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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Carolina Ramos (Caderno de Poesias)


CÉU DE AMOR

Bastava o manto azul da fantasia
a oferecer à vida luz e cor...
Bastava uma semente de Poesia
para, de sonhos, um jardim compor!

Bastava acreditar que ainda viria
nos meus braços pulsar um grande amor.
O que nunca, meu Deus, pressentiria,
é que a vida guardasse tanta dor!

E se a angústia aceitei por companheira,
sinto, agora, feliz, por vez primeira,
a doçura de obter, sem pedir nada!

Que importam rumos que o destino assume,
se, sobre mim, há um céu que se resume
nesta glória de amar e ser amada!
1976
(in: Destino, p.64)

SÚPLICA

Dá-me, Senhor, a benção que resume
a certeza de que, crescendo aos poucos,
hei de chegar a ver o excelso lume
- privilégio dos bons, quiçá bem poucos!

Dá-me a graça de olhar, sem ter ciúme,
namorados aos pares, de amor loucos,
da saudade a esquecer o frio gume
e o coração no peito a dar-me socos!

Dá-me ver rosas, mesmo em vaso alheio,
a enfeitar este mundo, às vezes feio
- feio porque o egoísmo assim o quis!

Dá-me um punhado tenro de esperanças...
Dá-me o riso espontâneo das crianças...
- Mais nada eu peço, para ser feliz!
(in: Destino, p.98)

NOVA FRIBURGO

Loira "Princesa da Serra",
das nuvens rasgando o véu!
Indago, serás da terra
ou doce visão do céu?!

Tens glórias de velho burgo,
cobrem-te rendas e galas,
mas, sempre nova, Friburgo,
vive a beijar-te o Bengalas!

Pelas nuvens resguardada,
meio aos penhascos da Serra,
Friburgo és concha encantada,
onde a Poesia se encerra!

Tua chave, hoje, me ofertas!
Isto me faz tua irmã...
e vejo portas abertas,
nesta festiva manhã!

Em troca deste presente
que me dás, Friburgo bela,
minha alma te abro e, contente,
verás que estás dentro dela!

E quando meus olhos ponho
no céu azul, sobre ti...
Não sei, Friburgo, se é sonho...
só sei que o teu céu sorri!!!
(in: Destino, p.186-187)

Fonte:
RAMOS, Carolina. Destino: poesias. SP: EditorAção, 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vicente de Carvalho (1866 – 1924)


Vicente de Carvalho (V. Augusto de C.), advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista, nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866, e faleceu em Santos, SP, em 22 de abril de 1924.

Era filho do major Higino José Botelho de Carvalho e de Augusta Bueno Botelho de Carvalho.

Fez o primário na cidade natal e, aos 12 anos, seguiu para São Paulo, matriculando-se no Colégio Mamede e, depois, no Seminário Episcopal e no Colégio Norton, onde fez os preparatórios.

Aos 16 anos matriculou-se na Faculdade de Direito.

Em 1886, com 20 anos, era bacharel em Direito. Republicano combativo, cursava ainda o 4o ano quando foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos.

Em 1887, era delegado a Congresso Republicano, reunido em São Paulo.

Casou-se em 1888 com Ermelinda Ferreira de Mesquita, em Santos, com quem teve quinze filhos.

Em 1891, era deputado ao Congresso Constituinte do Estado.

Em 1892, na organização do primeiro governo constitucional do Estado, foi escolhido para a Secretaria do Interior. Por ocasião do golpe de estado de Deodoro, abandonou o cargo que vinha exercendo. Mudou-se, então, para Franca, município do interior paulista, e tornou-se fazendeiro.

Em 1901, regressou a Santos, dedicando-se à advocacia.

Em 1907, mudou-se para São Paulo, onde foi nomeado juiz de direito.

Em 1914, passou a ministro do Tribunal da Justiça do Estado.

Vicente de Carvalho foi, durante toda a sua vida, um jornalista combativo.

Até 1915, sua atuação na imprensa foi quase ininterrupta. Em 1889, era redator do Diário de Santos, fundando, no mesmo ano, o Diário da Manhã, de Santos. Ali manteve ainda colaboração em A Tribuna e fundou, em 1905, O Jornal. Até 1913 colaborou no Estado de S. Paulo. No fim da vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato com seus leitores através dos versos que publicava nas páginas de A Cigarra.

Tendo publicado verso, estreou na prosa numa polêmica com o poeta Dias da Rocha

Em 1885 publicou seu primeiro livro Ardentias. Três anos depois veio Relicário (1888). Quando voltou a Santos, fervia o movimento abolicionista. Após contribuir para várias publicações fundou o Diário da Manhã. Em 1902 publicou o Rosa, rosa de amor.

Foi membro do movimento parnasianista e seu grande tema era o mar, ao ponto de receber a alcunha de Poeta do Mar.

A obra que marcou sua carreira poética, Poemas e Canções, foi primeiro publicada em 1909 com prefácio de seu amigo Euclides da Cunha. Teve dezessete edições.

Poeta lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas de tendência parnasiana. Foi grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. Da sua produção poética ele próprio destacou poemas que são de extrema beleza, como: "Palavras ao mar", "Cantigas praianas", "A ternura do mar", "Fugindo ao cativeiro", "Rosa, rosa de amor", "Velho tema", "O pequenino morto".

Segundo ocupante da Cadeira 29, da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1º de maio de 1909, na sucessão de Artur Azevedo e recebido por carta na sessão de 7 de maio de 1910.

Obras

Ardentias 1885
Relicário 1888
Rosa, rosa de amor 1902
Poemas e canções 1908
Versos da mocidade 1909
Verso e prosa, incluindo o conto "Selvagem" 1909
Páginas soltas 1911
A voz dos sinos 1916
Luisinha, contos 1924

Os jardins da orla de Santos se devem em parte a Vicente de Carvalho. Em 1921 escreveu, junto a Américo Martins dos Santos e Benedicto Montenegro, uma Carta Aberta ao Presidente da República contra apropriações ilegais das áreas em frente à praia.

A poetisa santista Maria José Aranha de Rezende (Santos, 02/10/1911 - Santos, 17/06/1999) foi sua sobrinha-neta e pertenceu à Academia Santista de Letras.

Muitos de seus poemas foram traduzidos para o Italiano por Giusepina Stefani

Fontes: Biblioteca Virtual de Literatura.
Wikipedia.
Academia Brasileira de Letras.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Lóla Prata (1940)


Maria de Lourdes Prata Garcia nasceu em Santos/SP, em 13 de janeiro de 1940, filha de José Egydio Prata Maria Heloísa Pimentel Prata, mora em Bragança Paulista SP desde 1974 e, na Cidade-Poesia, dedica-se à literatura.

Membro da UBT União Brasileira de Trovadores e ASES Associação de Escritores de Bragança Paulista SP Brasil, entre outras agremiações literárias do país.

É Comendadora Municipal por serviços prestados à Cultura.

120 prêmios literários, sendo 1 na Itália.

Seu site é http://www.lolaprata.com.br/

Começou a escrever com 8 anos, um bilhete para Deus rogando pela saúde de seu avô enfartado. Começou a escrever seriamente para um jornal de sua cidade a partir das crônicas de um jornalista Lourenço Diaféria num jornal estadual.

Seu 1º trabalho literário foi numa revista de âmbito religioso: "Por que sou catequista"

Chegam a mais de 700 as crônicas, contos e poemas publicados no A Voz de Bragança, Bragança Jornal Diário, Bjotinha, A Tribuna (de Santos), Jornal Interativo, Revistas e Boletins de Cultura, Rádios e TV Bragança

Livros impressos:

Editou, em parceria com Maria Edith Prata Real, dois livros de crônicas: – "VIVENDO" , 1978 e "CONTINUANDO" 1981, Menção Honrosa (= 2o. lugar) em Concurso Melhor Livro de Crônicas do Clube Brasileiro de Literatura (Anápolis-GO), em 1992, Gráfica da Universidade São Francisco;
– “ARRIMO”, Consultoria de Rimas,(em apostila), desde 1994; dicionário a partir de 20.000 rimas; convidado para a Academia Internacional de Lexicografia em 2004.
– “PROVAI E VEDE COMO O SENHOR É BOM!”, depoimentos religiosos, em 1996 , em 1997, 2o lugar em 8o. Concurso de Obras Publicadas, promovido pela Academia de Letras de São Lourenço, MG;
– “UM BUQUÊ PARA VOCÊ” poesia, 1997. Editado também em fita K7e CD, 20 poesias.
– “HIGIENE BUCAL”, 23 trovas educativas, a pedido da APCD - Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, setor de Bragança Paulista SP, abril de 1999. Material didático.
– “O IMPERADOR ESTÁ CHEGANDO!” e outros contos... 1999. Menção Especial no Concurso da Academia Municipalista Mineira de Letras, 2003.
– “ENTRELAÇOS”, trovas, editado pela UNIVAP- Universidade de Vale do Paraíba, em 2002.
– ”PRATA DA CASA”, antologia – crônicas cômicas sobre a familia Prata Garcia - 2003 - Premiado em 2008 pela Prefeitura de Manaus -AM-na modalidade Melhor Livro de Crônicas. Menção Honrosa.
– “FIO DE PRUMO”, contos - 2004 -
– “ENTRELINHAS”, trovas - 2007 -
– “ALABASTRO”, poesia - 2007, pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura
– "Santos Sonetos" (e-book).

Fontes:
Portal CEN (Cá Estamos Nós)
Editora Scortecci

Caderno de Poesia Karina Aldrighis
Lóla Prata

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

José Roberto Torero (Algumas razões nobres e outras plebéias)



Dois tipos de razões me levam a escrever: as razões nobres e as plebéias.
As plebéias são as tradicionais: fama, dinheiro e mulheres.

Pensava que, como um escritor, teria um pouco dessas três coisas, mas a fama de um escritor é irrisória perto da de um razoável centroavante. O dinheiro é ridículo, se comparado ao que ganha qualquer desafinado cantor de pagode.

E, quanto ao gemido das mulheres, qualquer ator que tenha feito uma aparição na Globo é mais solicitado do que eu.

Na verdade, até hoje só uma leitora sorriu-me de um modo mais insinuante: uma senhora chamada Noemi. Muito simpática, mas octogenária.

Há, porém, os motivos nobres.

Como tive muitos professores humanistas, prendeu-se em mim essa idéia hoje tida como ridícula de que "devemos lutar por um mundo melhor", hoje trocada por "devemos maximizar os lucros".

Acho que escrevendo, posso, de alguma forma, influenciar as pessoas. Posso fazê-las rir dos maus costumes e dos maus personagens, posso fazê-las perceber um vício e exaltar uma atitude, posso falar bem da honestidade e mal de Maluf e Pitta, posso falar bem da coerência e mal da compra de votos pela reeleição, posso falar bem da coragem e mal da aliança com o PFL.

Mas, na verdade, acho que nesse quesito eu também apenas vou conseguir virar a cabeça de Dona Noemi.

Enfim, apesar do fracasso de minhas motivações nobres e plebéias, não posso me queixar da sorte. O trabalho não me deixa suado como um cantor de pagode, não levo pontapés como um centroavante e, ainda por cima, ando pelas ruas despreocupado, sem temer que fãs puxem meus cabelos ou tentem rasgar minhas roupas.

Se bem que, no lançamento do meu último livro, Dona Noemi tenha me dado um beliscão na bunda.

Fontes:
http://www.redacaocriativa.com.br/
Imagem = http://pre-vestibular.arteblog.com.br

José Roberto Torero (1963)



José Roberto Torero Fernandes Júnior (Santos, 9 de outubro de 1963), conhecido como Torero, é um escritor, cineasta, roteirista, jornalista e colunista de esportes brasileiro.

Formado em Letras e Jornalismo pela Universidade de São Paulo, é autor de diversos livros, como "O Chalaça", vencedor do prêmio jabuti de 1995.

Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil.

Cursou, sem concluir, pós-graduação em Cinema e Roteiro.

No Jornal da Tarde, de São Paulo, iniciou sua carreira de cronista e depois começou a escrever para revista Placar textos sobre futebol, colabora com a Folha de São Paulo desde 1998.

Como roteirista nos longas A Felicidade É e Pequeno Dicionário Amoroso.

É sócio proprietário da Realejo Livros, em Santos.

Atualmente, Torero mantém um blog no portal UOL, o Blog do Torero. Publica também o Blog do Lelê, seu sobrinho fictício, iniciado durante a Copa do Mundo de 2006.

Bibliografia
Livros
Galantes Memórias e Admiráveis Aventuras do Virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça
Brevíssima história das gentes de Santos
Terra Papagalli (com Marcus Aurelius Pimenta)
Santos, um time dos céus (com Marcus Aurelius Pimenta)
Futebol é bom pra cachorro (com Marcus Aurelius Pimenta)
Os cabeças-de-bagre também merecem o paraíso
Ira - Xadrez, truco e outras guerras
Os Vermes
Dicionário Santista
Pequenos amores
Zé cabala e outros filósofos do futebol
Uma história de futebol
Nuno descobre o Brasil
Naná descobre o céu
Nonô descobre o espelho
O pequeno rei e o parque real
As primeiras histórias de Lelê

Roteiros

Amor!
Morte
Uma História de Futebol
Amassa que elas gostam
Pequeno Dicionário Amoroso
Um Homem Sério
Como fazer um filme de amor
Memórias Póstumas
O cantor de samba
Oswaldo Cruz
O casamento de Louise

Curtas

O Bolo (Felicidade É...)
Morte
A Alma do Negócio
Amor
A Inútil Morte de S. Lira
Nunc et Semper

Vídeos

Glauber Rocha - Quando o cinema virou samba
O mundo cabe numa cadeira de barbeiro
Como fazer um filme de amor

Teatro

Sic transit gloria Dei
Romeu e Julieta – Segunda parte (com Marcus Aurelius Pimenta)
Omelete (com Marcus Aurelius Pimenta)

Televisão

Professor Planeta (ESPN-Brasil), estrelado por Marcelo Tas.
Retrato Falado (Fantástico–TV Globo), estrelado por Denise Fraga.
Manual de Instruções (Fantástico–TV Globo), estrelado por Pedro Cardoso.

Prêmios Recebidos

O Chalaça
Prêmio no Concurso Nascente, da Editora Abril e USP. (1992)
Prêmio Aplub, categoria romance. (1994)
Prêmio Jabuti de Romance e Livro do Ano. (1995)

Fontes:
Wkipedia
Projeto Releituras