sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ademar Macedo (O Trovadoresco n. 89 – novembro de 2012)




                                 
Fiz minha casa de barro
ao lado de uma favela.
Lá fora, eu sei, não tem carro,
mas tem amor dentro dela!...
– Ademar Macedo –

Quando o amor acende a chama
no coração da pessoa...
Faz do coração que ama
um coração que perdoa!
– Prof. Garcia –

Mandei clonar do meu ser
uma cópia da ilusão
para jamais esquecer
as razões do coração.
– Francisco Bezerra –

Estudando noite e dia,
como quem cumpre uma lei,
consegui sabedoria
pra saber que nada sei.
– José Lucas de Barros –

Cada gole de aguardente
traz um ardor vitalício,
queimando as queixas da mente
dentro do fogo do vício...!
– Manoel Cavalcante –

O outono ali vem chegando,
já me sinto à sua espera...
contudo vou degustando
uns restos de primavera.
– Ubiratan Queiroz –

Janela do meu encanto,
de alcance manso e profundo...
À noite, levas meu pranto;
de manhã, trazes meu mundo!
–Mara Melinni/RN–

Jamais eu me recusei
A confessar meu pecado,
A vida toda eu amei,
Jamais me senti amado.
–Wellington Freitas/RN–

Piedade, chama divina,
que acende a cada aflição,
é fonte que me ilumina
quando concedo o perdão.
– Marcos Medeiros –

Entre nós dois se comprova
as discrepâncias da lida;
eu, quase com o pé na cova,
você, florindo pra vida!
– Zé de Souza –
    
                
Tão bela, tão generosa,
símbolo eterno da paz,
pede desculpas a rosa
pelos espinhos que traz!
(A.A. de Assis/PR)

Nos percalços dessa vida
já deixei muita pegada
como marca dolorida
dos revezes da jornada.
(Eliana Jimenez/SC)

De saudade quase morta
volto, mas, sem piedade,
teu desprezo fecha a porta
na cara dessa saudade…
(Divenei Boseli/SP)

Volto agora à realidade,
depois de tanta bonança...
e as mãos cruéis da saudade
apertam mais a lembrança!
(Maria Thereza Cavalheiro/SP)

Vai, estudante, buscar
conhecimento fecundo
pois, és a pedra angular
na construção do teu mundo!
(Francisco José Pessoa/CE)

Se pergunto o que é saudade,
quem dela sofre, responde:
- uma dor com caridade...
ora vem, ora se esconde.
(Dáguima Verônica/MG)

Só tu, penumbra que invade
meu quarto, sem cerimônia,
sabes de quantas saudades
se compõe a minha insônia!
(Élbea Priscila de Souza/SP)

A virtude, simplesmente,
é um dos dons abençoado:
reflete o nosso presente
num espelho do passado...
(Rejane Costa/CE)

Se eu pudesse repartia
em gestos de amor profundo
o meu pão de cada dia
entre os famintos do mundo!...
(Maria Madalena Ferreira/RJ)

Das bofetadas que a vida
me deu sem muita piedade,
tu foste a mais dolorida
e a que mais deixou saudade.
(Thalma Tavares/SP)



Vendo os dotes da Jussara
no seu biquíni miúdo,
morro de inveja do cara
que é dono daquilo tudo!!!
(Clarindo Batista/RN)

O zeloso fazendeiro,
homem de peso e distinto,
tropeça no galinheiro!...
Quebra o pescoço do pinto!
(Hélica Cruz de Oliveira/MG)

Deu à sogra, de presente,
uma vassoura, a brincar...
– ao que ela indaga, inocente:
“Pra varrer?” – Não! Pra voar!...
(Rodolpho Abudd/RJ)

A defender eu me apresso
o linguajar puro e rico.
Mineiro não diz “tropeço”:
Se fôr “da gema”, é “trupico”!
(Marisa da C. Pereira/MG)

Casei-me sim, com o Castro,
que... podia ser meu tio...
Mas pelo “naipe” do mastro
É que se compra o navio!
(Jaime Pina da Silveira/SP)

“Pagou um mico” perfeito
a Clara, em busca de fama!
Disse à esposa do prefeito:
“eu sou a Segunda dama!”...
(Clenir Neves Ribeiro/RJ)

Um dia apenas vivido
e rebelou-se a donzela,
vendo a mala do marido
pequena pras coisas dela!
(Edmar Japiassú Maia/RJ)

O que demorava um mês
pra fazer com a namorada,
hoje eu faço de uma vez
quando danço uma lambada.
(Dorival Coutinho/SP)

Mesmo pequeno e roliço,
no mundo, ninguém calcula;
quem foi que deu um sumiço
no dedo da mão de Lula!
(Ademar Macedo/RN)



Como num sonho, a viagem,
pelo teu corpo desnudo,
eu fiz, sem pagar passagem
e desfrutando de tudo!
– Francisco Macedo –

Uma oração comovida
que, um dia, fiz a Jesus,
encheu meu sonho de vida
e a minha vida de luz!...
(Hermoclydes S. Franco/RJ)

Sempre que a saudade afronta
a lembrança, em desafio,
a velhice faz a conta
do tamanho do vazio.
(Miguel Russowsky/SC)

Entre esperas e demoras,
que a solidão descompassa,
já nem sei quantas auroras
vi chegar pela vidraça!...
(Vasques Filho/PI)


       
O teto é feito de palha,
só tem telha no capote,
a geladeira é um pote,
o gás butano, a fornalha;
uma cerca é a muralha,
o cadeado, um cambito;
a campainha é um grito;
o portão, uma cancela,
Minha casinha é aquela
no pé de serra esquisito.
(Pedro Ernesto da Silva/CE)

Os versos são comprimidos
que eu tomo pra minha dor,
a viola é uma medalha
no peito do cantador;
e a poesia é na verdade,
a mais pura identidade
deste humilde Trovador!
(Ademar Macedo/RN)

IMPOSSÍVEL.
– Rogaciano Leite/PE –

Tudo findo. Deixaste-me e seguiste
o primeiro que veio ao teu caminho;
não pensaste sequer que fiquei triste,
preso à desgraça de viver sozinho!

Dois longos anos!...Nunca mais me viste!
Foram-se as aves, desmanchou-se o ninho!...
Hoje, me escreves: “Meu viver consiste
na mistura de lágrimas e vinho!”

E me imploras: “Perdoa-me e consente
que eu vá viver contigo novamente,
pois só contigo poderei ter paz!”

Eu te perdôo... mas o empecilho é este:
eu amava aquela alma que perdeste...
alma que nunca reconquistarás!...

APOIO: GRÁFICA PADRE JOÃO MARIA - Tel: 3207-5862

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