sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tere Penhabe (Caderno de Poesias)


A CHUVA

A chuva cai
Impiedosa!
Eu precisava do sol
para viver
para sorrir
e ele não veio.
Veio a chuva
em seu lugar
e atrevida
inda me sorri
e pergunta-me:
- Quem é você,
para não me querer?
Eu vou cair
em sua vida
muito tempo ainda
e vou molhar você.
Depois gargalha
e vai embora.
Mas o sol não vem…

A DONA DA HISTORIA

Se naquele dia
a coragem não me faltasse
se contigo eu não me casasse
e se o vento não levasse
tantos sonhos meus e teus... 

Que teria sido
desse destino vencido
que percorremos separados
porém unidos, ligados
pela filha que tivemos...

E depois, muito depois
qual seria a história de nós dois
se naquele carnaval
entre risos e cuba libre
eu tivesse aceitado você de volta...

Se eu pudesse, se soubesse
que serias tão infeliz
quem sabe teria aceito
o teu amor aprendiz
e te ensinado a viver...

Não fui a dona da história
perdoe-me, se puder
você se foi desse mundo
sem nem aprender sorrir
só agora a história eu li...

Que bom seria
se a vida fosse um roteiro
com direito a remanejo
com direito a reversão
história de segunda-mão...

Mas não é.
O escritor desse roteiro
dá o direito de escolha
só que é feita no escuro
ninguém é dono da história.

A LUA E EU

A lua me deixa assim
inquieta
com o mundo nas mãos
o mar ao meu lado
querendo amor e amar. 

Querendo um abraço
que me abraçasse por dentro
aquietasse-me a alma
suavizasse os gritos roucos
do meu coração.

A lua me deixa assim
querendo o calor da sua pele
suas mãos me tocando
seus lábios ao meu alcance
mas eu não tenho.

Posso sentir com intensidade
o silêncio da sua inexistência
uma fera estoura as grades
que embriaga esta  vontade 
que eu tenho de buscar você.

Já não sei quem sou
com passos felinos
esgueiro-me pela vida
procurando o sentido
do que a lua me proporciona.

Vejo-o nos braços de anjos
a embalarem seu sono
coberto de sorrisos mansos
paz e docilidade...
Falta coragem à fera...

Você já foi fera um dia
entenderia?...
O medo me consome
violenta meus sentidos
deita-me ao mar sereno.

Tentáculos do mar me abraçam
como se ele pudesse
fazer-me o que você faria
na volúpia desse momento eu vejo:
não é bem isso que eu queria...

Queria que você fosse o mar
adentrasse a alma e o coração
possuísse meu corpo
tomando-me um pouco
da vida que explode em mim.

Queria os seus beijos quentes
que abrasadores, intrépidos
arrebentassem minhas correntes
libertando-me para sempre
deixando-me voar livre outra vez.

E de repente
a imagem refletida no espelho
parte-se lentamente
cacos de medo se desprendem
lembro-me onde tudo começou...

A lua me deixa assim…

ÁGUA DOCE DO RIO

A água do rio é doce
só até chegar no mar
pois quer queira ou não queira
ele sempre há de chegar.
E ele vem petulante
certo de que irá adoçar
com sua mansidão de longe
toda a violência do mar.
Ao perceber seu engano
se enfurece e quer voltar
mas é sempre muito tarde
a pororoca se dá.
O mar, em contradição
abre os braços e o recebe
no melhor do coração
como o amor que lhe apetece.
Nessa suave união
corpos se banham felizes
sentindo o sal do mar
e a mansidão do aprendiz.
Que sem ter pra onde ir
aceita seu novo destino
vai entrando com carinho
no gigante tão humilde.
Essa magia tão bela
que ao rio, o mar aquartela
vale a pena conhecer.
Sentir na alma e na pele
a carícia inconfundível
de águas doces que se salgam
deixando então de ser rios.

ANTES DA PRIMAVERA

Minh'alma e coração dançam felizes
pelos campos de trigo do outono
mas é também primavera em mim
floresce o nosso jardim...

Desabrocham  nossas primeiras flores...
não estás comigo para a colheita
mas fizeste parte do plantio, esperarei
sei que chegarás algum dia, na praia eu o verei...

Por isso colho atenciosamente cada uma das flores
eu as guardarei com carinho, se precisar
secarei as pétalas em páginas do livro
onde começamos a escrever a nossa vida!

Meus olhos buscam, teimosos, o horizonte
que já haviam abandonado...
nele também floresce, as mais lindas flores
cultivadas na tristeza da tua ausência...

Mas amanhã (que eu sei, haverá de chegar)
elas ainda estarão vivas comigo
e eu poderei te entregar... não demores amor
venha antes da primavera voltar!

ARCO-ÍRIS

Gosto do branco nos meus lençóis
imaculada e ousadamente puros
rude contraste com o qual premeio
o corpo em sonhos de paixão desfeito. 

Gosto do azul, anil ou royal, claros
caminhando na praia em devaneios
na espessa bruma da madrugada,
ouvir as ondas me cantando enleios.

Gosto do verde, que me lembra as matas
onde meu corpo jovem se embrenhava
buscando flores que eu nunca mais vi
 cujo perfume eu nunca me esqueci.

O vermelho, de todas, a minha preferida
relembra-me paixões da minha vida
se não foram tantas, bem que foram lindas
a saudade delas, não chegará ao fim.

Elas lembram alguém forte e tão amado
que me arrancava desse mundo ingrato
impunemente deitados na macia relva
trocávamos sonhos e vida.

Nunca esquecerei, de tão doces beijos…

AOS VERSOS DE UM POETA


Tarde morna... sol abraçando a serra
a sua tão amada serra menina.
Ao longe, um pássaro canta:
bem-te-vi, bem-te-vi, eu bem que te vi... 


É mais que um lamento, quase um grito
incontido, de tristezas feito
nesse canto de harmonia, acontece a alquimia
transformando o triste em belo: perfeito! 


Não chora a ave. Chora a vida pelo que fez
pelo inusitado, fatal e rudemente provocado
o brilho que vê naqueles olhinhos, creia
é só o reflexo dos teus olhos...


Abra suas mãos, que de versos é feita
pois é sempre de versos as mãos de um poeta
deixa que o doce pássaro pouse  sobre elas
passe a cantar a dor, que ele sente também.


Talvez se surpreenda pela compreensão
que abranda-lhe no peito, a dor da missão
e cantarão juntos, o mesmo gorjeio lindo
brilhando seus olhares, como tantas vezes.



Fonte:
http://www.amoremversoeprosa.com/P01poesias.htm

Tere Penhabe (1954)


TEREzinha Aparecida PENHABE Rossignoli, filha de João Penhabe e Eva de Gregório Penhabe, brasileira, viúva, nasceu em  Santa Cruz do Rio Pardo_SP, em 13/12/1954.

Escreve desde os nove anos de idade, incentivada pelo saudoso professor Antonio Raimundo. 

Primeiro poeta a despertar-lhe interesse e inspirações, foi J.G.de Araújo Jorge, através do livro AMO, presente de um grande amigo, também incentivador, Fernando Del Perez, a quem nunca conheceu pessoalmente.

Foi bancária de 1976 a 1995, em cujo período fez o curso de Letras_licenciatura plena concluído em 1986. Durante o curso, recebeu incentivos da professora, poeta e amiga, Zenaide A.Negrão (Guarapuava_PR).

Deixou sua cidade natal em 1999, rumo à Itanhaém, cidade do litoral sul do estado de São Paulo, onde viveu até maio de 2004,  quando transferiu-se para a cidade de Santos, onde vive atualmente.

Em princípio, suas inspirações restringiam-se em exaltações aos sentimentos, principalmente o amor, em versos de poesia livre. Futuramente, com a participação em foruns literários, essa preferência foi ampliada para sonetos, crônicas, contos, mensagens, artigos, críticas e cordel. 

Em 2003, recebeu de presente da sua filha Daniela Penhabe Pires, com colaboração de Fernando Kauffmann Barbosa, um site para divulgação de seus trabalhos na internet, fato esse que lhe rendeu imensas alegrias e incentivos.

Nome utilizado literariamente: TERE PENHABE

Os textos escritos em dialeto regional, assina-os com o pseudônimo de: "Terê das Bêra Mar"

Residência atual: Santos_SP_Brasil

 Home page pessoal: www.amoremversoeprosa.com

 Atualmente possui páginas e participações em vários sites da internet.

 Participações em foruns literários.

 Participações premiadas em concursos literários:

 - I Concurso Paulista de Textos Populares /Abril/1987 (Fundação Educar): Texto: O CIRCO – premiação: 3* lugar

 - Concurso de Poesias - USCEESP/maio/1988 – Poesia: MÃE - premiação: 3* lugar

 - Concurso de Poesias -USCEESP/ outubro/1988 – Tema: Criança - premiação: 3* lugar

 - I Concurso Nacional de Textos Populares - Fundação Educar/novembro/ 1988 -Tema: O Negro na Sociedade Brasileira 

 - X Concurso de Contos e Poemas - Depto de Letras das Faculdades Integradas de Ourinhos – Fundação Educacional Miguel Mofarrej -1991 – 5O LUGAR

- Concurso Nacional de Poesia_Descalvado_SP_2003_Poesia: O Poeta_6* lugar

 - Concurso Internacional de Poesia livre "Sol Vermelho"_2004_Poesia: Se tenho que morrer_17* lugar_Prêmio de publicação 

 _1º Concurso de crônicas e Poesias “Campinas Meu Amor”_Troféu Guilherme de Almeida_categoria crônica_2º lugar adulto. Título do texto: Campinas... meu amor virtual”

 Concursos literários promovidos pela PVL – Ponto de Vista Literatura – na internet:, mediante enquetes abertas a todos os leitores.
25.08.2004_ Poesia: Maldição_1º lugar
26.08.2004_ Prosa: Um OVNI que veio do inferno_1º lugar
04.09.2004_ Prosa: Traição_ 2º lugar
19.09.2004_ Poesia: Desencontros_ 1º lugar
20.09.2004_ Poesia: Flores_2º lugar
01.10.2004_Poesia: Infância na Fazenda_2º lugar
12.10.2004_ Poesia: Perturbação_1º lugar

 Publicações impressas coletivas:
 - Antologias poéticas da Editora SHOGUN ARTE, provenientes de Concursos de poesias “RAIMUNDO CORREA” – Anos de 1983, 1984, 1985 e 1986.
 - Antologias poéticas do “MURAL DE POEMAS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE GUARAPUAVA-PR
 FALA POETA_Coletânea II_1988_Solidão
 FALA POETA_Coletânea III_1990_Quando a alma da gente se cala/ Solidão
 FALA POETA_Coletânea IV_1992_E por falar em amor / Um poema para você
 FALA POETA_Coletânea V_1993_Carta a Ninguém / E preciso acordar o dia
 - Antologia Poética “MARCAS DO TEMPO V” com os poemas classificados no “Concurso Nacional de Poesia-2003-Descalvado-SP.
 Editora: Biblioteca Pública Municipal “Prof. Gerson Alfio de Marco”-Descalvado-SP_2003_O Poeta
 - Antologia Poética ref.ao concurso internacional de poesia livre "Sol Vermelho"_2004_Editora: Sol Vermelho_Se Tenho que Morrer 
 _REVISTA CULTURAL ZÊNITE_Prosa: Um OVNI que veio do interno- 1º lugar no Concurso PVL_Ponto de Vista Literatura_agosto/2004

 Livros individuais impressos: 
"Amor em verso e prosa - Vol I" ( www.amoremversoeprosa.com/vendas/ )
 E-book (presentes recebidos): "MINHA FILHA" & "ONDAS EM VERSOS" http://www.amoremversoeprosa.com/511ebooks.htm

Fonte:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=8284

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 599)


Uma Trova de Ademar  

Com meus dias já traçados, 
o Deus que nos arquiteta, 
destinou-me dois legados: 
Ser Trovador e Poeta. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Do destemido ao covarde,
todos nós – crentes e ateus –
iremos ter – cedo ou tarde – 
um longo encontro com Deus.
–Maria Madalena Ferreira/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

O pôr-do-sol é a tristeza, 
o choro, a melancolia 
dos olhos da natureza 
chorando a morte do dia. 
–Luis Dutra/RN– 

Uma Trova Premiada  

2011  -  UBT-Natal/RN 
Tema  -  SORTE  -  1º Lugar 

Noite escura, nau perdida,
a morte espreita no atol,
quando a sorte se faz vida
na luz de um velho farol! 
–Francisco José Pessoa/CE– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Seca Braba. Ao longe, o grito
do carro de bois gemendo
parece um "ai" longo e aflito
do sertão, que vai morrendo ...
Joubert de Araujo/ES– 

U m a P o e s i a  

Quando é bem feita a magia 
até o mágico se encanta, 
alegre ou emocionante, 
nosso verso se agiganta: 
como é bom quando alguém colhe 
os versos que a gente planta!!! 
–Milton Souza/RS– 

Soneto do Dia  

SECA. 
–Carolina Ramos/SP– 

O sol delira! Abrasa! A terra, exangue, 
abre os lábios sedentos! Sem valia, 
os rios secam, veios nus, sem sangue, 
sugados pelo solo em agonia! 

Pele crestada, passou frouxo e langue, 
o retirante segue… tem, por guia, 
uma esperança de que o céu se zangue, 
lançando sobre a terra a chuva fria! 

Chovesse, voltaria ao mesmo beco, 
que enfrentar a caatinga é seu destino! 
Mas, a chuva não vem… O pranto é seco! 

Reza!… O sol, em delírio, mais abrasa! 
O céu rubro gargalha! E o nordestino 
parte… deixando a própria alma em casa!

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Poesia, Soneto e Trova) v. 6


Delírio
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis/RJ - "Cidade Poema"

Aço forjado a fogo,
Cana que virou bagaço,
Carta rejeitada do jogo,
Nó apertado de um laço.

Fera ferida de morte,
Ave presa na gaiola,
Errante, sem tino, sem norte,
Cantador sem ter viola.

Vida sem eira, nem beira,
noite sem brisa a soprar,
fogo brando de fogueira,
peixe morto à beira mar!

Sino sem tanger seu toque,
vontade ardente de ter,
imagem sem foco ou enfoque,
pedra atirada em bodoque,
aprendiz sem aprender.

Passo sem rumo ou espaço,
cena que virou rotina,
fama que virou fracasso,
água parada da tina!

Rio sem leito ao relento,
pipa perdida no ar,
corpo pedindo acalento,
alma louquinha pra amar.

Pelo caminho de teus olhos
Ives Gandra Martins

O recesso intocável de tua alma
Invadi, repentina e mudamente,
Através de momento, cuja palma
Cruzou pelos teus olhos, diferente.

A profundeza longínqua foi semente
Do sucesso que trouxe após a calma.
E a conquista desfeita, docemente,
Conquistou o senhor que hoje te ensalma.

Do assalto não mais resta que o caminho,
Onde, silente, entrei, despercebido,
Cuidando retirar-me por inteiro.

Perdi-me, todavia, e não sozinho
Retomei-o, muito estranho e sem sentido,
De teu recesso eterno prisioneiro.

Ives Gandra Martins: Professor de Direito na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro,integrador de bancas de exames universitários,ensaísta, músico e poeta. O poema aqui publicado foi extraído do Livro de Ruth,em homenagem à esposa.

TROVAS 

É tanto o amor que me invade
quando em teus braços estou,
que cada instante é saudade
do instante que já passou! 
Newton Meyer Azevedo/MG 

Amanhece... e a luz dourada,
num leve e sutil açoite,
traça o perfil da alvorada
no rosto negro da noite. 
Aloísio Alves da Costa/CE 

“Não há pão - Comam brioche!",
disse a rainha ao seu povo.
Antes um pão que o deboche,
de preferência... com ovo. 
Diamantino Ferreira / RJ

Fonte:
Seleção enviada pelo autor

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Hermoclydes S. Franco / RJ - Mês de Julho (Coleção As Flores de Maringá)


Doze em Ritmo de Sextilhas (Parte 6)


121 - Assis
 Enfim a Copa está feita,
e agora sossega a bola...
Valente, dá duro a Holanda,
mas no fim do deita e rola
quem leva o caneco é a Espanha
ao toque da castanhola.

122 – Delcy
Foi linda a festa espanhola.
Hoje a Espanha é campeã.
Em primeira vez na história,
ergue a Taça, a nossa irmã!
Que na Copa de catorze
seja, a Espanha, nossa fã!

123 - Elisabeth 
Hoje a Espanha é a campeã 
e perdeu a "Canarinho"... 
Mas a vida continua, 
vamos rever com carinho 
onde foi que a gente errou 
e refazer o caminho! 

124 - Prof. Garcia. 
Eu vou mudar com carinho 
o canto desta toada, 
para escutar como escuto 
minha viola afinada, 
que já desperta cantando 
feitiços da madrugada! 

125 – Gislaine
O som da viola amada
à natureza se irmana,
é o canto de paz à vida,
no palácio ou na choupana
trazendo recordações

126 - Hélio
Todo o sertão se engalana
 se a noite é de lua cheia;
 o namorado se inspira,
 junta à amada galanteia,
 ao longe ouve a serenata
 da viola que ponteia.

127 - Milton
Se a vida é bonita ou feia,
não devemos reclamar.
Devemos, sim, lutar muito
para tudo melhorar:
Deus ajuda quem consegue
amar, trabalhar, sonhar...

128 - Ouverney
Lembrar de sertão... luar...
por si só é muito bom;
no embalo da noite mansa
nossa alma se embala ao som
da viola mais bela: a vida,
e no amor afina o tom!

129 - Tadeu
Eu digo alto e em bom som,
como poeta vivido
na busca de vários tons:
o amor é o tom colorido
e entre os tons de nossa vida
é sempre o tom preferido.

130 – Thalma 
Tema jamais preterido
por minha alma, o amor é chama,
é fogo eterno e sagrado
que a inspiração nos inflama,
que deita a luz da poesia
no coração de quem ama.

131 - Vanda
Se acaso a gente reclama,
é porque falta enxergar
tantos recados de amor
que podemos decifrar
nos mil sublimes detalhes
que em tudo Deus quer mostrar!

132 - Zé Lucas
Quem não aprendeu a amar
não tem olhos para ver
as coisas belas do mundo
que nos enchem de prazer;
existe enquanto está vivo,
mas se esquece de viver!

133 - Assis
Lembra aquele pobre ser
do Francisco Otaviano,
que passou por este palco
sem sequer erguer o pano:
não foi homem, não foi nada,
foi somente espetro humano.

134 – Delcy
O poeta, sem engano,
com entusiasmo escreveu
sobre o amor em seus versos
e o desamor combateu,
dizendo que quem não ama,
neste mundo,não viveu!

135 - Elisabeth 
Quem não ama não viveu! 
Mas nós sabemos, de cor,
que o Amor tem tal poder
de espargir luz ao redor
que aquele que tem  Amor,
por certo, vive melhor!

136 - Prof Garcia 
Enxerga a vida melhor 
quem ama todos iguais; 
Pois os pecados do amor, 
têm sentenças veniais, 
quem peca amando quem ama 
tem perdão entre os mortais!

137 – Gislaine
O amor não termina mais
quando é puro e verdadeiro.
Ao se instalar em nossa alma
se torna o bom companheiro,
que nos enche de confiança
e acompanha o tempo inteiro!

138 - Hélio Pedro
 É como um tiro certeiro
 que bate no coração,
 quando um amor verdadeiro
 nos tira da solidão,
 tal um vagão de alegria
 num trem cheio de emoção!

139 - Milton
O amor tem sempre razão
e pode até nos cegar.
Se estamos na sua mão,
nos faz errar e acertar.
Suspende qualquer ação
que não seja amar e amar...

140 - Ouverney
Eu não sei em que lugar
ouvi e guardo comigo,
que ter fortuna e ser só,
faz do ricaço um mendigo,
 aliás, muito pior,
 pois nem no Céu tem abrigo! 

141 - Tadeu
Eu tenho sempre comigo,
pelas graças do Senhor,
a sensação prazerosa
de quem conheceu o amor.
Por amar e ser amado,
já me sinto um vencedor.  

142 – Thalma
Descobri um grande amor
- meio século já faz -
e ainda hoje é o motivo
que sempre alegre me traz,
por ser a troca constante
de ternura, amor e paz.

143 - Vanda
Que seja o homem capaz 
de amar, amar sem medida,
de tal modo que a ternura
jamais seja resumida.
Amar a quem não nos ama
é o grande apelo da Vida!

144 - Zé Lucas
O amor da mulher querida
me fez virar trovador,
tornou-me o pai mais feliz
deste mundo encantador,
porque o sentido da vida
só se traduz com amor.
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continua...
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Parte 1 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/06/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-1.html 
Parte 2 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-2.html 
Parte 3 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-3.html
Parte 4 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-4.html
Parte 5 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilha-parte-5.html

Fonte: 
Doze em Ritmo de Sextilhas: Debate pela Internet. 20.02.2010 a 22.12.2010., 2012.

Isabel Furini (Lançamento do Livro “,,, E OUTROS SILÊNCIOS”, em 8 de julho)


Será lançado no domingo 08 de julho, 11 horas, no auditório do Solar do Rosário o livro de poemas: “,,, E OUTROS SILÊNCIOS”.
clique sobre a imagem para melhor visualização

Joel Samways Neto, escritor e dramaturgo, faz a apresentação da obra e fala: 
“(...) Como é possível, com tão poucos sinais gráficos, a língua escrita traduzir a língua falada? Ainda não se criou uma escola de psicologia que pudesse analisar, classificar, sintetizar, todas as nuances da personalidade humana. A história das suas teorias é um processo nunca acabado. No entanto, a língua escrita, com poucos sinais gráficos de pontuação, consegue registrar a alma da língua falada, permitindo ao leitor a reconstrução da significação presente no texto lido. E dentre os sinais gráficos de pontuação, a vírgula é dos mais estilísticos.

Porque tem a ver com a respiração, portanto com o controle da narrativa; porque tem a ver com a pausa, o silêncio, portanto com o ritmo da narrativa; porque tem a ver com a ironia, a insinuação, com a ordem inversa, com a elipse, amparando apostos, preparando vocativos...  Só mesmo reticências para enumerar os conteúdos da vírgula.

Isabel Furini buscou as vírgulas para poetizar a memória revisitada, a lembrança celebrada, o passado imperativo. Por vezes explicando, mas com vírgulas, não com dois pontos; doutras vezes, insinuando a transubstanciação da experiência vivida em acervo da alma. Ora confundindo, ora distinguindo, o imaginário e os sonhos, Isabel lavra o terreno fértil da história e faz brotar significados.

Isabel parece falar de si, de sua trajetória, de sua vida. 

De sua vida, vírgula. De todas as vidas. 

Ora, vírgulas.”

Fonte:
Convite enviado pela autora
Dados da obra em http://isabelfurini.blogspot.com.br/2012/06/e-outros-silencios-sera-lancado-no.html

Nilton Manoel (Cordel)


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Você já leu algum folheto de Cordel? Não! Nas bancas de jornais e revistas, existem histórias interessantes.

O cordel chegou a Ribeirão Preto, com a Editora Melodias e com o trabalho de Rodolfo Coelho Cavalcante por todo o Brasil. O cordelista morando em Salvador, próximo ao Mercado Modelo, editava seus folhetos e vendia-os em varais, ao mesmo tempo em que editava o jornal Brasil Poético, escrevia no Folha do Subúrbio (Camaçari-BA) e presidia entidades literárias nacionais. Inspiração fértil, mais de 1.800 folhetos, entre eles A moça que bateu na mãe e virou cachorra com quase dois milhões de cópias vendidas. Quando colunista do Diário de Notícias Nilton Manoel divulgava bastante os folhetos Rodolfo... Falecido em 1.986, nossa cidade consagrou-lhe o nome de uma rua e confirmou a data de 12 de março, Dia Municipal da Literatura de Cordel. O gênero é usado na prática pedagógica das escolas e tele-cursos. Ajuda na alfabetização infantil e adulta conforme estudos realizados por especialistas. A FTD tem o livro de Ruth Rocha e Ana Flora – Escrever e criar... é só começar... O PNLD diversas histórias e a Secretaria da Educação, Autores de Cordel, 1986. Na época dos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses e saxônicos, o Cordel já existia. No século XI, chegou a península Ibérica (Portugal e Espanha). Cordel é Cultura! Leia!Pesquise! Declame! Promova projetos de poesia e consagre espaço para os sua região. O Cordel está presente nos núcleos de língua-portuguesa do Japão, Holanda, França, USA e Brasil com destaque para a Biblioteca Nacional. Temos diversas arcádias entre elas a Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel e a Academia Brasileira da Literatura de Cordel. 

O CORDEL NA HISTÓRIA

          A história remonta a séculos. O vocábulo foi registrado pela primeira vez no Dicionário Contemporâneo de Aulete em 1881. Não há como precisar uma data do surgimento desse tipo de literatura, embora proceda a informação de que herdamos dos colonizadores portugueses que primeiramente desembarcaram na Bahia; porém não foram os portugueses os seus únicos criadores. Eles a assimilaram de fontes diversas a partir da Península Ibérica – região localizada entre Portugal e Espanha – e a ela imprimiram uma marca própria.

       Ler Camões (1524-1580), Cervantes (1547-1616) e Castro Alves (1847-1871) ampliamos nossa conceituação sobre a arte. Vejamos:- Em Luiz de Camões acham-se elementos dessa Cultura; idem na obra de Miguel Cervantes e do poeta baiano Castro Alves.

      Em vários países hispano-americanos e europeus, como no Chile e na França, também são perceptíveis os sinais dessa literatura.

     O paraibano Leandro Gomes de Barros foi o principal expoente da arte cordelista no Brasil (texto do livro A presença dos cordelistas e cantadores repentistas em São Paulo, Ibrasa, Assis Ângelo).

O CORDEL RIBEIRÃOPRETANO

A produção de literatura de Cordel em Ribeirão Preto é pequena, mas constante. Temos bons poetas no gênero. A poética cordelista exige cuidados específicos. 

O dia 12 de março é o Dia Municipal da Literatura de Cordel. O projeto 359/94 do vereador Cícero Gomes da Silva deu origem à Lei 6850/94 que homenageia Rodolfo Coelho Cavalcante, autor centenas de folhetos e palestras por todo o Brasil. Autor de sonetos, trovas e editor do jornal Brasil Poético. A constância literária deu-lhe homenagem pela Academia Brasileira de Letras por indicação de Jorge Amado. Diversos autores escrevem sobre Rodolfo.

CORDEL NAS ESCOLAS 

    Nas escolas, a literatura de Cordel está em projetos didáticos e numa série de livros do PNLD: Língua Portuguesa (coleção Conhecer e Crescer) da Escala Educacional, 5º ano. 2008, Língua Portuguesa, 4º ano, (projeto prosa,Editora Saraiva,2008.Na Semana Nacional do Folclore, o Cordel tem todos os espaços possíveis. A paulista Olímpia (SP), capital nacional do folclore, promove diversos eventos. A editora FTD na coleção Escrever e Criar é Só Começar, informa como se fazem folhetos de cordel. Encontramos hoje dezenas de outros autores com a poética do Cordel e a arte xilográfica.

No Brasil, pesquisadores apontam a literatura de Cordel como veio rico de educação, cultura e civismo. Temos núcleos de Cordel em vários países: na França, na Holanda, no Japão, em Portugal e USA, etc.

          Os franceses, pertencentes ao CNRS 
– Centre de Recherches Latino-americaines-Archivos (Poitier-Fr) pesquisam o Cordel. O mesmo ocorre com entidades brasileiras físicas e jurídicas; entre elas a Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel (BA) e a ABLC-Academia Brasileira de Literatura de Cordel (RJ).

        A ABLC ressalta:-
“Oriunda de Portugal, a literatura de Cordel chegou no balaio e no coração dos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali erradicou-se para os demais estados do Nordeste”.

       O verbete Cordel é polêmico e historiadores acreditam que a arte deveria ser conhecida como poesia popular ou poesia nordestina. O poema de cordel nordestino costuma trazer ilustrações xilográficas. Alguns deles fazem menções heráldicas e genealógicas

OFICINA DE CORDEL

Material necessário:- papel sulfite A4, branco, para o livro e colorido para a capa.  Lápis de cor ou giz de cera, grampeador Carbex 26/6 ou cola.  
Inspire-se! Seja criativo. Boa sorte.

A produção de um folheto de Cordel estimula o aluno à leitura, à escrita e a arte quando ilustra a capa ou a história por ele feita. Ainda a socialização do trabalho quando exposto em sala de aula ou pátio da escola.

O poema cordelista é um dos gêneros mais explorados na atualidade.

No aspecto material, o folheto em estilo nordestino é feito de uma folha de sulfite A 4 que, dobrada em quatro viram oito páginas. Seguindo nessa ordem 16,32...

 Os poetas gostam de explorar suas histórias em estrofes de seis versos (sextilhas ) ou sete versos (setilhas). As estrofes de seis versos (linhas) rimam apenas os versos 2ª,4º e 6ª e as setilhas: 2ª.4ª e 7ª e o 5ª com o 6º verso. Na metrificação os versos têm sete sílabas poéticas.

O poeta de Cordel é um mediador da cultura popular e erudita. Os produtores de Cordel adotam hoje a feitura em off set com fontes de micro-computadores (antigos tipos) de diversos formatos. As ilustrações são a cores (os folhetos da Luzeiro Editora) e as capas em papel encorpado. Nos bons tempos da geração mimeógrafo, poetas editavam com as letras da velha Remington 11. Os folhetos cordelistas exigem - como todo texto - a criatividade de seus autores. As histórias vão de 14 a 28 versos por página e multiplicam-se  por 8,16,32 etc. Quando o poeta tem fôlego, escreve uma história de  300 ou 400 versos, tranquilamente; muito comum nos romances. Nos concursos literários pede-se de 32 a 64 estrofes. Se o folheto tem 4 estrofes de sete versos, somam-se 28 versos e multiplicando-se pelo número de páginas o total de versos de um folheto.

A literatura de Cordel está nas feiras e galerias comerciais. Nas grandes cidades, mesmo aquelas que falam de preservação histórica, o poeta de cordel, repentista e folhetinista, tem perdido o espaço das praças centrais com a interferência das fiscalizações municipais. Literatura de Cordel é Educação e Cultura.

 (Nilton  Manoel, especialista em Educação, pedagogo (administração e supervisão), contabilista, jornalista, fotografo. Pertence a rede estadual de ensino. Afiliado a Apeoesp e Udemo. Faz parte de entidades literárias. Tem livros editados e prêmios recebidos)

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