A gente. enquanto não ama,
da vida vive contente;
chegando, porém, Cupido,
adeus sossego da gente!
- - - - - –
A vida é sonho fugaz,
é pura e mera ilusão,
é leve pluma, que voa,
batida pelo tufão.
- - - - - -
Duas portas se escancaram,
ao partir a mocidade:
por uma foge a alegria,
pela outra entra a saudade.
- - - - - –
Lá bem longe, ao pé da serra,
minha terra, toda assim
— feita de amor e carinhos,
vive a sorrir para mim!
- - - - - –
Minha alma não mais anseia
por tuas suavidades.
Lua branca — lua cheia —
lua cheia — de saudades!...
- - - - - –
Plena, desperta a natura,
de seduções peregrinas,
quando vem, rindo, a alvorada,
pelos altos das colinas.
- - - - - –
Sem conta são minhas mágoas...
Nem pode um peito contê-las.
Para contá-las, não chegam
do firmamento as estrelas!
- - - - - –
Se por acaso, sonhando,
sonho tivermos tristonho.
vem a razão consolar-nos:
— sonhos não passam de sonho...
- - - - - –
Se recordar é viver,
— pela quimera embalado,
irei alento beber
nos sorrisos do passado.
- - - - - –
Sonhei risonho o meu fado,
sonhei loucos ideais.
De tanto sonho sonhado
guardo apenas queixas e ais.
- - - - - –
Carlos Augusto dos Santos Pinto nasceu na tradicional Fazenda do Cipó, distrito de Jaboticatubas, município de Santa Luzia/MG, a 17 de dezembro de 1873. Filho de Carlos Augusto dos Santos Pinto e D. Isabel dos Santos Ferreira. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, no ano de 1910, pela Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais. Em 1902 casou-se com D. Maria da Conceição de Mendonça Pinto, Foi Promotor de Justiça em Queluz, Sete Lagoas e Santa Luzia. Exerceu vários cargos públicos. Publicou um livro de poesias intitulado ''Evocações e Saudades". Carlos é pai do consagrado trovador Paulo Emílio Pinto. Radicou-se em Belo Horizonte/MG.
Fonte:
Aparício Fernandes (org.). Trovadores do Brasil. 2. Volume. RJ: Ed. Minerva,
da vida vive contente;
chegando, porém, Cupido,
adeus sossego da gente!
- - - - - –
A vida é sonho fugaz,
é pura e mera ilusão,
é leve pluma, que voa,
batida pelo tufão.
- - - - - -
Duas portas se escancaram,
ao partir a mocidade:
por uma foge a alegria,
pela outra entra a saudade.
- - - - - –
Lá bem longe, ao pé da serra,
minha terra, toda assim
— feita de amor e carinhos,
vive a sorrir para mim!
- - - - - –
Minha alma não mais anseia
por tuas suavidades.
Lua branca — lua cheia —
lua cheia — de saudades!...
- - - - - –
Plena, desperta a natura,
de seduções peregrinas,
quando vem, rindo, a alvorada,
pelos altos das colinas.
- - - - - –
Sem conta são minhas mágoas...
Nem pode um peito contê-las.
Para contá-las, não chegam
do firmamento as estrelas!
- - - - - –
Se por acaso, sonhando,
sonho tivermos tristonho.
vem a razão consolar-nos:
— sonhos não passam de sonho...
- - - - - –
Se recordar é viver,
— pela quimera embalado,
irei alento beber
nos sorrisos do passado.
- - - - - –
Sonhei risonho o meu fado,
sonhei loucos ideais.
De tanto sonho sonhado
guardo apenas queixas e ais.
- - - - - –
Carlos Augusto dos Santos Pinto nasceu na tradicional Fazenda do Cipó, distrito de Jaboticatubas, município de Santa Luzia/MG, a 17 de dezembro de 1873. Filho de Carlos Augusto dos Santos Pinto e D. Isabel dos Santos Ferreira. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, no ano de 1910, pela Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais. Em 1902 casou-se com D. Maria da Conceição de Mendonça Pinto, Foi Promotor de Justiça em Queluz, Sete Lagoas e Santa Luzia. Exerceu vários cargos públicos. Publicou um livro de poesias intitulado ''Evocações e Saudades". Carlos é pai do consagrado trovador Paulo Emílio Pinto. Radicou-se em Belo Horizonte/MG.
Fonte:
Aparício Fernandes (org.). Trovadores do Brasil. 2. Volume. RJ: Ed. Minerva,
Nenhum comentário:
Postar um comentário