quinta-feira, 25 de abril de 2024

Dom Pedro II (Cachoeira de Versos)


A IDEIA CONSOLADORA

Vendo as ondas correr para o ocidente,
Corre mais do que elas a saudade,
Mas espero que a minha enfermidade
O mesmo me consinta brevemente.

Com saúde mais lustre dar à mente
É cousa que enobrece a humanidade;
Contudo agora o paga a amizade
Da pátria, e da família, cruelmente;

Mas consola-me a ideia, — que mais forte
Lhes voltarei para melhor amá-los,
Pois mais anos assim até a morte

Eu mostrarei que sempre quis ligá-los
Na feliz, e também na infeliz sorte
Para, amando-os, ainda consolá-los.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

A MEUS NETINHOS IMPRESSORES DE MEUS VERSOS

Versos feitos por mim na mocidade
O mérito só tem sentimento.
Eram, pra assim dizer, um instrumento
Mais que o prazer ecoando-me a saudade.

Pospondo a fantasia sempre à verdade
Melhor encontrei nesta o ornamento
E, no estudo apurando o sentimento,
Quanto tenho a saber disse-me a idade.

É isso o que vos quero eu ensinar,
Amando-vos qual pode um terno avô,
A quem para as suas cãs engrinaldar

Melhor só poderia o que eu vou
Em carícias tão vossas procurar,
Sentindo que de vós inda mais sou.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

À MORTE DO PRÍNCIPE D. PEDRO

Pode o artista pintar a imagem morta
Da mulher, por quem dera a própria vida.
À esposa que a ventura vê perdida
Casto e saudoso beijo inda conforta.

A imitar-lhe os exemplos nos exorta
O amigo na extrema despedida...
Mas dizer o que sente a alma partida
Do pai, a quem, oh Deus, tua espada corta.

A flor de seu futuro, o filho amado;
Quem o pode, Senhor, se mesmo o Teu
Só morrendo livrou-nos do pecado,

Se a terra à voz do Gólgota tremeu
E o sangue do Cordeiro Imaculado
Até o próprio céu enegreceu!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

A VIDA E O BARCO

Andar e mais andar é a vida a bordo;
Mal estudo, e apenas eu vou lendo;
A noite com a música entretendo;
Deito-me cedo, e mais cedo acordo.

Saudosíssimo a pátria eu recordo,
E, pra consolo versos lhe fazendo,
Desenho terras só aquela vendo,
E para não chorar os lábios mordo.

Enfim há de chegar, eu bem o sei,
Que o Brasil eu reveja jubiloso;
E, se outrora eu servi-lo só pensei,

Muito mais forte e muito mais zeloso,
Para ainda mais servi-lo, voltarei
'Té que nele encontre o último repouso.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

INGRATOS

Não maldigo o rigor da iníqua sorte,
Por mais atroz que fosse e sem piedade,
Arrancando-me o trono e a majestade,
Quando a dois passos só estou da morte.

Do jogo das paixões minha alma forte
Conhece bem a estulta variedade,
Que hoje nos dá contínua f'licidade
E amanhã nem — um bem que nos conforte.

Mas a dor que excrucia e que maltrata,
A dor cruel que o ânimo deplora,
Que fere o coração e pronto mata,

É ver na mão cuspir a extrema hora
A mesma boca aduladora e ingrata,
Que tantos beijos nela pôs — outrora.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

SEMPRE O BRASIL

Nunca noite dormi tão sossegado,
Quem nem mesmo sonhei com o meu Brasil,
Porém, vendo infinito mar d'anil,
Lembra-me a aurora dele nacarada.

Cada dia que passa não é nada,
E os que faltam parecem mais de mil.
Se o tempo que lá vivo é um ceitil*,
Aqui é para mim grande maçada*.

E a doença porém me consentir,
Sempre pensando nele, cuidarei
De tornar-me mais digno de o servir,

E, quando possa, logo voltarei;
Pois na terra só quero eu existir
Quando é para bem dele que eu o sei.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 
Ceitil = quantia insignificante
Maçada = aborrecimento, enfado
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

TERRA DO BRASIL

Espavorida agita-se a criança,
De noturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.

Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra; e neste creio
Brando será meu sono e sem tardança...

Qual o infante a dormir em peito amigo,
Tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!

E entre visões de paz, de luz, de glória,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da história!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 
Fonte> http://www. sonetos.com/biografia.php-a=71.htm. (site desativado), acesso em 15.01.2016

Newton Sampaio (Noite quente, noite quieta, da cidade inútil)

Noite quente, noite boa, caminhando no silêncio, desaparecendo num céu forrado de estrelinhas piscantes, inumeráveis, longínquas.

Noite quente gostosa, na cidade sem personalidade, de casas fechadas, de ruas penumbrentas, sem vira-latas melancólicos nem boêmios incorrigíveis.

Noite quente, noite quieta, noite gostosa. Na cidade inútil, na cidade triste, na cidade decadente...

Juquita acorda assustado, perseguido pelos mesmos sonhos ruins.

Escuta o relógio, que é medroso e bate duas vezes, e o pai roncando num sono de felicidade profunda.

Fica de barriga pra cima. Mas não descansa. Porque despeja na consciência, sem parar, as imagens da Estela. Imagens fugidias, sujas, intensamente sujas.

Vira pro lado direito. É pior. A coisa aumenta.

Aperta os olhos pra chamar o sono. Aperta bem. Mas o sono não vem. O que vem é um barulhinho esquisito, indefinido. Presta atenção. O barulhinho aumenta, se distingue. É um estralejamento, a modo de graveto se queimando.

O medo toma conto do corpo. O corpo treme inteirinho. E os dentes fazem coro.

— Minha Nossa Senhora!

Deita-se de bruços. E reza baixinho:

— Padre nosso que estais no céu...

Nem chega ao “venha a nós o vosso reino”, porque o estralejamento fica forte de repente. Bota-se de pé. Foge pra sala. E sente um cheiro. Um cheiro de queimado.

Pelas frinchas da janela da sala percebe uma claridade que vem de fora. E treme. Treme apavorado.

Adelaide é que acorda. Fala meio inconsciente.

— Jesus!

Acende a luz. O filho se joga chorando no quarto grande.

— Menino!

— Ali! É ali!

Henrique desperta, estremunhado. E se espanta logo com a barulheira. Corre à janela amarfanhando a camisola meio encardida. E o rosto se lhe ilumina com o clarão medonho.

Fica estatelado. A cabeça se desgoverna, no pasmo imenso. Sobe um calor nos olhos. “Sente” que é preciso fazer qualquer coisa. Mas não consegue “pensar” nada.

Quando toma conta de si, a casa é um só reboliço, uma gritaria desenfreada. A casa e a vizinhança. Que a vizinhança também era uma única emoção e estava toda ali reunida.

Tenta-se desesperadamente qualquer salvação. Inútil.

Encontraria material excelente o fogo. Por isso o fogo fica lambendo tudo, vitorioso, impressionante.

Arde todinho o paiol. Por sorte ele se construíra isolado, na margem da grota. Se não, nunca que teria fim o desastre.

Clareada pela chama se extinguindo, alheia ao pandemônio sem altura, a figura de Henrique se recorta, trágica, no fundo da noite morna.

Camisolão amarrotado, cabelos desfeitos, fundas rugas se acentuando na cara descarnada, o velho caminha de um lado a outro, rondando, rondando a ruína de seus fardos, recolhendo, recolhendo a cinza de seu grande sonho inútil.

O riachinho do fundo da grota reflete uns últimos clarões perdidos. Mas o riachinho do fundo da grota não é muito certo. Porque riachinho confunde a luz do paiol com a luz das estrelas piscantes, inumeráveis, longínquas. Das estrelas que se multiplicam na noite quente, na noite longa da cidade inútil, da cidade triste…

(Publicado originalmente em O Dia. Curitiba, 22/07/1936.)

Fonte> Newton Sampaio. Ficções. Secretaria de Estado da Cultura: Biblioteca Pública do Paraná, 2014.

Recordando Velhas Canções (Sítio do Pica-pau Amarelo)


Composição: Gilberto Gil

Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O Sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Rios de prata pirata, voo sideral na mata
Universo paralelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

No país da fantasia, num estado de euforia
Cidade Polichinelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo

Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

A Magia do Sítio do Pica-Pau Amarelo em Notas Musicais
A música 'Sítio do Pica-Pau Amarelo', interpretada por Gilberto Gil, é uma viagem lúdica ao universo criado por Monteiro Lobato, um dos mais importantes escritores da literatura infantil brasileira. A canção foi composta como tema de abertura da série de televisão homônima, que fez parte da infância de muitos brasileiros, adaptando as histórias do Sítio para a TV. A letra da música, repleta de elementos fantásticos e referências diretas ao Sítio, convida o ouvinte a entrar nesse mundo de imaginação e aventura.

A letra começa com uma brincadeira de palavras que remete às delícias encontradas no Sítio, como a 'marmelada de banana' e a 'goiabada de marmelo', evocando os sabores da infância e da culinária caseira. A música segue para afirmar que no Sítio, até mesmo objetos inanimados e elementos da natureza, como a 'boneca de pano' e o 'sabugo de milho', são dotados de vida e personalidade, uma característica marcante das histórias de Lobato, onde a magia torna tudo possível.

O refrão, repetido várias vezes, reforça o nome do Sítio, fixando-o na memória do ouvinte. A canção também menciona 'rios de prata pirata' e 'voo sideral na mata', sugerindo as aventuras que as personagens vivenciam, muitas vezes com elementos de fantasia e ficção científica. Gilberto Gil, conhecido por sua habilidade de misturar diferentes ritmos e estilos musicais, consegue capturar a essência lúdica e imaginativa do Sítio do Pica-Pau Amarelo, criando uma melodia que é ao mesmo tempo nostálgica e atemporal, assim como as histórias que inspiraram a canção.

6º Prêmio Literário AFEIGRAF 2024 (Prazo: 31 de maio)

O 6° Prêmio Literário AFEIGRAF 2024 tem por objetivo prestigiar a literatura brasileira e revelar novos talentos. É da expertise da AFEIGRAF - Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica, entidade patrocinadora, fornecedora de tecnologia para o mercado gráfico, promover através da comunicação gráfica, o conhecimento sustentável da cultura impressa.

ATENÇÃO: Antes de ENVIAR sua inscrição leia primeiro o regulamento. Erros no preenchimento serão de responsabilidade do Autor. Não demore no preenchimento do formulário. Por questão de segurança o sistema trava depois de 5 minutos. Nos itens BIOGRAFIA e POESIA, copie e cole. Não digite no espaço, não faça correções ou acertos no espaço do formulário. Copie e cole, apenas isso! Recomendamos deixar o material salvo no Bloco de Notas ou Word. Não se preocupe com fonte, tamanho de letra, diagramação ou espaços. 

REGULAMENTO

1) O tema é livre. Gênero POESIA. Inscrições: até 31 de maio de 2024. Poderão participar escritores brasileiros, residentes ou não no Brasil, maiores de 16 anos.

2) Cada AUTOR participante poderá enviar para o concurso apenas 1 (uma) POESIA, de sua autoria, inédita - não publicada em livro individual ou antologia, em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto.

3) Cada inscrição deverá ter apenas um AUTOR. Não serão aceitos trabalhos coletivos.

A inscrição deve ser feita no link https://www.scortecci.com.br/formulario.php?id=824 

4) O AUTOR participante responderá legal e individualmente por plágio, publicação não autorizada, calúnia, difamação e não autoria, isentando a AFEIGRAF e a SCORTECCI EDITORA de qualquer responsabilidade sobre o conteúdo da obra.

5) Serão selecionados pela Comissão Julgadora do prêmio 50 (cinquenta) trabalhos poéticos, a serem publicados em ANTOLOGIA, organizados em ordem alfabética, sem colocação.

6) Não haverá para os AUTORES participantes do prêmio taxa de inscrição, frete ou qualquer despesa de publicação da obra. Todas as despesas serão custeadas pelo patrocinador do prêmio, cabendo à Scortecci Editora, organizadora do concurso, a edição e impressão da antologia.

7) Não haverá cessão de Direitos Autorais, ou seja, os trabalhos continuarão pertencendo aos AUTORES. Cada AUTOR premiado receberá pelo correio, gratuitamente, no endereço da inscrição 5 (cinco) exemplares da obra. Poderá, caso queira, não obrigatório, adquirir mais exemplares da obra junto à editora com preço especial.

8) Dados técnicos da ANTOLOGIA: formato 14 x 20,7 cm, impressão digital, miolo preto e branco, papel Avena ou Pólen, capa 4 cores, papel cartão 250 gramas, com orelhas de 7 cm cada, laminação fosca, com ISBN, Ficha Catalográfica e logomarcas da AFEIGRAF, Scortecci Editora e Apoiadores, se houver.

9) Os AUTORES participantes residentes no exterior – fora do Brasil - deverão preencher a Ficha de Inscrição com um endereço no Brasil. NÃO serão enviados livros para o exterior.

10) A edição da ANTOLOGIA será de 500 (quinhentos) exemplares, sendo: 250 (duzentos e cinquenta) exemplares para os AUTORES premiados, 50 (cinquenta) exemplares para divulgação e promoção da obra na midia especializada e 200 (duzentos) exemplares para a AFEIGRAF, realizar ações de marketing, junto a seus fornecedores e clientes do mercado editorial e gráfico.

CRONOGRAMA

1) Inscrições: até 31 de maio de 2024, somente através deste formulário do site da Scortecci. 

2) Seleção dos trabalhos de 01 de junho a 30 de junho 2024; 

3) Resultados: até 15 de julho de 2024; 

4) Produção editorial e impressão: até 20 de agosto de 2024; 

5) Lançamento de 6 a 15 de setembro de 2024, no estande da Scortecci, durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2024, no Distrito Anhembi.

Fonte> https://www.scortecci.com.br/formulario.php?id=824

XXV Concurso de Poesia Agostinho Gomes (Prazo: 31 de maio)

Preâmbulo
Agostinho Gomes nasceu na freguesia de Couto de Cucujães, deste Município de Oliveira de Azeméis, a 7 de Janeiro de 1918 e faleceu a 11 de Julho de 1998 em Mafamude, Vila Nova de Gaia. Após a instrução primária e secundária frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde concluiu a licenciatura em Filologia Românica e o curso de Ciências Pedagógicas, exercendo professorado em diversos estabelecimentos de ensino. Para além da colaboração em diversos jornais e revistas como autor literário, está integrado em diversas antologias e foi traduzido e objeto de críticas literárias em França, Bélgica e Espanha, tendo publicado vários livros e destacando-se como poeta.

Considerando as atribuições que estão acometidas às Autarquias Locais, no âmbito cultural, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, com a participação da Junta de Freguesia da Vila de Cucujães e do Núcleo de Atletismo de Cucujães, entendeu instituir o Concurso de Poesia Agostinho Gomes, destinado a homenagear o grande poeta do município e, consequentemente, um estímulo à criação artística e literária nos particulares concorrentes e um estímulo ao desenvolvimento cultura local e nacional e internacional, na promoção da criação e fruição da poesia, da escrita e da literatura.

Artigo 1º – Instituição

O Município de Oliveira de Azeméis, através dos serviços da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, institui pelo presente regulamento o Concurso de Poesia Agostinho Gomes, com a participação da Junta de Freguesia da Vila de Cucujães, do Núcleo de Atletismo de Cucujães e outras entidades que se vierem a mostrar interessadas e sejam aceites por deliberação da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis.

Artigo 2º – Objetivo e periodicidade

1. O concurso é anual e o seu principal objetivo é estimular a produção de originais de poesia e homenagear um grande vulto da poesia do Município de Oliveira de Azeméis, natural da Freguesia da Vila de Cucujães.

2. A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, através dos serviços da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, fará a devida publicidade das datas em que decorrerá o período para apresentação de candidaturas ao presente concurso.

Artigo 3º – Modalidade

1. No âmbito do presente concurso podem concorrer todos/as os/as interessados/as, só sendo admitidas a concurso poesias inéditas, de tema livre, mediante a apresentação única do texto em língua portuguesa, nas seguintes condições:

a) Máximo de um texto por cada concorrente;

b) O texto não pode exceder a dimensão de uma página A4;

c) O texto deve ser apresentado datilografado ou escrito em computador;

2. É instituído no âmbito deste concurso a modalidade “Geral” para concorrentes com idade superior a 18 anos e a modalidade Prémio Revelação Juvenil à qual só poderão concorrer jovens até aos 18 anos de idade, inclusive.

3. São admitidos/as concorrentes a nível nacional e internacional.

Artigo 4º – Modo de apresentação de candidaturas

1._Os trabalhos devem ser assinados com pseudônimo e apresentados em envelope fechado, sem qualquer identificação, em cujo rosto se deve escrever “Candidatura ao Concurso de Poesia Agostinho Gomes”.

2._Cada envelope postal corresponde a uma só candidatura.

3._Os jovens que pretendam concorrer à categoria do “Prémio Revelação Juvenil”, devem mencionar tal fato no rosto do envelope de apresentação de candidatura atrás referido.

4._Conjuntamente com o trabalho deve ser enviado outro envelope fechado em cujo rosto deve ser inscrito o pseudônimo utilizado, contendo no interior a ficha de inscrição devidamente preenchida.

5._Os trabalhos podem ser enviados por correio eletrônico, em ficheiros Word, respeitando as condições definidas no ponto anterior: a cada poesia corresponde um ficheiro e a ficha de inscrição deve ser enviada noutro anexo identificado com o pseudónimo.

6._Cada envelope ou correio eletrónico deve conter os trabalhos de um/a só concorrente.

Artigo 5º – Local e prazo de entrega

1._As candidaturas podem ser entregues:

a)_Pessoalmente, na Biblioteca Municipal Ferreira de Castro;


c) Correio, para a seguinte morada: Biblioteca Municipal Ferreira de Castro Rua General Humberto Delgado 3720-254 Oliveira de Azeméis

2. O prazo de entrega das candidaturas acaba no dia que vier a ser fixado para termo da sua apresentação. No caso das obras enviadas pelos serviços dos correios, será considerada a data do carimbo dos CTT desse mesmo dia. No caso das obras enviadas por correio eletrónico, será considerada a hora em vigor em Portugal.

Artigo 6º – Juri do Concurso: Designação e constituição

1. O júri é constituído por cinco elementos de reconhecido mérito e idoneidade em representação de cada uma das entidades promotoras e por si designadas para o efeito:

- Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis;

- Junta de Freguesia da Vila de Cucujães;

- Núcleo de Atletismo de Cucujães;

– Individualidades ligadas à produção poética residente ou nascida no município a designar pelo/a Presidente da Câmara Municipal ou Vereador/a competente. Através de deliberação, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis reserva-se o direito de designar elementos de outras instituições existentes no Município de Oliveira de Azeméis, para a constituição do júri.

Artigo 7º – Funcionamento

1._Nenhum elemento do júri pode participar no referido concurso.

2._O júri reunirá no prazo máximo de três meses após a recepção das candidaturas, no edifício da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro.

3._O júri estabelecerá entre si o método de trabalho a seguir, designando um secretário que redigirá as atas.

4._O júri delibera em plena independência e liberdade, sendo as declarações de voto registadas em ata

5._As deliberações são tomadas por maioria absoluta de votos e delas não poderá haver recurso.

Artigo 8º – Classificação e publicidade

1._O júri procederá à atribuição dos prémios, sendo a ata final homologada pelo/a Presidente da Câmara Municipal ou pelo/a Vereador/a competente.

2._As poesias premiadas serão divulgadas através do sítio da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro e os/as autores/as premiados/as serão contactados pessoalmente, através de carta, correio eletrônico ou telefone.

Artigo 9º – Dos prêmios: Classificação e valores

1._Aos trabalhos classificados são atribuídos por ordem de mérito os seguintes prémios:

1º Prêmio - Pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis no valor de €1000 (mil euros);

2º Prêmio - Pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis no valor de €600 (seiscentos euros);

3º Prêmio - Pela Junta de Freguesia da Vila de Cucujães e Núcleo de Atletismo de Cucujães, no valor de €400,00 (quatrocentos euros).

2. Será ainda atribuído pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis o “Prémio Revelação Juvenil”, no valor de €250 (duzentos e cinquenta euros).

3. A todos/as os/as concorrentes admitidos/as a concurso serão entregues diplomas de participação.

4. Os prêmios referidos no ponto um podem ser alterados pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis mediante deliberação pelas entidades participantes, ou outras que vierem mostrar interesse e sejam aceites pela Câmara Municipal.

5. A entrega dos prêmios é presencial, mas, na sua impossibilidade, os encargos de envio daí decorrentes são assumidos pelos/as vencedores/as.

Artigo 10º – Disposições gerais: Aceitação das condições

1. Os/as concorrentes ao entregarem os trabalhos em candidatura aderem às condições consignadas no presente regulamento, obrigando-se ao seu cumprimento e cedência de todos os direitos que sobre os mesmos têm.

2. Os trabalhos entregues em candidaturas ficam na posse do Município de Oliveira de Azeméis que os poderá utilizar em qualquer altura para publicação.

Artigo 11º – Tratamento de dados pessoais

De acordo com as disposições do Regulamento Geral da Proteção de Dados – Regulamento EU 2016/679, os tratamentos de dados pessoais realizados pelo Município de Oliveira de Azeméis são orientados pelos princípios da licitude, lealdade, disponibilidade e transparência e da proteção da sua confidencialidade e dos direitos dos seus titulares.

- Finalidade do tratamento -O tratamento do processo de participação no Concurso de Poesia Agostinho Gomes.

- Utilização dos dados pessoais- Colaboradores/as da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro autorizados/as para o efeito.

Os dados poderão ser fornecidos às autoridades judiciais ou administrativas nos casos em que a lei obriga.

- Prazo de conservação dos dados -Os dados pessoais são mantidos até se esgotar o fim a que se destinam, procedendo--se à sua eliminação de acordo com a legislação em vigor, eliminação que corresponderá à anulação dos seguintes dados

– Nome, N.º de Identificação Civil, Morada, Contatos Telefônicos e Endereço Eletrônico – com vista a poderem ser conservadas as restantes informações, para efeitos de investigação científica, histórica ou fins estatísticos e de divulgação de iniciativas da biblioteca municipal, sem limite temporal.

- Direitos dos concorrentes -
Os/As requerentes poderão aceder aos dados que lhes dizem respeito, podendo ainda solicitar a sua correção ou atualização. Para o exercício dos seus direitos no âmbito da proteção de dados, deverão contactar o/a Encarregado/a de Proteção de 

Dados do Município para epd@cm-oaz.pt. A falta de consentimento para o tratamento dos dados pessoais para os efeitos acima definidos constitui a impossibilidade de participação no Concurso de Poesia Agostinho Gomes.

Artigo 12º – Dúvidas e omissões

1. Para qualquer esclarecimento sobre o estabelecido no presente regulamento poderão ser contactados os serviços da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro.

2. As dúvidas e omissões do presente regulamento serão decididas pelo júri do concurso e homologadas pelo/a Presidente da Câmara Municipal ou pelo/a Vereador/a competente.

Artigo 13º - Revisão e anulação do Regulamento 

A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis reserva-se do direito de propor, quando for caso disso, a revisão ou anulação do presente regulamento, desde que se verifique a adulteração dos fins para os quais o mesmo foi criado, devendo de tal fato dar a devida publicidade.

Fonte> https://www.bm-ferreiradecastro.com/documentos_bmfc/concurso_poesia_agomes/25/2024_regulamento.pdf

33. Concurso de Contos Paulo Leminski (Prazo: 31 de maio)

Este evento literário é uma atividade promovida e realizada pela Prefeitura Municipal de Toledo, por meio da Secretaria de Cultura - Biblioteca Pública Municipal.

CRONOGRAMA

Inscrição dos contos: 01/04/24 a 31/05/2024

Reunião Final da Comissão Julgadora: 01/08/2024

Premiação do 33o Concurso de Contos Paulo Leminski: 3a Festa Literária de Toledo – FLIT
(12/08/2024 a 18/08/2024)

REGULAMENTO DO CONCURSO

1. O Concurso se destina a todas as pessoas interessadas em divulgar sua produção literária, enquadrada no gênero “conto”; e cada concorrente poderá participar com apenas um trabalho que ainda não tenha sido premiado em outro concurso ou já publicado em livros, coletâneas ou revistas. O tema é livre e a sua inscrição gratuita.

2. A inscrição deverá ser exclusivamente de forma on-line (pelo formulário), sem custo algum para o candidato, no período de 01/04/2024 e encerra-se às 23h59 do dia 31/05/2024, no horário de Brasília, o texto enviado deverá estar salvo em formato PDF (não serão aceitos textos em outros formatos). O formulário eletrônico de inscrição do 33. Concurso de Contos Paulo Leminski será disponibilizado no site: https://www.toledo.pr.gov.br/portais/cultura/concursos ou através do link: https://forms.gle/9ogqATSgVtN7JnvU7

2.1. Em nenhuma das folhas do conto enviado ao concurso poderá constar o nome de seu autor; ou tampouco o seu pseudônimo poderá fazer uma referência implícita ao seu nome, a fim de garantir a lisura no processo de julgamento. Caso isso ocorra, a inscrição será invalidada.

2.2. Os candidatos deverão anexar os seguintes documentos no ato da inscrição:

a) Cópia de documentos oficiais RG, CPF e/ou CNH do escritor; (enviar nos formatos .doc, .pdf e .jpg/.jpeg, com até 5MB de tamanho);

b) Informações pessoais como: Endereço completo; telefone; Endereço Eletrônico; Grau de Instrução e Breve Curriculum.

c) Arquivo em PDF contendo o conto.

3. O conto poderá ser apresentado em apenas uma via, escrito em língua portuguesa ou espanhola, digitado em espaço 1,5 (um e meio), fonte Arial, tamanho 11 (onze), paginado e obedecer a um limite máximo de 20 páginas.

4. A Comissão Julgadora será composta por oito membros de reconhecido nível intelectual e acadêmico, sendo sua decisão soberana e irrecorrível. O número de integrantes dessa comissão, no entanto, poderá variar, dependendo do número de obras inscritas no evento.

5. Premiação:
- Primeiro prêmio: R$ 3.500
- Segundo prêmio: R$ 3.000
- Terceiro prêmio: R$ 2.500
- Melhor Conto Toledano: R$ 2.000

NOTA 1: A eventual premiação de um conto que já tenha sido premiado em outro concurso implicará a obrigatoriedade de devolução do prêmio pelo respectivo candidato. E contos com indícios de plágio serão automaticamente excluídos do concurso.

NOTA 2: Com exceção da premiação de “Melhor Conto Toledano”, as demais premiações poderão ser de inscrições locais, regionais, nacionais e internacionais. 

6. A relação dos contos classificados para premiação e os indicados com menções honrosas será publicada nos órgãos de imprensa da região e nos portais web das instituições promotoras do concurso. Posteriormente, a cada período de cinco anos, os contos serão publicados sob forma de coletânea, reunindo os contos premiados e os que tenham recebido menções honrosas. Por ocasião de seu lançamento, os respectivos autores serão convidados para a Cerimônia de Lançamento, ou receberão um determinado número de volumes em seu domicílio, no endereço por eles fornecido.

6.1 Os contos premiados consideram-se propriedade da Prefeitura Municipal de Toledo – Secretaria da Cultura - Biblioteca Pública Municipal, entidades realizadoras do Concurso de Contos Paulo Leminski, para finalidade de publicação da Coletânea de Contos; e aqueles que tenham recebido menções honrosas serão incluídos nessa coletânea mediante cessão de direitos por seus respectivos autores, por meio de documento legal, no caso de que se viabilize uma edição com a finalidade de venda para subsídio e autossustentação do próprio concurso.

7. O resultado do concurso será divulgado na imprensa e na Internet, nos portais oficiais das instituições promotoras do evento, a seguir:

https://www.toledo.pr.gov.br/portais/cultura/concursos e nas redes sociais da Secretaria da Cultura de Toledo.

8. O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica a concordância com as disposições nele consignadas.

Toledo, 28 de março de 2024.

INFORMAÇÕES:
Biblioteca Pública Municipal – (45) 3196-2495 ou (45) 3196-2319
Correio Eletrônico: pauloleminskiconcurso@gmail.com

II FIP – Festival Internacional de Poesia de Betim/MG (Prazo: 19 de maio)

Regulamento

Para este Concurso buscamos textos dos gêneros: Poesia ou Poema. Considerando POESIA como: gênero literário caracterizado pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa e POEMA: gênero textual (forma de redação) geralmente escrito em versos e estrofes (www.significados.com.br).

Objetivos:
- Estimular a produção literária, valorizar novos talentos e dar visibilidade a poetas de língua portuguesa de todo o mundo.

Inscrições:
- As inscrições deverão ser feitas única e exclusivamente através do preenchimento do formulário, no link:


para acessar o formulário de inscrições

Participação (quem e como participar):

- Os participantes farão seus cadastrados no formulário de inscrição no link acima.

- Considerando que a participação é Gratuita, objetivamos ter uma grande quantidade de inscrições de modo a podermos fazer uma seleção de obras com altíssima qualidade.

- Poderão participar Poetas maiores de 18 anos de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil ou no exterior, e seus trabalhos deverão ser obrigatoriamente escritos em língua portuguesa (o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto).

- O tema do poema deverá ser obrigatoriamente, uma releitura ou uma inspiração, do poema “Cidadezinha qualquer” de Carlos Drummond de Andrade (abaixo). Obras que não conversem com o tema serão desclassificadas.

Cidadezinha qualquer - Carlos Drummond de Andrade

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

- Selecionaremos até 40 participantes para esta Coletânea e esse número variará em função da qualidade das obras inscritas.

- O autor deverá usar seu nome legítimo (verdadeiro) no cadastro, entretanto, se desejar, poderá utilizar seu nome artístico ou pseudônimo na publicação da Revista Literária.

- Cada participante poderá inscrever 01 (uma) única Obra. Caso aconteça mais de uma inscrição do candidato, será considerada para efeito de concorrência, a primeira inscrição.

- A Obra deverá necessariamente ser inédita, não podendo já ter tido qualquer tipo de apresentação, veiculação ou publicação parcial ou integral antes da inscrição até a divulgação do resultado. A obra não pode concorrer em outro concurso ao mesmo tempo.

- É de responsabilidade do Festival a correção ortográfica/revisão do texto enviado para esta Coletânea, caso a poesia seja classificada. Os autores receberão a revisão, podendo ou não concordar com a mesma. Caso não seja possível chegar a um acordo, a Obra ficará fora da Coletânea e outra a substituirá.

- As Obras deverão conter no seu corpo apenas título e pseudônimo. Sendo que a não observância dessa exigência excluirá a Obra da avaliação.

- As Obras inscritas serão analisadas e selecionadas mediante avaliação de profissionais, cujas decisões serão soberanas e irrecorríveis.

- O envio do texto será feito única e exclusivamente através do formulário disponibilizado no link citado acima.

- A Obra deverá estar em arquivo Word (.doc ou .docx), fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, com espaçamento simples e ter 1 (uma) página padrão do Word (A4). Caso não sejam observadas as especificações acima a obra será desclassificada.

- A participação não ensejará em nenhum custo aos participantes, sendo, portanto, gratuita em todas as suas etapas.

Premiação:
Serão premiadas as 03 (três) melhores Obras, mediante apresentação de Nota Fiscal, conforme definido pela Comissão Organizadora, como se segue:

1o lugar: R$ 1.000,00 (hum mil reais)
2o lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais)
3o lugar: R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

Direitos autorais:
- Os autores selecionados autorizam, mediante a inscrição nesta seleção, a divulgação de sua Obra através da revista literária e e-book, sem contrapartida por parte dos organizadores, dado que a publicação será distribuída gratuitamente.

- A cessão do direito de reproduzir as Obras é feita sem exclusividade, especificamente para este projeto. Os autores ficam livres para publicar suas Obras em outros meios e formatos após a publicação da coletânea.

- Os poetas participantes responderão legalmente e individualmente sobre plágio, publicação não autorizada, calúnia, difamação e não autoria, isentando o Festival de qualquer responsabilidade sobre o conteúdo enviado para a Coletânea.

- É de total responsabilidade dos participantes a veracidade dos dados fornecidos à organização.

- Todos os participantes de antemão ficam cientes e dão permissão e autorização para a publicação de sua Obra e a veiculação na mídia de seus nomes, imagens e textos, em sites, desde que dentro do contexto da Coletânea e para benefício da maior visibilidade do Projeto e seu alcance junto ao público.

Características:
- Revista: 1000 unidades, no formato 13x19 cm, 70 páginas, com as 40 poesias selecionadas. Serão distribuídas presencialmente e virtualmente em PDF para a população em geral e todos os inscritos, para download em plataformas digitais gratuitamente.

- Vídeo (declamação) das 10 primeiras poesias selecionadas, para veiculação em plataforma digital de vídeo.

- A revista/e-book tem registro no ISBN.

Cronograma geral:
- Inscrições: de 01/04/2024 a 19/05/2024.

- Divulgação aos selecionados: 10/06/2024.

- Data prevista para o lançamento da revista, vídeo e e-book: 08/2024.

Observações gerais:
- Dúvidas relacionadas a este Concurso e seu regulamento poderão ser enviadas para o e-mail: marcel5077@hotmail.com

- Todos os contatos entre o Festival e os participantes serão realizados através de e-mail. Portanto os participantes devem ficar atentos.

- Todas as dúvidas e casos omissos neste regulamento serão analisados pela equipe do Festival e sua decisão será irrecorrível.

- O Festival reserva-se o direito de alterar qualquer item desta Coletânea, bem como interrompê-la, se necessário for, fazendo a comunicação expressa para os participantes.

- A participação nesta Coletânea implica a aceitação total e irrestrita de todos os itens deste regulamento.

- As Obras não selecionadas para a Coletânea serão destruídas e apagadas das bases de dados do Festival.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

A. A. de Assis (Jardim de Trovas) 44

 

Aparecido Raimundo de Souza (Um dia, o amor)

SEM MEDO DE ERRAR, aquele se fazia um coração que batia descompassado, como se dançasse tresloucado ao som de uma música envolvente, porém, que só ele conseguia ouvir. Esse coração pertencia a Lafaiete que amava profundamente, mas cujo amor, por algum motivo desconhecido, não se fazia retribuído. Assemelhava, sem tirar nem por, a um amor unilateral, tipo essas paixões doidivanas que ardem como fogo em um dos lados e permanecem frios e gélidos no outro.

Lafaiete por conta desse vazio terrificante, vivia batendo cabeça entre as estrelas e a melancolia. Entre o sonho não vivenciado e uma realidade não palpável. Nas noites mais escuras, olhava demoradamente para o céu e imaginava que cada estrela representava uma quimera não decantada, um desejo não correspondido, um tempo incerto e não vivenciado. Cada brilho distante se esboçava como uma lembrança dolorosa; um eco daquilo que poderia ter sido; mas nunca se fez palpável.

Por conta disso, “trocentas” vezes mergulhava em pensamentos ociosos, relembrando os momentos cavernosos, em que a pessoa amada estava por perto, sem estar. Cada sorriso, cada olhar, cada toque, eram guardados como preciosidades raras em seu coração. Contudo, ao mesmo tempo, essas lembranças e regalos também se transformavam em punhais perfurando a sua alma com a certeza de que nunca seriam mais do que isso: lembranças.

O amor não correspondido, para ele, se assemelhava a uma ferida que não cicatrizava. Se fazia pesado numa dor que não se resolveria com remédios ou palavras de consolo. Tudo se agigantava numa sensação estranha e densa de estar desabrigado, de não ter um lar para o aconchego do coração. Lafaiete se perguntava: “Como poderia algo belo e intenso, causar angústia tão degradante”?

Todas as noites, depois que chegava do trabalho, se trancava em seu quarto. Sentava na escrivaninha e escrevia cartas. Compunha missivas longas que nunca seriam enviadas. Poemas que jamais seriam declamados. Redigia para exorcizar a dor, para dar voz e forma aos sentimentos que o sufocavam interiormente. Assim, meio que abrupto, nasceu um poeta dentro dele. Cada verso, uma lágrima transformada em palavra, cada linha uma saudade eternizada na tinta de sua caneta esferográfica.

Mas o tempo passou, e Lafaiete aprendeu, a trancos e barrancos, que o amor não correspondido não mostrava o fim do mundo. Ele descobriu que a amargura poderia se transformar em algo mais suportável. Que as mágoas, em uma série de versos, os seus pensamentos dariam lugar à aceitação. Afinal, o amor não é apenas sobre ser amado ou ter alguma compensação em troca. É sobre sentir, assimilar, viver, usufruir, gozar, mesmo que num determinado ponto, alguma coisa descambe para a dor causticante e importuna na sua maior forma de expressão.

Assim, entre as estrelas e a melancolia, a consternação e a repugnância, Lafaiete se deparou com um novo caminho a ser seguido. Percebeu que o amor não correspondido não o mataria, ao contrário, o transformaria num novo ser. Um corpo de concepções vivificadas. Quem sabe, talvez um dia, encontrasse alguém de verdade. Uma criatura que olhasse para o mesmo céu e visse as mesmas estrelas. Alguém de olhos deslumbrantes que igualmente tivesse um coração descompassado, dançando ao som de uma música elegantemente invisível, contudo, maviosa e fruitivamente sonora.

Quem sabe, outro lado da mesma moeda, nesse encontro de almas solitárias, oxalá o amor finalmente se tornasse recíproco, mútuo e equivalente. Até lá, enquanto a esperança não bate definitivamente em sua porta, Lafaiete continuará a grafar as suas crônicas, suas poesias e cartas não enviadas. Afinal, o amor não correspondido ou não galardoado, também tem a sua beleza, a sua amenidade, a sua magia e a sua profundidade.  

Um dia (sempre há um dia), ele, Lafaiete, se torne o protagonista único de uma história de amor marcante, chique, saliente e infinita, tipo um conto perpétuo e, que não caiba apenas entre as estrelas... também se coadune nos braços de uma jovem elegante que o ame de volta, com a mesma intensidade e deleite. E cujo amor ardente e garboso será incondicionalmente palpável até o final de seus dias.

Fonte: Texto enviado pelo autor 

Professor Garcia (Álbum de Haicais) – 2


A luz do luar,
vejo arabescos na areia
de espumas do mar!
= = = = = = = = = 

A noite me aquece;
e eu, sem dormir um segundo,
o dia amanhece!
= = = = = = = = = 

A noite sem sono
e, a lua cheia de luz,
sozinha no abandono!
= = = = = = = = = 

Aos raios, o orvalho,
é o pranto cristalizado
no olhar do espantalho!
= = = = = = = = = 

Aquele sem teto,
que tem a noite por leito,
precisa de afeto!
= = = = = = = = = 

 A velha candeia,
piscava quase sem luz;
ó, que noite feia!
= = = = = = = = = 

Cai a tarde mansa.
No por do Sol, no poente,
sombras de esperança!
= = = = = = = = = 

Folhas pelo chão,
São meus sonhos que se arrastam
cheios de ilusão!
= = = = = = = = = 

Longe dos meus campos,
das outonais primaveras,
não há pirilampos!
= = = = = = = = = 

Minha mãe, de joelhos,
com o velho terço entre os dedos,
pede a Deus, conselhos!
= = = = = = = = = 

Nas brisas serenas,
no sopro de um vento brando,
a voz das camenas*!
= = = = = = = = = 
* Camenas = musas
= = = = = = = = = 

No botão da flor,
depois da explosão da rosa,
os lábios do amor!
= = = = = = = = = 

No esplendor das matas,
há mil cantos seresteiros
na voz das cascatas!
= = = = = = = = = 

No livro do adeus,
conto as mesmas digitais
desses dedos seus!
= = = = = = = = =

Ó, destino meu!
Nunca me carregue um sonho
que a sorte me deu!
= = = = = = = = = 

Ouço a voz do mar;
mesmo quando o mar se alteia,
é o mesmo cantar!
= = = = = = = = = 

Passa a multidão;
no meio dessa fanfarra,
segue a solidão!
= = = = = = = = = 

Pousou na janela,
meu bem-te-vi cantador;
que linda aquarela!
= = = = = = = = = 

Que lindo arrebol:
Todo o meu jardim se abrindo,
aos raios do sol!
= = = = = = = = = 

Se chove lá fora,
ficamos nós dois a sós,
e assim, ninguém chora!
= = = = = = = = = 

Seresta na rua?
bandolins e violões
violando a lua!
= = = = = = = = = 

Sonho que se sonha,
se for um sonho de amor
não nos envergonha!
= = = = = = = = = 

Sozinho no mundo,
pisando em terras estranhas,
sou qual vagabundo!
= = = = = = = = = 

Surge a luz do sol;
e uma auréola de luz
brilha no arrebol!
= = = = = = = = = 

Teu choro foi tanto,
que deixou teus pés e os meus,
cobertos de pranto!
= = = = = = = = = 
Fonte> Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020. 
Enviado pelo autor.