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sábado, 28 de agosto de 2010

Orlando Brito (1927 - 2010)

Orlando Brito era natural de Niterói-RJ, onde nasceu aos 27 de novembro de 1927, filho de Amaro Brito e de Irma Denti Brito.Residiu em Pindamonhangaba de 1966 a 1975, sendo diretor da Tribuna do Norte e do jornal Sete Dias (extinto). Foi redator do Diário de Pindamonhangaba e correspondente do jornal 'Agora', de São José dos Campos. Também em Pinda, foi membro do Lions Clube e exerceu grande atividade artística, participando de muitas atividades culturais da cidade.

Notabilizou-se como trovador, tendo merecido capítulo especial no livro 'Nós os Trovadores', do escritor e poeta Eno Teodoro Wanke, editado em 1991, no Rio de Janeiro. É citado no Dicionário de Poetas Contemporâneos, de Francisco Igreja, e em várias antologias e coletâneas de trovas. Autodidata, publicou os livros seguintes: 'Lua de sonho' - trovas (1958), 'Cantigas de ninar tristezas' - trovas (1962), 'Viola de marinheiro' - trovas (1991), 'Cantigas do céu e da terra' - trovas (1992). 'Esta vida é uma graça' - trovas (1994), 'Sonetos' (1996), 'Ruas de São Luís' - poesia (1998).

No estilo cordel, publicou: 'O estranho amor de um médico por um esqueleto' (1987), 'Os lírios do professor' (1988), 1ª Canção de Eleusa' (1989), 'Histórias de Silvestre, o pintor vaidoso' (1991), 'Coxinho, dono dos bois' (1991), 'Viola fuxiqueira' (1994). Em 1986, uma indústria do Maranhão publicou um livro dele que foi considerado de utilidade pública: 'Normas de Prevenção de Acidentes de Trabalho'.

Provavelmente, houve outras publicações de Orlando após 2001, data em que Francisco Piorino publicou o valioso 'Biografias' contendo dados de todos os membros da Academia Pindamonhangabense de Letras e os patronos de suas respectivas cadeiras. Orlando Brito era acadêmico titular da APL, ocupava a cadeira nº 9

Fonte:
http://www.tribunadonorte.net/noticias.asp?id=6097&cod=4&edi=128

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Emilio Germani falece hoje, 2 de junho, aos 92 anos de idade



O industrial aposentado Emílio Germani, de 92 anos, morreu, às 4h da manhã desta quarta-feira (2), na casa onde morava, em Maringá, vítima de câncer.

Germani, um dos pioneiros da cidade, nasceu em Capinzal (SC) no dia 22 de junho de 1917. Ele foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim), ajudou a fundar o Rotary na cidade e também a Germani Alimentos.

Germani era membro da Academia de Letras de Maringá, dono da cadeira número 26, cujo patrono é Machado de Assis. Ele é autor de "Coletânea Rotária"; "Encruzilhadas" (autobiografia), "Fragmentos Históricos do Distrito 4630? e "Retalhos da Vida".

Publicou grande número de artigos em boletins, jornais e revistas, inclusive da Associação Comercial e Industrial de Maringá (ACIM). Foi redator de boletins periódicos de informação rotária e ainda de outras publicações esparsas e de poesias.

Emílio era casado com Elza Germani. Ele deixou 11 filhos, 25 netos e 11 bisnetos.

O velório começa às 9h, na Casa da Amizade Rotary, que fica na Avenida Cerro Azul, 199, na Zona 02. O sepultamento será às 17h30 no Cemitério Municipal.

Rotary

Para José Manoel Martin Hernandes Filho, que será o governador do distrito do Rotary 4630 (que contempla Maringá e outros 47 municípios) a partir de julho, os rotarianos da região perderam "um pai". "Todos nós o chamávamos de guru. Sempre pedíamos conselhos a ele", afirma.

Hernandes conta que Germani foi o fundador do Rotary na cidade, no início da década de 50. Foi também governador do distrito e o quinto presidente do clube em Maringá. O Rotary hoje possui aproximadamente 400 membros.

Letras

A presidente da Academia de Letras de Maringá, Olga Maria Agulhon, também lamenta a morte do pioneiro. "Ele foi um grande exemplo de vida. Foi um privilégio poder conviver com Germani", afirma.

Ela ressalta a importância da obra dele para a literatura da cidade. No dia 05 de maio, Germani lançou a sua última obra, "Folhas Espaças", que reúne poesias e ensaios. "Faremos uma homenagem a ele nesta tarde", fala.

A Prefeitura de Maringá também enviou uma nota lamentando a morte do pioneiro.

Fonte:
O Diario de Maringá

sexta-feira, 7 de maio de 2010

José Feldman (Último Adeus)


ao Fluffy (falecido hoje, 7 de maio de 2010)

Meu amigo!
Você se vai e
nem bem nos despedimos
eu já sinto saudades de você,
Dez anos juntos,
e preenchestes
um espaço em meu coração.
Hoje destes seu ultimo suspiro
e sinto meu coração se desmanchando
A sua amizade incondicional
que sempre me devotou
E que eu só muito tarde
aprendi a retribuir.
Tantas vezes ralhei contigo
e alterei a voz
mas mesmo assim
tinhas sempre um olhar
amigo e de gratidão.
A sua voz era uma alegria
e hoje, só consigo ouvir o silencio.
Nunca tinha percebido que a noite
é tão escura
e tão quieta
e tão triste.
Quando destes seu último suspiro
é que percebi o que você é:
Um novo amanhecer!
Vencestes bravamente a parvovirose,
Sofrestes nestas últimas semanas
mas eras um guerreiro,
e mesmo a morte lhe levando,
és o grande vencedor.
Para mim é e sempre será
Eterno e imortal, meu amigo.
E, além de meu amor por você,
só me resta pedir seu perdão
por ser “tão” humano,
e do fundo de meu coração
“muito obrigado pela sua amizade”.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aloisio Alves da Costa (20 Novembro 1935 – 24 Fevereiro 2010)



Aloísio Alves da Costa, o "Velho Marujo" como gostava de ser chamado faleceu na data de hoje, 24 de fevereiro de 2010.

Aloísio nasceu a 20 novembro de 1935 em Umari/CE, filho de Vicente Alves da Costa e Vicência Alves Aranha. Ex militar da Marinha brasileira. Residiu bom tempo em Nova Friburgo, onde iniciou suas atividades poéticas obteve o honroso título de "Magnífico Trovador". Publicou "Cantigas um sonhador" e "Cantigas de três”.
_____________
Trovas que Deixam Saudades

Quem não aprende em menino,
tem que aprender na velhice,
que ter pai pobre é destino,
mas sogro pobre é burrice!...

Minha irmã conta as topadas,
que já deu pelos caminhos,
pelas pedras arrancadas...
- E eu conto, pelos sobrinhos!...

Sambando quase pelada,
no 'No bloco do vai sem medo",
Paulete foi mais cantada
que o refrão do samba enredo..

Quando a noiva viu a cama
que a esperava pra dormir,
mandou sustar o proclama
e desistiu do faquir!...

Na farmácia, ao ver o busto
da balconista, hesitante,
em vez de xarope, o Augusto
pediu mesmo foi calmante!...

O que faz eu ter ciúme
da Rosinha - diz o Freire:
- É que a Rosa tem perfume
mas não é flor que se cheire...

Sendo orador de alta escala,
é tão profundo e erudito,
que a gente, quando ele fala,
só entende o... "tenho dito".

Partiste, chorando tanto,
no teu rumo oposto ao meu,
que, solidário ao teu pranto,
o céu fechou-se... e choveu...

Na tua ausência, a meu lado,
em cima de nossa mesa,
o candelabro apagado
mantém a saudade acesa!...

Teimei no amor... e errei tanto
na teimosia de amar,
que eu mesmo não sei mais quanto
errei tentando acertar!...

Partiste, cigana errante,
e de uma noite em teu leito,
restou-me um sonho distante
e esta saudade em meu peito'...

Meu sonho em mágoa desfeito,
tão grande fez meu desgosto,
que não cabendo em meu peito
se fez pranto em meu rosto!...

Feito de essência divina
e fluídos de eternidade,
um grande amor não termina,
mas se transforma em saudade!

Dando na alma embevecida,
laços de amor e amizade,
fui, na jangada da vida
um pescador de saudade!...

Sempre que a vida me nega
segurança nos meus passos,
minha esperança me pega
e me carrega nos braços!

Na luta contra a cobiça,
mantendo na alma a esperança,
meu desejo de justiça
é maior que o de vingança!

Quando a vida se complica
nas horas de solidão,
amigo é aquele que fica
depois que os outros se vão.

Não busques falso tesouro
se bens duráveis garimpas...
Nem sempre as mãos que têm ouro
e pedras raras, são limpas...

Castigado desde cedo,
tanto apanhei do destino,
que nunca tendo um brinquedo,
nem lembro que fui menino.

Dói a saudade em meu peito
e eu canto, não silencio...
Quando mais pedras no leito,
mais alto o canto do rio!...

Nem ouro, nem pedra rara,
nada que vem do garimpo,
vale um fio de água clara
no leito de um rio limpo...

Quando a voz de um pai ressoa
e a de um filho abaixa o tom,
conselho é semente boa,
plantada em terreno bom!

Sou de onde o vento trabalha,
lá onde a brisa fagueira
embala de leve a palha,
beijando a carnaubeira! ...

Era uma vez uma dona
que andava a pé, sem ninguém;
e tanto pediu carona,
que ganhou carro também! ...

Teu olhar... a voz macia...
tuas promessas de amor...
- são notas de fantasia
na pauta da minha dor.

Dos jogos o mais nocivo,
até hoje, em meu caminho,
tem sido o rebolativo da mulher
do meu vizinho!

Dos ideais o maior
é viver, lutar, e, após,
deixar um mundo melhor
aos que vêm depois de nós.

Enquanto o Zé Liberato
sai em busca da gatinha,
pela janela entra um gato
que janta a sua sardinha!

Creio em Deus, unicamente
não ando rezando à-toa...
- tenho uma alma que sente
e um coração que perdoa!

Somente um bem acontece
quando a gente cai doente:
doente é que se conhece
quem é amigo da gente.

Vejo em ti, coroa rica,
dois males que não têm cura:
- capa de pura pelica,
- cara de pelanca pura!

De olhos baços, pelas ruas,
vi, distante de Belém,
que sem a chuva das duas,
saudade molha também!

Já diz o velho ditado,
que lenha verde e viúva,
com paciência e cuidado
pegam fogo até na chuva!...

Quando a lei se faz omissa
e a impunidade se solta,
do silêncio da justiça
surgem gritos de revolta...

Não condeno o revoltado
que defende seu direito...
-revolta de injustiçado,
merece todo respeito!

Quando instantes de carinho,
trazem saudades depois,
lembrança é viver sozinho
de um sonho vivido a dois.

Quando não vens, na ansiedade
desses momentos perversos,
vem a musa da saudade
pôr mais saudade em meus versos.

Agora que tu partiste
e a saudade está chegando,
desculpe o meu verso triste,
minha musa está chorando!...

Volátil, discreta e doce,
no instante certo, presente,
a musa é como se fosse
o anjo-da-guarda da gente...

As musas, não posso vê-las...
vivem num mundo distante...
mas posso além das estrelas
ouvi-las a todo instante

No momento doce e breve
que a inspiração nos invade,
dos versos que a gente escreve,
a musa escreve metade!...

Na luta contra a cobiça,
mantendo na alma a esperança,
meu desejo de justiça
é maior que o de vingança!

Preguiçoso, o "ZÉ PIJAMA",
Tanta preguiça agasalha,
Que a mulher só não reclama
Porque o vizinho trabalha.

Mensagem de amor profundo,
nos deu o Mestre Divino...
O maior homem do mundo
antes foi pobre menino!...

Esta saudade infinita
do amor que a gente viveu,
é a mensagem mais bonita
que o meu passado viveu!...

Vencendo o tempo e a distância,
mensagens da mocidade,
sempre nos trazem da infância,
saudade ... muita saudade...

Mensagem que se recebe
e nos enche de quimeras,
é aquela em que se percebe
que as palavras são sinceras

Ante o medo que angustia,
talvez a grande mensagem,
fosse a que Deus nos diria ...
- Coragem, filho, coragem ...

Dói a saudade em meu peito
e eu canto, não silencio...
Quanto mais pedras no leito
mais alto o canto do rio!

Na tua ausência, ao meu lado
em cima da nossa mesa,
o candelabro apagado
mantém a saudade acesa.

Dentro da noite inclemente
De frio intenso e garoa,
o agrado de um beijo quente
garante que a noite é boa!...

- Pelas ruas da lembrança,
nas cirandas das calçadas,
saudade, sonho e esperança,
brincam juntos de mãos dadas!

- Quando o amor se faz lembrança
e a solidão nos invade,
ou se vive de esperança
ou se morre de saudade...

- Quando Deus fez da Trindade
a divina aventurança,
entre a fé e a caridade,
pôs em destaque a esperança...

- Na carta que ela me fez,
nas reticências sem fim,
a incerteza de um "talvez"
dá-me esperanças de um "sim"...

Na linha desta saudade,
que é tua e também é minha,
nós somos nós de verdade
nas duas pontas da linha!

Passa o tempo, a idade avança...
e na velhice inclemente,
a velha, numa cobrança
mata o velho... inadimplente...

Toda noite na gandaia,
vai muito mal a Loló...
Pois perdeu além da saia
outras coisas no forró.
______________
Fonte:
UBT Juiz de Fora

domingo, 17 de maio de 2009

Falecimento de Mario Benedetti

O escritor uruguaio Mario Benedetti morreu hoje, domingo, 17, em Montevidéu aos 88 anos, informaram à Agência Efe fontes ligadas à família do autor. Benedetti, que tinha um estado de saúde bastante delicado, estava em sua casa, na capital uruguaia, quando morreu.
No ano passado, o escritor foi hospitalizado quatro vezes em Montevidéu devido a diversos problemas físicos. A primeira vez foi entre janeiro e fevereiro de 2008, após sofrer uma enterocolite que fez com que ficasse desidratado. Já em março ele foi internado com problemas respiratórios, enquanto a terceira vez se deu em maio do ano passado por causa de um quadro clínico instável geral.

Após a última vez em que Benedetti foi hospitalizado, de 24 de abril até 6 de maio, o escritor recebeu alta e voltou para casa, após 12 dias internado pelo agravamento de uma doença intestinal crônica.

Benedetti escreveu mais de 80 livros de poesia, romances, contos e ensaios, assim como roteiros para cinema. Ele já recebeu os prêmios Ibero-americano José Martí (2001) e Internacional Menéndez Pelayo (2005).

A última obra publicada, o poemário "Testigo de uno mismo", foi apresentada em agosto do ano passado.

Antes da última entrada no hospital, Benedetti estava trabalhando em um novo livro de poesia cujo título provisório é "Biografía para encontrarme".

Já há algum tempo o famoso escritor não se apresentava em público e concedia poucas entrevistas à imprensa, mas continuava trabalhando em suas obras diretamente de Montevidéu.

No ano passado, publicou "Testemunha de um mesmo".

Sua carreira literária começou em 1949 e chegou a fama sete anos depois ao publicar "Poemas de escritório", sobre a rotina de trabalho. Desde 1992, tem lançado quase uma obra por ano.

Fonte:
Estadao. Caderno 2. http://www.estadao.com.br/

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Falecimento de Flávio Rubens

O pai (Ary Barroso) e Flávio
Flávio Rubens faleceu nesta manhã de seis de abril de 2009.
O poeta está foi velado na capela nº 7, do Cemitério São João Batista, Botafogo, Rio de Janeiro; com o sepultamento às 16h.

Flávio Rubens - jornalista, romancista, contista, poeta co-fundador da APPERJ. Filho do compositor Ary Barroso. Prêmios nacionais e internacionais. Membro da UBE. Publicou em inúmeras coletâneas, vários livros solos. Seu mais recente sucesso, o livro de romance: O Perneta, (OFICINA Editores, 2007) lançado na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.

Fonte:
APPERJ Oficina Editores

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Antonio Roberto Fernandes (Falecimento)


Antônio nasceu na cidade de São Fidélis. Primogênito de uma família de oito irmãos. Aprendeu a ler em casa com o pai. Aos sete anos entrou na escola no interior, mas como era adiantado em relação aos colegas de classe, foi transferido para Escola Barão de Macaúbas no Centro de São Fidélis. Cursou o ensino fundamental e médio em sua cidade natal. Após passar no vestibular para a Faculdade de Medicina, mudou-se para Campos. Não exerceu a medicina porque passou num concurso e assumiu a postura de bancário para ajudar na criação dos irmãos.

Poeta, trovador e escritor, Antônio Roberto Fernandes foi membro da Academia Fidelense de Letras, da Academia Pedralva Letras e Artes, da Academia Campista de Letras e representante da União Brasileira de Trovadores (UBT) em Campos. Fundou a Academia Infantil de Letras de São Fidélis. Grande idealizador do Café Literário, em Campos e figura cativa dos eventos da Fundação Municipal Trianon, como o projeto Choro e Cia e o Grupo Boa Noite Amor, brindou o público com seu tradicional intervalo poético.

Exerceu diversas atividades públicas. Foi diretor da Biblioteca Municipal de São Fidélis, da Biblioteca Nilo Peçanha e atualmente diretor do departamento de Literatura da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL).

Faleceu em 20 de novembro de 2008.

Os versos de Antônio Roberto refletem a todos sua excelência de artista da vida.

Na bicicleta da vida pedalei tanto, meu Deus, mas no melhor da descida furaram-se os dois pneus!... Xepeiro, de olhos tristonhos, à noite, exausto e sozinho, cato no chão dos meus sonhos a xepa do teu carinho. Mamãe!... Não há quem exprima uma palavra mais bela, pois mesmo não tendo rima a vida rima com ela! Se no palco, a três por quatro, reina a farsa e a pacotilha, o nosso maior teatro é o do Congresso, em Brasília”.

TROVAS

Sou feliz! Não vivo ao lado
das estrelas na amplidão,
mas posso tr um punhado
de vaga-lumes na mão.

Na bicicleta da vida
pedalei tanto, meu Deus,
mas no melhor da descida
furaram-se os dois pneus!...

Xepeiro, de olhos tristonhos,
à noite, exausto e sozinho,
cato no chão dos meus sonhos
a xepa do teu carinho.

Mamãe!... Não há quem exprima
uma palavra mais bela,
pois mesmo não tendo rima
a vida rima com ela!

Se no palco, a três por quatro,
reina a farsa e a pacotilha,
o nosso maior teatro
é o do Congresso, em Brasília.

– Deixa que a ponte eu dou jeito!
– Mas rio aqui nóis num tem...
– Não tem, mas se eu for eleito,
eu faço o rio também!

Os Pratos da Vovó

A minha avó guardava, com alegria,
muitos pratos, lindíssimos, de louça
Que ganhou de presente, quando moça.
e que esperava usar quem sabe? um dia.

Mas a vida passando tão insossa
e nada de importante acontecia
e ninguém pra jantar aparecia
que compensasse abrir o guarda-louça.

Vovó morreu. Dos pratos coloridos
que hoje estão quebrados e perdidos
ela jamais usou sequer um só.

Assim também meus sonhos, tão guardados,
terão, por nunca serem realizados,
o mesmo fim dos pratos da vovó.

Fontes:
http://www.falandodetrova.com.br/
http://www.pointcultural.com.br/forum/index.php?topic=778.0
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes - RJ. http://www.campos.rj.gov.br/noticia.php?id=16105

sábado, 29 de novembro de 2008

Falecimento de Nádia Huguenin


Professora formada em Português, Francês e Literatura Francesa, era também radialista. Durante muito tempo comandou diariamente, pela Rádio Friburgo AM, o "Cantinho da Nadinha", um programa de variedades. Casada com o também radialista Ernani Huguenin, deixa três filhos: Adenauer, Emerson e Alessander.

A presidente da UBT – seção Nova Friburgo, Nádia Huguenin coleciona troféus das trovas que escreve há mais de 25 anos, desde que foi convidada a criar um poema em homenagem ao jornalista Nelson Kemp. “Sempre gostei de ler e escrever poesias, desde a época da escola. Daí, não parei mais. Fazer trovas é um encanto”, define a trovadora, premiada nos primeiros Jogos Florais de Buenos Aires, Argentina, com o tema Tango.
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Saudação dos XLI Jogos Florais de Nova Friburgo - 2000
por Nádia Huguenin - presidente dos Jogos Florais
-
Queridos Irmãos Trovadores
Preparar não é MOLEZA,
A nossa festa da trova,
Tarefa em que, com certeza,
Nosso prazer se renova.
Há tanto CALOR humano
Em nossos Jogos Florais,
Que esse encontro, ano após ano,
Nos envolve mais e mais.
No INSTANTE em que, lá na praça,
Recebernos nosso irmão,
E cada um nos abraça,
É imensa a nossa emoção
Se for PECADO, perdão,
Mas eu posso assegurar,
Que é nossa vontade, irmão,
Não deixá-lo regressar.
Mas esse IMPULSO contei-nos,
Pois o ano passa ligeiro,
No próximo voltaremos
A saudá-lo, companheiro!
Sejam bem-vindos
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Trovas Diversas
==============
Perdão" propões ao voltar­,
por mais que isto me doa,
meu corpo quer perdoar,
mas minha alma não perdoa.
––––––––––
Em busca da liberdade
propus fugir dos teus braços,
e, por castigo, a saudade
aprisionou-me em teus laços.
––––––––––
"- Quero a pensão do menino!"
- berrava- e, na hora H,
teve que piar bem fino:
deu zebra no DNA!
––––––––––
Na pensão do Deodato
é variado o menu:.
Vai do churrasco de gato
a coxinha... de urubu !
––––––––––
É feliz quem faz na vida,
sem, em troca, pedir nada,
da Fé – ponto de partida,
do Amor – reta de chegada!
––––––––––
Na trova e no trovador
é que se encontram, suponho,
criatura e criador
unidos no mesmo sonho!
––––––––––
Não tem jeito esta loucura...
nosso amor inconseqüente
faz de mim, mulher madura,
uma eterna adolescente...
––––––––––
Uma gotinha de orvalho
numa pétala de flor
lembra-me o suor do trabalho
no rosto de um lavrador.
––––––––––
Foi nos passos e compassos
de um tango dançado a dois,
que eu me encontrei em teus braços,
para perder-me depois...
––––––––––
Foi por falta de carinho
que errei e perdi meus passos,
mas bendigo o “mau caminho”
que me levou aos teus braços...
––––––––––
Ante o olhar austero e frio
daqueles que te criticam,
sê feito as pedras do rio:
vão-se as águas... elas ficam!
––––––––––
Feiticeira de alma nua,
eu danço liberta, ao léu.
Sob o feitiço da Lua,
não tem limite o meu céu!
––––––––––
Pelo amor enfeitiçada,
entreguei-me sem pudor...
Não me arrependo de nada,
pois foi feitiço de amor!
––––––––––
Careca, mas tem cabelo
em tudo quanto é lugar.
Diz a noiva, com “desvelo”:
- Já pensou em transplantar?!
––––––––––
Este vazio em meu peito,
esta falta de carinhos,
são drogas de longo efeito:
vão me matando aos... pouquinhos.
––––––––––
Aquele olhar envolvente,
que com meus olhos cruzou,
fez qual a estrela cadente:
mostrou-me a luz... e passou.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Falecimento de Geraldo Casé


Geraldo César Casé (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1928 — Rio de Janeiro, 21 de julho de 2008)

Geraldo Casé morreu, às 15h35 desta segunda-feira (21), aos 80 anos, no Rio, de insuficiência respiratória. Ele tinha problemas cardíacos e estava internado na clínica São Vicente, na Gávea (zona sul), desde o último dia 12.

Geraldo César Casé, de família pernambucana, é filho de Graziela e de Ademar Casé, o pai, a quem ele muito admirou, por ser a pessoa mais criativa que já existiu, irmão do arquiteto Paulo Casé e do publicitário Maurício Casé, além de pai da atriz Regina Casé.

Casé, pai da atriz e apresentadora Regina Casé, vinha se tratando de problemas respiratórios há um bom tempo e já foi internado com o quadro complicado, de acordo com a assessoria do hospital.

O velório foi nesta terça a partir das 8 horas na capela 5 do cemitério São João Batista, em Botafogo, e o enterro será às 16 horas.

"Se alguém gosta do que eu faço na televisão pode agradecer a ele, Geraldo Casé, que me ensinou a tratar todos da mesma maneira, a amar incondicionalmente, e estas são as minhas armas contra o preconceito", declarou a filha Regina.

O escritor foi o responsável por levar a primeira versão de O Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, para a televisão. A atração, uma das principais do público infantil, foi exibida na Globo entre 1977 e 1986. Outro trabalho de destaque de Casé foi Programa Noite de Gala, na TV Tupi.
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Nota do Pavilhão:
Mais um imortal segue seu caminho, deixando a saudade dentro de nós, mas mais imortal ainda é Geraldo Casé, por eternizar a obra do grande escritor brasileiro Monteiro Lobato, com o Sítio do Picapau Amarelo. Que seu caminho seja ornado por todas as suas criações e que naquele lugarzinho especial no céu, esteja sentado ao lado merecidamente ao lado de Monteiro Lobato, nos observando, perpetuando as suas lutas.
José Feldman

domingo, 13 de julho de 2008

Falecimento de Ricardo Dicke 9 de julho, em Cuiabá

O escritor mato-grossense e artista plástico Ricardo Guilherme Dicke, 71, morreu, na quarta-feira (9 de julho), no hospital São Mateus, em Cuiabá (MT), onde estava internado desde o último sábado (5), em estado crítico, devido a uma parada cardiorespiratória. O hospital registrou o óbito do autor de "O Salário dos Poetas" às 10h e atribuiu a uma insuficiência respiratória aguda.

O velório começou na tarde no Centro Cultural da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) desta quinta-feira. O corpo foi enterrado no Cemitério da Piedade. Desde os 26 anos, o romancista estava casado com Adélia Boskov Dicke.

Em 1967, o escritor ganhou o Prêmio Walmap de literatura com o romance "Deus de Caim" (editora Edinova). No júri, estavam Jorge Amado, Antônio Olinto e Guimarães Rosa. Considerado na época como a grande revelação de uma nova literatura brasileira, Dicke era apresentado no meio como o "autor descoberto por Guimarães Rosa".

No programa "Abertura", da extinta TV Tupi, o cineasta Glauber Rocha, com um exemplar de "Caieira" em mãos, bradou para as câmeras: "Vocês precisam ler este livro".

Dicke ainda publicou, em 1989, "Último Horizonte" (editora Marco Zero) e, em 1995, "Cerimônia do Esquecimento" (Editora da Universidade Federal de Mato Grosso), com o qual levou o Prêmio Literário Orígines Lessa.

Em entrevista à Folha, em março de 2001, o escritor falou sobre a dificuldade de publicar seus livros. "Em Cuiabá, ninguém vira grande escritor. Só morando em São Paulo ou no Rio", disse.

Filho de pai alemão, que fugiu da Segunda Guerra para o Paraguai e, depois, aportou na pequena Vila Raizama, na Chapada dos Guimarães (Mato Grosso), Dicke começou a ler mexendo na biblioteca da família.

Mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Ciências Sociais. Lá, escreveu uma tese de mestrado sobre o mentor Guimarães Rosa, "Conjunctio Oppositorum no Grande Sertão", que foi publicada, e voltou para Cuiabá.

Aproveitando-se da lei de incentivo fiscal de Mato Grosso, Dicke lançou por conta própria dois romances, "O Salário dos Poetas", a história de um ex-ditador de um país sul-americano exilado no Brasil, e "Rio Abaixo dos Vaqueiros".

Fontes:
http://www.paraiba.com.br/noticia.shtml?73171
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u420789.shtml (foto)
http://blog.estadao.com.br/ (foto)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Pará em Luto



Depois de quase um mês internado faleceu na noite deste domingo (15), em um hospital particular da capital, o escritor Benedicto Wilfredo Monteiro. O velório será na Academia Paraense de Letras. O sepultamento acontece na segunda-feira (16), no cemitério Max Domini, em Ananindeua.

Monteiro foi internado no dia 22 de maio, após uma reação a um medicamento. Desde então teve oscilações em seu quadro clínico. Chegou a ficar interando na UTI(Unidade de Terapia Intensiva) e também a ter melhora no quadro.

Segundo a família a causa da morte foi falência múltipla dos orgãos. 'Ele estava em tratamento de câncer nos ossos. Estamos muito chocados ainda', disse a neta, Taiana Monteiro.

Aos 84 anos, Benedicto Monteiro é um dos mais importantes e destacados escritores paraenses do século 20. Nascido em Alenquer, é escritor, advogado, jornalista e político reconhecido nacional e internacionalmente pela sua luta pela democracia e ligação com os movimentos que combateram o regime militar de cuja ditadura, o escritor foi vítima, perseguido e prisioneiro.
Benedicto Monteiro criou a Procuradoria Geral do Estado, sendo o primeiro Procurador Geral. Em 1983, também criou e organizou a Defensoria Pública do Estado do Pará.

Além de integrante da Academia Paraense de Letras, Monteiro também era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Academia Paraense de Jornalismo.

Fonte:
Defensoria Pública do Estado do Pará
http://www.defensoria.pa.gov.br/?q=node/105

quinta-feira, 5 de junho de 2008

José Afrânio Moreira Duarte (1931 - 2008)

Imortal da Academia Mineira de Letras, José Afrânio Moreira Duarte nasceu em Alvinópolis, Minas Gerais, em 8 de maio de 1931, mas vive em Belo Horizonte desde 5 de fevereiro de 1955, onde bacharelou-se em Direito pela UFMG. Foi duas vezes condecorado pelo Governo de Minas Gerais, com a Medalha da Inconfidência e a Medalha do Centenário de Belo Horizonte.

Conhecido de todos os escritores de Minas Gerais e do Brasil, José Afrânio Moreira Duarte é contista, ensaísta, crítico literário, entrevistador e poeta. Publicou os contos “O Menino do Parque”, “A Muralha de Vidro” e “Azul: Estranhos Caminhos” e os ensaios “Fernando Pessoa e os Caminhos da Solidão” e “Henriqueta Lisboa: Poesia Plena”.
Faleceu 4 de junho de 2008, em sua residencia, em Belo Horizonte. Foi sepultado no mesmo dia.

Fonte:
Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais
http://www.cultura.mg.gov.br/

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Paraná em Luto

Caríssimos amigos, poetas, trovadores!

Em nome da diretoria da UBT- Estadual do Paraná, vimos comunicar, consternados, a morte repentina do grande poeta, trovador, sonetista e escritor CECIM CALIXTO, hoje, em Tomazina-Paraná, onde será sepultado.
Ainda inconformados e sob o impacto desta triste notícia, lamentamos profundamente a perda deste expressivo e respeitável talento poético-cultural, delegado municipal da UBT de Tomazina, membro do Centro de Letras do Paraná e da Academia Paranaense da Poesia, entre outras representatividades.

Figura exemplar, deixa-nos importantes referências poéticas, no âmbito nacional, por sua inteligência, criatividade e rara inspiração.

Infelizmente, não deu tempo de publicar o seu mais novo livro de sonetos que escreveu, recentemente, e deixou pronto para publicação.

Segundo o saudoso Túlio Vargas, Cecim nasceu poeta! Era um apaixonado pela vida, pela família e a natureza, um romântico em essência, cujas figuras de retórica o aproximavam também do simbolismo.

Na impossibilidade de acompanharmos nosso querido poeta Cecim à sua eterna morada, devido a distância de viagem que nos separa, rogamos a Deus que lhe conceda suas bênçãos e o mantenha sob Sua eterna glória!

Paraná, a passarela,
das riquezas do Brasil.
Estado que a estrutura
valoriza o seu perfil.
Cecim Calixto-Tomazina/PR
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Nunca morre o trovador,
se afasta fisicamente...
Sobrevive trova e autor,
no dia-a-dia da gente!
Vânia Maria Souza Ennes
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Apresentamos nossos sentimentos e nossa solidariedade à sua querida esposa Gilda extensivos aos filhos e netos!

Vânia Maria Souza Ennes
Presidente Estadual do Paraná

domingo, 18 de maio de 2008

Falecimento de Zélia Gattai Amado

O corpo da escritora Zélia Gattai, que morreu às 16h30 do sábado (17), vítima de parada cardio-respiratória, será cremado às 16h30 no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador. O velório ocorre durante a manhã e a tarde deste domingo.

Segundo o filho João Jorge Amado, o corpo da mãe vai ser cremado e as cinzas serão espalhadas pela antiga Casa do Rio Vermelho, como foi feito

A Academia Brasileira de Letras declara luto de 3 dias.

A confirmação da morte de Zélia foi feita na tarde deste sábado (17) pela assessoria de imprensa do Hospital Bahia, onde a autora de 14 livros estava internada havia 31 dias.

Segundo boletins médicos, o quadro evoluiu com gravidade na noite de sexta-feira. Zélia, que havia se submetido a uma laparotomia para desobstrução intestinal não estava respondendo ao tratamento para insuficiência renal.

De acordo com o filho da escritora, João Jorge Amado, a escritora temia a operação. "Ainda antes de passar pela cirurgia, ela chegou a dizer que estava com medo, o medo da morte que é natural."

Só neste ano a viúva do escritor Jorge Amado havia passado por cinco internações. Na manhã deste sábado (17), os médicos informaram que o quadro de choque circulatório era irreversível, ou seja, o coração e os vasos já não eram capazes de irrigar todos os tecidos com a quantidade adequada de oxigênio.

Fontes:
http://g1.globo.com/Noticias/
http://diversao.terra.com.br/ (foto)
http://oglobo.oglobo.com/ (foto)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Falecimento de Artur da Távola



O jornalista, escritor e político Artur da Távola, morreu hoje aos 72 anos. Seu corpo será velado na Assembléia Legislativa do Rio. Ele sofria de insuficiência cardíaca e, no ano passado, foi submetido a uma cirurgia para colocação de um desfibrilador. O jornalista, que dirigia a Rádio Roquete Pinto, morreu em casa, no Leblon, na zona sul do Rio. Ele deixa três filhos: Leonardo, um dos donos da Conspiração Filmes, Eduardo e André.
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Segundo o escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874 - 1936), "há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes".

E este era Artur da Távola, alguém que tinha sempre sua porta aberta a todos e recebia de igual para igual, com o mesmo carinho e simpatia que sempre demonstrou.
Mesmo que o dia vá embora, a chuva caia trazendo mudança, ao entardecer do dia, quando desponta a escuridão da noite, ele era um lutador que despontava mostrando que a esperança é uma estrela guia que nunca se apaga, e isto é o que Artur queria mostrar ao mundo.

A tristeza que há neste momento, as palavras que não conseguem explicar a morte de alguém querido. A vida é um riacho que deságua em algum lugar no horizonte, e devemos segui-lo, avante, nobres, pois esta foi a lição que nosso amigo deixou. Sempre de cabeça erguida, aos trancos e solavancos seguir em direção ao horizonte, onde ele com certeza estará esperando de braços abertos, com seu sorriso e seu carinho.

Até breve, meu amigo.
(José Feldman)