Flávio Roberto Stefani (Querência de Trovas) = 3

A juventude, hoje em dia,
jogando a vida no ralo,
vai transformando a euforia
em grandes festas de embalo.
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Ante á dor que se avizinha,
amigo é quem tudo deixa
e ao nosso lado caminha
sereno, altivo e sem queixa!
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A palavra, bem usada,
é ferramenta eficaz,
que fica sempre guardada
no galpãozinho da paz!
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Cidadão, cabeça erguida
é aquele que, na passagem,
coloca os lixos da vida
nos latões da reciclagem.
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Das dietas sendo fã,
eu que vibro por viver,
tomo o café da manhã
nas cores do amanhecer!
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Diz que é pura adrenalina,
deixa o cara alto do chão!
- Quem tem vício não atina
quantos males tem na mão!
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Do silêncio adoro o som,
ele me afaga e me acalma,
faz-me ouvir - e como é bom -
murmúrios que vem da alma!
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Ganha contornos de festa,
de festa vira euforia,
quando Deus se manifesta,
abrindo as portas do dia!
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Mistura amor com magia,
mexe bem, põe paciência,
que terás, ao fim do dia,
a pílula da inocência!
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Não tendo ouro nem mirra,
muito menos tendo Incenso,
o pobre, coitado, espirra,
e vai ver, não tem nem lenço...
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Nobre e sábia profissão,
indispensável na empresa:
contador é exatidão;
dois é dois, não tem moleza!
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Os trilhos da ferrovia,
impulsionando o progresso,
trazem vagões de energia
carregados de sucesso!
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O tempo pregou-me peças
e, hoje, cansado e sem guia,
não cumpro nem as promessas
que fiz a mim mesmo, um dia.
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O vento varre a ansiedade
e as folhas secas do chão,
só não varre esta saudade
que corta o meu coração.
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Parceiro das invernias,
passa o dia todo atento,
manda fumaça e alegrias...
Como é sábia a mão do vento!
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Passo a passo, pé por pé,
caminha e impõe teu vigor,
pois é nos passos da fé
que está o caminho do amor.
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Pela força do trabalho,
por certo, descobrirás
a magia de um atalho
que desemboca na paz!
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Pelas ruas, no abandono,
sem crenças, nem sinagogas,
o jovem, sem pai, nem dono,
vai pelo atalho das drogas.
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Porque teima sempre em ver
a sua missão cumprida,
todo poeta, ao morrer,
deixa pegadas de vida!
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Quando a causa justifica
que a gente se dê a mão,
meia dúzia significa
verdadeira multidão.
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Quando a memória me "apronta",
eu chamo o sexto sentido,
e, em seguida, ele me aponta
o caminho a ser seguido.
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Quando o vício toma conta,
abalando, na estrutura,
segura bem numa ponta,
que na outra, Deus segura!
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Uma abelha só não rende,
mas deixa ao mundo uma ideia,
pelo muito que se aprende
na força de uma colmeia!
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Uma idade diferente,
chamam até " flor da idade",
...e pensar que tanta gente
nem viveu a mocidade!...
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Vive mais o teu presente,
deixando o passado atrás,
que o futuro, certamente,
será somente de paz.

Fonte:
Flávio Roberto Stefani. Novas andanças e outros poemas.
Cachoeirinha/RS: AgênciaTexto Certo, 2013.

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