencar), tive a oportunidade de escrever uma “Introdução do Tradutor”, em que expliquei o vocabulário especial utilizado (oriundo do Tupi-Guarani) pelo autor. Outras vezes, busco uma ideia equivalente, e, em vez de “guaraná”, uma bebida que ninguém conhece nos Estados Unidos, escrevo “refrigerante” (soft drink, em inglês).

Na opinião do senhor, há grandes autores brasileiros que “se perderam” na tradução?

Eu diria que o exemplo clássico dessa perda é a tradução feita nos anos 1960 de Grande Sertão: Veredas (chamada em inglês The Devil to Pay in the Backlands). Ela é considerada uma tentativa fracassada tanto no Brasil como nos EUA. E, infelizmente, quando se dá uma tradução falha, se impede na prática que se esboce outra tradução por pelo menos vinte anos. No caso da obra-prima de Guimarães Rosa, infelizmente, até hoje não houve outra tentativa. A tradução de Macunaíma (Mário de Andrade), mesmo sendo o romance mais representativo do modernismo brasileiro, foi um desastre – ainda hoje não recuperado. Mas temos de perdoar os tradutores pelas dificuldades linguísticas oferecidas por dois clássicos do século passado.

O senhor acha que existem estilos literários mais atraentes para o mercado americano?

Como foi provado pelo estrondoso sucesso da trilogia Millenium, de Stieg Larsson, o policial é um gênero que, ao que parece, nunca deixa de atrair o grande público. No entanto, para o americano o “estilo” é menos importante do que a atração intrínseca do romance. O ideal são personagens bem delineados, um enredo que prenda o leitor e algo que faça com que ele continue virando a página. Suspense é uma outra opção.

As grandes editoras se mostram receptivas aos brasileiros ou a tradução se dá principalmente pelas universidades americanas?

De modo geral, as grandes editoras americanas só se interessam em publicar traduções de obras que possuam forte potencial comercial, a chamada mentalidade jackpot. Isto é, obras de autores já consagrados – um prêmio Nobel como José Saramago -ou obras do gênero policial e de suspense. Paulo Coelho teve sucesso sem igual nos EUA não por ser um autor brasileiro, mas pela grande receptividade ao gênero autoajuda. As imprensas acadêmicas, porém, recebem melhor as obras proeminentes da literatura, porque podem ser de interesse de estudiosos. É o caso de A Formação das Almas, de José Murilo de Carvalho. Naturalmente, em se tratando de editoras universitárias, a repercussão é limitada, ficando quase exclusivamente no âmbito acadêmico, distante do grande público.

Fonte:
Carol Carvalho (www.veja.com.br) para Poetas del Mundo

LII Jogos Florais de Nova Friburgo (Resultado Final) 1a. Parte


CONCURSO NACIONAL

Tema: Recado (líricas e filosóficas)

VENCEDORES


1º Lugar
Pediste:”Espere, querida...”
no cartãozinho assinado.
E eu fiquei, por toda a vida,
refém de um simples recado!
THEREZA COSTA VAL - Belo Horizonte/MG

2º Lugar
Em momentos exaltados
sem poder falar e agir,
o silencio dá recados
que poucos sabem ouvir!
ALBA CRISTINA CAMPOS NETO - São Paulo/SP

3º Lugar
Em meu olhar recatado,
teu olhar viu, mas não leu,
a ternura de um recado
que o meu amor escreveu.
MARINA BRUNA - São Paulo/SP

4º Lugar
Não disse adeus, foi embora,
nem um recado deixou…
e a saudade , à toda hora,
insiste que ela voltou ! ! !
EDUARDO A.O.TOLEDO - Pouso Alegre/MG

5º Lugar
Partiu ! Sem deixar recado,
nada, nem frases banais!
Fechou a porta ao passado,
e eu merecia bem mais!...
DARLY O. BARROS - São Paulo/SP

MENÇÕES HONROSAS

Aos céus enviei um recado,
Deus não vejo em meu apelo.…
Porém se o tenho ao meu lado,
para que preciso vê-lo ?
ALMIR PINTO DE AZEVEDO - Cambuci/RJ

“Entre nós, tudo acabado!”
mandou-me dizer, contudo,
nem precisava recado
seu silêncio disse tudo !
JOSÉ VALDEZ C. MOURA – Pindamonhangaba/ SP

É tão presente o passado
em que te amei, de verdade,
que não aceito o recado
escrito pela saudade!
MARIA DE LOURDES LORETTI MOTTA - Rio de Janeir/RJ

O recado que não veio
e que eu fiquei a esperar
não foi culpa do correio,
você deixou de mandar...
MARIA HELENA URURAY CAMPOS FONSECA - Angra dos Reis/RJ

Quando a solidão desponta,
a saudade, em seu anseio,
já tem a resposta pronta
de um recado que não veio...
RENATA PACOLA - São Paulo/SP

MENÇÕES ESPECIAIS

Nas armadilhas da vida
às vezes, o amor mais lindo,
dá seu recado, e em seguida,
manda um outro, desmentindo.
ALBA CRISTINA CAMPOS NETO - São Paulo/SP

Sempre à espera de um recado
que a vida faz demorar,
sou como um barco ancorado
que espera o vento soprar ...
GILVAN CARNEIRO DA SILVA - São Gonçalo/RJ

Guardo ainda o teu recado,
mesmo com tristes lembranças…
Pedaço de meu passado
alimentando esperanças...
IVONE TAGLIALEGNA PRADO - Belo Horizonte/MG

Veio o adeus no teu recado.
Não quis lutar. Fui covarde,
Agora o tempo é passado…
e para o amor, ficou tarde.
RELVA DO EGYTO REZENDE SILVEIRA - Belo Horizonte/MG

Partiste... e o que mais me fere,
ao ver nossa história finda,
é o teu recado: “Me espere...”
tentando iludir-me, ainda...
THEREZA COSTA VAL - Belo Horizonte/MG

Humorismo

Tema: Banda

VENCEDORES


1º lugar
Tocou tuba a vida inteira
na banda; e era tão viciado,
que nos braços da enfermeira
morreu feliz... entubado .
MAURÍCIO CAVALHEIRO - Pindamonhangaba/SP

2º lugar
A banda toca um dobrado
e o português logo diz
:- Eta maestro apressado,
ninguém aqui pediu bis !
OLYMPIO DA CRUZ SIMÕES COUTINHO - Belo Horizonte/MG

3º lugar
“Gosta da Banda , seu moço ?
Gosta, sim, isto eu aposto !
”E o caipira, meio grosso:“
Se ela for de porco, eu gosto !“
JOSÉ ANTÔNIO DE FREITAS - Pitangui/MG

4º lugar
Maria foi à quitanda
comprar as frutas do dia,
ao sair caiu de banda
e quebrou a ... melancia ...
IZO GOLMAN - São Paulo/SP

5º lugar
Grita ao marido a ciumenta:
- Não vais tocar mais na banda!
E a loira, ao lado, argumenta:
-Banda não... Meu nome é “Vanda”!
JOSÉ OUVERNEY - Pindamonhangaba/SP

MENÇÕES HONROSAS

A banda toca um dobrado
e a multidão se eletriza,
mas mantém o olhar colado
no “shortinho” da baliza !
ÉLBEA PRISCILA DE SOUZA E SILVA - Caçapava/SP

Regeu a banda o Divino
mas agora, aposentado,
seu famoso bombardino
já se encontra enferrujado !
ELEN DE NOVAIS FELIX - Niterói/RJ

Cantando, a Ivete caiu
quando a banda entrou no embalo,
e o povo não conseguiu
ouvir a Ivete sem galo !
RENATA PACOLA - São Paulo/SP

Quando a sogra vem da umbanda,
e vai o forno ligar,
com olhar torto, de banda…
sei que a bruxa quer me assar !!!
TEREZA COSTA VAL - Belo Horizonte/MG

“A BANDA” em nossa paquera,
Diz o vovô: me marcou.
Esnoba a vovó: Já era …
- Não vê que “a banda” passou ?!
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ - Curitiba/PR

MENÇÕES ESPECIAIS

O meu cabelo, em verdade,
veja o estado que ele está:
- na banda de lá, metade;
- metade em banda de cá ...
ANTÔNIO COLAVITE FILHO - Santos/SP

Ouvindo a banda na praça
quis saber o Seu Manuel :
- De quem Maria da Graça
é o Bolero de Ravel ?
CÉLIA GUIMARÃES SANTANA - Sete Lagoas/MG

Foi brincando de ciranda
que a Maria desabou,
e como caiu de banda
ela nunca mais sentou ...
IZO GOLMAN - São Paulo/SP

Não houve “nada de errado”
com a tua mãe, meu bem:
Viajou, pagou dobrado
pela “BANDA” que ela tem !…
ROBERTO TCHEPELENTYKY - São Paulo/SP

Enquanto a banda tocava
numa praia de nudista,
a galera apreciava
o “perfil” de cada artista...
RUTH FARAH N. LUTTERBACK - Cantagalo/RJ

ÂMBITO MUNICIPAL

Tema: “Pressa” (líricas e filosóficas)

VENCEDORES

1º Lugar
Unidos a uma travessa,
cabelos brancos e belos…
E o corpo bambo, sem pressa,
arrasta um par de chinelos.
ANTÔNIO ROSALVO ACCIOLY

2º Lugar
Ouço-te à porta. Ante a pressa
em te abraçar, é que eu luto
contra tudo que me impeça
de fingir que não te escuto!
ANA MARIA MOTTA

3º Lugar
Sem pressa, triste, sozinho,
olho o chão que se desfez
e choro o antigo caminho
que não verei outra vez
JOANNA D’ARC DA VEIGA

4º Lugar
Por mais que eu seja refém
da pressa do teu abraço,
meu sonho não vai além
da pequenez do meu passo!
ELISABETH SOUZA CRUZ

5º Lugar
Ter pressa não é pecado,
mas pode ter alto custo…
Um julgamento apressado
muitas vezes não é justo!
RODOLPHO ABBUD

MENÇÕES HONROSAS

Ante a pressa em ver melhor
mais amor, paz e meiguice,
tudo estava ao meu redor
e a pressa impediu que eu visse!
ANA MARIA MOTTA

Minha vontade se expressa
e eu recuo e ... me patrulho,
segurando a minha pressa
para agradar meu orgulho!
DILVA MARIA MORAIS

Na angústia que me consome
neste amor de insanidade,
a minha pressa tem nome
e ela se chama...saudade!
ELISABETH SOUZA CRUZ

Oi!...bom dia, velha idade!
Com tanta pressa, aonde vais?
-“Vou cuidar de uma saudade
que está florida demais.”
JESUS DOS SANTOS JÚNIOR FILHO

Na pressa o raio de sol
perdeu-se acima do lago,
e a tarde, sem arrebol,
chorou a falta de afago!
LUCIA HELENA DE LEMOS SERTÃ

MENÇÕES ESPECIAIS

Emite som diferente
meu peito quando ao teu lado.
Tranqüilo, se estás presente;
se estás ausente, apressado!
CLENIR NEVES RIBEIRO

O que eu vibrei em teus braços
a minha alma vibra agora...
ouvindo o som dos teus passos,
mais que depressa, indo embora!
CLENIR NEVES RIBEIRO

A esperança hoje professa
toda a nossa diretriz,
porque Friburgo tem pressa
de voltar a ser feliz!
ELISABETH SOUZA CRUZ

Não tenho a pressa dos rios
que vão ao mar a correr.
Na vida há três desafios:
viver...viver...e viver!
JESUS DOS SANTOS JÚNIOR FILHO

Eu tenho pressa, é verdade,
pois este amor me arrebata…
E se eu não mato a saudade,
a saudade é que me mata!
RODOLPHO ABBUD

Tema “Batida” (Humorísticas)

VENCEDORES


1º Lugar
Pra endurecer a partida,
ele só vai para o ataque
quando toma uma batida
de amendoim com conhaque!
AILTO RODRIGUES

2º Lugar
No tal forró do apagão
teve pancada e quizumba,
quando alguém sentiu a mão
batendo em sua zabumba!
AILTO RODRIGUES

3º Lugar
A batida no portão
é o sinal convencionado
para avisar que o patrão
vem chegando do outro lado!
RODOLPHO ABBUD

4º Lugar
Passou mal?!...O Zé detona
ao ver a baba escorrida.-
Deve ter sido a azeitona
depois da nona batida!
GIOVANELLI

5º Lugar
Depois de bater no muro,
o pinguço disse assim:
-Por favor, seu guarda, eu juro
que o muro bateu em mim...
JOSÉ MOREIRA MONTEIRO

MENÇÕES HONROSAS

A mulher do sacoleiro
sem dar bola ao zunzunzum,
sempre agita o bagageiro
quando cai no baticum!
AILTO RODRIGUES

Muito sábia e precavida
foi saindo de fininho,
por ter dado uma batida
na carteira do vizinho.
ANA MARIA MOTTA

Após batida no morro,
indaga o Zé, com malícia:
-A quem eu peço socorro,
ao ladrão ou a polícia?
RODOLPHO ABBUD

Para aquecer sua vida,
ela tem, sempre à noitinha,
além da boa batida,
canja quente da vizinha!
RODOLPHO ABBUD

Chegou bastante amassada
e explicou ao bom marido
que a mancha roxa azulada-
“...foi batida, meu querido!”
THEREZINHA TAVARES

MENÇÕES ESPECIAIS

No banquete da titia,
a comida foi de morte:
a rabada estava fria
e a batida muito forte!
ANA MARIA MOTTA

A sogra destrambelhadada
batida, xinga e grita…
Sua voz esganiçada
já não fala...mas apita!
DIRCE MONTECHIARI

O trânsito interrompido,
muitas frutas pelo chão…
E o bebum, ao ser punido
:-“Foi batida de limão!”
ELISABETH SOUZA CRUZ

Ouviu batida de samba,
largou tudo e foi sambar.
O esposo, na corda bamba,
foi pra cozinha ralar!
FLÁVIO FERREIRA DA SILVA

Na festa de São João
a vovó ficou doidinha…
Tomou batida e quentão,
depois foi soltar rodinha
JOSÉ MOREIRA MONTEIRO
===================
Continua… Concurso dos Magníficos Trovadores, Concursos Paralelos e Prêmio Especial: “Recados para Nova Friburgo”

Fonte:
Darlene A. A. da Silva

Monteiro Lobato (Caçadas de Pedrinho) I - E era onça mesmo!


Dos moradores do sítio de Dona Benta o mais andejo era o Marquês de Rabicó. Conhecia todas as florestas, inclusive o capoeirão dos Taquaruçus, mato muito cerrado onde Dona Benta não deixava que os meninos fossem passear. Certo dia em que Rabicó se aventurou nesse mato em procura das orelhas-de-pau que crescem nos troncos podres, parece que as coisas não lhe correram muito bem, pois voltou na volada.

— Que aconteceu? — perguntou Pedrinho, ao vê-lo chegar todo arrepiado e com os olhos cheios de susto. — Está com cara de Marquês que viu onça...

— Não vi, mas quase vi! — respondeu Rabicó, tomando fôlego. — Ouvi um miado esquisito e dei com uns rastos mais esquisitos ainda. Não conheço onça, que dizem ser um gatão assim do tamanho dum bezerro. Ora, o miado que ouvi era de gato, mas muito mais forte, e os rastos também eram de gato, mas muito maiores. Logo, era onça.

Pedrinho refletiu sobre o caso e achou que bem podia ser verdade. Correu em procura de Narizinho.

— Sabe? Rabicó descobriu que anda uma onça no capoeirão dos Taquaruçus!...

-— Uma onça? Não me diga! Vou já avisar vovó...

— Não caia nessa — advertiu o menino. — Medrosa como ela é, vovó ou morre de medo ou trata de nos levar hoje mesmo para a cidade. Muito melhor ficarmos quietos e caçarmos a onça.

A menina arregalou os olhos.

— Está louco, Pedrinho? Não sabe que onça é um bicho feroz que come gente?

— Sei, sim, como também sei que gente mata onça.

— Isso é gente grande, bobo!

— Gente grande!... — repetiu o menino, com ar de pouco-caso. — Vovó e Tia Nastácia são gente grande e, no entanto, correm até de barata. O que vale não é ser gente grande, é ser gente de coragem, e eu...

— Bem sei que você é valente como um galo garnisé, mas olhe que onça é onça. Com um tapa derruba qualquer caçador, diz Tia Nastácia.

O menino bateu no peito com arrogância.

— Pois quero ver isso! Vou organizar a caçada e juro que hei de trazer essa onça aqui para o terreiro, arrastada pelas orelhas. Se você e os outros não tiverem coragem de me acompanhar, irei sozinho.

A menina arrepiou-se de entusiasmo diante de tamanha bravura e não quis ficar atrás.

— Pois vou também! — gritou. — Uma menina de nariz arrebitado não tem medo de coisa nenhuma. Vamos convidar os outros.

Saíram os dois em busca dos demais companheiros. O primeiro encontrado foi o Marquês de Rabicó, que estava na porta da cozinha, ocupadíssimo em devorar umas cascas de abóbora.

— Apronte-se, Marquês, para tomar parte na expedição que vai caçar a onça aparecida lá na mata.

Aquela notícia fez o leitão engasgar com a casca de abóbora que tinha na boca.

— Caçar a onça? Eu? Deus me livre!...

Pedrinho impôs energicamente:

— Vai, sim, ainda que seja para servir de isca, está ouvindo, seu covarde?

Rabicó tremia que nem geléia fora do copo.

— Um fidalgo! — prosseguiu Pedrinho, em tom de desprezo. — Um filho do grande Visconde de Sabugosa a tremer assim de medo! Que vergonha...

Rabicó não replicou. Bebeu um gole d’água para acalmar os nervos e voltou às suas cascas de abóbora com esta idéia na cabeça: “No momento hei de dar um jeito qualquer. Não tem perigo que eu me deixe comer cru pela onça”.

O luxo dos leitões é serem comidos assados ao forno, com rodelas de limão em redor e um ovo cozido na boca...

O segundo convidado foi o Visconde de Sabugosa, o qual aceitou a proposta com aquela dignidade e nobreza que marcavam todos os seus atos de fidalgo dos legítimos. Iria para vencer ou morrer. Viscondes da sua marca mostram o que valem justamente nos momentos perigosos.

Depois convidaram Emília, que recebeu a idéia com palmas.

— Ora, graças! — exclamou. — Vamos ter enfim uma aventura importante. A vida aqui no sítio anda tão vazia que até me sinto embolorada por dentro. Irei, sim, e juro que quem vai matar a onça sou eu...

Esse dia e o outro foram passados em preparativos. Pedrinho levaria uma espingarda que ele mesmo tinha fabricado escondido de Dona Benta, com cano de guarda-chuva e gatilho puxado a elástico. Estava carregada com a pólvora duns pistolões sobrados da última festa de São Pedro.

A arma que Narizinho escolheu foi a faca de cortar pão, instrumento mestiço de faca e serrote.

O Visconde recebeu um sabre feito de arco de barril, bastante pontudo, mas danado para entortar. Em vista da sua importância e do seu título, também recebeu o comando da expedição.

— E você, Emília, que arma leva? — perguntou Narizinho.

— Levo o espeto de assar frangos. Tenho mais fé naquele espeto do que nas armas de vocês todos.

Restava o Marquês. Como fosse um grande medroso, em vez de arma Pedrinho deu-lhe arreios. Rabicó iria puxando um canhãozinho feito dum velho tubo de chaminé, que o menino havia montado sobre as rodas do seu carrinho de cabrito. Para carregar o canhãozinho foi necessário empregar a pólvora de três pistolões. Servia de bala uma pedra bem redondinha, encontrada nos pedregulhos do rio. Indo atrelado ao canhão, o grande Marquês ficaria impedido de fugir.

No dia marcado tomaram o café com farinha de milho da manhã e saíram na ponta dos pés, para que as duas velhas nada percebessem. Passaram a porteira do pasto, atravessaram a mata dos Tucanos Vermelhos e de lá seguiram rumo ao capoeirão da onça.

Rabicó não havia mentido. Os rastos da onça estavam impressos na terra úmida. Ao fazerem tal descoberta o coração dos cinco heróis bateu mais apressado. Dos cinco, não; dos quatro, porque, como todos sabem, Emília não tinha coração.

— Que é isso, Pedrinho — disse a boneca, notando a palidez do chefe. — Será medo?

— Não é medo não, Emília. É...

— É... receio, eu sei — caçoou a terrível bonequinha.

— Não brinque comigo, Emília! — gritou Pedrinho, avermelhando de raiva. — Você e toda gente sabe que só tenho medo duma coisa neste mundo — maribondo. De mais nada, hem?

O Visconde, que havia trazido a tiracolo o binóculo de Dona Benta, ajustou-o aos olhos para examinar “detetivamente” os rastos.

— É de onça, sim, e de onça-pintada — disse ele.

— Como sabe?

— Estou vendo no chão dois pêlos, um amarelo e outro preto.

Aquela confirmação de que era onça mesmo, e das grandes, desanimou profundamente Rabicó. Gotas de suor frio começaram a pingar da sua testa. Teve ímpetos de soltar-se do canhãozinho e disparar para casa; só não o fez de medo que Pedrinho lhe despejasse no lombo a carga de chumbo destinada à onça. E resignou-se ao que desse e viesse.

Orientados pelos rastos da onça, os caçadores não podiam errar. Era seguir na direção deles, que fatalmente dariam com a bicha.

— Avante, Sabóia! — gritou Pedrinho, espichando no ar a espingarda como se fosse espada.

— Avante! — repetiram todos os outros, menos Rabicó, que estava sem fala.

E com o maior entusiasmo os heroizinhos foram caminhando durante meia hora.

Súbito, o Visconde, que ia na frente, de binóculo apontado, gritou com voz firme:

— A onça...

— Onde? — indagaram todos, ansiosos.

— Lá longe, naquela moita — lá, lá... Realmente, alguma coisa se mexia na moita indicada e não tardou que uma enorme cara de onça aparecesse por entre as folhas, espiando para o lado dos cinco heróis.

Pedrinho dispôs tudo para o ataque. Assestou na direção da moita o canhãozinho e ordenou ao artilheiro Rabicó, enquanto o desatrelava:

— Fique nesta posição. Quando ouvir a voz de “Fogo!” risque um fósforo, acenda a mecha e dispare.

— Disparo para casa? — perguntou o artilheiro, mais trêmulo do que uma fatia de manjar branco.

— Dispare o canhão, idiota! — berrou Pedrinho. Enquanto isso, a onça deixava a moita e com o andar manhoso dos gatos dirigia-se, agachada, para o lado deles. Era o momento. O Visconde ergueu a espada e com voz grossa de comandante superior deu um berro de comando:

— Fogo!

Rabicó, todo treme-treme, não conseguiu nem riscar o fósforo. Foi preciso que Pedrinho viesse ajudá-lo. Por fim riscou-o e deitou fogo à mecha. Ouviu-se um chiado e logo depois um tiro soou — Pum! Mas um tiro chocho que não valeu nada. A bala de pedra rolou a dois passos de distância, imaginem: Havia falhado a artilharia, na qual eles depositavam tantas esperanças.

Pedrinho então disparou a sua espingardinha. Outro tiro chocho que nada valeu e só serviu para irritar a fera. Viram-na arreganhar os dentes e apressar a marcha na direção dos atacantes.

A situação tornava-se muito séria e Pedrinho, desapontado com o nenhum efeito das armas de fogo, berrou a plenos pulmões:

— Salve-se quem puder!

Foi uma debandada. Cada qual tratou de si e, como se houvessem virado macacos, todos procuraram a salvação nas árvores. Felizmente havia ali um pé de grumixama que dava para abrigar o grupo inteiro. Nele treparam, sem dificuldade, Pedrinho, Narizinho e Emília. Já o velho Visconde embaraçou as pernas na bainha da espada e com toda a sua importância estendeu-se no chão, ao comprido. Foi preciso que o menino o pescasse com o gancho dum galho seco.

Rabicó fez coisa de que ninguém nunca o julgaria capaz: botou-se à árvore que nem gato e conseguiu enganchar-se na forquilha do primeiro tronco. Pedrinho e Narizinho, que estavam no galho acima, puderam agarrá-lo pela orelha e içá-lo fora do alcance da onça. Quando a fera chegou, estavam já todos muito bem empoleirados e livres dos seus botes.

A onça, desapontadíssima, ali permaneceu, sentada sobre as patas de trás, com os olhos fixos nos caçadores que a tinham logrado. Parece que sua intenção era ficar de guarda até que eles descessem.

— Espera que te curo — disse Pedrinho, lembrando-se que trazia no bolso um pouco da pólvora dos pistolões. Tomou um punhado e, ajeitando-se no galho que ficava bem a prumo sobre a onça, derramou-lhe a pólvora em cima dos olhos.

A idéia valeu. Completamente cega pela pólvora, a onça pôs-se a corcovear que nem doida, enquanto esfregava os olhos com as munhecas, como se quisesse arrancá-los.

— É hora! Avança, macacada! — gritou Pedrinho, escorregando pela árvore abaixo.

Todos o imitaram. Apanharam as armas e se arrojaram contra a fera com verdadeira fúria. Narizinho esfregou-lhe a faca no lombo, como se a onça fosse pão e ela quisesse tirar uma fatia. O Visconde conseguiu, depois de várias tentativas, enterrar-lhe no peito o seu sabre de arco de barril. Emília fez o mesmo com o espeto de assar frango. Pedrinho macetou-lhe o crânio com a coronha da sua espingarda. Até Rabicó perdeu o medo e, depois de carregar de novo. o canhão, deu-lhe um bom tiro à queima-roupa.

Assim atacada de todos os lados, a onça não teve remédio senão morrer. Estrebuchou e foi morrendo. Quando deu o último suspiro, Pedrinho, no maior entusiasmo de sua vida, entoou um canto de guerra:

— Ale guá, guá, guá...

E todos responderam em coro:

— Hurra! Hurra! Pica-Pau Amarelo!...
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continua ... II – A Volta para Casa
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Fonte:
LOBATO, Monteiro. Caçadas de Pedrinho/Hans Staden. Col. O Sítio do Picapau Amarelo vol. III. Digitalização e Revisão: Arlindo_San

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 238)


Uma Trova Nacional

Uma luz quase apagada...
um sonho chegado ao fim...
eis o pedaço do nada
que tu fizeste de mim.
–CONCEIÇÃO ASSIS/MG–

Uma Trova Potiguar

Vejo no espelho da vida
transpor-se, à luz da saudade,
minha face enternecida
dos tempos da mocidade!
–MARA MELINNI/RN–

Uma Trova Premiada

2000 - Barra do Piraí/RJ
Tema: VARANDA - Venc.

Na varanda, o idílio pleno
de ternura envolta em flor...
- qualquer sonho era pequeno
visto à luz do nosso amor!
CAROLINA RAMOS/SP–

Uma Trova de Ademar

Meia noite, à meia luz,
com infinitos lampejos,
na Penumbra eu vejo nus
os meus mais puros desejos...
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Quem nasceu com a desventura
de não ver a luz do dia
do olhar transfere a ternura
para a mão que acaricia.
–ALFREDO VALADARES/MG–

Simplesmente Poesia

MOTE
Embriagado de estrelas,
tropecei na luz do sol.

GLOSA:
Muito feliz por revê-las
deitei na noite e dormi.
Que belos sonhos vivi
embriagado de estrelas,
por tão perto de mim tê-las
nem mesmo o rubro arrebol
conseguiu com seu anzol
pescar-me daqueles sonhos;
depois... com passos bisonhos
tropecei na luz do sol.
(BONIFÁCIO SANTOS/RN)

Estrofe do Dia

Acordei cedo demais
olhando pra o oriente,
marchava a lua na frente
e uma estrela d’alva atrás;
na copa dos vegetais
soprava a brisa macia,
o nevoeiro surgia,
e o vento atrás empurrando,
e a lua vinha beijando
a linda barra do dia!
OLÍVIO DO LIVRAMENTO/PB–

Soneto do Dia

–DIAMANTINO FERREIRA/RJ–
Luz

Como caminha um cego e de bengala
apalpa seu trajeto, não cair,
arrasto-me na vida e nem se fala
de quantos tombos mais estão por vir;

apesar do infortúnio, é prosseguir
e na estrada da vida, qual na sala,
palmilhar como sempre; e no porvir
eu não perca a esperança de encontrá-la!

Nasci feliz, a luz dentro dos olhos;
mas cresci, tropeçando nos escolhos,
chegados tão somente por te amar!

Perdida a vista, mas...Pior castigo:
nem a esperança de trazer comigo
o sonho de voltar a te enxergar!

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