quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Paulo R. O. Caruso (Cordel ao Fantasma de Zé Mitôca)



(Vencedor da Modalidade Cordel, Âmbito Nacional/Internacional do X Concurso Literário Zé Mitôca da UBT-Ocara/2018)

Um ponto nobre de Ocara,
o nosso açude Batente,
estava calmo, tranquilo;
passava bastante gente
num luar o mais bonito
até que se deu agito 
nas suas águas, oxente!

Ao chegar da meia-noite,
não nalgum dia comum,
mas no dia vinte e nove
de fevereiro, nenhum 
cabra desconfiaria:
apareceu nesse dia 
Zé Mitôca, o poeta-um!

Entre todos os poetas,
o número um de Ocara
era mesmo Zé Mitôca,
que recebeu esta cara 
homenagem da cidade
por sua capacidade 
artística: joia rara!

Pois o cabra apareceu,
das águas do nosso açude
como pseudoassombração
e retornou amiúde 
a tecer os seus poemas 
sem problemas ou dilemas,
não sendo um fantasma rude!

Da população de Ocara,
quem o viu aparecer, 
por incrível que pareça,
nem se assustou a valer,
pois a saudade era imensa
desse cabra que compensa 
com a poesia o sofrer!

Todos sabem que ele é morto,
uma assombração à vista,
mas sabem que ele é do bem,
um tremendo de um artista
que surge de quando em vez
e que muita história fez,
sendo criatura benquista!

Na verdade o povo chega
e cada qual já procura
seu lugar horas mais cedo
às margens do açude e jura
que o vulto de Zé Mitôca 
solta cordel pela boca 
e diversos males cura!

Então, quando ele chegou
encontrou monte de gente
a esperá-lo fascinada,
o que o fez alegremente 
cumprimentar mui brejeiro
cada ouvinte brasileiro 
que o esperava calmamente.

Ao ver o povo aguçado,
Zé Mitôca então buscou,
por um estalar de dedos,
fazer convite e chamou
mais alguém ao repentismo,
sendo que por altruísmo
não somente ele brilhou.

O convidado da vez 
foi o grande violonista
dos pampas Arthur Bonilla,
que dedilhou, ante a vista
ocarense o seu querido 
instrumento e ouviu pedido
de bis da terrena pista.

Bonilla mais parecia
num teatro estar tocando 
junto com Yamandu Costa, 
como nos bons tempos quando
era vivo em carne e osso,
mas como sorria o moço
ao público venerando!

O repente do cordel 
que Zé Mitôca entoava 
unia-se com esmero 
aos dedilhares que dava 
o artista seu companheiro 
em harmonia e certeiro 
sincronismo que ele amava.

Até às seis da manhã, 
assim foi-se a madrugada,
quando os archotes do sol
pioneiros nesta jornada, 
como num espreguiçar,
do astro-mor vieram dar
bom dia à plateia amada!

Zé Mitôca e seu amigo 
Bonilla foram então
despedindo-se do povo
e prometendo um tostão 
novo do seu espetáculo,
e lhe disseram que o oráculo
ouviria um bom sermão!

Afinal, somente após 
mais quatro anos teriam
outro espetáculo desse 
em Ocara e sofreriam
demais numa espera intensa,
por felicidade imensa
à gente a quem tocariam!

Após consulta ao oráculo
Zé Mitôca enfim mandou
um memorando do além, 
o que a mim o bem levou,
pois o teor vou dizer 
em primeira mão, prazer
que a mim ele confiou.

Se só dia vinte e nove 
de fevereiro era pouco
para o povo ter cordel 
de Zé Mitôca, foi rouco 
de alegria que gritei 
o novo contato e dei 
com certeza uma de louco!

Muita gente veio ouvir 
o que Zé passara a mim,
pois seria um dia histórico
à cidade e logo enfim
exercitei a garganta,
já que a alegria era tanta
e pronunciei-me assim:

“Querido povo de Ocara,
eu, Poeta Zé Mitôca,
trago-lhe boas notícias
e vou falar pela boca
do colega à sua frente;
não estranhem, cara gente,
ele não é alma louca”. 

“Consultei o caro oráculo
sobre a possibilidade
de incrementar a frequência 
da aparição na cidade,
então trago uma resposta
que espero de costa a costa
chegar logo, de verdade!”

“Por bons serviços prestados,
fui ouvido com carinho,
sendo que foi deferido
eu seguir o meu caminho
sim no dia vinte e nove
de qualquer mês que se prove 
não haver rodamoinho”.

“Conhecendo o meu Brasil, 
sei que eu sigo calmamente,
pois haver rodamoinho
é chance que raramente 
se daria no país,
o que me deixa feliz 
quanto ao declamar à frente!”

E quando acabei de ler 
o memorando do Zé, 
o povo ficou eufórico,
cada qual com sua fé,
e agradeci a Jesus
por ser minha cara luz,
minha mente e cada pé!

Fonte: Cordel enviado pelo autor

Stanislaw Ponte Preta (A ignorância ao alcance de todos)


Todo dito popular funciona e ficaria o dito pelo não dito se os ditos ditos não funcionassem, dito o que, acrescento que há um dito que não funciona ou, melhor dito, é um dito que funciona em parte uma vez que, no setor da ignorância, o dito falha, talvez para confirmar outro velho dito: o do não-há-regra-sem-exceção. Digo melhor: o dito mal-de-muitos-consolo-é encerra muita verdade, mas falha quando notamos que ignorância é o que não falta pela aí e, no entanto, ninguém gosta de confessar sua ignorância. Logo, pelo menos aí, o dito dito falha.

Tenho experiência pessoal quanto à má-vontade do próximo para com a própria ignorância, má-vontade esta confirmada diversas vezes em poucos minutos, graças a uma historinha vivida ao lado do escritor Álvaro Moreira, num dia em que fomos almoçar juntos, na cidade.

Já não me lembro qual o motivo do almoço. Lembro-me, isto sim, que íamos caminhando, quando Alvinho disse, em voz alta:

- Leônio Xanás.

- O quê? - perguntei, e Alvinho explicou que Leônio Xanás era o nome do pintor que estava pintando seu apartamento. Até me mostrou um cartãozinho, escrito "Leônio Xanás - Pinturas em Geral - Peça Orçamento".

- Hoje acordei com o nome dele na cabeça. A toda hora digo Leônio Xanás - contava o escritor. - Ainda agorinha, ao entrar no lotação, disse alto "Leônio Xanás" e levei um susto, quando o motorista respondeu: "Passa perto". Ele pensou que eu estava perguntando por determinada rua e foi logo dizendo que passa perto, sem, ao menos, saber que rua era.

Foi aí que nos nasceu a vontade de experimentar a sinceridade do próximo e nos nasceu a certeza de que ninguém gosta de confessar-se ignorante mesmo em relação às coisas mais corriqueiras. Entramos numa farmácia para comprar Alka-Seltzer (pretendíamos tomar vinho no almoço) e Alvinho experimentou de novo, perguntando ao farmacêutico:

- Tem Leônio Xanás?

- Estamos em falta - foi a resposta.

Saímos da farmácia e fomos ao prédio onde tem escritório o editor do Alvinho. No elevador, nova experiência. Desta vez quem perguntou fui eu, dirigindo-me ao cabineiro do elevador:

- Em que andar é o consultório do Dr. Leônio Xanás?

- Ele é médico de quê?

- Das vias urinárias - apressou-se a mentir o amigo, ante a minha titubeada.

- Então é no sexto andar - garantiu o cara do elevador, sem o menor remorso. E se não tivéssemos saltado no quarto andar por conta própria, teria nos deixado no sexto a procurar um consultório que não existe.

E assim foi a coisa. Ninguém foi capaz de dizer que não conhecia nenhum Leônio Xanás ou que não sabia o que era Leônio Xanás. Nem mesmo a gerente de uma loja de roupas, que - geralmente - são senhoras de comprovada gentileza. Entramos num elegante magazine do centro da cidade para comprar um lenço de seda para presente. Vimos vários, todos bacanérrimos, mas - para continuar a pesquisa - indagamos da vendedora:

- Não tem nenhum da marca Leônio Xanás?

A mocinha pediu que esperássemos um momento, foi até lá dentro e voltou com a prestativa senhora gerente. Esta sorriu e quis saber qual era mesmo a marca:

- Leônio Xanás - repeti, com esta impressionante cara-de-pau que Deus me deu.

Madame voltou a sorrir e respondeu: - Tínhamos, sim, senhor. Mas acabou. Estamos esperando nova remessa.

Foi uma pena não ter. Compramos de outra marca qualquer e fomos almoçar. Foi um almoço simpático com o velho amigo. Lembro-me que, na hora do vinho, quando o garçom trouxe a carta, Alvinho deu uma olhadela e disse, em tom resoluto:

- Queremos uma garrafa de Leônio Xanás tinto.

O garçom fez uma mesura: - O senhor vai me perdoar, doutor. Mas eu não aconselho esse vinho.

Devia ser uma questão de safra, daí aconselhar outro:

- O Ferreirinha não serve?

Servia.

É, irmãos, mal de muitos consolo é, mas ignorante que existe às pampas, ninguém quer ser.

X Concurso Literário Zé Mitôca da UBT-Ocara (Resultado Final)




Modalidade: Poesia

Tema: Poesia em alusão a Ocara ou aos vultos de Ocara)

ÂMBITO: ESTADUAL – CEARÁ
(Inclusive de membros da UBT-Ocara)

VENCEDORES:

1º. Lugar:
Luiz Correia da Costa
(Aquiraz/CE)
“Ocara”

2º. Lugar:
Cirlene Setubal
(Fortaleza/CE)
“Banhada em pranto”

3º. Lugar:
Eliane Santos
(Fortaleza/CE)
“Beleza Rara”

MENÇÃO HONROSA:

4º. Lugar:
Clara Setúbal
(Fortaleza/CE)
“Descortinando o olhar”

ÂMBITO: Nacional/internacional

Modalidade: Poesia

Tema: Poesia em alusão a Ocara ou aos vultos de Ocara)

VENCEDORES:

1º. Lugar:
Plácido Ferreira do Amaral Júnior
(Caicó/RN)
“Jurema... Ocara”

2º. Lugar:
Mário Moura Marinho
(Sorriso/MT)
“Homenagem ao Bonequeiro Pedro Boca Rica”

3º. Lugar:
Robson Silva Alves
(Coaraci/BA)
 “Alma de Poeta”

MENÇÕES HONROSAS:

4º. Lugar:
Francisco Gabriel Ribeiro
(Natal/RN)
“A Filha das Juremas”

5º. Lugar:
Marcelo de Oliveira Souza
(Salvador/BA)
“Ocara”

6º. Lugar:
Roque Aloisio Weschenfelder
(Santa Rosa/RS)
“De cara com Ocara”

MENÇÕES ESPECIAIS:

7º. Lugar:
Elias Pescador
(São Paulo/SP)
“No centro da Taba (Pbiôak)”

8º. Lugar:
Plácido Ferreira do Amaral Júnior
(Caicó/RN)
“Ocara: Cultura e personagens”

9º. Lugar:
Leônidas de Souza
(Osasco/SP)
“ARTEmiza”

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL - CEARÁ

Moreira Lopes (Dedé Lopes)
ACLA e UBT-Maranguape/CE
“Homenagem a UBT-Ocara”

ÂMBITO: Nacional/internacional

Modalidade: Cordel

Tema: Poesia em alusão a Ocara ou aos vultos de Ocara)

VENCEDORES:

1º. Lugar:
Paulo Roberto de Oliveira Caruso
(Rio de Janeiro/RJ)
“Cordel ao fantasma de Zé Mitôca”

2º. Lugar:
Glória Tabet Marson
(São José dos Campos/SP)
“Conheça um pouco de Ocara”

3º. Lugar:
Paulo Roberto de Oliveira Caruso
(Rio de Janeiro/RJ)
“Cordel a Lavoisier e ao lobisomem de Ocara”

Modalidade: Microconto

Tema: Livre

ÂMBITO: Estadual – Ceará
(Inclusive de membros da UBT-Ocara)

VENCEDORES:

1º. Lugar:
Abelardo Nogueira
(UBT-Ocara/CE)
“O pescador”

2º. Lugar:
Ana Maria Nascimento
(Araçoiaba/CE)
“A despedida”

3º. Lugar:
Eliane Santos
(Fortaleza/CE)
“Segredo da Jurema”

MENÇÕES HONROSAS:

4º. Lugar:
Henrique Eduardo Alves Pereira
(UBT-Maranguape e UBT-Ocara/CE)
“Certeza”

5º. Lugar:
Cirlene Setúbal
(Fortaleza/CE)
“Cardápio”

6º. Lugar:
Clara Setúbal
(Fortaleza/CE)
“Gélido”

MENÇÕES ESPECIAIS:

7º. Lugar:
Manuel Casqueiro
(Fortaleza/CE)
“Eu efêmero opúsculo”

8º. Lugar:
Abelardo Nogueira
(Ocara/CE)
“O dia em que nasceu um gênio”

ÂMBITO: Nacional/internacional

Modalidade: Microconto

Tema: Livre

VENCEDORES:

1º. Lugar:
Cândida Maria de Lima Papini
(São Paulo/SP)
“Secura”

2º. Lugar:
Jaime Pina da Silveira
(São Paulo/SP)
“Nada a ver”

3º. Lugar:
Edweine Loureiro da Silva
(Saitama/Japão)
“Jornadas”

MENÇÔES HONROSAS:

4º. Lugar:
Geraldo Trombin
(Americana/SP)
“Amores”

5º. Lugar:
Marcos Antônio Campos
(Natal/RN)
“O Turíbulo”

6º. Lugar:
Paulo Roberto de Oliveira Caruso
(Rio de Janeiro/RJ)
“A cueca do sumiço”

MENÇÔES ESPECIAIS:

7º. Lugar:
Roque Aloisio Weschenfelder
(Santa Rosa/RS)
“O papa furos”

8º. Lugar:
Lóla Prata
(Bragança Paulista/SP)
“Esquecimento”

9º. Lugar:
Heder Rubens Silveira e Souza
(Chapecó/SC)
“A entrega”

DESTAQUES:

10º. Lugar:
Abilio Kac
(Rio de Janeiro/RJ)
“Best Seller”

11º. Lugar:
Elias Pescador
(São Paulo/SP)
“Diálogo surpreendente Pbiõak”

12º. Lugar:
Francisco Gabriel Ribeiro
(Natal/RN)
“O parto”

MAIS MICROCONTOS CLASSIFICADOS
(Ordem alfabética de autor)

– Cândida Maria de Lima Papini
(São Paulo/SP)
“Silêncio eterno”

– Cândida Maria de Lima Papini
(São Paulo/SP)
“Borboleta - Voo frágil”

– Edweine Loureiro da Silva
(Saitama/Japão)
“Por via das dúvidas”

– Jaqueline Machado
(Cachoeira do Sul/RS)
“Tudo é possível”

– Leônidas de Souza
(Osasco/SP)
“Ocara!!!”

– Lóla Prata
(Bragança Paulista/SP)
“Labirinto”

– Lóla Prata
(Bragança Paulista/SP)
“Leque”

– Paulo Roberto de Oliveira Caruso
(Rio de Janeiro/RJ)
“Pela Dinha”

Fonte: Colaboração de A. A. de Assis

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Paulo R. O. Caruso (Cordel a Lavoisier e ao Lobisomem de Ocara)



Da grã Sagrada Família
a nossa Igreja Matriz 
certa vez foi ofendida 
por indivíduo infeliz
frente a quem diversos somem;
foi um tal de lobisomem 
que fazer bagunça quis!

Ele ameaçou um padre, 
que foi logo se benzendo,
pedindo a Deus pela vida,
mas esse bichão horrendo 
não contava com a ajuda 
de uma certa mão graúda 
de um super-herói tremendo!

Apareceu de repente,
para assombro do bichão, 
um cidadão ocarense 
que foi baita goleirão –
Lavoisier, brasileiro
que venceu no mundo inteiro,
a esperada salvação!

O lobisomem sorriu
para o herói desta cidade
e até mesmo gargalhou,
desdenhando de verdade
do vitorioso atleta
que teve atuação seleta 
contra a cria da maldade!

O lobisomem tentou 
no nosso herói dar patada,
mas não contava de fato 
com a esquiva preparada 
por Lavoisier guerreiro,
que fez o monstrengo arteiro
desabar lá na calçada.

Quem riu agora de fato 
foi somente o ex-goleiro,
para raiva do bichão,
que se levantou faceiro
como quem tenta um rebote 
mas Lavoisier, num trote,
o levou de novo ao chão. 

Cansado de brincadeiras, 
Lavoisier o levantou
e lhe deu baita patada
no ouvido, o que o transtornou,
fazendo tonto ficar 
o ser a pavor levar 
à cidade em que morou. 

Foi com a mão de defesas
históricas no futsal 
que o ex-atleta estatelou 
a criatura e todo o mal 
que esta então representava;
ali mesmo é que acabava
esse lunar ritual! 

A criatura ficou zonza,
como se tivesse feito 
ida a boteco beber,
e viu logo não ter jeito 
contra o nosso ex-goleirão,
sendo que veio a razão
ao pensamento perfeito.

Mandou-se cambaleante 
a criatura por ruas 
de Ocara até que sumiu
para que não mais das suas 
aprontasse na cidade, 
pois humilhou-se a maldade
que estava de faces nuas!

Fonte: Cordel enviado pelo autor 

Concurso de Trovas de Bandeirantes/PR (Resultado Final)



Âmbito Nacional/Internacional

Categoria: Novos Trovadores

Tema: REGRESSO (Lírica/Filosófica )

VENCEDORES:

1º.  
Antonio Francisco Pereira
Belo Horizonte/MG

O quanto te amo, querida,
nem às paredes confesso,
mas deixo a casa florida
esperando o teu regresso.

2º.
Antonio Francisco Pereira
Belo Horizonte/MG

Vai e vem a nossa vida
entre avanço e retrocesso:
ora, a dor da despedida;
ora, o prazer do regresso.

3º.
José Arthur Basaglia
São Paulo/SP

Feliz é a volta ao lar.
O bom regresso que faço.
Lá tem alguém a esperar
para me dar um abraço!

4º.
Maria Zilnete de Moraes Gomes
Campos dos Goytacazes/RJ

Regressei de onde parti
para remir meu passado...
Mudei? Mudou o que vi?
Constatei tudo mudado.

5º.
Massilon Ferreira da Silva
Poço Redondo/SE

Não choro tua partida
nem pra ficares te peço,
pois sei que pra toda ida
sempre haverá um regresso.

6º.
Maurício Norberto Friedrich
Curitiba/PR

Regressaste... que alegria!
E a tristeza foi embora...
Já não vivo em apatia;
meu amor, por ti, aflora.

7º.
Nadja Cristina Lenzi Gadotti
Balneário Camboriú/SC

Naquela fotografia
vejo o regresso ao passado;
seu amor me protegia
num laço bem apertado.

8º.
Oly César Wolf
Campo Largo/PR

Grande mistério da vida,
no qual penso, sem sucesso:
Será a morte, partida?
Ou é morrer um regresso?

9º.
Rúbia Carla Sterza Versoza
Londrina/PR

Esse aroma de pão quente,
ali no forno a estalar,
incentiva muita gente
ao regresso para o lar

10º.
Sandra Maria Lança Salgueiro
Campos dos Goytacazes/RJ

Voltar à terra natal,
só me traz felicidade,
regressar é tal e qual,
reviver a mocidade!
______________________
Âmbito Nacional/Internacional

Categoria: Veteranos

Tema: REGRESSO (Lírica/Filosófica)

VENCEDORES:

1º.
Alba Helena Corrêa
Niterói/RJ

Digo: Não vou! Mas me apresso...
A paixão conduz meus passos:
sempre leva, de regresso,
o meu corpo aos teus abraços!!!

2º.
Ana Cristina de Souza
São Paulo/SP

Neste abraço, forte e mudo,
que me envolve redimida,
teu regresso trouxe tudo
que eu preciso nesta vida...

3º.
A. A. de Assis
Maringá/PR

Com que ardor regressa ao lar
de noitinha o lavrador...
– Após o grão semear,
merece colher amor!

4º.
Arlindo Tadeu Hagen
Juiz de Fora/MG

Contenho a minha emoção
com teu regresso à cidade:
eu apenas ergo a mão
e quem acena é a saudade.

5º.
Carolina Ramos
Santos/SP

Partiste! A dor me magoa,
mas sei enfrentar fracassos.
- Regressas!...  A dor?... Que doa!...
-Esqueço tudo... e abro os braços!

6º.
Cezar Augusto Defilippo
Astolfo Dutra/MG

Fiz “regressão” na esperança,
voltei ao passado, enfim,
quis despertar a criança
que dormiu dentro de mim.

7º.
Cláudio de Cápua
Santos/SP

Ah! Você não vem! Não volta...
Eu, na saudade tropeço,
em noite que me revolta,
esperando o seu regresso.

8º.
Dáguima Verônica de Oliveira
Santa Juliana/MG

Voltando ao velho passado,
o regresso é meu desgosto,
pois o tempo, ao ser lembrado,
ainda chove em meu rosto.

9º.
Dari Pereira
Maringá/PR

É tão bonito o regresso,
pelo caminho, que vai,
sem curvas, com livre acesso,
de volta à casa do Pai...

10º.  
Dodora Galinari
Belo Horizonte/MG

Se há tempestade alarmante,
eu regressarei de pé:
- sou navio confiante
no "Comandante da Fé".

11º.
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
Juiz de Fora/MG

Na solidão da invernada,
sendo do amor réu confesso,
deixo a porta destrancada,
sonhando com seu regresso

12º.
Edmar Japiassú Maia
Nova Friburgo/RJ

Este amor de que padeço,
nem teu regresso desfez:
ou de uma vez eu te esqueço,
ou te assumo de uma vez!

13º.
Eduardo A. O. Toledo
Pouso Alegre/MG

Aguardando um “trem-expresso”,
pela estação eu me ponho
a esperar o teu regresso
na plataforma do sonho!!!

14º.
Élbea Priscila de Sousa e Silva
Caçapava/SP

Com teu regresso, a alegria
sem cerimônia me invade
e, num passe de magia,
dá sumiço... na saudade.

16º.
Elias Pescador
São Paulo/SP

Abrace e solte o sorriso
por alguém ter regressado...
O amor sincero e preciso
deixa as mágoas no passado!...

17º.
Ercy Maria Marques de Faria
Bauru/SP

Regresso ao lar que outro dia
deixei por erros banais...
Porém, a vida anuncia:
- Chegaste tarde demais!

18º.
Gilvan Carneiro da Silva
São Gonçalo/RJ

Regressou... mas eu confesso
tanto orgulho ele extrapola,
que eu recebo o seu regresso
como se fosse uma esmola...

19º.
Jerson Lima de Brito
Porto Velho/RO

Disse que não te queria
só por vaidade, confesso!
Não mensurei a agonia
que é suplicar teu regresso...

20º.
João Paulo Ouverney
Pindamonhangaba/SP

- Regressa! É o apelo ardente...
- És minha vida, o meu tudo!
mas o “tudo”, indiferente,
insiste em manter-se mudo.

21º.
José Ouverney
Pindamonhangaba/SP

Depois que esse teu regresso
passou de "nunca" a "talvez",
viver sonhando - confesso -
virou mania outra vez!

22º.
Maria Helena Oliveira Costa
Ponta Grossa/PR

Embora sonhos carregue,
na partida a Deus eu peço
que – por favor – não me negue
a alegria do regresso!...

23º.
Mário Moura Marinho
Sorriso/MT

"Eu quero a paz de regresso,
de regresso à minha terra;
e minha terra em progresso."
Eis o meu grito de guerra.

24º.
Myrthes Mazza Masiero
São José dos Campos/SP

Teu regresso! Que ansiedade!
Aureolada de arrebol,
soprei sombras de saudade,
vesti minha alma de Sol!

25º.
Professor Garcia
Caicó/RN

Teu regresso, não me importa;
o tempo já dá sinais,
da esperança quase morta,
nos braços de um “nunca mais”!

26º.
 Renata Paccola
São Paulo/SP

Sem ordem e sem progresso,
nossa bandeira caída
espera pelo regresso
da paixão que lhe deu vida!

27º.
Renata Paccola
São Paulo/SP

Joga as sementes sem pressa
de colher o que plantou:
o fruto sempre regressa
às mãos de quem semeou…

28º.
Therezinha Dieguez Brisolla
São Paulo/SP

Pegava a chave e saia...
Depois, o regresso e a jura...
Mas, o amor cansou-se um dia
e trocou a fechadura.

29º.
Vânia Maria Menezes de Figueiredo
Campinas/SP

É na trova que eu regresso
aos felizes tempos meus
de juventude e sucesso,
sem partidas, sem adeus!

30º.
Wanda de Paula Mourthé
Belo Horizonte/MG

O nosso lar viu, um dia,
teu amor em retrocesso,
 mas meu sonho, em teimosia,
já vislumbra teu regresso...

OBS: A classificação em dobro foi para compensar a falta do concurso no ano de 2016.
Lucília Decarli

Fonte: Resultados enviado pelo trovador A. A. de Assis