segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Baú de Trovas XXXVI


A renúncia corresponde,
muita vez, a muito amar;
como quando o Sol se esconde
para que brilhe o luar!
A. A. de Assis
(Maringá/PR)  

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O troféu era uma taça,
e o bebum, em ousadia,
diz:- Que coisa mais sem graça
ganhar a taça vazia.
Alba Christina Campos Netto
(São Paulo/SP)

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Em meus sonhos de criança,
desejei pescar a Lua
e pus anzóis de esperança
nas poças d'água da rua!
Delcy Canalles
(Porto Alegre/RS)

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A trova é tão pequenina,
mas diz tudo quanto quer,
qual vaidosa menina
que já se julga mulher...
Diamantino Ferreira
(Campos dos Goytacazes/RJ)
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A minha lágrima triste
que na face não rolou
foi a do brilho que viste
e o meu orgulho secou!
Denise Cataldi
(Nova Friburgo/RJ)

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Passa a nuvem…volta... ardente
o mesmo sol, o esplendor,
passa a mágoa que se sente,
mas não volta o mesmo amor…
Déspina Athanásio Perusso
(São Jerônimo da Serra/PR)

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Na esperança verde e bela
há o otimismo de luz!
Se a porta fecha, a janela
se abre em par e o sol reluz!
Dinair Leite
(Paranavaí/PR)

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"Me apavora o fim do mundo!”
diz ao amigo, o Garcês.
"Pois eu já não vou tão fundo...
meu fantasma é o fim do mês…”
Dorothy Jansson Moretti
(Três Barras/SC, 1926 – 2017, Sorocaba/SP)

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À consciência frustrada
eu tentei de amor falar;
mas o amor não é mais nada
se não se tem o que amar...
Elias Pescador
(São Paulo/SP)

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Autenticidade é luz
e ofusca qualquer mentira;
toda verdade reluz,
valoriza e nada tira.
Emilio Soares da Costa
(Vitória/ES)

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Fim do amor, sonhos extintos...
Mas a saudade é radar
que atravessa labirintos
e consegue me encontrar!
Héron Patrício
(Ouro Fino/MG, 1931 – 2018, Pouso Alegre/MG)

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Não choro o tempo perdido
num caminho mal traçado;
o que já foi percorrido,
bem ou mal foi caminhado...
Istela Marina Gotelipe Lima
(Bandeirantes/PR)

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Calmo... Às vezes violento...
Este amor que nos inflama,
é como o sopro do vento
que atiça... ou apaga a chama...
Ivone Taglialegna Prado
(Belo Horizonte/MG)

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Saudoso, eu batia a aldrava
e muito alegre, ao entrar,
em sua fonte eu matava
a minha sede de amar!
Lavínio Gomes de Almeida
(Barra do Piraí/RJ, ???? – 2009)

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Do mar recebo a lição;
- Não guarde mágoas passadas...
As ondas que vêm e vão,
da areia apagam pegadas...
Luzia Brisolla Fuim
(São Paulo/SP)

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Quando a paixão perde o encanto
e a sorte se torna ingrata,
nem o abandono dói tanto…
A indiferença é que mata!
Maria Lua
(Nova Friburgo/RJ)

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Entre os véus da noite, imerso
insone em meu travesseiro,
escrevo apenas um verso
e a saudade… um livro inteiro!
Maria Lúcia Daloce Castanho
(Bandeirantes/PR)

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Eu creio na honestidade,
na justiça clara e reta,
no fim da desigualdade...
Não sou louco... Eu sou poeta!
Olympio da Cruz S. Coutinho
(Belo Horizonte/MG)

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De carona num fusquinha,
com a mala colorida,
o palhaço é o "flanelinha"
no semáforo da vida.
Olivaldo Júnior
(Mogi-Guaçu/SP)

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"Era uma vez..." e adormece
o menino que eu vivi,
e a lenda virava prece
na voz que eu nunca esqueci.
Selma Patti Spinelli
(São Paulo/SP)

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A noite, se estou contigo
e o sereno a rede orvalha,
em teus braços eu me abrigo
e o teu amor... me agasalha
Therezinha Dieguez Brisolla
(São Paulo/SP)

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A vida, em sua beleza,
deu-me tantas emoções,
que, mesmo ao sentir tristeza,
há doces recordações.
Vanda Alves da Silva
(Curitiba/PR)

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Chuva a molhar nosso riso,
riso feliz e molhado…
qualquer tempo é paraíso,
quando o amor é partilhado.
Vanda Fagundes Queiroz
(Curitiba/PR)

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