domingo, 24 de março de 2024

Recordando Velhas Canções (Na cadência do samba)


Na cadência do samba

(samba, 1962) 

Paulo Gesta e Ataulfo Alves

Sei que vou morrer, não sei o dia
Levarei saudades da Maria
Sei que vou morrer, não sei a hora
Levarei saudades da Aurora

Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita de um samba
Mas o meu nome ninguém vai jogar na lama
Diz o dito popular
Morre o homem fica a fama
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita de um samba
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Existem dois sambas com o título de “Na Cadência do Samba”. O primeiro, de Luiz Bandeira, foi por ele lançado em junho de 1956, sem maior sucesso. Tempos depois, adotado como prefixo e fundo musical para cenas de futebol no jornal cinematográfico Canal 100, de Carlos Niemeyer, popularizou-se, tornando-se conhecido pelo verso inicial “Que Bonito É”.
Já o segundo, seis anos mais novo, é um dos melhores da última fase de Ataulfo Alves. Além da versão de Ataulfo, “Na Cadência do Samba” fez sucesso cantado por Elisete Cardoso, que por coincidência gravou também samba do Luís Bandeira. 

Fonte: http://cifrantiga3.blogspot.com.br/2006/08/na-cadncia-do-samba.html

Aparecido Raimundo de Souza (Meu caderno da escola)

— A MÃE ME DISSE —, conversa com seus botões, a Belinha, impaciente — que só poderei ligar a televisão, quando fizer todos os meus deveres de casa. Que droga! Logo hoje que o último capítulo da novela vai para o ar. Por azar esqueci meu caderno na casa da Ritinha. Não posso sair. O que faço? 

Belinha tem uma ideia.  — “Vou ligar para ela.”  

Passa a mão no celular e disca o número da amiga. Na oitava vez, a Ritinha atende.

— Fala, Belinha

— Ritinha, estou com um problema sério.

— Já sei. Sua mãe descobriu que o Waltinho te beijou.

— Nada a ver, sua tonta. Fala baixo.

— Cadê sua mãe?

—Na cozinha preparando a janta.

— Vem buscar... 

— Não posso. A mãe está no meu pé.

— Pula a janela...

—  Engraçadinha...

— Traz o caderno aqui para mim...

— Sem chance

— Por?

— Batatinha está aqui...

— Nossa, que barato! Sua mãe sabe?

— Não, sua idiota... 

— E como ele entrou?

— Pela janela.

— O bom de morar em casa baixa dá essa chance. Eu moro em prédio. No oitavo... 

— Eu sei...

— Dá uma ideia.

—  Sai escondida...

—  Não tem como.

—  Sua mãe não está na cozinha cuidando da janta?

—  Sim.

—  Use a porta da sala...

— Meu pai está com uns amigos... não consigo sair sem ser notada...

— A Bárbara?

—  Nossa empregada está ajudando a mamãe.

— Puts grilo! Eu não posso arredar pé daqui. O Batatinha está aqui...

— Ele não pode trazer?

— Esquece.

— E como ele irá embora?

— Quando meus pais forem se deitar...

— E o que você está fazendo mais o Batatinha?

— Isso é coisa que se pergunte, amiga? Olha, eu vou desligar... não posso te ajudar com o caderno... o Batatinha...

— Tá legal, o Batatinha, você já falou... droga! Vou perder o último capítulo da novela... logo hoje... amiga, me ajuda.

— De que jeito?

— Tenta o Waltinho

— Na pelada com os amigos.

— Aí ferrou de vez...

— Tive uma ideia.

— Qual

—  Liga a sua televisão e coloca na frente da sua tevê.

—  Hoje não dá, amiga. Sinto muito.

—  E por que não dá?

—  Estou aqui com o Batatinha. Eu e ele estamos fazendo um negócio...

—  Que negócio, Ritinha?

—  Amiga, vou desligar. Depois a gente se fala...
Clic. 
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O Beija Flor, na imagem, é a ave símbolo do estado do Espírito Santo.

Fonte: Aparecido Raimundo de Souza. Travessuras de Mindinho e Fura—Bolos. Ebook enviado pelo autor.

sábado, 23 de março de 2024

Professor Garcia (Reflexão do Dia) = 02

 

Artur de Azevedo (A Nota de Cem Mil-Réis)

O Cavalcanti era um marido incorreto, para não empregar um adjetivo mais forte; imaginem que os seus recursos não davam para acudir a todas as necessidades da família e, no entanto, era ele um dos amantes da Josephine Leveau, uma cocota francesa, cujo nome era muito conhecido nas rodas alegres, e se prestava aos trocadilhos mais interessantes, quer em francês, quer em português.

Como a esposa do Cavalcanti era uma hábil costureira, recorreu à sua habilidade para ajudar nas despesas de casa. Um dia fez um vestido para uma amiga, e, tão bem feito, tão elegante, que a sua fama correu de boca em boca, e valeu-lhe uma freguesia certa, que lhe dava algum dinheiro a ganhar. Havia meses em que ela fazia trezentos mil-réis.

O Cavalcanti não protestou, pelo contrário aprovou. Fez mais, como vão ver.

Uma bela manhã, a Josephine mandou-lhe pedir cem mil-réis para uma necessidade urgente, e ele não os tinha, nem sabia onde ir buscá-los. Hesitou durante algum tempo em cometer uma baixeza, mas acabou cometendo-a. Já o leitor adivinhou que o miserável pediu à esposa o dinheiro que devia mandar à amante.

A pobre senhora não manifestou a menor contrariedade: foi ao seu quarto, abriu uma gaveta onde guardava o fruto do seu trabalho, e tirou uma nota de cem mil-réis, ainda nova. Antes de levá-la ao marido, que esperava na sala de jantar, contemplou-a durante algum tempo como para despedir-se dela para sempre, e então notou que alguém escrevera num canto estas palavras com letra miúda: "Nunca mais te verei, querida nota!" E como D. Margarida - ela chamava-se Margarida - tivesse um lápis à mão, escreveu por baixo daquelas palavras "Nem eu!".

O Cavalcanti empalmou os cem mil-réis com um estremeção de alegria.

- Este dinheiro faz-te muita falta? - perguntou ele.

- Não - respondeu ela - hoje mesmo espero receber igual quantia.

Meia hora depois, o Cavalcanti entregava a nota, dentro de um envelope, a Josephine Leveau.

Nesse mesmo dia D. Margarida recebeu os outros cem mil-réis que esperava. Contra o seu costume, o Cavalcanti estava em casa.

- Olha, disse-lhe ela, aqui estão os cem mil-réis que eu contava receber. A freguesa é boa.

- Quem ela é? perguntou o marido.

- Não a conheço; veio ter comigo e pediu-me que lhe fizesse um vestido de seda, riquíssimo. Tinham-lhe dito que eu trabalhava bem e barato.

- Mas é senhora séria?

- Parece. É francesa, e casada com um banqueiro, disse-me ela. Naturalmente o marido é também francês, porque ela chama-se Madame Leveau.

- Leveau! -  repetiu o Cavalcanti empalidecendo.

- Conheces?

- Não.

- Então, por que fizeste essa cara espantada? Boa freguesa! O vestido foi hoje de manhã cedo, e hoje mesmo veio o dinheiro.

- Onde mora essa Madame Leveau?

- Na Rua do Catete.

Dizendo isto D. Margarida abriu o envelope e retirou os cem mil-réis.

- Que coincidência! disse ela; a nota é da mesma estampa da qual te dei hoje de manhã! Por sinal que a outra tinha no canto... Oh!...

Este grito quer dizer que D. Margarida tinha lido a frase "Nunca mais te verei", e o seu acréscimo: "Nem eu!".

- Que foi? perguntou o Cavalcanti.

- A nota é a mesma!...

- A mesma? repetiu o marido gaguejando.

- A mesmíssima! Reconheço-a por causa destas palavras... Vê! a minha letra!...

O Cavalcanti arranjou uma desculpa esfarrapada: disse que tinha pago os cem mil-réis ao banqueiro Leveau, a quem os pedira emprestados; mas D. Margarida não engoliu a pílula, e foi à casa de Josephine certificar-se de que esta era uma cocota frequentada por seu marido.

A pobre senhora separou-se do desgraçado, e abriu casa de modista. Ganha muito dinheiro.

Caldeirão Poético LXXXII


(Sonetistas da Academia Brasileira de Sonetistas)

Aila Brito
Cocal/PI

ALÉM DOS VERSOS

Nos campos, nos trigais, no grão maduro...
Em cada plantação se faz zelosa;
Na tez de cada flor, no olor da rosa,
O seu encanto brilha, com depuro.

Nos corações afins, no enlace puro,
No dia, tarde ou noite preciosa,
No gesto amigo e em cada ação bondosa,
A sua essência vibra com apuro!

Além do verso, o dom sensorial
Passeia em outras artes... afinal,
Em tudo, a sua voz nos contagia.

Mas se derrama, quando à luz da lua,
Em seu delírio, encanta e fica nua,
Expondo-se total a poesia!
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Edir Pina de Barros
Brasília/DF

ADEUS 

O instante de um adeus jamais se finda
no derradeiro olhar, crispado o rosto,
nas mãos vazias, cheias de desgosto,
na boca os beijos cálidos ainda.

A angústia de um adeus, jamais bem-vinda,
produz ferida na alma, por suposto,
e deixa tal penar ao mundo exposto,
que um breve e distraído olhar deslinda.

Adeus, gume cortante de uma adaga
que, de repente, o sonho estripa e traga
no cálice do efêmero existir.

Depois? Nos resta o tempo da saudade
que chega sem licença e nos invade,
a misturar passado com porvir.
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Edy Soares
Vila Velha/ES

EPITÁFIO

Há neste frio intenso um quê de nostalgia,
uma tristeza oculta, um ar mais carregado;
parece até que o céu também está mudado,
a solidão é fria... E a noite está mais fria!

Olhando da janela, o lago congelado
é feito a vastidão dessa melancolia...
Não volto mais aqui, pois sem a companhia
do meu amor, o inverno é muito mais gelado...

Meus dias por aqui não são mais relevantes,
também estou partindo e deixo aos visitantes
uma plaquinha, escrita, amarrada na porta:

Aqui vivi feliz, mas hoje, entristecido,
sem meu amor de inverno eu fico tão perdido...
Vende-se o bangalô... O preço pouco importa!
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Geisa Alves
Resende/RJ

ARDÊNCIA

Arde-me o amor nas cores do crepúsculo,
nas asas de um ensejo fugitivo.
Arde-me o amor no verso em que eu derivo,
com ânsias de um prazer vital, maiúsculo.

Sinto-o queimar na carne, pele, músculo
e ainda na alma (um fogo redivivo);
em suas chamas folgo e não me esquivo...
No mais é tudo efêmero e minúsculo!

Arde-me o amor nos sonhos de mulher,
nas mãos a desfolhar um malmequer,
nos olhos a sondar a luz do ocaso.

Se é de silêncio e bruma o fim da tarde,
ainda assim, o amor nas veias arde,
e não se extingue a febre em que me abraso.
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José Erato Ferraz
Juiz de Fora/MG

INDÔMITO

Minhas asas sedentas de horizontes
buscam um novo ponto cardeal,
os pés infatigáveis cruzam pontes,
como a ave que não quer um só quintal.

Minha sede esquadrinha novas fontes,
não lhe basta o vulgar manancial.
Há terras a explorar além dos montes...
a mente não se amolda ao trivial.

A carne está sujeita às leis da vida,
mas a alma irrefreável, desprendida,
rejeita amarras, cercas e porteiras.

Meus versos cruzam céus a cada dia,
que sou poeta e minha poesia
não admite a existência de fronteiras.
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José Walter Pires
Ituaçu/BA

SER LUME

E como ficou chato/
Ser moderno / Agora serei eterno.
(“Do poema eterno” de Carlos Drummond de Andrade, 1953)

Não temerei de ser o meu soneto antigo,
Na forma ou no teor, e não sendo moderno,
Mas não vejo existir um mal querê-lo eterno,
como diz o poeta, em glosa que me abrigo.

E, se acaso tiver de enfrentar o perigo,
Indo na marcha à ré pelo que agora externo,
Irei continuar com o meu verso terno
Sem jamais aceitar esse injusto castigo.

Não pretendo negar o empenho dos puristas,
Que buscam defender, por certo, o seu primor,
Consagrado no dom dos vates sonetistas.

Portanto, sem fugir do cânone dessa arte,
Manterei, por dever, seu excelso valor
E do lume saber que já me sinto parte!
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Kleber Lago
São Paulo/SP

A POESIA

Em quase tudo, a sinto e posso vê-la,
mas não consigo definir poesia;
e afirmo que mais fácil me seria
contar, no céu, estrela por estrela.

Bastar-me-ia apenas percebê-la
para satisfazer minha estesia
e me tornar agradecido pela
sensação com que ela me premia.

Vejo a poesia como uma expansão
do belo, em seus matizes mais diversos,
e do que Deus me fez “palavrador”.

Não sei, de fato, é defini-la. Então,
tento exprimi-la como a vejo, em versos
que, em prol de amor e paz, vivo a compor.
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Luciana Nobre
Manaus/AM

SEREI EU UM POETA!?

Serei eu um poeta?! Mas que nada!
Por ora nada fiz por merecer...
poeta é quem, chegado o alvorecer,
orvalha corpo e alma de alvorada...

Serei eu um poeta pela estrada?
Motivos não me dou. Não chego a ser!
Poeta é quem, chegado o anoitecer,
transforma a si em noite enluarada...

Eu nada sou além de alguém que, em verso,
declama sua dor, paixão, agrura...
do belo passo longe, rumo inverso...

Poeta de verdade é uma ventura
de quem, na poesia estando imerso,
transmuta noite em dia... em paz, tristura.
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Luiz Antonio Cardoso
Taubaté/SP

EQUILÍBRIO

Meu carnaval era cinzento, vago...
escolas, blocos, festas... tudo em vão!
Nunca adentrei numa avenida e trago
dentro do peito o verdadeiro chão!

Fiz-me um intrépido censor do estrago,
do que eu chamava de loucura e não
da maior festa popular e afago
ao sofrimento de quem chamo irmão!

Mas nada como o tempo, sábio mestre,
a nos mostrar que a vida, tão terrestre,
é a busca infinda do melhor critério...

e se resume no equilíbrio exato,
saber dosar e por no mesmo prato,
matéria e espírito num só mistério!
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Paulo Cézar Tórtora
Rio de Janeiro/RJ

PERGUNTANDO À LUA

Eu vivo perguntando à augusta lua
que enfeita minha noite insone e fria:
—Por que fez prisioneira da Poesia
minha alma, que no céu também flutua?...

E a luz refulge, e brilha, e se acentua
e eu penso na resposta que viria
calando as incertezas, todavia,
a dúvida insistente continua.

A lua, majestosa no seu lume,
oculta-se da nuvem no negrume,
na bruma melancólica que a assalta.

E a musa, então, recolhe-se, sentida,
sem ter a sua súplica atendida
(tem mais presença em mim o que me falta).
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Paulo Maurício Silva
Teresópolis/RJ

UM DIA...

Um dia, eu sei, no Livro concluído,
Serei aquela página virada…
A lembrança, por poucos, bem guardada,
O terno num bazar, desconhecido,

A foto de matiz envelhecido,
Olhando vagamente para o nada…
Um dia eu sei… serei a voz calada,
O verso para sempre interrompido.

Ao fim do desgastado itinerário,
Um rastro de pegadas, solitário,
Que o vento melancólico desfez,

Vestígio que, por fim, desaparece…
Mas se eu pudesse, ao menos, se eu pudesse,
É tudo o que eu seria noutra vez!
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Troya D’Souza
Santa Cruz/RN

ODE À CHUVA 

Quando a chuva se ausenta do sertão,
Morre o gado de fome sem comida.
Falta sombra com água na bebida.
A barragem secou o seu porão.

Migram aves buscando solução,
Que o braseiro do sol assola a vida.
A lavoura pouquinha e ressequida
Serve apenas de adubo para o chão.

Mas bombando o trovão na madrugada
É o prenúncio da chuva programada
Que escutei o carão anunciando.

Chuva traz abundância em quantidade,
Vai embora a tristeza e que saudade
Da ramagem no chão se esparramando.

Fonte: Academia Brasileira de Sonetistas (ABRASSO) 
https://www.facebook.com/groups/803079378212373/

Concurso de Poesias e Trovas da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores (Prazo: 15 de maio)

QUEM PODE PARTICIPAR: 

Podem participar do Concurso todos os interessados. Poetas, Trovadores, Cordelistas, Escritores, Estudantes, Professores e o povo em geral de Venda Nova do Imigrante e Cidades vizinhas e de todo o Estado do Espírito Santo e de todo o Brasil e Exterior. 

Inscrições gratuitas mediante o envio de três trabalhos de cada autor por e-mail.

TEMAS: 

As Poesias e/ou as Trovas possuem dois tipos de temas:

Tema: VENDA NOVA DO IMIGRANTE. 

Poesia e/ou Trova sobre a Cidade de Venda Nova conhecida como a Capital Nacional do Agroturismo. 

No máximo três poesias ou três trovas, por pessoa.

Tema LIVRE. (Poesia e/ou Trova sobre qualquer assunto). 

No máximo três poesias ou três trovas, por pessoa.


COMO ENVIAR OS TRABALHOS: 

O envio das Poesias ou das Trovas será unicamente por E-mail até o dia 15 DE MAIO DE 2024: 

concursodepoesiasaclaptctc@gmail.com

ENVIO DOS TRABALHOS PARA O CONCURSO: 

Ao enviar as Poesias e/ou as Trovas para o Concurso, colocar como título do E-mail, “Concurso de Poesia”, no caso do envio de até três Poesias ou “Concurso de Trovas”, no caso do envio de até três Trovas. 

No próprio título coloque Nacional se você é de qualquer cidade do Brasil ou do Exterior. Estadual se você reside numa das Cidades do Espírito Santo que não seja Venda Nova do Imigrante.

Coloque sua Poesia e/ou Trova no texto do E-mail na forma normal. 

Não envie em PDF ou JPG. 

No final de sua Poesia e/ou Trova coloque o seu nome completo verdadeiro. 

O texto deve ser INÉDITO e de autoria do próprio participante. 

Não precisa usar pseudônimo. 

Coloque também o endereço para correspondência com CEP, e-mail, telefone e minibiografia. 

A Comissão Julgadora não terá acesso a identificação do autor e dos autores dos trabalhos.

PREMIAÇÃO: 

Troféus, Medalhas e Diplomas para os 20 melhores colocados em Trovas e em Poesias, tanto a nível Nacional, como Estadual e Municipal (Venda Nova do Imigrante). 

O Concurso terá a sua culminância e premiação na Sexta Feira, dia 07 de junho de 2024, em solenidade com início às 18 horas, no segundo Dia do XXI Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores de 06 a 09 de junho no Centro Cultural da Cidade de Venda Nova do Imigrante, ES. 

Os vencedores que puderem comparecer arcarão com as despesas de hospedagem e alimentação que estarão com preços especiais para o evento. 

Quem não puder comparecer poderá receber as premiações, em até 40 dias após o evento, desde que envie o valor das despesas postais.

A CIDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE:  

A Cidade de Venda Nova do Imigrante está localizada às margens da BR 262, que liga Belo Horizonte a Vitória. Fica a 105,7 km da Capital Vitória, Espírito Santo. 

Fica na região conhecida como Montanhas Capixabas, no interior do Espírito Santo. Considerada Capital Nacional do Agroturismo, a cidade reúne atrativos de turismo rural, ecoturismo e turismo de aventura. Possui rica história e forte ligação com a Itália. Uma de suas mais frequentadas festas é a Festa da Polenta.

CONTATOS 

Presidência, Escritor Poeta Trovador Capixaba Clério José Borges pelo WhatsApp: 27 99257 8253 ou ainda pelo E-mail: clerioborges2013@gmail.com; 

Contatos com a Secretaria Geral, Escritor João Roberto Vasco Gonçalves: robertovasco@hotmail.com; – WhatsApp: Tel.: 27 - 99963 0471. 

Informações sobre Venda Nova do Imigrante: Prefeitura - Telefone: 28 – 3546 1188

Fonte: Enviado por Clério Borges

sexta-feira, 22 de março de 2024

Baú de Trovas 82


A vida é um túnel estreito
que à eternidade conduz.
- Só o amor nos dá o direito
ao desembarque na Luz.
A. A. de Assis
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Bilhete é sempre um recado
para ser dado escondido
a um alguém apaixonado
por outro alguém proibido!
Ademar Macedo
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Do passado, ouço a cantiga
que recorda, ternamente,
que há sempre uma rua antiga
nos velhos sonhos da gente...
Albertina Moreira Pedro
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As rosas do amor, colhi-as,
rosas de vários matizes...
Tenho hoje nas mãos vazias
saudades e cicatrizes.
Anderson Braga Horta
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Maria, só por maldade,
deixou-me a casa vazia:
dentro da casa, a Saudade
e na Saudade, Maria!
Anis Murad
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O Pinheiro mais parece
lá no fundo do sertão
um colono em triste prece
pedindo a Deus proteção.
Anita Thomaz Folman
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O dia em que não te vejo
é noite em meu coração;
e eu velo com o meu desejo
enquanto as horas se vão...
Antônio Francisco da Costa e Silva
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Mata a revolta em teu peito,
não a deixes florescer:
rio com pedras no leito
não pode alegre correr!...
Antônio Juraci Siqueira
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Não te aflijas, inda que
o agora em dor se resuma.
O homem sensato entrevê
a luz na mais densa bruma.
Antônio Oliveira Pena
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Eis um médico fardado
- que perfeito matador! -
quem escapar do soldado,
não escapa do doutor...
Antônio Sales
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Tropeiro da mocidade
galopando a solidão,
foste conquista, e és saudade
que deixa rastro em meu chão...
Aparecido Elias Pescador
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Ternura - ponte afetiva
construída de calor,
que serve, quando se avisa,
de passagem para o amor.
Aprygio Nogueira
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Em tudo existe um encanto:
é regra da natureza.
Alguns tentam, e no entanto,
não enxergam a beleza.
Arthur Thomaz
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Num simples verso se prova
este mistério profundo:
- Na pequenez de uma trova
cabe a grandeza do mundo
Batista Soares
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Singra os mares desta vida
nosso amor, forte veleiro,
bate a procela atrevida
e chega ao porto altaneiro!
Belarmino Franco
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Sorriso é mais que meiguice
e tem valor tão profundo...
Se toda gente sorrisse,
bem melhor seria o mundo!
Benedito Camargo Madeira
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Amor, palavra divina
que brota do coração;
ele conforta e ilumina
a estrada da salvação.
Benedito Ivo Pinto
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Bem feliz seria o mundo
se pudesse a humanidade
ter um lugar bem fecundo
onde plantasse a bondade.
Benedito Moreira de Carvalho
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Bom violão, que me acordas
ao luar do meu sertão,
que bem fazem tuas cordas
às cordas do coração!
Bento Rabelo
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Enxuguei seu lindo rosto
da lágrima que escorria,
mas não era… que desgosto,
por mim que você sofria,
Berenice Azevedo
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No tronco da gameleira
gravei teu nome, Nolasca,
sem prever que essa fruteira
todo ano perde a casca...
Bernardo Guimarães Filho
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A lua beija a favela...
A estrela no céu reluz...
- Meu bem, apaga essa vela,
o amor não quer tanta luz!…
Carolina Ramos
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Encontrei na minha trova
a vontade de escrever.
A paixão por coisa nova
faz a gente renascer.
Cecim Calixto
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A noite na minha rua
tem encantos sensuais...
sussurros chegam à lua...
na rua ficam os ais...
Cecy Fernandes de Assis
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Quando caminha apressado,
distraído e não me vê,
bem perto, quase a seu lado,
alguém sonha com você!
Cecy Tupinambá Ulhôa
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Nossa prova é tropeçar
e levantar em seguida
e de novo começar
e esquecer essa caída.
Célia de Oliveira
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É a lição mais repetida
fora da escola ou no estudo:
que mãe é fonte de vida,
que Deus é fonte de tudo!
Célia Guimarães Santana
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Aceito a sorte que tenho,
aplaudo a vida, de pé,
e sem revolta me empenho
em conservar minha fé!
Célia Higgins Ferreira
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Foi depois de tantas fugas
que acabei por entender
que sem pranto, dor e rugas,
ninguém aprende a viver...
Célia Lamounier de Araújo
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Noites negras... solidão...
Tarde demais para os dois!
Um sim anulando um não
e um talvez para depois...
Célia Maria Barbosa Rodrigues
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Transparente, a lua presa
ao azul, que o céu vestia,
imersa em tanta beleza
nem notava que era dia!
Célia Martins
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O orvalho que cai agora
nos sobejos da queimada,
traduz o pranto que chora
a Natureza arrasada!...
Clarindo Batista
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Meu bom São Pedro, permita,
à noite, um bom tempo, seco...
Com a sogra de visita,
pretendo dormir no beco.
Cleber Roberto de Oliveira
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Não lamento a vida e, em sonhos,
sempre faço renascer
destes meus dias tristonhos
a alegria de viver!
Cyrléa Neves
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Todo livro ,quando aberto,
é pólen, é flor, é fruto...
fechado: é sombra, é deserto,
é silêncio, é campa, é luto.
Cyro Armando Catta Preta
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Por um futuro de Paz
flores nós vamos plantando,
neste momento fugaz,
por onde vamos passando!
Cyroba Braga Ritzmann
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Demoras... e à luz do ocaso,
refém da angustia e do medo,
os meus relógios atraso
para fingir que ainda é cedo!
Dilva Maria de Moraes
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Ultrapassando as fronteiras
do sim, do não, do talvez,
nosso amor vence barreiras
e o ciúme não tem vez!
Dirce Montechiari
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Das ofensas, tenha calma;
revidar não ameniza,
pois a dor de nossa alma
só o perdão cicatriza,
Dirce Pinto Machado
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Se à noite a lua desponta
trazendo a luz da esperança,
na terra do Faz-de-Conta
eu me transformo em criança,
Diva Maria M. Rezende
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O orvalho beijando a flor
demonstra afetividade
que deve existir no amor
entre toda a humanidade.
Diva Veloso
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Com cautela... Sem conflito,
aprendo a lição do mar:
- foi contemplando o infinito
que eu aprendi a sonhar.
Djalda Winter Santos
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O poeta externa pouco
de sua imaginação,
o resto é um soluço louco
no fundo do coração.
Diomedes Santos
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Palavra triste é saudade
porque dói no coração
e lembra a felicidade
transformada em solidão.
Diva Veloso
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Amargurando os dissabores
dos seus amores dispersos,
o poeta esconde as dores
nas entrelinhas dos versos.
Djalma Mota
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Do que agitou nossas almas
restam sonhos calcinados,
cingindo as crateras calmas
de dois vulcões apagados.
Dorothy Jansson Moretti
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Quando me sinto estressado,
fugindo da realidade,
vou do presente ao passado
pelo túnel da saudade.
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
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Cada vez que tento, em fuga,
mascarar o meu desgosto,
descubro mais uma ruga
a desmascarar meu rosto...
Edgard Barcellos Cerqueira
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Simpatia é quase amor,
suave e mágica atração.
É doce aroma da flor,
nos versos de uma canção!
Edite Rocha Capelo
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Os poetas e os pintores
trabalham na mesma lida,
Uns põem vida nas cores,
aqueles cores na vida!
Edith de Araújo Ribas
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Agora, na despedida,
chego à triste conclusão:
no xadrez da tua vida
em vez de rei, fui peão...
Edmilson Macedo
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Se os anos não são medidos
por quilos, ou coisa assim,
por que esses anos vividos
pesam tanto sobre mim?!
Edmundo Schwab
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Anoitece e cintilando
qual lantejoulas num véu,
essas estrelas brilhando
são rastros de Deus no céu!
Edna Gallo
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O poeta é só um sonho
da poesia mais seleta,
e a poesia, assim suponho,
é o ensaio do poeta.
Edna Valente Ferracini
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Nessa roupa provocante,
chamando a atenção do povo,
você fica semelhante
àquela tal... que põe ovo!
Eliana Palma
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A página amarelada
de um álbum, quase esquecido,
tem a lembrança velada...
De tanto tempo perdido.
Elisa Alderani
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Tantas vezes hei sofrido,
que desta vez conheci
que tudo ficou perdido
nas mãos em que me feri.
Emiliano Perneta
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Velha ponte do caminho
nossa história é parecida:
- Suportamos de mansinho
tantas pisadas na vida!!!
Ercy Maria Marques de Faria
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Longe de mim, ó tristeza...
Pinto o cinza como esteta,
da vida fruo a beleza:
- Sorte minha ser poeta!
Éstia Baptista Lima
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Partiste sem um aceno,
multiplicando meus ais.
Não quis teu mundo pequeno
meu sonho grande demais.
Eugênia Maria Rodrigues
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No mar revolto da vida,
sou uma pobre jangada
que sem barqueiro, perdida,
chega à praia destroçada!
Eugênio Carvalho Júnior
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Vemos Deus em todo canto;
no céu, na terra, no mar...
jamais é visto, no entanto,
por quem não quer enxergar!
Eugênio de Freitas
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Fácil falar em ternura,
quando se trata de amor...
Difícil é, na amargura,
ser terno, dentro da dor...
Eugênio Morato
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Ama a vida, simplesmente,
sem disfarce em seu caminho...
Quem ama a vida não sente
a dor de viver sozinho!
Eva Garcia
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Quis brincar o meu destino
com meus sonhos de ilusão:
– Deu-me um rosto do menino
e de um velho o coração.
Evandro Moreira
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Um fantasma se assanhou
em bater papos, tadinho...
nas mil vezes que tentou,
ficou falando sozinho!
Fernando Vasconcelos
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A distância é que nos mata
pois logo vem a saudade;
saudade – presença ingrata
da antiga felicidade.
Filemon F. Martins
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Cabelos soltos ao vento...
Pés de leve sobre a grama...
- A vida toda é um momento
no coração de quem ama!
Francisco Fortes
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Quem semeia põe mais vida
na vida de todo mundo:
transforma em flor e comida
a força do chão fecundo!
Francisco Jorge Ribeiro
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Quem busca conhecimento
descobre a sabedoria
e com breve movimento
enche a vida de alegria.
Francisco José Moreira Lopes
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Quando o sol se faz mais forte
e a chuva responde...não!
A silhueta da morte
se espraia pelo sertão. 
Francisco José Pessoa
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Seja palácio ou tapera,
piso de pedra ou de argila,
no lar onde o amor impera
até cascalho cintila!
Francisco Luzia Netto
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Mar e terra acasalados,
na sacrossanta medida,
fazem sal… sêmens sagrados,
para dar sabor à vida.
Francisco Neves Macedo
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Do amor não goza a poesia
quem a distância maldiz:
no tempo em que não te via
eu era bem mais feliz...
Gilka Machado
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Se ao céu não posso voar,
fico sorrindo às estrelas
e me contento em ganhar
a sorte de poder vê-las!
Gisele Bueno Pinto
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Aquela ponte que unia
nossas vilas ribeirinhas,
une, ainda, por magia,
tuas saudades e as minhas.
Gislaine Canales
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Se és veloz no pensamento,
no trânsito sê prudente.
Use o cinto, fique atento
mostre que és inteligente.
Glédis Tissot
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Se apenas o amor constrói.
não devemos esquecer,
que o ódio só nos destrói,
não nos deixando crescer.
Gleyde Costa
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A reflexão sempre cabe
de Sócrates, professor;
"Sabe o sábio que não sabe"...
Anotem ai, por favor!
Glice Sales Alcântara
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Eu guardei, há muitos anos,
numa caixa, meus brinquedos,
hoje eu guardo desenganos,
recordações e segredos.
Heládio Feitosa e Castro
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Tinha um corpo delicado,
era asa delta em menina.
Agora é um carro enguiçado
que não sai mais da oficina,
Helena Kolody
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Ó carreta, a nossa sorte
é bastante parecida,
quase no atalho da morte,
seguindo a estrada da vida!
Helenara
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A saudade é dor pungente,
mora no meu coração...
Saudade de tanta gente
faz parte da solidão,
Helena Scanferla
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Quando interrompo meus passos
com medo do anoitecer,
passeio pelos teus braços
onde é sempre amanhecer!
Hélio Castro
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Ciúme... será doença?
É zelo ou desconfiança
de quem, no amor vive, pensa,
perdido na insegurança...
Hélio dos Santos Pinto
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Caminho por uma estrada
sem nunca ver o seu fim;
e, de quebrada em quebrada,
deixo um pedaço de mim!
Hélio Gonçalves
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Sofre do velho à criança,
morre o gado e a plantação;
só não fenece a esperança,
quando há seca no sertão.
Hélio Pedro Souza
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Palhaço, visão querida,
dos meus tempos de criança...
velha saudade escondida,
no meu baú de lembrança!
Helvécio Barros
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Quem se perde em devaneios
não vê que o tempo, ao passar,
vai girando e, em seus volteios,
não volta ao mesmo lugar...
Hermoclydes Siqueira Franco
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Ao professor muito devo,
devo ao médico também.
Mas o livro é meu enlevo,
tudo que sei dele vem.
Hildemar Cardoso Moreira
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Quanto na vida sofri,
quanto pranto derramei.
Não foi somente por ti,
chorei foi por que te amei.
Ignez Freitas
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Teus olhos têm a magia
da nobre e verde esmeralda.
Fascínio que ludibria
o amor... sem véu ou grinalda.
Ilza das Neves
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Uma colcha de retalho,
só de lembranças de outrora,
é hoje o grande agasalho,
que aquece o inverno de agora.
Ilze de Arruda Camargo
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Eu te juro; há só verdade
neste amor grande e profundo,
que me traz felicidade
do tamanho deste mundo.
Ione Taglialegna
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- Conheço-a, - você dizia,
mas, creia que se enganou:
- conheceu a que sorria,
porém não a que chorou...
lonor Célia Freire Ramos
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Deu-me a sorte, sem piedade,
meu sonho por destruído
e uma absurda saudade
do que nunca foi vivido.
Iraci Pietrani
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As lembranças de nós dois
fui guardando nas caixinhas...
para descobrir depois...
que em verdade... eram só minhas!
Istela Marina Gotelipe Lima
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A saudade em nossa vida
dilacera o coração!
Mas... não dói como a ferida
da palavra Ingratidão! 
Jacinto Barbosa de Campos
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A poesia que desejo
tiro de mim como aquela
cantiga do realejo
se alguém roda a manivela…
J. G. de Araújo Jorge
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Sinto uma grande alegria 
e o alvo sempre persigo: 
conquistar a cada dia 
um novo e leal amigo.
Jessé Nascimento
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Dói demais, é muito triste
a cruel separação...
A revolta sempre existe,
onde existe a ingratidão.
João Batista Serra
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Se do barro somos feitos,
e ao barro retornaremos,
porque tantos preconceitos,
se iguais todos nós morremos?…
José Feldman
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– Musas divinas!... Ao vê-las,
no sonho que me seduz,
subo ao ninho das estrelas,
seguindo os rastros da luz!
José Lucas de Barros
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Eu sou pequeno, seu moço,
mas, quando tiro o chapéu,
minha alma estica o pescoço,
enxerga Deus lá no céu!
José Messias
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Sertão seco... Longo estio...
Em meio a paisagem triste
uma ponte... Mas o rio
infelizmente inexiste!
José Tavares de Lima
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A ponte tem dois destinos,
tanto leva, como traz,
leva e traz os desatinos,
mas também amor e paz.
Judite de Oliveira
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Se a revolta me alucina
e a solidão me consome,
a saudade sempre assina
seu nome sobre o seu nome!...
Leda Costa Lima
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Cai a tarde e a passarada
em gorjeios musicais
é orquestra desafinada
na algazarra dos pardais.
Licínio Antônio de Andrade
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Da sua casa ao cartório
apenas um quarteirão...
Dada a preguiça, o casório
se fez por procuração.
Lucília Alzira Trindade Decarli
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O porco acordou suando,
pois teve um sonho confuso:
- Sonhou que estava morando
com a porca... de um parafuso!
Luiz Montezi Evangelista
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Às vezes o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa!
Luiz Otávio
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Seca: quanta desventura
enche a terra de tristeza!
O homem sofre, mas a cura
vem da própria natureza.
Mara Melinni Garcia
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A vida é, para os meus passos,
uma rua de tropeços ...
Mas, se é rua de fracassos,
também é ... de recomeços! ...
Marcelo Zanconato Pinto
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Acenda a luz da esperança
ante a angústia de um momento...
Com revolta não se alcança
o cessar de um sofrimento!
Maria Antonieta B. Dutra
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Tenho por certo, em verdade,
bem vivo, embora pungente
que a mais pungente saudade...
é aquela de alguém presente!
Maurício Friedrich
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Se um pai se entrega à bebida,
ao filho desencaminha.
O mau exemplo é na vida
pior do que erva daninha.
Milton Souza
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Sorrateira, foi chegando 
a danada da saudade;
meu coração machucando,
sem dó e sem piedade!
Nemésio Prata
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Indo por outros caminhos,
neste mundo, às vezes, rude,
vou fugindo dos espinhos,
pois das mulheres não pude!
Nilton Manoel Teixeira
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Subo o caule das ideias,
rumo à copa de Deus Pai;
operário, sem colmeias,
sou a abelha que se esvai.
Olivaldo Junior
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Nos extremos desta vida,
um contraste se percebe:
– A terra chora a partida
daquele que o céu recebe!
Osvaldo Reis
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Meu coração suburbano
tu conheces muito bem!
Tem muito do amor humano
que preenche o teu também!
Paulo Roberto O. Caruso
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Ainda guardo lembranças
de coisas não permitidas:
pedacinhos de esperanças,
restinhos de nossas vidas.
Professor Garcia
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No caminho sem atalhos
que leva ao teu coração,
feri meus pés nos cascalhos
que espalhaste pelo chão.
Renato Alves
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Nas serestas da lembrança
onde o orvalho enfeita a tela,
a minha ilusão te alcança,
mas a razão diz: - Cautela!!!
Rita Mourão
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É a rua da minha infância!
Revejo a casa... ouço o trem...
E cismo, em sonho e à distância,
que ela envelheceu... também!
Therezinha Dieguez Brisolla
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Na vida, eu prefiro o jogo,
não de azar, de sedução...
e, em vez de cartas, o fogo
que incendeia uma paixão.
Vanda Alves da Silva
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Que bom seria um enlace
entre a mente e o coração:
o que a gente desejasse
também quisesse a razão!
Wanda de Paula  Mourthé
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