tristes cruzes nas estradas,
são saudades nos caminhos
por mãos piedosas plantadas.
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Abraços, beijos e flores,
podem estar numa festa
ou também cobrindo dores
quando nada mais nos resta!
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A estreiteza de um abraço
tem enorme dimensão
porque dentro desse espaço
cabe qualquer emoção.
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A humildade não se cansa,
conserva a fé arraigada,
e vai plantando esperança
onde não haja mais nada.
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Após frustradas quimeras
nossos silêncios ocultos
mostram descrenças e esperas,
choram desejos sepultos.
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As campas dos cemitérios
sempre, em silêncio, esquecidas,
guardam os tristes mistérios
das esperanças perdidas.
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Buscando mundos risonhos,
plenos de sábios caminhos,
vou na humildade dos sonhos,
esquecer dos meus espinhos.
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De São Francisco de Assis,
era tamanha a humildade
que, ao fazer alguém feliz,
sentia felicidade.
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Em abraço dolorido,
quase sempre sem querer.
a gente deixa esquecido
o que esperava dizer.
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Em silêncio, pelas faces,
vão as lágrimas descendo,
quais esperanças fugazes
dos sonhos que vão morrendo!
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Enlaçados nos abraços,
cabem sorrisos e prantos,
satisfações e fracassos,
prazeres e desencantos!
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Humildade, bem celeste,
bondade fluindo ao léu;
venturas com que se veste
quem busca alcançar o céu.
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Na humildade do Calvário,
nova estrutura se lança
e de um ato sanguinário
nasce um Mundo de Esperança!
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Nas mentiras dos abraços
não ponhas demais a fé:
"Vivem falsos a dois passos
e a perfídia esta de pé...
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Não! O silêncio não basta
contra uma intriga atrevida
que, caluniosa e nefasta,
quer arruinar nossa vida.
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Neste abraço em que te aperto
com a beatitude de um monge,
sinto meu amor tão perto,
minha esperança tão longe!
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No abraço de despedida,
a gente sente em verdade
uma emoção repartida
que se vai tornar saudade!
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No abraço de despedida,
entre quem fica e quem parte,
resta um momento da vida
que, em saudade se reparte!
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Nos meus cabelos de prata,
silenciosa, sem defesa,
tio a fio, se retrata
minha infinita tristeza!
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Nos silêncios dos caminhos
a cruz triste e apodrecida
é uma lembrança entre espinhos,
dos espinhos desta vida.
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Nossos silêncios ocultos,
dentro do peito, sofrendo,
são quais desejos sepultos
dos sonhos que vão morrendo.
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Numa humildade feliz,
vou a vida a largos passos
e essa ventura me diz
que levo o mundo nos braços.
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0 abraço de despedida
deixa sempre a sensação
de uma coisa indefinida
machucando coração!
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0 meu sonho não se cansa,
vagaroso nos seus passos!
- Vai em busca da esperança,
com a Humildade nos braços!
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Para salvar aparências,
nós, pela vida, mentindo,
entre silêncios e esperas,
sofremos sempre sorrindo.
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Pelas curvas dos caminhos,
sempre a saudade se queixa
de abraços feitos de espinhos
que a vida sempre lhe deixa!
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Quais tênues gotas de orvalho
sobre as folhas pequeninas,
busca a humildade agasalho
nas almas mais cristalinas.
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Quem se conserva de pé
frente à calúnia tacanha,
tem humildade, tem fé,
e transpõe qualquer montanha!
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Silenciosos e tristonhos,
desfilam pelos caminhos,
os meus calvários de sonhos
e minhas cruzes de espinhos!
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Tal uma flor campesina,
sempre a humildade oferece
a grandeza pequenina
do perfume de uma prece!
Fonte:
Trovas enviadas por Nilton Manoel
