segunda-feira, 4 de abril de 2011

Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures (Trovas e Contratrovas)


Mote – Se trabalho for alegria, quero morrer triste...
.
Trova


Se o trabalho é uma alegria,
Eu lhes digo, com certeza,
Se pudesse, escolheria,
Ir morrendo, de tristeza...

Contra trova

Trabalho bom é o meu
Meu trabalho é uma beleza.
Em pleno dia ou no breu,
Fiscalizo a natureza...

Mote – Troco mulher de 40 por duas de 20

Trova

Meu coração não agüenta,
Mas eu quero esse requinte:
Trocar mulher de quarenta,
Por duas “gatas” de vinte...

Contra trova

Você está de brincadeira,
Vai parar é num esquife,
E vai dar é trabalheira,
Prá poder caber o chifre...

Mote – Rico, correndo, é atleta; pobre é ladrão...

Trova

Eu digo e o povo completa
E sem perder a razão:
Rico, correndo é um atleta;
Pobre, correndo ... é ladrão!

Contra trova

Isso é coisa que me engana,
Tá formada a confusão;
Ladrão pobre se embanana,
O rico não corre não...

Mote – Os conselhos que me dás , deverias ser o primeiro a segui-los...
.
Trova


Chega de blá blá blá
E não me ponha mais grilos:
Os conselhos que me dá,
Você devia segui-los!

Contra trova

No balcão da solidão
Conselho já tem assento,
Pois então não ouça não,
Obedeça ao pensamento...

Mote – Paraíso tem sabor de mel, de mãe e de mulher fiel

Trova

Se o Paraíso aqui fosse,
Teria sabor de mel,
Do amor de mãe – que é tão doce-
E o da mulher que é fiel...

Contra trova

Então, Paraíso sei.
Nem vou me preocupar
Nele então, eu vou ser rei,
De tanto saber amar...

Mote – Boa de bico é a cegonha...

Trova

Você fala e não diz nada
E disso, não tem vergonha;
Já me disseram, na estrada:
Boa de bico é a cegonha...

Contra trova

É verdade, sim senhor,
Nesse caso eu não me engano,
Mas trem para causar dor,
É bicada de tucano...

Mote – Mulher na direção? Salve-se quem puder!
.
Trova

Falam que sou machista
Mas pode ver, quem quiser:
Se a mulher é a motorista,
Salve-se, então, quem puder!

Contra trova

Não caio nessa lorota,
A verdade é bem bonita,
Pois eu perdi minha rota,
Quando conheci a Rita...

Mote- Namoro com mulher casada, tem gosto de 45...

Trova


Namoro muito, na estrada,
Mas, com casada, não brinco:
Namorar mulher casada,
Tem gosto de quarenta e cinco...

Contra trova

Não tenho medo de nada,
Essa verdade não cala,
Mesma que seja casada,
Atirando, chupo a bala...

Mote – Mais perigosas que as curvas das estradas, são as das mulheres...

Trova

Eu toco, enquanto puder,
Por estradas sinuosas;
Mas são mesmo as da mulher,
As curvas mais perigosas!

Contra trova

Pois nas curvas de Teresa,
Eu perdi a direção,
Em meio a tanta beleza,
Capotei meu coração...

Mote – Fui matar a saudade e voltei morrendo...
.
Trova

Há coisas que, na verdade,
Eu juro que não entendo:
Eu fui matar a saudade
E, dela, voltei morrendo...

Contra trova

De saudades, vou morrendo,
Mas nelas, também, eu vivo;
Dos amores, vou correndo,
Para ver se sobrevivo...

Fontes: http://trovasecontratrovas.blogs.sapo.pt/1522.html Imagem =http://rotadahora.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

Antonio Brás Constante (Casamentos – Leia se for Homem)


O casamento é uma das cerimônias onde o simbolismo está em cada detalhe. Após muitos estudos, a ENFORCAM-ME (Entidade Nonsense e Fundação Orientadora de Relacionamentos, Casamentos e Assuntos Matrimoniais - Masculinos Exclusivamente) descreve alguns deles, para melhor compreensão do homem sobre este ritual onde ele está se metendo.

A IGREJA: Os noivos precisam estar cientes que devem se casar na mesma igreja, no mesmo dia e na mesma hora. De preferência um com o outro, para que o casamento aconteça. Já a despedida de solteiro pode ser feita a qualquer hora e do jeito que o homem quiser, uma ou mais vezes, e independe de compromissos futuros.

AS ALIANÇAS: Quando colocada pelo noivo no dedo da mulher significa o primeiro de muitos objetos que este colocará nas mãos de sua esposa. Simbolicamente demonstra o despojamento financeiro do homem em favor de sua mulher. Em alguns casos representa o cartão de crédito. Quando colocada no dedo do homem, significa exatamente isto, ou seja, uma simples colocação de aliança no dedo. A não ser que ele retire-a do dedo, aí passa a ser um pesadelo.

O ATO DE AFIRMAÇÃO: O tão conhecido momento onde o homem diz “sim”, marcando o primeiro de muitos, que este dará em sua vida de casado. Porém, com a diferença que este primeiro é apenas “sim” e os demais serão: “sim, meu bem”. Quando o “sim” é dito pela mulher, serve para embasar que o “sim” dito pelo homem se fará cumprir por ela, e aí dele que discorde.

A ESPERA NO ALTAR: O famoso momento onde o noivo espera no altar, também tem sua razão de existir, pois a partir dali ele terá de aprender a esperar em inúmeras situações. Como por exemplo: nas compras em shoppings, na visitinha da sua sogra (que pode demorar dias), na espera que a mulher libere o telefone depois de horas falando com suas amigas, na porta de casa (por ter perdido a chave), bêbado, esperando pelo pior quando sua mulher vier abri-la. E por fim, este atraso serve para deixar o homem alerta quando sua mulher disser:

- Querido, este mês atrasou... Acho que deu positivo.

- O que? De novo? (normalmente nestas horas o homem desmaia)

AS ROUPAS: Notem que as roupas de ambos são bem distintas em seu formato e cor. O vestido da mulher demonstra a beleza e alegria dela por ter finalmente fisgado um marido. A cor branca representando a pureza de seu ser no ato máximo do casamento. Já o preto usado pelo noivo demonstra uma vida desregrada onde, na visão da mulher, o sem-vergonha passava noites e noites na farra. Sendo talvez a cor preta uma espécie de luto simbólico por algo que não voltará mais a acontecer. A morte da liberdade.

O SACERDOTE: O simbolismo na figura do sacerdote refere-se à pessoa que realizara a cerimônia mediante uma pequena contribuição para paróquia e apenas isso. Não tentem lhe atribuir outras funções porque ele não gosta e vai reclamar com o bispo se alguém tentar.

AIA OU PAJEM: Seu significado acompanhando a noiva demonstra que o casamento é seguido de filhos, e que estes não podendo estar geralmente presentes na hora do casamento para esculhambar com a festa, mandam seus priminhos para ocupar seu lugar na cerimônia.

O PAI DA NOIVA: O rito de passagem onde o pai da noiva com um sorriso nos lábios entrega sua filha ao futuro marido, é muito esclarecedor. Uma sensação de alívio toma conta do então sogro, onde em alguns casos percebe-se que o noivo acaba de receber um fardo, que apesar de levar pela mão, parece estar carregando nas costas.

DEMAIS SÍMBOLOS: As velas quando acessas demonstram que a igreja fica melhor com as luzes acessas e que elas (as velas) estão ali apenas como algo decorativo por insistência de algumas tias da noiva que adoram dar palpites. Porém, quando apagadas, exalam aquele cheiro desagradável proveniente da fumaça que fica saindo do pavio da vela. Já as flores que enfeitam o altar são em parte fruto do último salário do abnegado noivo, mas quem recebe o crédito pela beleza delas é a sogra, que fica comentando o grande trabalho que teve em arrumar aquelas flores murchas que o pão duro do genro comprou, indignas da beleza da filha, etc. etc.

DISPOSIÇÕES FINAIS: a ENFORCAM-ME encerra este texto comunicando a seus membros que novamente os espera para confraternizar com um joguinho de pôquer na próxima quarta e quem sabe até um churrasquinho com futebol e cerveja na sexta-feira.

Lembramos que é proibida a presença de qualquer esposa nos encontros e pedimos aos maridos façam uma força para irem nesses eventos, já que em praticamente todos os encontros promovidos até hoje ninguém apareceu (geralmente dando como desculpa que as esposas não deixaram). Atendendo ao pedido dos poucos sócios que ainda temos, a ENFORCAM-ME passou a ser uma entidade secreta sobre pena de deixar de existir, isso devido à persistente perseguição das esposas dos sócios e até de não-sócios, dizendo que esta entidade não presta e boicotando-a de todas as formas possíveis e imagináveis (e acreditem meus amigos, elas são perversamente criativas). Devemos resistir a estes abusos e mostrar a nossa força. Aguardem novos comunicados. Agora se me dão licença tenho que ir lavar a louça.

Fonte:
Colaboração do Autor.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 175)


Uma Trova Nacional

Da infância... lembranças minhas,
quando eu colhia algodão,
sentindo as nuvens fofinhas
na concha da minha mão!
–ROZA DE OLIVEIRA/PR–

Uma Trova Potiguar


Cultura é vida, é historia;
outras formas de viver;
que vem guardar na memória
o que o tempo fez morrer.
–EVA GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada


2009 > Niterói/RJ
Tema > CRENÇA > M/E.

Conhecendo-se a ciência,
que ilumina uma verdade,
muita crença, sem coerência,
é um atraso à humanidade.
–NEI GARCEZ/PR–

...E Suas Trovas Ficaram


Ficou pronta a criação,
sem um defeito sequer,
e atingiu a perfeição,
quando Deus fez a mulher.
–EVA REIS/MG–

Simplesmente Poesia


MOTE: Saudade... foto em pedaços que eu colei com mão tremida, tentando compor os traços de quem rasgou minha vida... –Waldir Neves/RJ–
GLOSA:
Saudade... foto em pedaços
na gaveta, adormecida,
a me lembrar dos teus braços
e dos teus beijos, querida.

Foi tanta a dor da saudade,
que eu colei com mão tremida,
a foto da mocidade
que ali estava, esquecida.

Fui seguindo em largos passos
a estrada da esperança,
tentando compor os traços
apagados da lembrança.

Quando reconstrui a imagem
em meu olhar, refletida,
vi o rosto, qual miragem,
de quem rasgou minha vida...
–LISIEUX/MG–

Estrofe do Dia

O futuro é um empréstimo
que a vida faz ao presente;
cada dia a prestação
paga na conta corrente;
com a morte a conta é vencida,
nem a gente engana à vida,
nem a vida engana à gente!
–LUIZ DUTRA/RN–

Soneto do Dia


–HAROLDO LYRA/CE–
Amizade


Depois de salpicada uma amizade,
Por leve farpa num fugaz momento,
Traz o fato, humana realidade,
Carência de afeto e entendimento.

Se à prosa que se faz se põe maldade,
Perde, a amizade, o doce encantamento.
Há de perder também sinceridade
E lesto se avizinha o rompimento.

Mas, valham as que têm, irrelevante,
O dardo que feriu por um instante
Involuntariamente a fidalguia.

Nisso, aquela que impõe severa norma,
Inexoravelmente se transforma
Em triste olá de falsa cortesia.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Epopéias da Índia Antiga (O Mahabharata) V – A Batalha


Ao expirar o ano suplementar de desterro, sem que ninguém tivesse escoberto os Pândavas, Yudhisthíra mandou um mensageiro a Dhritarâshtra intimando-o a que cumprindo o estipulado, lhe devolvesse a metade do reino.

Duryodhana, porém, odiava seus primos e não quis aceder a tão legítimo pedido e muito menos àquele que, em vista dessa negativa lhe fizeram os Pândavas de que ao menos se lhes concedesse a soberania de cinco cidades do reino.

O teimoso e obstinado Duryodhana declarou que a não ser pela força das armas não cederia nem sequer o pedaço de terra que se pudesse sustentar na ponta de agulha.

Dhritarâshtra bateu-se continuamente pela paz, mas tudo foi em vão. Krishna também interveio com o intuito evitar a guerra iminente, com a morte provável de guerreiros do mesmo sangue, e embora fizessem o mesmo os antigos magnatas da corte, fracassou toda negociação no sentido de uma pacifica partilha do reino.

Em vista disso, ambos os grupos se prepararam para a guerra e todos os reinos belicosos tomaram parte no conflito, de acordo com os antigos costumes dos Kshatriyas.

Duryodhana e Yudhisthira. chefiaram seus respectivos exércitos. Este último apressou-se em enviar mensagens aos reis vizinhos, solicitando sua aliança, pois desse chefe honrado atenderiam o primeiro pedido de auxílio que recebessem.

Duryodhana também lançou mão de idêntico recurso e, por isso alguns reis se aliaram aos Pândavas e outros aos Kuravas, segundo a precedência do pedido de auxílio. Disso resultou que cada exército tinha parentes, amigos, mestres, discípulos, pais, irmãos ou filhos, no exército oposto

Segundo o estranho código militar vigente naqueles tempos, só se combatia durante o dia, ou melhor, de sol a sol; ao anoitecer as hostilidades eram suspensas, por uma espécie de armistício noturno, durante o qual confraternizavam-se ambos os exércitos, visitando uns as tendas dos outros, até que, ao amanhecer, cada qual voltava a seu campo para reiniciar o combate.

Além disso, um soldado de cavalaria não podia ferir um de infantaria, não era lícito envenenar as flechas, não se devia combater e vencer um, inimigo notoriamente inferior em número; era proibido levar vantagem contra o adversário, valer-se de ciladas ou estratagemas. Seria desprezado e degradado quem infringisse qualquer uma dessas regras, que formavam a parte principal da educação militar dos Kshatriyas, cuja única função era combater numa guerra de justa causa.

O código também prescrevia que jamais os Kshatriyas empreendessem guerras de conquista e nem se apoderassem de países estrangeiros, mas que vencer os invasores fossem estes repatriados com todas as honras devidas à categoria e posição de cada qual. Por isso jamais despojaram nenhum país vizinho de suas
terras.

Naquela época a arte militar não se limitava ao hábil manejo do arco, mas ampliava-se em uma disciplina pela qual o guerreiro exercitava a balística mágica e mental, em que intervinham principalmente os mantrans, a concentração e os exercícios mentais de magia divina, que davam poder para lutar contra milhões de inimigos e desbaratá-los.

Embora os ocidentais se atribuam a invenção da pólvora, esta já era conhecida e empregada pelos antigos chineses e hindus por meio de canhões de ferro; muitos acreditavam que os chineses, por arte mágica, colocavam um demônio dentro de um tubo de ferro e que ao aplicarem o fogo suma extremidade do tubo, o demônio saía pela outra extremidade, com tremendo estampido e matava muitos inimigos. Não obstante, a artilharia era muito embrionária.

Os antigos hindus tinham sua organização especial e sua tática militar. Havia tropas de infantaria, a que denominavam pada; à cavalaria chamavam turagci. Possuíam também numerosos contingentes de guerreiros
que montados em elefantes atacavam impetuosamente as fileiras inimigas. Havia também em cada exército uma divisão de carros armados, ocupados pelos generais e que hoje chamamos de estado maior.

Ambos os exércitos procuravam obter a aliança de Krishna, o qual não quis tomar parte ativa na contenda, mas ofereceu-se para conduzir o carro de Arjuna e servir de amistoso conselheiro aos Pândavas, enquanto
cedia a Duryodhana todos os guerreiros que estavam sob suas ordens.

Travou-se a batalha na vasta planície de Kurukshatra e nela pereceram Bhishma, Drora, Karna, Duryodhana com todos os seus irmãos e milhares de guerreiros de ambas as partes.

O combate prolongou-se por dezoito dias, terminanLinkdo com a morte de Duryodhana e a vitoria dos Pândavas.
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Continua… VI – A Restauração e a Abdicação
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Fontes:
Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga.
Imagem = Intonses

Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves (Convite para Solenidades)


ACADEMIA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS CASTRO ALVES

convida V. Sa. e Digníssima Família

para a Solenidade em Homenagem aos Acadêmicos:
JOÃO JOSÉ D'AZEVEDO D'ASSUMPÇÃO e CONDORCET ARANHA;

e de Posse dos Escritores:
SRA. Izabel Eri Diehl de Camargo, Cadeira Nº. 08, Patrono: Antônio Carlos Gomes, como MEMBRO ACADÊMICO EFETIVO;

SR. PAULO Luís Pencarinha de Moraes, Pelotas/RS, Cadeira Nº 03, Patrono: Ramiro Barcellos;
SR. ADEMIR ANTÔNIO BACCA, Bento Gonçalves/RS, Cadeira Nº 10, Patrono: Lobo da Costa; e,
SRA. TEREZINHA ROSSAROLLA, Erechim /RS, Cadeira Nº. 17, Patronesse: Luciana de Abreu, como MEMBROS ACADÊMICOS CORRESPONDENTES.

Alba Pires Ferreira
Presidente

Marinês Bonacina
1ª Vice-Presidente

Ilda Maria Costa Brasil
Secretária

Data: 09 de Abril de 2011 Hora: 15 horas

Local: Plenário Ana Terra, da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS/Brasil,
Avenida Loureiro da Silva, 255

Fonte: Poetas del Mundo

Sarau Litero Musical “Fogo de Chão”, em Campo Grande/MS

Fonte:
Poetas del Mundo

1º Encontro da Educação do FLIPOÇOS 2011

Pela primeira vez a GSC Eventos Especiais em conjunto com a Secretaria de Educação de Poços e em parceria com a Editora Cortez realizam um encontro voltado para Educadores, Professores e profissionais da área.

Dia 06 de maio – das 09 às 20 horas – Teatro da Urca
• 09:00h - ORALIDADE NOS ANOS INICIAIS

Proposta: Essa palestra apresenta a oralidade enquanto suporte para o letramento, alfabetização e expressão, considerando que é nos primeiros anos da formação do ser humano, que ocorre a elaboração da linguagem. Isso nos leva a refletir a oralidade, como ponte de acesso às diferentes dimensões do conhecimento e a literatura, como instrumento para facilitar essa passagem. Por esse motivo a importância em priorizar recursos como a narração oral de histórias, a leitura em voz alta, os círculos da palavra, os círculos da escuta, rodas para soar a fala estética e outras representações. Ler e reler; contar, ouvir e recontar histórias; interpretar o texto e o mundo. Eis a oralidade, um dos principais objetivos do trabalho pedagógico, atuando para a formação de um sujeito-leitor.

Palestrante: Cléo Busatto (Curitiba/PR)
É escritora. Mediadora em projetos sobre oralidade, leitura e literatura infanto-juvenil. Narradora oral de histórias. Nos últimos cinco anos o número de profissionais capacitados por ela ultrapassou a 40.000 e as suas histórias foram ouvidas por mais de 60.000 pessoas. Investiga a narração oral no meio digital o que resulta na produção de softwares educativos. Mestre em Teoria Literária pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina.
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Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionados com áreas afins.

• 10:30h – Intervalo para Café (Ambiente da Feira)

• 11:00h - PERGUNTAS INDIVIDUAIS PARA RESPOSTAS COLETIVAS

Palestra: A percepção e a pergunta. De onde surgiram as perguntas? A educação, o mundo e a necessidade de novas respostas. A importância de darmos a voz à infância e à juventude. O intercâmbio de valores e de culturas que garanta o direito de pensar, expressar, dialogar e coexistir. Afinal, quem são eles, alunos? Quem somos nós, professores?
A pergunta sobre a própria história para a renovação da vida.

Palestrante: Silmara Rascalha Casadei (São Paulo/SP)
É Pedagoga, MBA em Desenvolvimento e Gestão de Pessoas pela FGV. Mestra em Educação: Currículo pela PUC SP. Membro da Academia de Letras da Grande São Paulo. Educadora há 25 anos e diretora de escola. Autora de livros de literatura infantil e juvenil. Junto com o Prof. Mario Sergio Cortella coordena a coleção 'tá sabendo? - livros destinados ao público infanto-juvenil que objetiva contribuir para a formação de personalidades indagadoras, flexíveis, criativas e cooperativas.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionadas com áreas afins.

• 12:30h - ALMOÇO

• 14:00h – FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Proposta: Partindo da concepção da educação como prática mediadora das práticas históricas mediante as quais os homens constroem sua existência pessoal e social, a mesa redonda desenvolve põe em discussão os pressupostos da formação e da atuação prática do professor. Defende a ideia de que só será assegurada qualidade a sua prática se, ao longo de sua formação, lhe for garantido pelas mediações pedagógicas e curriculares, um complexo articulado de elementos formativos, de natureza epistêmica, ética, estética e política.

Palestrante: Selma Garrido Pimenta (São Paulo/SP)
Professora Titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP. É Coordenadora da Coleção Docência em Formação, da Cortez Editora. Possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestrado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionados com áreas afins.

• 15:30h - CAMINHOS PARA TRANSFORMAR SONHOS EM REALIZAÇÕES

Palestra: Esta oficina tem, como objetivo principal, orientar os novos autores sobre como trabalhar e apresentar bem um texto e, para os ilustradores, como fazer um trabalho delicado e perfeitamente integrado ao texto para crianças. Além disso, aborda aspectos práticos, como por exemplo: reescrever textos próprios; discutir os tipos de letras para cada faixa etária; tipos de textos (literário, informativo, didático, paradidático).

Palestrante: Amir Piedade (São Paulo/SP)
Editor da Cortez Editora, nas áreas: Literatura Infantil e Juvenil. Docente no curso de Pedagogia da UNIFIG – Centro Universitário Metropolitano de São Paulo – em Guarulhos e na pós-graduação da UNISA – Universidade de Santo Amaro, em São Paulo.

Público Alvo: Autores e ilustradores iniciantes, contadores de histórias, Professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental.

• 16:30h - Intervalo para Café (Ambiente da Feira)

• 17:00h - A LEITURA, O LIVRO E O EDITOR

Proposta: Abordar sobre a importância da leitura no processo de desenvolvimento do ser humano. Este evento estimula e incentiva o prazer pela leitura, sendo o livro abordado como um dos suportes fundamentais capazes de transformar uma vida. Tendo no papel do editor, pouco visível nesse processo, desmistificar o conceito do valor do livro e conscientizar os processos que envolvem à sua produção editorial, desde a concepção do original até a sua distribuição para o público leitor no mercado livreiro.

Obs.: Sugere-se que possa ser exibido o vídeo de sua história (42 minutos) e depois da apresentação, seguida de debate.

Palestrante: José Xavier Cortez (São Paulo/SP)
Nordestino com trajetória consagrada e reconhecida através do documentário “O Semeador de Livros” e biografias: “A Saga de um Sonhador” e “Como um Rio: o percurso do menino Cortez (infantil). É editor com prestigio nacional, publicando importantes autores nacionais e internacionais.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos, pais e agentes ligados a instituições que cuidam do elo de ligação entre a cadeia do livro.

• 18:00h – Homenagem Especial ao Editor e Escritor – José Xavier Cortez

• 20:00h – Palestra de Encerramento do 1º. Encontro de Educação do Flipoços 2011
Rubem Alves “Sobre o Tempo e a Eternidade”
(nesta palestra será necessária a doação de um livro em troca do ingresso)

Informações Gerais
As inscrições deverão ser feitas na Secretaria de Educação com Wilza (35) 3697 2102 ou na GSC
Eventos com Fabio (35) 3697 1551

Fonte:
http://www.feiradolivropocosdecaldas.com.br/PROGRAMAÇÃO%20OFICIAL_Encontro%20da%20Educação.pdf

domingo, 3 de abril de 2011

Hildemar Cardoso Moreira (Livro de Poesias)


AO LAVRADOR, ESSE AMIGO

Ó tu, que a mão calejas na lavoura,
De sol a sol no teu labor profundo,
No trabalho extenuante, mas fecundo,
A terra transformando em seara imensa.
Tu que não temes o rigor da luta
E, enfrentas com bravura tua labuta
Na força magistral de tua crença.

Na crença que o trabalho a Deus eleva
Se é feito por amor a humana raça,
Muito embora, justiça não te faça,
Quem no mundo comendo do teu fruto,
Do fruto saborosa de tua messe,
Nem ao menos, na mesa, te agradece,
Nem valoriza teu trabalho abruto.

Muitos não lembram que com teu trabalho,
É que se fartam, na cidade, as mesas,
De nada adiantariam as riquezas,
Porque o dinheiro, a fome não mitiga.
Por isso, lavrador, em teu louvor eu canto,
E te afirmo que me orgulho tanto,
De ter você como pessoa amiga.

Eu olho a terra que tuas mãos lavraram,
E me comovo ante tal beleza,
Parece até que a própria natureza
Ao teu labor se curva agradecida.
E fico triste quando de repente,
Na seca, não germina tua semente,
Que é tua, é minha, é toda nossa vida.

Mas tu, retornas, lavrador, a luta,
Co’a força singular que se redobra,
Como guerreiro audaz que não se dobra
Ao grande potencial d’um inimigo.
Cada nova semeadura é um desafio,
Que enfrentas com a força de teu brio,
E vences, porque Deus está contigo.

CANOEIRO
(aos heróis da pesca)

Do meu quarto de hotel eu contemplava
Um pontinho que ao longe se avistava,
Era tu, meu herói que regressava
Com a canoa que nas ondas flutuava.

O velho mar batendo no rochedo,
Nos traz com isso a sensação de medo,
Na violência das ondas que se quebram.
Eu te admiro ó canoeiro audaz,
Que enfrentando a morte teu pescado traz,
Lá d’onde os olhos nem sequer enxergam.

E eu fico olhando a linha do horizonte,
Até que nela tua canoa aponte
No balanço das ondas ondulantes,
E me ponho a rezar ó canoeiro,
P’ra que seja feliz no teu pesqueiro,
Que tuas redes estejam abundantes.

E fico a imaginar tua família,
A tua mãe, tua mulher, tua filha,
Com que ansiedade te esperando estão.
É uma ansiedade que só se esboroa,
Quando chega afinal tua canoa,
Com o produto que transforma em pão.

POR QUE EU ESCREVO?

PARA VOCÊS QUE ESCREVO

Será que eu posso me julgar poeta?
Será que isso que eu escrevo ainda é poesia?
Ou será que já está ultrapassada?
Mas poesia não fica ultrapassada,
Ela foi e é sempre poesia,
Ela se infiltra em todas as gerações,
Ela é como a musica: –imortal,
Extingue-se as rimas, a métrica, as formas,
Mas permanece a sonoridade.
Assim pensando vou rabiscando meus aranzéis
Na sublime ilusão de que são belos.
Mas não é para mim que os escrevo
É para vocês que escrevo minha poesia,
Com a humildade daqueles que sabem
Que a musa ou inspiração é uma dádiva de Deus,
Escrevo porque penso que meus versos são lindos,
Porque para mim eles são realmente bonitos,
É assim que eu os sinto, é assim que eu os vejo,
É assim que eu penso que vocês estão vendo,
Porque sei que vocês também são poetas
E o poeta não lê só com os olhos,
mas com a alma.
Se julgarem ultrapassados os meus versos,
Se os julgarem desprovidos de verbosidade,
Se os julgarem rudes pelo caipirismo,
Eu confesso humildemente:
EU SOU POETA
Amo a poesia como amo a vida,
Amo a poesia que não morre nunca
Como amo a vida que transcende a morte.

ITALIANOS, BRASILIANOS

Ao centenário da colonização Italiana.

Na terra de Garibaldi
Lá nos montes apeninos,
As meninas e os meninos
Cresciam numa algazarra.
Na Calabria ou na Sicilia,
Em meio a grande família
Trabalhar era uma farra.

Naquela “bota” distante
Reinava Humberto Primeiro
Quando o solo brasileiro
Era um sonho de porvir
Aos jovens napolitanos,
Calabrezes, Sicilianos,
Que almejavam progredir.

Pensando em melhores dias,
Deixaram as pátrias plagas,
Dos mares cortando as vagas
Aquele povo Italiano,
Nobre, augusto, varonil,
Veio ajudar o Brasil
A se tornar soberano.

Naquela ousada aventura,
Eu não sei precisamente
Do que pensou essa gente,
Ao conhecer “brasilianos”
Mas sei do que conquistaram
Desde quando aqui aportaram
E que hoje faz cem anos.

Fazendo macarronada,
Manjando polenta e vinho,
Foi amizade e carinho,
Respeito e admiração.
Vos digo num verso breve
Que meu Brasil muito deve
A esse grande povo irmão.

Por isso é que vos saúdo
Brasileiros descendentes
Dos imigrantes valentes
Da terra de Galileu,
Que de Colombo nos rastros
Vieram viver sobre os astros
Do Cruzeiro que hoje é seu.

Contenda, setembro de 1989. Poesia classificada em primeiro lugar no I Concurso de Poesia da cidade da Lapa, realizado em 25/09/89
LEMBRANÇAS DE MINHA TERRA

“São Mateus bela cidade meu torrão, Eu te adoro como adoro a liberdade, E te levanto um altar no coração.” Prohman.

Da colônia eu chegava ofegante
Na faze embrionária de estudante.
Pés descalços, a merenda no bornal,
Inflava o meu peito de menino
Quando, na escola, cantávamos o hino
Que foi feito em teu louvor,- terra natal.

De quando em vez o Iguaçu alagava
E a parte baixa toda se inundava,
E o velho São Mateus então sofria.
Mas nós crianças não, porque as enchentes
Deixavam todos nós muito contentes
Ao fazermos de “bote” a travessia.

Nossa velha casinha na Cachoeira
Coberta de “taboínhas” de madeira,
Abrigava uma família pobrezinha.
Éramos dez abrigados num só teto
E tínhamos dos pais carinho e afeto.
Ai que saudade eu tenho da casinha.

Nas águas do Cachoeira sempre mansas
Banhavam-se felizes as crianças
No líquido a correr por sobre o “xisto”.
À noite era o sapeco da erva-mate.
De dia a escola, a tarde em seu remate
Penhoravamos louvor a Jesus Cristo.

Porque assim era o viver sãomateuense,
Que fazia do “Ilex-brasiliense”
E da madeira a sua economia,
Embora houvesse alguém que acreditasse
Que rico São Mateus se transformasse
Com o que em baixo da terra lhe existia.

Mas antes que o petróleo te surgisse
Como Prohman queria, eu triste disse,
Ainda bem criança meu tristonho adeus,
E hoje de longe eu vejo teu progresso
E humildemente a Jesus eu peço,
Que te faça feliz…ó São Mateus!

Fonte:
Colaboração de Hildemar, em seu blog Cascata de Poesias: http://hildemar.wordpress.com/

Epopéias da Índia Antiga (O Mahabharata) IV – No Desterro


A inveja de Duryodhanna perseguiu os Pândavas até no desterro, onde os deixamos, embora fracassassem muitas ciladas de morte que os Kurus armaram contra eles.

Um dia, os cinco irmãos estavam no bosque com muita sede, quando Yudhisthira disse a Nakula que fosse buscar água. Nakula obedeceu seu irmão maior e encaminhou-se ao lago, onde costumavam prover-se; porém, no momento de beber, ouviu uma voz que lhe dizia:

- Detém-te, ó criatura; responde primeiro às minhas perguntas e depois beberás.

Porém, como Nakula tinha muita sede, não fez caso da admoestação, bebeu a água e caiu morto imediatamente.

Ao ver que Nakula não voltava, Yudhisthira mandou um outro irrtijio, chamado Sahadeva, que o procurasse e trouxesse água.

Sahadeva dirigiu-se ao lago e encontrando em suas margens o cadáver de Nakula, ficou extremamente aflito. Atormentado pela sede, ia beber, quando ouviu a mesma voz:

- Detém-te, ó criatura. Responde primeiro às minhas perguntas e depois beberás.

Sahadeva não dando importância à essas palavras, bebeu e caiu fulminado.

Arjuna e Bhina foram sucessivamente ao lago e sofreram a mesma sorte. Yudhisthira, então, resolveu ir pessoalmente verificar o que havia. acontecido, pois nenhum dos quatros irmãos, havia regressado; ao chegar, porém, a margem do lago, ficou profundamente entristecido ante o espetáculo dos cadáveres e prorrompeu em sentidas lamentações.

Logo ouviu aquela voz que dizia:

- Não procedas temerariamente, õ criatura. Sou um Yaksha que, como a grou sustento-me de peixes miúdos.

Por mim caíram teus irmãos, sob a jurisdição do Senhor dos espíritos desencarnados. Se tu, õ príncipe, não responderes às minhas perguntas, serás o quinto cadáver. Se as responderes, õ filho de Kunti, poderás beber e carregar quanta água quiseres.

Yudhisthira respondeu:

– Responderei às tuas perguntas, segundo o meu entender. Pergunta-me!

O Yaksha disse então:

- Qual é a coisa mais admirável deste mundo?
- É a cada momento vermos como os outros morrem e os que ficam pensarem que nunca hão de morrer. Esta é a coisa mais surpreendente: diante da morte, ninguém pensa que há de morrer.

O Yaksha voltou a perguntar:

- Como se chega a conhecer o segredo da religião?
- Nada se alcança com argumentos, porque muitas são as doutrinas, diversas as Escrituras e uns textos contradizem aos outros. Não há sábios que concordem em suas opiniões. Parece que o segredo da religião está sepultado em cavernas profundas. Por isso o caminho que se há de seguir é o que seguiram os excelsos seres.

O Yaksha, então, respondeu:

- Estou satisfeito. Eu sou o Dharma, o deus da justiça em forma de grou. Vim por-te à prova. Teus irmãos não morreram. Tudo foi obra de minha magia. Posto que consideras a abstenção de toda injuria superior ao prazer e ao luxo, teus irmãos viverão, õ vencedor de teus inimigos e fortaleza dos Bhâratas!

A estas palavras, os quatro irmãos ressuscitaram.

Em suas respostas, Yudhisthira demonstrou que era mais que filósofo, que yogi e que rei.

Como se aproximava o décimo terceiro ano de desterro, durante o qual, segundo as condições estipuladas, haviam de viver incógnitos em uma cidade, sob pena de sofrer outros doze anos de desterro, o yaksha recomendou-lhes que fossem ao reino de Virat e ali vivessem disfarçados do melhor modo que pudessem, para não serem reconhecidos.

Obedientes à voz do yaksha, quando terminaram os doze anos de desterro, os cinco Pândavas foram para o reino de Virat, convenientemente disfarçados e entraram no serviço doméstico da casa real.

Desse modo, Yudhisthira foi o brâmane da corte, hábil no manejo dos dados; Bhima, cozinheiro; Arjuna disfarçado em eunuco, foi nomeado mestre de música e dança da princesa Uttarâ com alojamento nas habitações particulares do rei; a Nakula foi confiado o cargo de escudeiro; a Sahadeva, o de boieiro; Draupadi, disfarçada em camareira, foi admitida ao serviço pessoal da rainha.

Desse modo, durante um ano, os Pândavas permaneceram incógnitos na cidade de Virat, sem que as pesquisas de Duryodhana lograssem descobri-los.
––––––––––-
Continua….. V – A Batalha
––––––––––-
Fonte: Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga. Imagem = Os Pandavas. http://www.historyforkids.org/learn/india/literature/mahabharata.htm

A. A. de Assis lança a Revista Virtual Trovia n. 135


Trovas Inesquecíveis, Humoristicas, Liricas e Fislosóficas.


Simplinha, porém cheirosa;
fogosa, apesar de feia,
Xilinha era a mais beijosa
das moças da minha aldeia!
Archimedes de Maria – RJ

Na minha decrepitude,
– não me faças contradigas –
só me resta uma virtude:
a de amar minhas amigas…
Diamantino Ferreira – RJ

Parecia uma peneira
a leitoa do vizinho,
depois de uma noite inteira
namorando um porco-espinho!
Edmar Japiassú– RJ

Quem me leia não suponha
que sou um velho sem linha…
Eu não nasci sem vergonha.
É que gastei a que tinha!…
José Fabiano – MG

Fonte: A. A. de Assis

Roberto Pinheiro Acruche lança a Revista Trovas e Poemas n. 26.


São 14 paginas de trovas, poemas, noticias, concursos, fotos de trovadores. Tudo isto nesta excelente revista do trovador de São Francisco de Itabapoana/RJ – Roberto Pinheiro Acruche.

Faça o download AQUI.

Eu faço das fronhas lenços
nas minhas noites sem sono…
E os lençóis, braços imensos,
abraçam meu abandono…
Divenei Boseli - SP

Em noites frias, sem lua,
quando meus versos componho,
eu cubra verdade nua
com meu casaco de sonho.
Antônio Juraci Siqueira-PA

A nossa fisionomia,
que se expressa no facial,
de tristeza, ou de alegria,
é um idioma universal.
Nei Garcez-PR

Coração...cerca o pedaço
para que o amor não se perca,
que hei de cuidar desse espaço,
antes que a dor ponha cerca...
Edmar Japiassú Maia -RJ

Nosso abismo mais profundo
que no universo se espalma,
são as tristezas do mundo
nas profundezas da alma.
Dilma Ribeiro Suero -RJ

Fonte: Roberto Pinheiro Acruche.

Ademar Macedo (O Trovadoresco n. 70 - abril de 2011)


Entre o passado e o futuro,
mudou o amor um bocado:
-o que o vovô fez no escuro,
faz o neto, escancarado!
– A. A. DE ASSIS/PR –

Quase todo brasileiro
tem esta...“mania”... estranha:
– dá sumiço no dinheiro
mais depressa do que ganha!
– IZO GOLDMAN/SP –

Não sei se é pecado ou vício,
bobeira... sei lá mais quê...
esse agridoce suplício
de só pensar em você!
– JEANETTE DE CNOP/PR –

Só para mim mesmo minto,
disfarçando uma verdade.
Toda saudade que sinto,
eu finjo não ser saudade...
– FRANCISCO MACEDO/RN –

Estas trovas e muito mais. Sonetos, estrofes, você encontra no O Trovadoresco de Abril, n. 70. Produção de Ademar Macedo. Faça o download clicando AQUI

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 174) 03 de Abril


Uma Trova Nacional
Já velhinho, sonha ainda,
mantendo o brilho no olhar,
que a juventude só finda,
quando é impossível sonhar!
-CAROLINA RAMOS/SP -

Uma Trova Potiguar

O trabalho é luta santa
que não vislumbra medalha,
e um país só se levanta
pelas mãos de quem trabalha.
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–

Uma Trova Premiada

2009 > Nova Friburgo/RJ
Tema > SAUDADE > Menção Honrosa

Ah, saudade do passado!
Tão presente e tão intensa,
que penso ouvir teu chamado,
buscando a minha presença.
–SÔNIA SOBREIRA/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Um dedo contra os pilares..
murmúrios...silêncio! Tédio...
É a fome subindo andares
pelo interfone do prédio!
–PAULO CESAR OUVERNEY/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE.
E a terra caiu no chão...

GLOSA:

Pus um jarrinho com terra
no batente da janela,
plantei roseira amarela
onde a beleza se encerra;
mas era tempo de guerra,
de conflito e confusão;
deram um tiro de canhão
que o globo inteiro abalou,
meu lindo jarro tombou
e a terra caiu no chão...
–CHICO DE SOUSA/PB–

Estrofe do Dia

Acho tarde demais para voltar
estou cansado demais para seguir,
os meus lábios se ocultam de sorrir,
sinto lágrimas, não posso mais chorar;
eu não posso partir e nem ficar
e assim nem pra frente nem pra trás,
pra ficar sacrifico a própria paz,
pra seguir a viagem é perigosa,
a vereda da vida é tão penosa
que me assombro com as curvas que ela faz.
–CANHOTINHO/PB–

Soneto do Dia

–Aurea Miranda/BA–
Sinceridade Desmentida

Em mim nada mais vibra, nada encanta,
nada fala de amor, de fantasia;
tudo me abate, a fé se me quebranta,
nada mais tem beleza e melodia...

Em mim nada mais vive, nada canta,
nada palpita e nada me inebria;
o coração apenas se levanta
se vê maior que a sua, outra agonia...

Mataste-me no berço as ilusões.
Finando-me, sem pena, as vibrações
que eu tinha n’alma a avigorar-me a vida!

E eu definhei ao peso dessa dor;
morri até com a morte desse amor;
– Triste sinceridade desmentida!…

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 173) 02 de Abril


Uma Trova Nacional

Se deu bem mal, minha amiga,
e, agora, não tem mais jeito:
Escorregou pra barriga
o silicone do peito.
–DARLY O. BARROS/SP–

Uma Trova Potiguar

Após estudo profundo,
hoje pode se afirmar:
- Quem não bebe neste mundo,
não vê o mundo girar...
–FABIANO WANDERLEY/RN– Uma Trova Premiada
1994 > Nova Friburgo/RJ Tema > “LIVRE” > 1º Lugar
Anão com metro e noventa!?...
Não pode ser, seu Raimundo!
E o seu Raimundo sustenta:
- É o maior anão do mundo!!!
–JOSÉ TAVARES DE LIMA/MG–

...E Suas Trovas Ficaram

O forró foi bom de fato,
no sítio do Manelão.
Tinha mais casal no mato
do que dentro do salão.
–ALYDIO C. SILVA /MG–

Simplesmente Poesia

MOTE. Um beijo na sexta-feira, dá pra quebrar o jejum.

GLOSA:
Quem beija moça solteira
merece ser perdoado,
pois sei que não é pecado
um beijo na sexta-feira.
Sendo assim por brincadeira
é coisa muito comum,
e a gente dando só um
entre o almoço e a janta,
se for na semana santa
dá pra quebrar o jejum.
–BELARMINO DE FRANÇA/PB–

Estrofe do Dia

Mulher no leito de morte
e já sob a luz da vela:
- Não és o pai da Mirela,
meu amado, seja forte.
Ele lhe diz, dando um corte:
- Nem é sua e nem é minha...
Na maternidadezinha,
você pediu: Vá trocar!
E eu pra não me sujar,
troquei por outra limpinha!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Soneto do Dia

–GONGA MONTEIRO/PE– Os Quatro Bêbados.
Quatro bêbados bebiam numa mesa,
e falavam da vida e tudo enfim.
o primeiro dizia: “Eu bebo assim,
pra poder afogar minha tristeza”...

O segundo, engolindo uma de gim,
diz: a cana é quem faz minha defesa...
Se não fosse a bebida, essa beleza,
minha vida seria muito ruim!

O terceiro, morrendo de ressaca,
diz: eu sinto a matéria muito fraca,
vou parar de beber essa semana!

Grita o outro: não faça essa desgraça,
mande abrir mais um litro de cachaça
que é pra gente morrer bebendo cana!

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 172) 01 de Abril


Uma Trova Nacional

Conquista espaços, direitos,
mas, escrava da emoção,
a mulher pinta conceitos
com tintas do coração!
–CAROLINA RAMOS/SP–

Uma Trova Potiguar

Peregrina da saudade
andando por várias trilhas,
a trova é luz que invade
o mundo de maravilhas!
–MARIA CARRIÇO/RN–

Uma Trova Premiada

2009 > Taubaté/SP Tema > ALVORADA > Venc.
Assim que o dia viceja
à meia-luz da alvorada,
a noite insone boceja
e adormece... ensolarada!
–EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

A desventura em minha alma
passou como um furacão!
Não me matou, por milagre...
Mas levou-me o coração...
–LUIZ OTÁVIO/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE: “Se eu não matar a saudade Ela finda me matando!”
GLOSA:
A própria felicidade
Parece chegar ao fim;
Não sei que será de mim,
Se eu não matar a saudade!
Todo instante ela me invade,
Machucando, machucando!
Não sei, meu Deus, até quando
Terei essa dor no peito!
Eu já vi que não há jeito,
Ela finda me matando!
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN– Estrofe do Dia
Encontrei um passarinho
num galho dependurado,
inda quase depenado
muito distante do ninho,
me aproximei de mansinho
peguei ele com a mão,
botei no ninho algodão
e me afastei devagar;
no céu não falta lugar
pra quem tem bom coração.
–CANCÃO/PE– Soneto do Dia –OSCAR MACEDO/RN– A m o r.
Pediu-me alguém, que definisse o amor,
para zombar talvez do que eu dissesse;
porque, se o amor, eu definir pudesse,
seria um mago, exímio encantador.

Porque, quem resistir quando eu quisesse,
desvendar-lhe o mistério, e com ardor,
dizer seu letal gosto, seu sabor
de mel de himêto? Enfim quando eu dissesse.

Como alguém diz: “É mal sem cura”.
“Delírio da razão, quase loucura”?
Quem já não teve o gozo de sofrê-lo,

outro alguém diz assim – “É fantasia...”
Mas como defini-lo eu poderia
se nem ao menos posso compreende-lo?!

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 171) 31 de Março


Uma Trova Nacional

Uma Coisinha de nada
sintetiza imensa dor:
a florzinha abandonada
saudosa de um beija-flor!
–JEANETTE DE CNOP/PR–

Uma Trova Potiguar

Já pronta e de vela içada
tremulando de ansiedade,
vai para o mar a jangada
carregada de saudade!
–PROF. GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada

2008 > Caicó/RN Tema > ESTRADA > 14º Lugar.
Escolha bem – no começo –
pois, o pedágio da vida
sempre nos cobra alto preço
na estrada mal escolhida...
–REGINA CÉLIA DE ANDRADE/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Ante as sandálias furadas
que entre cascalhos gastei,
não culpo o chão das estradas,
culpo os maus passos que dei.
–JOSÉ M. MACHADO ARAÚJO/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE. Era tudo diferente, no tempo de lampião.
GLOSA:

Se votava em presidente,
não havia Petrobrás,
não tinha fogão à gás,
era tudo diferente,
o povo mais consciente,
não havia exploração,
o barão era barão
e a moeda não caía
e nem o dólar subia
no tempo de lampião.
–AUGUSTO MACÊDO/RN–

Estrofe do Dia

Canto a chuva de janeiro,
brisa fria, vento brando,
e um galo preto cantando
no palanque do poleiro,
o menino no terreiro
correndo atrás da menina,
e a mãe com a vara fina
correndo atrás pra açoitar;
quando falta o que cantar
a natureza me ensina.
–LOURO BRANCO/CE–

Soneto do Dia

–AUTA DE SOUZA/RN– Caminho do Sertão
Tão longe a casa! Nem sequer alcanço
vê-la através da mata. Nos caminhos
a sombra desce; e, sem achar descanso,
vamos nós dois, meu pobre irmão, sozinhos!

É noite já. Como em feliz remanso,
dormem as aves nos pequenos ninhos...
vamos mais devagar... de manso e manso,
para não assustar os passarinhos.

Brilham estrelas. Todo o céu parece
rezar de joelhos a chorosa prece
que a Noite ensina ao desespero e a dor...

Ao longe, a Lua vem dourando a treva...
Turíbulo imenso para Deus eleva
o incenso agreste da jurema em flor.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 170) 30 de Março


Uma Trova Nacional

O que mais queres, querida,
se já te dei tudo, enfim?
Até minha própria vida
não pertence mais a mim.
–CLÊNIO BORGES/RS–

Uma Trova Potiguar

Vim do chão de um interior
e hoje tenho visões novas.
Quão feliz é o Trovador
que vai das Trevas às Trovas...
–MANOEL CAVALCANTE/RN–

Uma Trova Premiada

1998 > Bandeirantes/PR Tema > PODER > Venc.
Não quero o poder que esmaga
o sonho com seu furor...
Eu quero o poder que afaga
nossos momentos de amor ...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO NITERÓI/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Meu amor, que mau pedaço
eu passo quando demoras...
meu coração perde o passo,
atrás do passo das horas...
–WALDIR NEVES/RJ–

Simplesmente Poesia

VLADIMIR BRANESCU/ROMENIA
Hematof


Por que gosto eu de ser Vampiro
se até o próprio ar, que não respiro,
recende ao bolor da escuridão?

É que ontem à noite um “Velho-Cão”
dos Portais do Inferno, se soltou
e pela noite inteira “atanazou”
este que não nasceu “Filho de Adão”.

Mas ao saber-me “Sobrinho do Conde”,
deu volta atrás, sumiu (e vi por onde),
“se escafedeu” por um viés do chão...

Eis a vantagem de ser “Morto-Vivo”,
Eterno, Sábio, de Olhar Altivo,
que “Pobres-Diabos”... nunca tocarão.

Estrofe do Dia

Lugar de um povo cativo
de mão magra e pés descalço,
herói que um governo falso
abandonou sem motivo,
vai dormir, se enterra vivo
num barraco soterrado,
antes de ser encontrado
o jornal comenta o fato,
a favela é o retrato
de um povo discriminado.
–JOÃO PARAIBANO/PB–

Soneto do Dia

MARA MELINNI/RN– Conjunção.

Quando escrevo, a minh´alma se desprende
das arestas formais do corpo insano
e viaja, no instante em que se rende
aos anseios do amor... Sem dor, nem dano.

Neste plano, onde o sonho se revela,
face à espera que finda, vão-se os medos...
E no enlace do encontro – dele e dela,
cada beijo murmura seus segredos.

Bem assim, vivo a vida simplesmente
nos meus versos, buscando a própria cura
aos anseios que a sorte me consente...

Hei de achar-me naquele que procura
todo o encanto de amar serenamente
um ao outro... na mesma criatura!

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 169) 29 de Março


Uma Trova Nacional

Quando chega, o pescador,
num barco da sua frota,
escuta canções de amor
no bico de uma gaivota.
–ANTÓNIO BARROSO/PORTUGAL–

Uma Trova Potiguar

Eu quis achar-me, no mundo,
mas fiz as buscas a esmo,
pois foi me olhando, bem fundo,
que fui me achando, em mim mesmo.
–TARCÍSIO LOPES/RN–

Uma Trova Premiada

2007 > Petrópolis/RJ Tema > MÃE > 4º Lugar
A mãe é o mais evidente
exemplo de chão fecundo,
nutre de amor a semente
e entrega os frutos ao mundo.
–WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ/PR–

...E Suas Trovas Ficaram

É tanto o amor que me invade
quando em teus braços estou,
que cada instante é saudade
do instante que já passou!
–NEWTON MEYER AZEVEDO/MG–

Simplesmente Poesia

– DIVENEI BOSELI/SP – Visão...

Há um vulto ameno que me surge à mente
qual uma visão e, sorridente
me olha... Depois desaparece.
Tem a ternura do gorjeio de aves,
do pôr-do-sol os róseos tons suaves
e a beleza empírica da prece.

Vejo-o com os olhos da alma,
quando meu corpo, da noite na calma,
busca o descanso de inglórias lidas,
antes que o sono, esse bem que somente Deus dá,
qual sombra em soalheira ardente,
bem balsamizar minhas feridas.

Sorri! Para mim ou se de mim, quem sabe?
Meu coração amargurado, aflito,
em cujo bojo um grande amor só cabe,
palpita trêmulo à visão e um grito
sai de minha alma e esse vulto busca.
– Mas o negror da noite tudo ofusca...

Hoje, meu peito é um vulcão e lavas de ódio
e caudais alcadantes de mágoas jorram-me o coração ferido,
onde se aninham meus sonhos pequenos.

Ài, vem sorrir-me esta noite,
meu vulto querido,
enquanto os justos dormitam serenos...

Estrofe do Dia

Minha língua é afiada,
Perguntou logo respondo,
Quem me achar hediondo
Pode mudar de calçada,
Pois nada em mim é fachada,
Meu olhar é feito seta,
Ser feliz é minha meta,
Meus filhos são meu jardim;
Gostem ou não sou assim:
Original e poeta.
–DAMIÃO METAMORFOSE/RN–

Soneto do Dia

–RAYMUNDO DE SALLES BRASIL/BA– O Retirante.

Banido pela seca do sertão fizera
uma viagem sem volta, em busca de igualdade.
Deixando uma mulher e filhos na tapera,
galopou no seu sonho de felicidade.

Só quando lhe caiu a última quimera,
bateu-lhe na razão a dura realidade...
Pois que tão diferente dos seus sonhos era
o cotidiano cruel de uma grande cidade.

Sem trabalho, sem pão e sem sonhos sequer,
e tendo uma tapera, filhos e mulher,
chorou pedindo a Deus lhe deixasse voltar;

mesmo que fosse assim, de mãos puras, vazias,
mesmo pra passar fome o resto dos seus dias,
mesmo que fosse até pra nunca mais sonhar.

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 168) 28 de Março


Uma Trova Nacional

No mundo de tanto mal,
em que a moral é postiça,
falta o sangue arterial
dos princípios da justiça!
– JOSÉ VALDEZ DE C. MOURA/SP –

Uma Trova Potiguar

Nas entranhas do meu ser
há um outro ser clandestino,
que teima em permanecer
eternamente menino!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Uma Trova Premiada

1994 > Barra do Piraí/RJ Tema > AGORA > M/H

Um sonho bom não tem fim,
enquanto a entrega é dos dois...
... E vamos sonhando, assim,
antes... Agora... e depois!...
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Quanto mais sofro, mais canto,
sempre assim fui e hei de ser,
que nestas águas de pranto
ninguém afoga sofrer!
–JÚLIO B. MACIEL/CE–

Simplesmente Poesia

– ANTONIO M. A. SARDENBERG/RJ – Voz da Razão.

Quando minha razão fala,
com a voz do coração,
tudo em mim então se cala
e minha vida se embala
na mais sublime canção.

E quando a luz matutina
vem meiga me despertar,
a esperança descortina
e a fé, então, me ensina:

é hora de agradecer,
é momento de rezar!

E quando o silêncio cala
profundo dentro da gente,
sem querer a alma sente
que por nós é DEUS quem fala!

Estrofe do Dia

Já plantei minha semente
no roseiral da saudade,
já gozei a mocidade
nessa vida inconsequente,
deixei de ser imprudente
amando quem não devia,
arranquei a alegria
no calabouço da dor;
onde se planta uma flor
nasce um pé de poesia.
–HÉLIO CRISANTO/RN–

Soneto do Dia

–RONALDO CUNHA LIMA/PB– Cansado de Sofrer de Mal de Amor.

Cansado de sofrer do mal de amor
procurei proteger meu coração,
e comecei a grande construção
da minha fortaleza interior.

Fiz vigas de concreto contra dor,
revesti as paredes de razão,
portas, janelas, piso, elevador,
tudo impermeável à emoção.

Como não tem no mundo quem não falhe,
esqueci, entretanto de um detalhe,
e meu trabalho não ficou completo.

Meu coração, em paz, adormecido
acordou, de repente, com um ruído:
Era a saudade entrando pelo teto.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 167) 27 de Março


Uma Trova Nacional
Adicionar imagem
O vento que sopra mágoas
em meu inverno vazio,
faz, sobre o espelho das águas,
a lua tremer de frio...
MARINA BRUNA/SP –

Uma Trova Potiguar

Solteira e sem compromisso,
a lua brilha na areia.
Namora o sol, e por isso
brilha mais quando está cheia.
– HILTON DA CRUZ GOUVEIA/RN –

Uma Trova Premiada
2003 > Amparo/SP Tema > PEDRA > M/E

Se eu não puder ser a Lua
a te cobrir de luar,
que eu seja as pedras da rua,
onde tu possas pisar.
MARIA MADALENA FERREIRA/RJ –

...E Suas Trovas Ficaram

Olhando, na infância doce,
aquela bola de luz,
pensava que a lua fosse
um brinquedo de Jesus...
-JOSÉ MARIA M. DE ARAÚJO/RJ-

Simplesmente Poesia

MOTE. Eu vi o seio da lua, amamentando uma estrela.

GLOSA:
De meio despida a nua,
irradiando beleza,
essa noite com certeza
eu vi o seio da lua,
estava deserto a rua
e eu abismado a vê-la,
pedi a Deus para tê-la
porém Deus não consentido,
a lua partiu sorrindo
amamentando uma estrela.
– MAJÓ/RN –

Estrofe do Dia

A Lua, barco risonho,
no seu posto ingênuo e belo,
era o mimoso castelo
da poesia e do sonho,
mas o astronauta medonho
lá chegou bastante cedo,
e, como no seu degredo
esperava um Trovador,
ao ver um explorador
a Lua tremeu de medo.
-JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN-

Soneto do Dia

VINÍCIUS DE MORAES/RJ – Soneto do Corifeu.

São demais os perigos desta vida
para quem tem paixão, principalmente
quando uma lua surge de repente
e se deixa no céu, como esquecida.

E se ao luar que atua desvairado
vem se unir uma música qualquer
aí então é preciso ter cuidado
porque deve andar perto uma mulher.

Deve andar perto uma mulher que é feita
de música, luar e sentimento
e que a vida não quer, de tão perfeita.

Uma mulher que é como a própria Lua:
tão linda que só espalha sofrimento
tão cheia de pudor que vive nua.

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Esclarecimento sobre as Postagens


Recentemente recebi um e-mail reclamando de postagem no blog sobre trovas e biografia de uma trovadora, dizendo que eu desrespeitava os direitos de autoria e proclamava ser de minha autoria, e não da autora que redigira o texto. A postagem foi excluída (infelizmente). Não sei se por desconhecimento do significado da palavra fonte, ou falta de leitura mais atenta do funcionamento do blog ("Postagens e Suas Fontes", no final da pagina), esclareço sobre o seu significado:
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FONTE/S:
A quase totalidade de minhas postagens eu coloco fonte/s, o que significa que eu copiei tal qual estava no site, jornal, revista ou livro de onde retirei a postagem, ou mesmo de escritores que me enviam seus textos. Portanto, ELA NÃO É DE MINHA AUTORIA, E NEM DO PAVILHÃO (que é só um meio de divulgação dos valores literários e eventos culturais, como é enfaticamente citado), é do nome que foi citado na fonte ou no próprio título da postagem.
Caso as trovas estejam colocadas aleatoriamente, tenho por praxe colocar em ordem alfabetica, isto é, as primeiras letras da primeira palavra do primeiro verso. Não está sendo desvirtuado o texto, e a autoria do mesmo continua especificada.

O blogspot possui um recurso em que não é necessário digitar o link dentro do texto, ele fica oculto, contudo, se o leitor clicar sobre o nome da fonte, será direcionado diretamente ao link onde está sobre a postagem.
Exemplo: Projeto Releituras, o link seria http://www.releituras.com/ne_jfeldman_umdia.asp. Se clicarem sobre Projeto Releituras serão direcionados ao local que possui o texto original de direito do autor, ou de onde foi retirado o texto (infelizmente muitos sites e blogs não colocam a fonte dos autores).

Espero que estejam dirimidas as dúvidas, para evitar futuros mal-entendidos, não só do blog, mas de todos artigos postados na internet de outros sites/blogs.

Saliento que textos de minha autoria ou pertencentes exclusivamente ao pavilhão, possuem a minha assinatura.
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Entretanto, caso algum autor se sinta lesado com esta divulgação de seus trabalhos e autoria, enfatizo como o texto do rodapé da página "Postagens e suas Fontes", que retirarei o texto ou imagem, respeitando sua vontade. É só escrever para pavilhaoliterario@gmail.com ou colocar comentário no link que deseja que se retire.

Obrigado.
José Feldman

Fonte da imagem:
http://www.verinha2.de/various/download_gifs/gifs_13.htm

sábado, 26 de março de 2011

II Concurso de Trovas Antônio Roberto Fernandes – Academia Pedralva


VENCEDORAS
Em ordem alfabética

Noel Rosa, agora empresta
ao céu, mais encanto e brilho!...
Que Deus em noite de festa
aplaude as canções do seu filho!
Adilson Maia – Niterói-RJ

Sem Noel Rosa, a verdade,
é uma dor que não tem jeito,
do tamanho da saudade
que nem cabe em nosso peito.
Almerinda F. Liporage – Rio de Janeiro-RJ

As estrelas “Pastorinhas”
na piscadela amorosa
vão soprando as cem velinhas,
que festejam Noel Rosa!
Dirce Montechiari – Nova Friburgo-RJ

Um novo mestre no céu...
De Noel Rosa, a lição:
Harpas deixadas ao léu,
Anjos tocando violão!
Dodora Galinari – Belo Horizonte-MG

Ausente o rei da seresta
chora a Vila pesarosa...
Mas Deus recebe com festa
o seu filho, Noel Rosa!
Elen de Novaes Felix – Niterói-RJ

De Noel Rosa a lembrança
sempre traz grande emoção:
-Saudade que vive mansa,
com “Feitio de Oração”!...
Hermoclydes S. Franco – Rio de Janeiro-RJ

Na Vila Izabel famosa
onde há cem anos nasceu,
o poeta Noel Rosa
foi rei num mundo plebeu!
Licínio Antônio de Andrade – Juiz de Fora-MG

Cem anos de Noel Rosa...
O povo se rejubila
e em seresta harmoniosa
louva o Poeta da Vila!
Marina Bruna – São Paulo-SP

Noel Rosa bem sabia
o que mata uma paixão:
a noite triste e sombria,
sem luar e sem violão.
Olympio da Cruz Simões Coutinho – Belo Horizonte-MG

Inspiração fabulosa,
veia irônica sutil;
os teus sambas, Noel Rosa,
têm a cara do Brasil!
Wanda de Paula Mourthé – Belo Horizonte-MG

MENÇÃO HONROSA
Em ordem alfabética

Tecendo versos e rimas
com bossa e facilidade,
Noel Rosa, em obras primas,
pôs samba até na saudade.
Almira Guaracy Rebelo – Blo Horizonte-MG

Que versos, que repertório!
Noel Rosa foi um “bamba”.
Foi um marco divisório,
na história de nosso samba!
Ederson Cardoso de Lima – Niterói-RJ

A mercê das emoções
Noel Rosa impressionou
com suas lindas canções
que o tempo nunca apagou.
Jupyra Vasconcelos – Belo Horizonte-MG

Noel de Medeiros Rosa,
que hoje canta lá no céu,
é a voz do samba, saudosa,
que encanta Vila Izabel.
Nei Garcez – Curitiba-PR

Noel Rosa com seu tino
e talento musical,
fez do samba seu destino
e tornou-se imortal.
Nei Garcez – Curitiba-PR

Noel Rosa, a tua essência
que ao centenário desdobra,
não mede a breve existência...
mas a grandeza da obra!!!
Neide Rocha Portugal - Bandeirantes-PR

Noel Rosa eternamente
ouvirá nossos louvores,
pois sempre estará presente
nas vozes de seus cantores!
Renata Paccola – São Paulo-SP

Atingindo o apogeu,
é verdade bem sabida:
Noel Rosa não morreu
-mudou o estilo de vida...
Ruth Farah Nacif Lutterback – Cantagalo-RJ

“Eu sou da Vila” proclama,
com orgulho, Noel Rosa!
O poeta ganhou fama
e a Vila ficou famosa!
Therezinha Dieguez Brisolla – São Paulo-SP

Ante o samba, que o fascina,
Noel Rosa nem vacila,
trocou logo a medicina
pelo “feitiço” da Vila.
Wandira Fagundes Queiroz – Curitiba-PR

MENÇÃO ESPECIAL
Em ordem alfabética


Noel Rosa, na viagem
além de um rico troféu,
levou sambas , bagagem
para Deus ouvir, no céu.
Adilson Maia – Niterói-RJ

Enaltecer Noel Rosa
simplesmente numa trova,
é missão muito espinhosa
que o trovador pôs à prova...
Amael Tavares da Silva – Juiz de Fora-MG

Noel Rosa, sem desgaste,
jamais teu brilho descamba...
em Vila Isabel fundaste
o Estado Maior do Samba!
Carolina Ramos – Santos -SP

Noel de Medeiros Rosa,
nascido em Vila Isabel,
mestre no verso e na prosa,
no samba - foi bacharel!
Djalda Winter Santos – Rio de Janeiro-RJ

Noel Rosa, quem diria,
sem cigarro e sem chapéu,
chegou só, sem parceria,
pra fazer samba no céu.
Francisco José Pessoa – Fortaleza-CE

Noel Rosa, esse talento,
partiu da Vila tão cedo...
Mas, por Noel, canta o vento
e dança até o arvoredo.
Hegel Pontes Juiz de Fora-MG

Noel Rosa, o menestrel...
que pôs feitiço no samba,
provou que a Vila Izabel
é terra de gente bamba!...
Jorge Roberto Vieira – Niterói-RJ

Calçadas em partituras,
Noel Rosa ali deixou,
sua Vila em escrituras
grande herança que ficou!
Lucia Helena de Lemos Sertã – Nova Friburgo-RJ

Noel Rosa, qual canário,
em nossa memória estrila
cantando, no centenário,
o seu Feitiço da Vilia!...
Marcos Antônio de Andrade Medeiros – Lagoa Nova, Natal-RN

Noel Rosa tem feitiço
nos sambas de qualidade
e louvá-lo é compromisso
dos sambistas de verdade!
Rodolpho Abbud –Nova Friburgo-RJ

Fonte:
Roberto Pinheiro Acruche