quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Projeto “ Literatura Por Aí”


Apresentamos a todos o Projeto “ Literatura Por Aí”, desenvolvido pela União Cultural Internacional. Esta ação tem, em seu princípio, os seguintes objetivos:

1) Estimular a prática literária, através da valorização e divulgação das obras literárias de autoria dos escritores membros da UC;

2) Criar um banco de dados detalhado destas obras, e disponibilizá-lo aos membros da UC através de mensagens eletrônicas (e-mail);

3) Incentivar a venda destas obras entre os próprios membros da UC.

A dinâmica de organização e divulgação do Projeto será:

1) Os autores interessados em divulgar suas obras no Projeto devem comunicar seu interesse para o e-mail movimentouniaocultural@gmail.com ;

2) O autor deve enviar, também por e-mail, os seguintes dados:

2.1) Nome do livro;
2.2) Categoria (prosa ou verso);
2.3) Ano da publicação;
2.4) Editora e número de páginas;
2.5) Foto da capa (não-obrigatório);
2.6) Biografia do Autor (máximo 5 linhas);
2.7) Preço.

3) Semanalmente, este Banco de Dados será enviado a todos os membros componentes da UC, contando todas as obras que encontram-se disponíveis para compra;

4) O interessado em adquirir a obra deverá manifestar-se junto á própria UC, que por sua vez encaminhará o pedido ao Autor, encerrando por aí sua participação como intermediária no contato;

5) Finda a negociação entre o Leitor e o Autor, este deverá comunicar á UC do término do processo. À UC caberá registrar a operação.

Observações:

1) À União Cultural não caberá qualquer tipo de comissão ou ônus financeiro advindos da negociação Autor-Leitor, dado tratar-se de entidade sem fins lucrativos cujos estatutos privilegiam, prioritariamente, a promoção do desenvolvimento intelectual e moral dos seus componentes e a disseminação da Paz entre os homens;

2) A União Cultural não se responsabilizará pelas conseqüências advindas desta iniciativa (Projeto Literatura Por Aí), no que diz respeito a eventuais inadimplências ou falhas na entrega das obras adquiridas, uma vez que atua somente como elemento gerador e organizador da ação.

Contamos com a participação de todos para a consolidação e viabilização desta iniciativa.

Benilson Toniolo
Membro do Conselho Nacional – Brasil –
do Movimento União Cultural Internacional
e-mail - movimentouniaocultural@gmail.com


Imagem = http://www.gazetadopovo.com.br/

Humberto Rodrigues Neto (Sonetos Avulsos)


CONTRA-SENSO

Quem dera, oh... Deus, o ser humano fosse
mais fraternal e mais cristão, de sorte
que não herdasse o instinto de Mavorte,
contrário à vida, que é tão bela e doce!

Quanta alma pura fez de Ti o suporte,
e ao mal que nos judia contrapôs-se!
Quanta alma vil, de Ti distante, pôs-se
a criar engenhos de tortura e morte!

Estranha grei de gênios e estafermos,
num conúbio de crentes com pagãos,
eis o que é o homem nos exatos termos!

Sujeito a instintos nobres ou malsãos,
concebe a Ciência pra salvar enfermos
e inventa a Guerra pra matar os sãos!

MIGALHAS

Que mais desejas, afinal, que eu faça
pra ter por meu o que de ti não tenho,
se já cansado estou com tanto empenho
de haurir de ti a mais suprema graça?

Há quanto tempo mendigando eu venho
um pouco mais que esta ventura escassa!
Do amor apenas pingos pões-me à taça
que eu sorvo ao jugo de pesado lenho!

Somente a um outro, nas liriais toalhas
da mesa de Eros serves tua paixão,
mesa em que, pródiga, teus bens espalhas!

E ali enjeitado, a farejar o chão,
o meu amor vive a lamber migalhas
que tu lhe atiras qual se fora a um cão!

Fonte:
Pedro Ornellas

Emooby (Editora Portuguesa de E-books)


É com imensa satisfação que comunicamos a criação da EMOOBY, a mais nova e moderna editora Portuguesa.

O nosso escritório situa-se na ilha da Madeira, na morada acima mencionada.

A EMOOBY, é uma editora digital, onde as publicações, edições, serão efectuadas numa plataforma digital, contendo um vasto e diversificado catálogo editorial, reunindo inúmeros autores nacionais e internacionais. Nosso objectivo é utilizar os avançados meios de comunicação como a internet, telemóveis de ultima geração para assim expandir e promover a literatura na sua máxima expressão, a edição de livros, como também proporcionar a todos os autores e escritores maior facilidade e rentabilidade na edição das suas obras.

A criação da EMOOBY vai ao encontro das novas tecnologias e do futuro, das novas plataformas digitais, abrangendo assim um vasto publico. Com a criação da internet, o mundo tornou-se mais informatizado, podendo e devendo ser explorado nas mais variadas formas, na sequência desta informatização e com o numero infinito de utilizadores que poderão usufruir das publicações da EMOOBY. Com uma via de comunicação tão vasta e acessível a todos, devemos utiliza-la para também informatizar e reeducar os novos leitores e as novas gerações. Cada vez mais os jovens estudam em plataformas digitais, devendo as varias entidades reestruturarem-se de forma a tirar o melhor partido desta informatização.

Um estudo recente vem revelar que podem ser precisamente as novas tecnologias que voltem atrair os mais novos para os livros, sendo um incentivo para as crianças regressarem à leitura. Das crianças inquiridas, 57 por cento disseram até leriam um livro, se fosse no e-reader. Um terço das crianças disse mesmo que até leriam mais se tivessem leitores digitais. E a prova de que as tecnologias estão atrair os mais novos aos livros é que 66 por cento dos inquiridos disse que continuaria a ler livros impressos, mesmo que tivesse um leitor digital.

Por isso apostando nas novas tecnologias pode-se considerar que os e-books podem ter um importante papel educacional.

A editora EMOOBY terá ao seu dispor :

• Maior facilidade na edição das obras literárias
• Maior rentabilidade nas vendas e as melhores estratégias de promoção das obras
• Tradução em vários idiomas e de excelente qualidade
• Campanhas para fomentar e incentivar o hábito pela leitura

A EMOOBY se define como editora digital porque publicaremos livros em formato virtual através de processos digitais que logo podem ser armazenados e lidos a partir da rede e descarregados para o computador de uma maneira simples e rápida, assim oferecendo uma excelente oportunidade para incluir ligações a Internet, gráficos e hipertexto (o que faz desta plataforma a escolha ideal para edição de obras e textos de grande referencia .

Com tecnologia de ponta, a implementação e posterior manutenção do banco de livros contará com os devidos processos de digitalização das obras .Com o auxilio de scanners com capacidade de captura de alta resolução e softwares de OCR, documentos e diversas obras literárias poderão ficar disponíveis para os leitores através da nossa plataforma digital.

O processo de digitalização obedecerá, rigorosamente, aos padrões básicos como também o processo de avaliação das obras contará com instrumentos próprios de acompanhamento, seguindo os critérios de avaliação que levarão em conta os princípios de eficiência e efectividade.

Com prazer apresentamos a EMOOBY, sendo a nossa maior satisfação poder tornar-nos futuros aliados. Afinal, nosso principal objectivo é constituirmos como uma ferramenta de referencia e auxilio a cultura, ao ensino e pesquisa, como também atender às expectativas e satisfazer as necessidades, tanto dos nossos leitores como dos nossos parceiros oferecendo as melhores soluções para todos.

A EMOOBY vem competir no mercado globalizado querendo antecipar-se às novas tendências. Porque Transparência, Qualidade e Tecnologia são fundamentais para nossa editora.

Aguardaremos o vosso contacto para eventuais publicações e obterem mais informações sobre os nossos serviços .

Apresentamos a V. Exa. os melhores cumprimentos

Atenciosamente,
João Faria
Sócio-Gerente
Erika Faria
Sócia-Gerente

Contato: pubooteca0@gmail.com

-

Fontes:

Colaboração de Emooby

Ryoke Inoue Promove Curso de Técnica Literária



Descubra os segredos e as técnicas de como escrever um livro de sucesso

OBJETIVO DO CURSO

• Dar ao aluno a possibilidade de escrever um livro editorialmente viável
• Possibilitar o entendimento do livro como produto de trabalho
• Possibilitar o entendimento de todas as etapas de elaboração de um livro, desde a sua escrita até o produto final
• Desenvolver a capacidade de observação e percepção
• Desenvolver a criatividade
• Favorecer a exteriorização do poder criativo
• Facilitar a metodização de pesquisas
• Desmitificar a idéia de que só existe “escritor” se houver “inspiração”
• Desenvolver a capacidade de expressão
• Ampliar conhecimentos
• Favorecer o entendimento da relação escritor-editor

O CURSO ONLINE

O curso é ministrado exclusivamente através de e-mails e o aluno receberá, a cada aula, a respectiva apostila, assim como os exercícios correspondentes ao estágio em que se encontra e que serão corrigidos e avaliados com notas de 0 a 10, dentro de 48 horas após a sua entrega. Todas as dúvidas serão respondidas por email, diariamente, com um prazo de 24 horas entre a emissão da dúvida e a resposta.

Com o envio da correção (desde que haja aproveitamento comprovado, ou seja, nota mínima 7) será encaminhada a aula seguinte. Na eventualidade de não se alcançar essa nota mínima, será remetida uma nova bateria de exercícios para reavaliação.

Não há prazo rigoroso para a entrega dos exercícios, mas recomendamos que não passe de uma semana após o recebimento dos mesmos para que não haja solução de continuidade no andamento do curso.

No final do curso o aluno que tiver obtido aproveitamento médio mínimo de 7 receberá um Certificado de Freqüência e Participação. Esta avaliação independe do romance/novela que o aluno deverá escrever como “trabalho de formatura”. No entanto, esta obra será avaliada e criticada por escrito e, se for o caso, o aluno será incentivado a publicá-la.

Primeira Aula
Introdução
A Idéia
Onde encontrar as idéias
A idéia como inspiração
A arquitetura da idéia
Exercícios

Segunda Aula
Introdução
Livros de ficção e de não-ficção
Tema e temática
A escolha do tema e da temática
Pesquisa de opinião
Exercícios

Terceira Aula
Introdução
Tendências de mercado
O público-alvo
Os tipos de leitores
Adequação da idéia, tema e temática com o público-alvo
Exercícios

Quarta Aula
Introdução
A pesquisa
Métodos de pesquisa
Coleta de dados
Adequação da pesquisa com a idéia
Adequação da pesquisa com o público-alvo
Exercícios

Quinta Aula
Introdução
Planejamento
A transformação dos dados obtidos
na pesquisa em informação
Análise e síntese
Classificação da informação
Exercícios

Sexta Aula
Introdução
O início da estruturação
Plots e underplots
Determinação do conflito principal
e dos conflitos secundários
Escolha da forma narrativa
Exercícios

Sétima Aula
Introdução
Personagens
Localização no espaço e no tempo
Apresentação dos conflitos para os personagens
Desenvolvimento dos conflitos
Solução dos conflitos
Exercícios

Oitava Aula
Introdução
A escolha do título
A montagem da história
O projeto literário
Diálogos
Escrevendo o texto
Exercícios

Nona Aula
Introdução
O livro como mercadoria
Adequação do formato
Número de páginas
Materiais empregados
Tipologia
Exercícios

Décima Aula
A relação do escritor com o editor
Agente literário
Formas de publicar
Contrato de edição
Royalties
Distribuição
Exercício final: escrever um livro de ficção

Ainda restam dúvidas?

Envie uma mensagem para:
cursos@ryokiproducoes.com.br
cursos@ryoki.com.br

Fonte:
Colaboração de Ryoke Inoue

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.114 e 115)


Durante cerca de 15 dias serão dobradinhas ou triplicadinhas poéticas, até regularização, e acesso a internet definitivo.

-------------------------

Duas Trovas Nacionais

Inspiração não é tudo:
para uma obra ser completa,
carece de tempo, estudo
e o trabalho do poeta.
(ADAMO PASQUARELLI/SP)

Nesta noite em que me aleito
da tua doce presença
quero acolher-te em meu peito
e te tornar minha crença.
(Ester Figueiredo/RJ)

Duas Trovas Potiguares

Sob a luz da inspiração
a vibrar garbosa e pura,
a trova é ardente expressão
no cenário da cultura!
(MARIA ANTONIETA BITTENCOURT/RN)

Permita-me que eu insista
de maneira peremptória,
pior que cego da vista
é não ter visão da história.
(SÉRGIO SEVERO/RN)

Duas Trovas Premiadas

1994 > Belo Horizonte/MG
Tema > OÁSIS > Menção Honrosa

Após venturas fugazes
e o travo da despedida,
vou procurando um oásis
pelos desertos da vida.
(CÍCERO FRANCISCO DA ROCHA/MG)

2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Menção Honrosa

Num delírio descabido,
meu estro, em versos febris,
supõe o amor não vivido
e finge que foi feliz!
(PEDRO ORNELLAS/SP)

Simplesmente Poesia

– Cecília MeirellesRJ –
CANÇÃO DE ALTA NOITE.

Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.

Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.

Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.

Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.

Andar... Perder o seu passo
na noite, também perdida.

Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.

Andar... — enquanto consente
Deus que a noite seja andada.

Porque o poeta, indiferente,
anda por andar — somente.
Não necessita de nada.

– Frassino Machado/Portugal –
CONTIGO NAMORANDO

Quando eu te senti m' enamorei
e se votos tinha me esqueci
e se alguém no mundo eu recordei
és a mais formosa que já vi...
Não tenho que ter nenhum cuidado
nem tratar de ter preocupação
eu me basto só com a emoção
que me tem na alma bem gravado
teu nome, tua vida e coração !...

Duas Trovas de Ademar

Fico triste ao constatar
que um homem cheio de fé,
possa um dia ir trabalhar
sem ter direito ao café!
(ADEMAR MACEDO/RN)

Debruçado sobre a mata,
o Luar, tal qual pintor,
pinta as folhas cor de prata
e pinta o chão de outra cor.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

Foi por falta de carinho
que errei e perdi meus passos,
mas bendigo o “mau caminho”
que me levou aos teus braços...
(NÁDIA HUGUENIN/RJ)

Animais, árvores, gente,
a mesma lei determina,
pois somos todos semente
da inteligência divina.
(NEWTON MEYER AZEVEDO/MG)

Estrofes do Dia

Quarta– Feira – 2 de fevereiro

Na favela se repete
quadro de perdas e danos,
prostituta aos onze anos,
marginal aos dezessete;
onde o político promete
casa, emprego, chão, calçado,
depois do voto apurado
joga a promessa no mato,
a favela é o retrato
de um povo discriminado.
(JOÃO PARAIBANO/PB)

Quinta– Feira – 2 de fevereiro

Palavras tontas ao vento
são rimas sem conteúdo,
são o discurso de um mudo
que só causa desalento.
Quem não tem discernimento
não escreve com magia ...
Quem não tem sabedoria
não consegue se encantar.
Só quem sonha e sabe amar
tem o dom da poesia.
(JOSÉ REINALDO MELO PAES/AL)

Sonetos do Dia

Quarta– Feira – 2 de fevereiro

– José Antônio Jacob/MG –
QUANTO TEMPO NOS RESTA?

Nossa vida é uma história mal contada,
Uma vaga novela incompreendida...
Para alguns é um feliz conto de fada,
Para outros uma lenda indefinida...

Vivemos, de alvorada em alvorada,
(Que tempo ainda nos resta nessa vida?)
A dar sorrisos largos na chegada
E a lamentar a perda na partida.

Que bom matar o tempo numa rede,
Se ele nos desse a viva eternidade
De um quadro pendurado na parede...

E, enquanto a vida passa e o tempo avança,
Quanta tristeza vai numa saudade,
Quanta alegria vem numa esperança!

Quinta– Feira – 3 de fevereiro

– Eduardo A. O. Toledo/MG –
A FOTO

Revelando-se a foto, uma saudade
já se mostra, de pronto, por inteira:
– A igreja... a praça e, nela, a cantoneira
despencando gerânios na cidade...

No fundo, a foto envolve a claridade
de luzes sobre o topo da roseira
e sombras sob os pés da quaresmeira,
pendida pelo sol da liberdade.

E mostra mais: os fios da meiguice
que a adolescência urdiu para a velhice,
em teias salpicadas de ilusão...

– Mas a saudade, enfim se faz completa,
quando reflete o vulto de um poeta
se esmaecendo na revelação!!!

Fontes
Ademar Macedo
Imagem = Montagem com as fotos enviadas pelo Ademar, por José Feldman

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Glosando Milton Nunes Loureiro


Mote de Milton Nunes LoureiroEntardece e a caminhada
leva ao outono da vida...
Se a subida é quase nada,
é dolorosa a descida!...

Glosa de Humberto Rodrigues Neto /SP
Entardece e a caminhadaque em sol e brisa sorria,
tornou-se fria e nublada
e a lira então silencia!

A efêmera existência
Leva ao outono da vida...e é duro tomar ciência
de uma perda tão dorida!

De rima fina e cuidada,
pensava assim a sua mente:
se a subida é quase nada,subo sempre e vou em frente!

Da poesia em pleno encanto,
subiu aos cumes da vida
sem imaginar o quanto
é dolorosa a descida!

Glosa de Gislaine Canales
CAMINHADA

Entardece e a caminhada
antes cheia de alegria,
segue, meio amargurada,
bem mais triste a cada dia...

O tempo que vai passando...
Leva ao outono da vida...quando os sonhos, caminhando,
nos ajudam na subida.

Na juventude encantada,
quem comanda é o coração,
se a subida é quase nada,é por causa da emoção!

Mas no fim...Quantos cansaços!
Quanta saudade escondida!
Vou tropeçando em meus passos...
é dolorosa a descida!

Curso de Ilíada, Odisseia e Eneida


Professor Paulo Martins

Duração 4 encontros

Dias terças-feiras das 18h00 às 20h00

Datas 8,15,22 fevereiro e 01 de março

Valor R$ 140,00 na inscrição + uma parcela de R$ 140,00

O curso ocupa-se da leitura introdutória das três obras fundadoras do mundo Ocidental: as duas epopeias homéricas (Ilíadas e Odisseia) e a épica virgiliana (Eneida). Serão observadas no curso questões gerais concernentes à construção da poesia épica na Antiguidade Clássica (grega e romana): estrutura, forma e temática. Também serão trabalhadas relativas a bipartição entre o mundo mítico e o mundo dos homens, assim como sua permanência na literatura vindoura.


Aula 1 - Contexto Histórico, Social, Político e Religioso da Épica Clássica: Grécia e Roma

Aula 2 - Teoria Geral da Epopeia - Aristóteles e Horácio

Aula 3 - Ilíada e Odisseia

Aula 4 - Eneida

Bibliografia - sugere-se leitura prévia
Homero. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Cotovia. 2005.
Homero. Odisseia. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Cotovia. 2003.
Virgílio. Eneida. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Montanha. 1980. (Esgotado)

Paulo Martins é bacharel em Letras Clássicas (Grego e Latim) pela Universidade de São Paulo em 1991, mestre e doutor em Letras Clássicas pela mesma Universidade em 1996 e 2003 respectivamente. Atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo junto ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na graduação e pós-graduação, da qual é coordenador (Letras Clássicas/USP). É autor de dois livros: Elegia Romana. Construção e Efeito (Humanitas) e Literatura Latina (IESDE). Encontram-se, também, no prelo o livro Imagem e Poder (Edusp) e Algumas Visões da Antiguidade (7 Letras).

Rua Portugal, nº 43 - Fundação Ema Klabin
Jardim Europa - São Paulo/SP

Inscrições: 11 2307-0767 - 11 2339-0767 - 11 3081-5845

Fonte:
Projeto Cultura

Oficina de Escrita Criativa com Inscrições Abertas


Professor Rodrigo Petronio

Duração 8 encontros

Dias quintas-feiras das 18h00 às 20h00

Datas 10,17,24 de fevereiro, 03,17,24,31 de março e 07 de abril

Valor R$ 280,00 na inscrição + uma parcela de R$ 280,00

A Oficina de Escrita Criativa tem como objetivo fornecer técnicas para o desenvolvimento de textos nos gêneros ensaio, poesia, conto, crônica ou romance. Tal abertura é possível porque a Oficina não foi concebida tendo em vista um gênero isolado, mas sim a própria categoria Texto, em suas estruturas elementares.

Assim, os exercícios se alternam entre a proposta de temas, que induzem os alunos a refletir sobre certas matrizes da literatura e do imaginário, e a análise formal, que esmiúça as particularidades da linguagem, tendo em vista a eficácia ou a ineficácia dos recursos empregados.
Ao contrário do que se imagina, tais recursos podem ser aferidos objetivamente, e, por meio de cotejo com obras semelhantes, é possível também averiguar quais os pontos positivos ou negativos na linguagem utilizada. Alguns aspectos importantes serão desenvolvidos, tais como musicalidade, ritmo, imagem, enredo, estrutura, personagem, narrador e a parte conceitual subjacente.

Tais pontos podem parecer muito vastos para serem dominados em um curso. Entretanto, a proposta é trabalhá-los de modo intensivo e não extensivo. Ou seja: verticalizar cada um deles por meio de exercícios criados especialmente com esse objetivo. Assim, mesmo a escrita dissertativa, teórica ou ensaística vem contemplada nesse escopo. Pois o intuito não é tratar do conteúdo dos argumentos expostos, mas sim do modo pelos quais eles estão estruturados.

A Oficina consiste, portanto, em mostrar como funciona a carpintaria dos textos literários, quais os meios utilizados pelos autores para atingir determinados fins e causar efeitos específicos nos leitores, sejam eles no campo da ficção ou da não-ficção. Também pretende apontar os principais vícios, cacoetes, redundâncias, erros, deslizes e equívocos de linguagem.

Em termos práticos, a Oficina de Escrita Criativa também se apoia em obras e autores selecionados como referência. Porém, uma bibliografia mais minuciosa pode ser fornecida ao longo dos encontros, de acordo com os interesses do grupo. Todo conteúdo teórico da Oficina de Escrita Criativa visa à produção de textos próprios, que serão comentados e avaliados. Na medida do possível, haverá o desenvolvimento de um projeto individual ao longo dos encontros, como se fosse o esboço de um futuro livro.

A Oficina se destina não só àqueles que queiram desenvolver uma carreira de escritor profissionalmente, mas a todos os interessados em apurar as técnicas da escrita.
---------

Rodrigo Petronio é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Cofundador e professor desde 2007 do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC) e coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. Trabalha no mercado editorial há quinze anos, sobretudo nas áreas de edição, preparação e leitura crítica de originais. É autor dos livros: História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002), Assinatura do Sol (poemas, Lisboa, 2005), Pedra de Luz (poemas, 2005) e Venho de um País Selvagem (poemas, 2009), entre outros.

Rua Portugal, nº 43 - Fundação Ema Klabin
Jardim Europa - São Paulo/SP

Inscrições: 11 2307-0767 - 11 2339-0767 - 11 3081-5845

Fonte:
Projeto Cultura

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.113)


Uma Trova Nacional

Da rosa tenho o perfume,
também carrego o espinho.
Por isso não se acostume,
só com cheiros no meu ninho.
(DALINHA CATUNDA/CE)

Uma Trova Potiguar

Pintar o que a natureza
fez com tanta maestria:
– só Picasso com certeza,
o teu corpo pintaria.
(IVANISO GALHARDO/RN)

Uma Trova Premiada

2005 > Niterói/RJ
Tema > PROMESSA > Menção Especial

Foi como em cristal impressa
tua palavra de então;
não só quebraste a promessa,
jogaste os cacos no chão!!
(AMÁLIA MÁX/PR)

Simplesmente Poesia

– Sergio Severo/RN –
“NORDESTIDADE.”

Muitas maneiras existem
no SER de um Nordestino
umas pra cumprir destino
e outras por melhor sorte.
Mas, se parido pro norte,
algo já fica marcado,
inserido,
incalcado,
do nascer até a morte.

E por mais que o tempo entorte
das nossas costas a espinha,
e por mais que o tempo corte
nossos cachos... carapinha,
o que fora diferente
aos poucos se torna igual.
Não sei se por bem; por mal,
isso acontece com a gente.

Um Nordestino não mente,
com a fala do olhar,
mesmo com a língua a falar,
do sonho, da fantasia,
da inverdade ou do "trote".
É como se fosse um mote
que outra glosa não daria.

É uma imensa olaria
com tanta forma de pote,
mas que por aqui se anote:
rude, fino, mal formado,
o mesmo barro é usado,
não importa qual o lote.

E é bastante que se bote
tão desiguais lado a lado,
pra que o fato se comprove,
para ficar atestado,
num mesmo olhar que comove,
um Povo Nordestinado!

Uma Trova de Ademar

A crença nunca dá pé
quando a fé não lhe acompanha;
aquele que não tem fé
jamais remove montanha.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

No amor é bom ter cuidados
para evitar dissabor...
nem sempre em beijos trocados
trocam-se beijos de amor.
(MILTON NUNES LOUREIRO/RJ)

Estrofe do Dia

Empresário de sucesso,
eu tive tudo o que quis,
eu pensava ser feliz,
mas a verdade eu confesso.
Logo após o retrocesso,
da borrasca e do soçobro,
a vida teve desdobro,
de forma extraordinária,
na produção literária,
a poesia deu-me em dobro.
(FRANCISCO MACEDO/RN)

Soneto do Dia

– João Batista Xavier Oliveira/SP –
P O E T A.

O poeta, vetor da porcelana,
é o arauto das dores e janelas.
Suas veias, refúgio das procelas;
coração, a ruína da pantana.

Ele é o misto dos olhos sem cancelas
com murmúrios que ouvido não se engana.
E na busca da força sobre-humana
sorve o brilho das auras e aquarelas.

Sonha grande e maior é a plenitude
do caminho perene da altitude
em limite de céu, seu companheiro.

Mente aberta aos meandros das mensagens;
mãos dispostas aos versos das miragens...
eis o vate das asas hospedeiro!

Fonte:
Ademar Macedo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Milton Nunes Loureiro (9 junho 1923 - 31 Janeiro 2011)


Falecimento de Milton Nunes Loureiro, presidente da UBT Niterói-RJ e da UBT/RJ


Meus Queridos Irmãos,

O mundo Trovadoresco perdeu hoje um dos seus mais atuantes filhos.
Recebi de Edmar e de Tereza Costa Val a notícia que o Milton Nunes Loureiro nos deixou nesta manhã. Em meu nome e em nome de toda a ATRN (da qual sou 1º Secretário) deixo aqui os nossos votos de pesar a todos os parentes e Amigos.
Fraternalmente;

ADEMAR MACEDO
União Cultural - Natal-RN
==================
Não sou trovadora e no dia de hoje também não sei usar de palavras bonitas... Sou neta de Milton Nunes Loureiro e quero deixar aqui um recado para todos:
Onde ele estiver, ele sempre vai "olhar" pela trova e seus amigos trovadores... A trova era a vida dele! Sentirei saudades não somente dele como meu avô, mas também de ouvir uma trova para cada momento da minha vida... Tenho certeza que ele está em um lugar melhor do que nós e olhando por todos nós! Descanse em paz!...

MARIA GABRIELA
==================
Perdemos um dos maiores baluarte do movimento trovadoresco. Milton Nunes Loureiro é o símbolo dos trovadores do Estado do Rio de Janeiro. Todos nós da Delegacia da UBT de São Francisco de Itabapoana-RJ estamos de luto. A perda é sentida e irreparável!

Roberto Pinheiro Acruche
UBT – São Francisco de Itabapoana/RJ
=================

Caríssimos amigos.

Foi com imenso pesar que recebemos a notícia de falecimento do nosso destacado poeta e trovador Milton Nunes Loureiro, ilustre presidente da UBT Seção de Niterói.

Uma perda irreparável!

Homem extraordinário e grande amigo que nos deixa magnânimos exemplos de amor, de cultura, de civismo e de trabalho.

Distinguido por sua brilhante personalidade, sólidos princípios e memória privilegiada, Milton legou rastros de gigantes exemplos para a história de Niterói e do Brasil, diante de suas importantes referências poético-trovadorescas, de talento, garra e determinação.
Hoje, no plano Divino, a nossa saudade!

Vânia Maria Souza Ennes
Vice-presidente do Centro de Letras do Paraná.
=====================================
Milton Nunes Loureiro

Foi muito mais que um trovador.
Foi um dos mais importantes e dedicados apóstolos da Trova.
Durante cerca de meio século impulsionou o trovismo não somente em Niterói e em todo o RJ, mas em todo o Brasil.
Perdemos, realmente, um grande amigo e um queridíssimo irmão.
Mais um parceiro para São Francisco de Assis e Luiz Otávio no parnaso azul do céu.

A. A. de Assis
UBT Maringá/PR
=====================================
Agradeço ao Acadêmico JOSÉ FELDMAN do Blog Pavilhão Literário Singrando Horizontes , que me enviou esta triste NOTA DE FALECIMENTO do AMIGO TROVADOR.

Tive a honra de comparecer, com a Trovadora Zeni de Barros Lana, à inesquecível comemoração dos 4O anos dos Jogos Florais na UBT de Niterói-RJ, no períoido de 27 a 28 de novembro de 2010, sob a PRESIDÊNCIA DE MILTON LOUREIRO,

Em nome do CLUBE BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA outorgamos a ele, merecidamente, o TÍTULO DE POETA-TROVADOR-HUMANISTA HONORIS CASA, EM LÍNGUA PORTUGUESA,
em razão da excelência de sua obra a favor dos DIREITOS HUMANOS.

Prestamos também, ao anfitrião MILTON NUNES LOUREIRO, a homenagem-acróstica nº 3233, publicada em nosso site:
http://clubedalinguaport@gmail.com/ e no Recanto das Letras.

Apesar do falecimento do nosso amigo, entristecidos, oramos para que ele descanse em Paz e que tenha um lugar iluminado na Casa do Pai Celestial, onde certamente merecerá ficar eternamente feliz.

Para os Famíliares e Trovadores enlutados agradecemos a oportunidade de ter conhecido e aprendido tanto com MILTON LOUREIRO...

Bênçãos poéticas imortais,

Sílvia Araújo Motta, Poeta-Trovadora da UBT-BH,Vive-Presidenta da Academia Mineira de Trova,Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Cônsul Poeta del Mundo/BH, Embaixadora Universal da Paz/Brasil/França/Suissa.
=====================================
Muitos homens deixaram a sua marca nas páginas da história do Brasil, não só de palavras, mas de ação, e cada um deles sempre visou o enriquecimento da cultura de nossa nação, e na data de hoje, 31 de janeiro de 2011, mais um brasileiro de valor cumpre a sua missão entre nós e deixa a sua marca neste livro e dentro de nós que acompanhamos o seu trabalho. Um trovador se vai, mas a sua garra, o seu trabalho, as suas trovas continuam vivos e presentes sempre e sempre, incrustados em nosso coração, e seu nome continuará sempre a brilhar e nos servir de inspiração. Brindemos a este homem: Salve, Milton Nunes Loureiro!!!

José Feldman
Academia de Letras do Brasil/ Paraná

Milton Nunes Loureiro (1923 – 2011)


Nasceu em Campos dos Goitacases (RJ) no dia 9 de junho de 1923 e faleceu em 31 de janeiro de 2011.

Advogado, exerceu durante quarenta e três anos o cargo de delegado de polícia em diversas delegacias do interior do estado do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e da capital.

Além de pertencer à ANL, presidiu a União Brasileira de Trovadores – seção Niterói e integrou os quadros das seguintes instituições culturais:
  • Academia Fluminense de Letras,
  • Ateneu Angrense de Letras e Artes,
  • Academia Itaboraiense de Letras, Ciências e Artes,
  • Academia de Letras de Uruguaiana,
  • Associação Uruguaiense de Escritores e Editores,
  • Academia de Letras Sudoeste,
  • Associação Niteroiense de Escritores,
  • Academia Internacional de Heráldica e Genealogia de Uruguaiana,
  • Academia Internacional de Letras Três Fronteiras,
  • Academia Internacional de Ciências Humanísticas de Uruguaiana e
  • Centro Cultural Literário e Artístico de Filgueiras (Portugal).

    Vinculou-se, também, à
  • Ordem dos Advogados do Brasil,
  • Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro,
  • Associação dos Delegados do Brasil,
  • Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra,
  • Associação Fluminense de Jornalistas,
  • Sindicato dos Jornalistas Profissionais/RJ,
  • Associação Fluminense de Relações Públicas,
  • Conselho Regional de Relações Públicas,
  • Associação Fluminense de Turismo
  • Loja Maçônica Antônio Vieira de Macedo.

    Possui o título de Cidadão Honorário dos municípios fluminenses de Niterói, Cantagalo, São Gonçalo, Petrópolis, Cabo Frio e Teresópolis, além do de Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.

    Foi agraciado com a comenda Ordem do Mérito Araribóia e com as seguintes medalhas:
    Mérito Policial, José Cândido de Carvalho, José Clemente Pereira, Oswaldo Cruz e Jubileu de Ouro da Academia Niteroiense de Letras.

    Atuou como noticiarista e repórter nas rádios Tamoio, Tupi, Continental, Copacabana, Club de Niterói e na Agência Meridional.

    Participou de programas nas emissoras de televisão Tupi, Continental e Rio.

    Tem poemas publicados em revistas, jornais e antologias.

    Livros editados:
  • Dos sonhos brotaram versos (1976),
  • Sonetos de outono (1990) e
  • Varanda de sonhos (1992).

    Fonte:Academia Niteroiense de Letras

Elizabeth Souza Cruz (Livro de Trovas)


Declarar-me não me atrevo,
com palavras mais ousadas...
E assim os versos que escrevo
são propostas camufladas!...

Qualquer que seja o motivo
que a razão nos tente impor,
não se passa o corretivo
quando um erro é por amor!

Se o teu amor foi miragem
no deserto da paixão,
que importa... me deu passagem
para o oásis da ilusão.

É tão forte a intensidade
das loucuras da paixão,
que no amor a insanidade
é o que eu chamo de razão.

É surpresa repetida,
surpresa mesmo... e bendigo
cada instante em minha vida
me repetindo contigo!

Nem mesmo a ilusão remenda,
com seus fios de saudade,
os velhos sonhos de renda
que eu teci na mocidade!

No desfile à fantasia,
de um carnaval de ilusão,
a saudade é a alegoria
que enfeita meu coração!

Minha saudade é um desvio
que a solidão me propõe
para fugir do vazio
que a tua ausência me impõe!

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.112)


Uma Trova Nacional

Uma lágrima, sequer,
eu vi no adeus... Nem depois.
Não faz mal... Eu sou mulher,
posso chorar por nós dois!
(DIVENEI BOSELI/SP)

Uma Trova Potiguar

A lágrima, na verdade,
por seu poder infinito,
traduz com fidelidade
o que não pode ser dito...
(REINALDO AGUIAR/RN)

Uma Trova Premiada

2008 > Balneário Camboriú/SC
Tema > LÁGRIMA(s) > Venc.

Em meus momentos aflitos
deixo-as nas faces rolando,
porque as lágrimas são gritos
dos meus sonhos se afogando.
(ALMERINDA LIPORAGE/RJ)

Simplesmente Poesia

– Inoema Nunes Jahnke/RS –
SAUDADE.

Se do nada uma lágrima
rolar no seu rosto...
Não tente entender,
se mesmo, sem você querer,
outra lágrima teimar
em embaçar teu sorriso...
Não procure nem tente entender,
com certeza é teu coração,
com vontade de me ver.

Uma Trova de Ademar

Da bebida fiquei farto,
bebendo, perdi quem amo;
hoje bebo no meu quarto,
as lágrimas que eu derramo!
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

Quem já foi homem de bem,
e se fez trapo na vida,
sabe as lágrimas que tem
cada copo de bebida...
(ALOÍSIO ALVES DA COSTA/CE)

Estrofe do Dia

Nossas conquistas são feitas,
o mundo é nosso cartório,
a vida é um laboratório
de diferentes receitas,
as lágrimas não são aceitas
como nossos risos são,
serenidade é canção
na voz que Deus abençoa;
passa a vida o tempo voa
nas asas da ilusão.
(GERALDO AMÂNCIO/CE)

Soneto do Dia

– Félix Pacheco/PI –
ESTRANHAS LÁGRIMAS.

Lágrimas... noutras épocas verti-as.
Não tinha o olhar enxuto como agora.
- Alma, dizia então comigo, chora!
Que assim minorarás as agonias!

Ah! Quantas vezes pelas faces frias,
umas, outras após, a toda hora,
gota a gota rolando elas, outrora,
marcaram noites e marcaram dias!

Vinham do oceano d’alma, imenso e fundo,
de espuma as ondas salpicando o flanco,
numa fremência amargurada e louca.

Nos olhos hoje as lágrimas estanco...
rolam, porém, sem que as descubra o mundo
sob a forma de risos pela boca.

Fonte:
Ademar Macedo

Elisabeth Souza Cruz (Cristais Poéticos)


MISSÃO TERRESTRE

Não vim ao mundo para um breve passo,
trouxe roteiro e amor dentro da mala...
Deus me mandou... e me estendeu Seu braço,
deu-me os conselhos e eu sei bem da fala...

Deus me disse assim: - “- Pega o teu espaço,
usando... o amor, o teu traje de gala...
Prossegue o bom destino que eu te traço
e faz teu rumo, azul, em alta escala!!”

E muito atenta à fala do bom Deus,
estou na Terra e... esses caminhos meus
são adornados pelo verbo amar...

Porque eu tenho uma Rosa que viceja,
não pego o lugar de quem quer que seja...
eu me assumo e... conquisto o meu lugar!

SEGREDO

Viver a vida é parte de um mistério
na encenação da qual somos atores,
sem ter ensaio, sem qualquer critério,
misto de sombra e luzes multicores...

E nesta vida há sempre um revertério,
um dissabor, espinhos entre as flores...
Mas há segredos, sempre há um refrigério,
há muita luz atrás dos bastidores!

Então... comece a desvendar segredos,
descubra o sol brilhando entre os seus medos...
e ante a tristeza não se entregue ao léu!

Ouvir estrelas no breu da tormenta
é o grande alento de quem se alimenta
do Pão da Vida... o Pão que vem do céu!

AMOR DE EXTREMOS

O nosso Amor é um mar cheio de extremos...
Mar perigoso de navegação...
Às vezes... temo e abandonar os remos
parece a diretriz... a solução.

Eu me amedronto, mas, ante o que temos,
dou meia volta... vejo a salvação
nos tempos de prazer... tantos... supremos,
e eu sigo em frente, atrás dessa emoção...

O nosso Amor é uma cumplicidade...
é todo feito de diversidade....
é guerra... é fogo... é paz... é rebeldia...

É plantação... estio com fartura,
É sensatez vestida de loucura...
É breu... é noite... é Sol de meia dia!!!

BACHAREL

Não entristeço a folha de papel
que ela merece uma canção feliz...
Então, eu pego um sonho, o meu batel,
mudo o roteiro e inverto a diretriz!!!!

Meu sonho é diplomado... é um bacharel
contorna os desenganos com seu giz...
Conhecedor da vida, em seu farnel,
tem sempre uma ilusão... pedindo bis...

Meu sonho... faz a vez de um navegante,
pega a alegria, o seu farol constante,
e adentra os mares onde houver tristeza...

Eu sei que o mar nem sempre é meu amigo,
mas eu me exponho às ondas do perigo,
porque a esperança é sempre uma certeza!

DIA DE RESGATE

O caos, a fome, o medo, a frustração...
e os trinta e três guerreiros no combate...
dia após dia... a espera... a indecisão
da vida, por um fio, em xeque-mate!

Uma Esperança vence a escuridão,
porque o mineiro bom, jamais se abate
e enfrenta a fúria da Mineração
para esperar o Dia de Resgate!

O Chile comprovou a sua fibra
e o mundo, em energias, todo vibra
para trazer à Luz esses guerreiros!

E o Atacama emerge para a história
e escreve no deserto a trajetória
da inesquecível saga dos Mineiros!

Fonte:
1a. Antologia Poética Momento Litero Cultural

Plinio Linhares (Trovamando V - Helena)


A HELENA
(minha musa inspiradora)

As forças da natureza,
Venham todas em amparo;
Que haja maior riqueza,
Para musa que preparo.

Que ela tenha as virtudes,
De um anjo divinal;
E venha com atitudes,
De uma dama bem formal.

Desejo que seja linda,
Num corpo escultural;
Espírito na berlinda,
Rainha universal.

Veja o bem nos irmãos,
Ampare o deserdado;
Estenda sempre as mãos,
A alguém desamparado.

Que sorria e mais encante,
O adulto e a criança;
Doando, sempre avante,
A paz e a esperança.

E com um simples olhar,
Faça o doente são;
O aflito acalmar,
Ao acenar de sua mão!

Precisa o trovador,
Receber a sua parcela;
Deste anjo salvador,
Do bem e paz, que ele sela.

Presentes eu lhe darei,
E todo dia bela rosa;
Amor, afeto, farei,
Pra ficar rindo e prosa.

Pra ela, como fiz outrora,
E deixando-a bem grata;
Na noite, em qualquer hora,
Farei linda serenata.

Passou bela, flutuante,
Fui, perguntei-lhe o nome;
E com voz estonteante,
Disse só o seu prenome: -

- HELENA, a sua criada,
Vejo que é bom rapaz;
Só serei a sua amada,
Se a trova for capaz!

Andar firme, bem andante,
Olhar doce e suave;
Fala macia, bem galante,
Linda, soberana ave.

HELENA, musa perfeita,
Ornamento, belo brinco;
Deusa mor de gala seita,
És, no TROVAMANDO CINCO...

Por seu passado seguro,
Pelo presente bem são;
Para um feliz futuro,
HELENA, quero sua mão!

Lavarei seus pés com flores,
Ao recebe-la por minha;
Demonstrando meus amores,
Mesmo quando não a tinha.

Pra poder lhe merecer,
Erradicarei defeitos;
Farei puro o meu ser,
E verás cantar meus feitos...

Cercar-lhe-ei de afetos,
Como mar cerca a terra;
Tal qual avós aos netos,
Como neblina na serra.

Amparo eu lhe darei,
E amor compreendido;
O afeto que farei,
Há de ser correspondido.

Haverá companheirismo,
E um trato fraternal;
Dose de cavalheirismo,
União no ideal.

Dois corpos a caminhar,
E as almas siamesas;
Impossível separar,
Nem com doutas sutilezas.

DON QUIXOTE DE LA MANCHA,
Eu, a derribar moinhos;
Terei a grata ensancha,
De mostrar os meus carinhos.

Eu, andante cavaleiro,
Montado no ROCINANTE;
Para ser-lhe prazenteiro,
E tornar apaixonante.

És estrela que me guia,
De luz deveras brilhante;
Clara noite, como dia,
Você é o meu calmante...

Meu amor, por que mantém?
Seu querer adormecido;
O meu ser só se sustem,
Com seu beijo aquecido.

Que coisa linda o beijo!
Exalta todo meu ser;
Põe cérebro em lampejo,
Dá vontade de viver...

Aquele abraço doce,
Que você me deu um dia;
Não esqueço nem que fosse,
O rei momo da folia!...

Seu arfar, no meu ouvido,
Nele, seu beijo ardente;
Ao chamar-me de querido,
Diz verdade, ou me mente?

No dia em que me levou,
Provar sua intimidade;
A minh’alma se lançou,
No orgasmo da verdade.

Você me deu o maná,
Que dado ao prometido;
E ainda o fará,
Com amor arremetido.

Seu afago, carinhoso,
O olhar mais dardejante;
Meu querer fica formoso,
O meu ser eletrizante!

Dançando, rostos colados,
E corpos em conjunção;
Ficam cupidos corados,
E anjos em aflição...

Você me põe no espaço,
Naquele, o sideral;
Sempre ledo no regaço,
Do seu bom manancial.

Me ame, minha querida,
Deixe-me amar também;
Extinga minha ferida,
Meu amor, meu forte bem!

O céu, dar-lhe-ei em verso,
Pois na prosa, se esvai;
Mas o grande universo,
Pra lhe dar, só nosso PAI!

Fundo extrato d’amor,
Perfumarei meu querer;
Far-lhe-ei do meu fulgor,
Como o amanhecer.

Para seu luxo, a teia,
Tecerei com fios d’ouro;
De amor, será a ceia,
Imortal e porvindouro.

Adorná-la e vestir-lhe,
Faze-la mais preciosa;
Do mar, pérolas roubar-lhe,
Do jardim, mais bela rosa...

Vamos, na realidade,
HELENA, meu bem querer;
Dar-lhe-ei a faculdade,
Em mi’a fala escolher.

Quero fazer, como dantes,
Amar-lhe na velha forma;
Sermos os finos amantes,
Na melhor, perfeita norma.

Prazeirar a natureza,
Atirar pedras no lago;
Sentir a lua benfazeja,
E acreditar em mago...

Em todas as coisas belas,
Igualá-las à você;
E a mais bonita delas,
Nunca há lhe merecer!

Agrupar as nossas almas,
Na mais doce lua de mel;
Pairar sobre nuvens calmas,
Sob bênçãos de lindo céu.

Vindo fundo sentimento,
Com amor forte, seguro;
Dar-lhe-ei enlaçamento,
De agora ao futuro...

Qualidade de amor,
Terá nosso matrimônio;
Afeto e esplendor,
Será o nosso binômio.

Ajuda lhe prestarei,
E você me cuidará;
Bom amor receberei,
Mais ternura hei de dar.

O amor é como luz,
E nas trevas ilumina;
Fortalece e seduz,
A sua saga, contamina.

Os casais indiferentes,
Ao verem nosso exemplo;
Tornar-se-ão firmes crentes,
E virão ao nosso templo.

Que bom, é o bem viver,
Que maldade, é discórdia;
Ore muito pra não ter,
Que pedir misericórdia.

Para viver desta forma,
E Ter essa harmonia;
Há de se seguir a norma: -
Só com DEUS, em sintonia!

No jantar a luz de velas,
Com a paz dos querubins;
Comporei trovas mais belas,
Na lira, dos serafins.

Suave música de fundo,
Aflorando sentimento;
Dar-lhe-ei do mais fecundo,
Amor e desprendimento.

O casamento perfeito,
Há de ter a BOA discórdia;
Pois, de rosas, não há leito,
Nem a forçada concórdia.

Ter bom senso de ouvir,
Mais a arte de calar;
Para tudo discernir,
E a vida aclamar.

A fala mansa, macia,
O cenho descontraído;
Forma a paz e sacia,
De bênçãos, um lar caído.

Um casal prenhe de paz,
Faz do lar, foco de luz;
Qualquer treva se desfaz,
Pois ali, está Jesus!

O amor não tem espécie,
É amor sem discussão;
É natural de sua messe,
E não tem comparação.

Não existe confusão,
Há de ter contentamento;
Sem amor, é ilusão,
O perfeito casamento.

A relação em conflito,
Só bem querer modifica;
Faz bendito o maldito,
E amor solidifica!

Quer viver fatal inferno?
É em casa atritar;
Ampare e seja terno,
Chegue até lisonjear.

Casamento com problema,
Já são muitos o da vida;
Só o amor como lema,
Há de faze-la querida!

Se no lar houver disputa,
E só uma eu admito: -
De amor e de labuta,
Pois a paz não é um mito.

Com uma linda atafona,
Lavarei seus pés com flores;
Bem, que a fada abona,
Prometendo meus amores...

Enxugar com alvo linho,
Com sândalo perfumado;
Que fará do nosso ninho,
Aposento consagrado.

Enfim, ó bela HELENA,
Você é minha gracinha;
É a mais linda pequena,
Entre moças da pracinha.

Com HELENA, há certeza,
De perene bem viver;
A sua alma de beleza,
Seu eterno bem querer.

Você é o douro trigo,
Saciando minha fome;
É caminho que eu sigo,
HELENA, sublime nome.

Bela de TRÓIA, viesse,
Mi’a HELENA, visitar;
A sua beleza fenece,
Se a minha comparar!

Adjetivo gentílico,
HELENA, igual à grego;
Povo culto e idílico,
Pelo amor têm apego.

HELENA, larga estrada,
Caminhou a minha vida;
De sedenta na parada,
É a água mais querida.

Com um sexo respeitoso,
Sempre, sempre sublimado;
No sagaz harmonioso,
Do OLIMPO, consagrado.

E será sempre assim,
Pois és deusa que encanta;
Muito mais que um jasmim,
Minha musa, minha mantra!

Eu tivesse um harém,
Amaria a todas elas;
Somente você porém,
É a bela, das mais belas!...

Sonho em ser um sultão,
Dono de gema formosa;
Todos reis invejarão,
Você, pedra preciosa!

A fausta tiara rica,
Que orna cabeça nobre;
Em vossa mercê, que fica,
Para quem o sino dobre.

E como agradecer,
Inspiração de HELENA;
Me fez mais enternecer,
Com sua beleza serena.

Despeço emocionado,
Minha musa, minha luz;
Sou o seu apaixonado,
Com auspícios de JESUS!

ANA PAULA, também AMANDA,
VALQUIRIA, linda pequena;
MARIA, a mais veneranda,
A Quinta, bela HELENA...

Digo sempre o que sinto,
E inspiro em SUAS, leis;
Para terminar o CINCO,
E a começar o SEIS.

O trovador sempre faz,
Consigo auto-ajuda;
Deseja ao LEITOR – PAZ!
Mais amor, que tudo muda.

Ao meu querido LEITOR,
Sou grato em profusão;
Minhas trovas de amor,
Em você, INSPIRAÇÃO!...

Fonte:
http://blogdodegasdc.blogspot.com/2010/04/trovamando-v-helena.html

Machado de Assis (Adão e Eva)


UMA SENHORA de engenho, na Bahia, pelos anos de mil setecentos e tantos, tendo algumas pessoas íntimas à mesa, anunciou a um dos convivas, grande lambareiro, um certo doce particular. Ele quis logo saber o que era; a dona da casa chamou-lhe curioso. Não foi preciso mais; daí a pouco estavam todos discutindo a curiosidade, se era masculina ou feminina, e se a responsabilidade da perda do paraíso devia caber a Eva ou a Adão. As senhoras diziam que a Adão, os homens que a Eva, menos o juiz-de-fora, que não dizia nada, e Frei Bento, carmelita, que interrogado pela dona da casa, D. Leonor:

— Eu, senhora minha, toco viola, respondeu sorrindo; e não mentia, porque era insigne na viola e na harpa, não menos que na teologia.

Consultado, o juiz-de-fora respondeu que não havia matéria para opinião; porque as cousas no paraíso terrestre passaram-se de modo diferente do que está contado no primeiro livro do Pentateuco, que é apócrifo. Espanto geral, riso do carmelita que conhecia o juiz-de-fora como um dos mais piedosos sujeitos da cidade, e sabia que era também jovial e inventivo, e até amigo da pulha, uma vez que fosse curial e delicada; nas cousas graves, era gravíssimo.

— Frei Bento, disse-lhe D. Leonor, faça calar o Sr. Veloso.
— Não o faço calar, acudiu o frade, porque sei que de sua boca há de sair tudo com boa significação.
— Mas a Escritura... ia dizendo o mestre-de-campo João Barbosa.
— Deixemos em paz a Escritura, interrompeu o carmelita. Naturalmente, o Sr. Veloso conhece outros livros...
— Conheço o autêntico, insistiu o juiz-de-fora, recebendo o prato de doce que D. Leonor lhe oferecia, e estou pronto a dizer o que sei, se não mandam o contrário.
— Vá lá, diga.
— Aqui está como as cousas se passaram. Em primeiro lugar, não foi Deus que criou o mundo, foi o Diabo...
— Cruz! exclamaram as senhoras.
— Não diga esse nome, pediu D. Leonor.
— Sim, parece que... ia intervindo frei Bento.
— Seja o Tinhoso. Foi o Tinhoso que criou o mundo; mas Deus, que lhe leu no pensamento, deixou-lhe as mãos livres, cuidando somente de corrigir ou atenuar a obra, a fim de que ao próprio mal não ficasse a desesperança da salvação ou do benefício. E a ação divina mostrou-se logo porque, tendo o Tinhoso criado as trevas, Deus criou a luz, e assim se fez o primeiro dia. No segundo dia, em que foram criadas as águas, nasceram as tempestades e os furacões; mas as brisas da tarde baixaram do pensamento divino. No terceiro dia foi feita a terra, e brotaram dela os vegetais, mas só os vegetais sem fruto nem flor, os espinhosos, as ervas que matam como a cicuta; Deus, porém, criou as árvores frutíferas e os vegetais que nutrem ou encantam. E tendo o Tinhoso cavado abismos e cavernas na terra, Deus fez o sol, a lua e as estrelas; tal foi a obra do quarto dia. No quinto foram criados os animais da terra, da água e do ar. Chegamos ao sexto dia, e aqui peço que redobrem de atenção.

Não era preciso pedi-lo; toda a mesa olhava para ele, curiosa.

Veloso continuou dizendo que no sexto dia foi criado o homem, e logo depois a mulher; ambos belos, mas sem alma, que o Tinhoso não podia dar, e só com ruins instintos. Deus infundiu-lhes a alma, com um sopro, e com outro os sentimentos nobres, puros e grandes. Nem parou nisso a misericórdia divina; fez brotar um jardim de delícias, e para ali os conduziu, investindo-os na posse de tudo. Um e outro caíram aos pés do Senhor, derramando lágrimas de gratidão. "Vivereis aqui", disse-lhe o Senhor, "e comereis de todos os frutos, menos o desta árvore, que é a da ciência do Bem e do Mal."

Adão e Eva ouviram submissos; e ficando sós, olharam um para o outro, admirados; não pareciam os mesmos. Eva, antes que Deus lhe infundisse os bons sentimentos, cogitava de armar um laço a Adão, e Adão tinha ímpetos de espancá-la. Agora, porém, embebiam-se na contemplação um do outro, ou na vista da natureza, que era esplêndida. Nunca até então viram ares tão puros, nem águas tão frescas, nem flores tão lindas e cheirosas, nem o sol tinha para nenhuma outra parte as mesmas torrentes de claridade. E dando as mãos percorreram tudo, a rir muito, nos primeiros dias, porque até então não sabiam rir. Não tinham a sensação do tempo. Não sentiam o peso da ociosidade; viviam da contemplação. De tarde iam ver morrer o sol e nascer a lua, e contar as estrelas, e raramente chegavam a mil, dava-lhes o sono e dormiam como dous anjos.

Naturalmente, o Tinhoso ficou danado quando soube do caso. Não podia ir ao paraíso, onde tudo lhe era avesso, nem chegaria a lutar com o Senhor; mas ouvindo um rumor no chão entre folhas secas, olhou e viu que era a serpente. Chamou-a alvoroçado.

— Vem cá, serpe, fel rasteiro, peçonha das peçonhas, queres tu ser a embaixatriz de teu pai, para reaver as obras de teu pai?

A serpente fez com a cauda um gesto vago, que parecia afirmativo; mas o Tinhoso deu-lhe a fala, e ela respondeu que sim, que iria onde ele a mandasse, — às estrelas, se lhe desse as asas da águia — ao mar, se lhe confiasse o segredo de respirar na água — ao fundo da terra, se lhe ensinasse o talento da formiga. E falava a maligna, falava à toa, sem parar, contente e pródiga da língua; mas o diabo interrompeu-a:

— Nada disso, nem ao ar, nem ao mar, nem à terra, mas tão-somente ao jardim de delícias, onde estão vivendo Adão e Eva.
— Adão e Eva?
— Sim, Adão e Eva.
— Duas belas criaturas que vimos andar há tempos, altas e direitas como palmeiras?
— Justamente.
— Oh! detesto-os. Adão e Eva? Não, não, manda-me a outro lugar. Detesto-os! Só a vista deles faz-me padecer muito. Não hás de querer que lhes faça mal...
— É justamente para isso.
— Deveras? Então vou; farei tudo o que quiseres, meu senhor e pai. Anda, dize depressa o que queres que faça. Que morda o calcanhar de Eva? Morderei...
— Não, interrompeu o Tinhoso. Quero justamente o contrário. Há no jardim uma árvore, que é a da ciência do Bem e do Mal; eles não devem tocar nela, nem comer-lhe os frutos. Vai, entra, enrosca-te na árvore, e quando um deles ali passar, chama-o de mansinho, tira uma fruta e oferece-lhe, dizendo que é a mais saborosa fruta do mundo; se te responder que não, tu insistirás, dizendo que é bastante comê-la para conhecer o próprio segredo da vida. Vai, vai...
— Vou; mas não falarei a Adão, falarei a Eva. Vou, vou. Que é o próprio segredo da vida, não?
— Sim, o próprio segredo da vida. Vai, serpe das minhas entranhas, flor do mal, e se te saíres bem, juro que terás a melhor parte na criação, que é a parte humana, porque terás muito calcanhar de Eva que morder, muito sangue de Adão em que deitar o vírus do mal... Vai, vai, não te esqueças...

Esquecer? Já levava tudo de cor. Foi, penetrou no paraíso, rastejou até a árvore do Bem e do Mal, enroscou-se e esperou. Eva apareceu daí a pouco, caminhando sozinha, esbelta, com a segurança de uma rainha que sabe que ninguém lhe arrancará a coroa. A serpente, mordida de inveja, ia chamar a peçonha à língua, mas advertiu que estava ali às ordens do Tinhoso, e, com a voz de mel, chamou-a. Eva estremeceu.

— Quem me chama?
— Sou eu, estou comendo desta fruta...
— Desgraçada, é a árvore do Bem e do Mal!
— Justamente. Conheço agora tudo, a origem das coisas e o enigma da vida. Anda, come e terás um grande poder na terra.
— Não, pérfida!
— Néscia! Para que recusas o resplendor dos tempos? Escuta-me, faze o que te digo, e serás legião, fundarás cidades, e chamar-te-ás Cleópatra, Dido, Semíramis; darás heróis do teu ventre, e serás Cornélia; ouvirás a voz do céu, e serás Débora; cantarás e serás Safo. E um dia, se Deus quiser descer à terra, escolherá as tuas entranhas, e chamar-te-ás Maria de Nazaré. Que mais queres tu? Realeza, poesia, divindade, tudo trocas por uma estulta obediência. Nem será só isso. Toda a natureza te fará bela e mais bela. Cores das folhas verdes, cores do céu azul, vivas ou pálidas, cores da noite, hão de refletir nos teus olhos. A mesma noite, de porfia com o sol, virá brincar nos teus cabelos. Os filhos do teu seio tecerão para ti as melhores vestiduras, comporão os mais finos aromas, e as aves te darão as suas plumas, e a terra as suas flores, tudo, tudo, tudo...

Eva escutava impassível; Adão chegou, ouviu-os e confirmou a resposta de Eva; nada valia a perda do paraíso, nem a ciência, nem o poder, nenhuma outra ilusão da terra. Dizendo isto, deram as mãos um ao outro, e deixaram a serpente, que saiu pressurosa para dar conta ao Tinhoso.

Deus, que ouvira tudo, disse a Gabriel:

— Vai, arcanjo meu, desce ao paraíso terrestre, onde vivem Adão e Eva, e traze-os para a eterna bem-aventurança, que mereceram pela repulsa às instigações do Tinhoso.

E logo o arcanjo, pondo na cabeça o elmo de diamante, que rutila como um milhar de sóis, rasgou instantaneamente os ares, chegou a Adão e Eva, e disse-lhes:

— Salve, Adão e Eva. Vinde comigo para o paraíso, que merecestes pela repulsa às instigações do Tinhoso.

Um e outro, atônitos e confusos, curvaram o colo em sinal de obediência; então Gabriel deu as mãos a ambos, e os três subiram até à estância eterna, onde miríades de anjos os esperavam, cantando:

— Entrai, entrai. A terra que deixastes, fica entregue às obras do Tinhoso, aos animais ferozes e maléficos, às plantas daninhas e peçonhentas, ao ar impuro, à vida dos pântanos. Reinará nela a serpente que rasteja, babuja e morde, nenhuma criatura igual a vós porá entre tanta abominação a nota da esperança e da piedade.

E foi assim que Adão e Eva entraram no céu, ao som de todas as cítaras, que uniam as suas notas em um hino aos dous egressos da criação...

... Tendo acabado de falar, o juiz-de-fora estendeu o prato a D. Leonor para que lhe desse mais doce, enquanto os outros convivas olhavam uns para os outros, embasbacados; em vez de explicação, ouviam uma narração enigmática, ou, pelo menos, sem sentido aparente. D. Leonor foi a primeira que falou:

— Bem dizia eu que o Sr. Veloso estava logrando a gente. Não foi isso que lhe pedimos, nem nada disso aconteceu, não é, frei Bento?
— Lá o saberá o Sr. juiz, respondeu o carmelita sorrindo.

E o juiz-de-fora, levando à boca uma colher de doce:

— Pensando bem, creio que nada disso aconteceu; mas também, D. Leonor, se tivesse acontecido, não estaríamos aqui saboreando este doce, que está, na verdade, uma cousa primorosa. É ainda aquela sua antiga doceira de Itapagipe?
-
Fonte:
ASSIS, Machado de. Várias Histórias. Ed. Martin Claret.

Machado de Assis (Análise dos Contos de “Várias Histórias”: 8. Adão e Eva)


Análise realizada pelo Prof. Bartolomeu Amâncio da Silva. Bacharel em Letras, pela USP, professor de literatura da rede Objetivo (colégios e cursos pré-vestibular).
-------------------
Outro conto que apresenta o esquema de história dentro de história. Em meio à degustação de doces, começa a discussão sobre quem é mais curioso: o homem ou a mulher? Um dos convivas apresenta uma narrativa com um quê de enigmático e que vem de um livro apócrifo (livro que não é reconhecido pela Igreja e que, portanto, está fora da Bíblia) da Bíblia.

É um relato que inverte a história de Adão e Eva. Primeiro porque apresenta a criação do Universo como fruto da ação do Diabo – Deus é que ia consertando as falhas provocadas pela malignidade. Dentro desse aspecto está a criação do homem e da mulher. Na forma crua, estavam dominados por instintos ruins. O toque divino atribui-lhes alma, tornando-os sublimes, sendo levados para o Paraíso. Inconformado com a destruição de sua obra, mas impossibilitado de entrar no campo divino, convence sua criação dileta, a serpente, a tentar Adão e Eva a comerem o fruto proibido. De pronto o animal o atende, mas, por mais que insistisse, não obteve sucesso. Satisfeito com tal proeza de caráter, Deus conduz os dois para o caminho da glória.

Termina assim o relato que deixa incrédulos entre a platéia, a maioria achando que tudo não passava de brincadeira do seu narrador. No entanto, o comentário final de um dos convivas é bastante interessante: “Pensando bem, creio que nada disso aconteceu; mas também, D. Leonor, se tivesse acontecido, não estaríamos aqui saboreando este doce, que está, na verdade, uma coisa primorosa”. Além de o conto apresentar o oposto (mais uma vez a visão dilemática machadiana!) de uma questão, ou seja, uma outra história da criação, há uma idéia já desenvolvida, por exemplo, em Dom Casmurro: a graça de nossa existência está justamente na imperfeição em que se processa.
=============
Continua… Análise do Conto “O Enfermeiro”
=============
Fonte:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/v/varias_historias

Sonetos Soprados ao Léu


Silviah Carvalho
SONETO AO SOPRO DO SEU CARINHO

Traz no seu olhar um ar de menino ausente
Que me faz viajar por outros ares
Ao encontro de algo desejado, um presente
Como as águas dos rios encontram seus mares

O vento que toca de leve em meu rosto
É o sopro do seu meigo e doce carinho
Essa paz que recebo de bom gosto
Que vem e ilumina o meu caminho

Eu faria mornar o vento marinho pra você
Eu daria a brisa da noite por seu calor
Aquela que sopra a doçura e exala amor

Eu te daria a lua e a luz do amanhecer
Provaria no inverno o calor do seu verão
No cio eterno do amor na propicia estação

José Rainho Caldeira
ESPLENDOR

O azul que se confunde seja da água ou do céu.
Leva-nos à plenitude, da beleza natural,
Que só a sensibilidade, de um olhar sereno,
Consegue achar normal.

Este olhar, ainda que belo,
Remete-nos pra pequenez
Do humano Ser, perante a grandeza
Do mar imenso, do Céu pleno de incenso.

Cores várias, Arco-íris incendiado,
No negrume das nuvens, de gotículas de água,
Em Céu carregado, que se transforma em chuva,
Que rega os campos floresce a primavera,
De um coração atribulado.

Depende do ângulo de visão e dos olhos de quem vê.
Pode ser de mansidão ou, quem sabe?
De olhares perdidos, pra lá do horizonte,
Sem esperança e com revolta, pela triste vida,
Que de fronte, lhe aparece pela frente.

É, talvez, pela injustiça que sente no coração.
Pela vaidade, luxo, devassidão,
Paredes meias co'a pobreza,
A fome, a miséria, a falta de pão.

Só olhos limpos e claros, livres de todos os apegos,
Poderão sentir prazer, neste olhar de mar e céu,
Onde consegue vislumbrar
Obra magnífica de Deus.

Quem assim consegue olhar, ver, apreciar, beleza, enfim.
Talvez possa dar ao Mundo, a idéia de que é possível
Viver em harmonia, Criador e criaturas,
Natureza e seus elementos, floresta, arbustos e capim.

Álvares de Azevedo
SONETO

Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós - e eu vivia
No doce alento dessa virgem bela...

Tanto amor, tanto fogo se revela
Naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
Aspirando nessa alma de donzela!

Como era doce aquele seio arfando!
Nos lábios que sorriso feiticeiro!
Daquelas horas lembro-me chorando!

Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro
É sentir todo o seio palpitando...
Cheio de amores! E dormir solteiro!

Antero de Quental
MORS - AMOR

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

Florbela Espanca
EM BUSCA DO AMOR

O meu Destino disse-me a chorar:
"Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar."

Fui pela estrada a rir e a cantar
As contas do meu sonho desfiando...
E a noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando...

Mesmo a um velho eu perguntei: "Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?"
E o velho estremeceu... olhou...e riu...

Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados...
E eu paro a murmurar: "Ninguém o viu!”…

Guilherme de Almeida
SONETO XXV

O nosso ninho, a nossa casa, aquela
nossa despretensiosa água-furtada,
tinha sempre gerânios na sacada
e cortinas de tule na janela.

Dentro, rendas, cristais, flores... Em cada
canto, a mão da mulher amada e bela
punha um riso de graça. Tagarela,
teu cenário cantava à minha entrada.

Cantava... E eu te entrevia, à luz incerta,
braços cruzados, muito branca, ao fundo,
no quadro claro da janela aberta.

Vias-me. E então, num súbito tremor,
fechavas a janela para o mundo
e me abrias os braços para o amor!

J. G. De Araújo Jorge
CARTAS

Vou correndo buscá-las - são tão leves!
mas trazem a minha alma um grande encanto,
- por que as cartas que escreves custam tanto?
- por que demora tanto o que me escreves?

Não deves torturar-me assim, não deves!
- Do teu silêncio muita vez me espanto...
Mando-te longas cartas - e entretanto
como tuas respostas são tão breves!...

Recebes cartas minhas todo dia,
e elas não dizem tudo o que eu queria
mas falam-te de amor... de coisas belas!

Tuas cartas... Mas dou-te o meu perdão,
- que me importa afinal ter razão,
se gosto tanto de esperar por elas!

Martins Fontes
O QUE SE ESCUTA NUMA VELHA CAIXA DE MÚSICA

Nunca roubei um beijo. O beijo dá-se,
ou permuta-se, mas naturalmente.
Em seu sabor seria diferente
se, em vez de ser trocado, se furtasse.

Todo beijo de amor, longo ou fugace,
deve ser u prazer que a ambos contente.
Quando, encantado, o coração consente,
beija-se a boca, não se beija a face.

Não toquemos na flor maravilhosa,
seja qual for a sedução do ensejo,
vendo-a ofertar-se, fácil e formosa.

Como os árabes, loucos de desejo,
amemos a roseira, olhando a rosa,
roubemos a mulher e não o beijo.

Roberto Pinheiro Acruche lança a Revista Virtual Trovas e Poemas Nº 24 – FEVEREIRO DE 2011


Além das abaixo muito mais trovas, além dos poemas “Os Pratos da Vovó”, de Antonio Roberto Fernandes, “Poema para o meu amor” e “Indagações”, de Roberto Pinheiro Acruche, trovas formatadas deste, livros, fotos, etc. Baixe para seu computador clicando sobre a imagem ao lado.
----

Se diante de algum tropeço
a minha fé sofre entraves,
perdão, Deus! É que me esqueço
de olhar os lirios e as aves.
Vanda Fagundes Queiroz-PR

Nessa paixão que me assalta,
misto de encanto e de dor,
quanto mais você me falta
mais aumenta o meu amor!…
Rodolpho Abbud - RJ

Rogo em preces, sem engodos,
ouvindo o planger do bronze,
que Deus Pai conceda a todos
um Feliz Dois Mil e Onze!
Antônio Juraci Siqueira-PA

A paz, numa sociedade,
entre tantas coisas boas,
só depende, na verdade,
da consciência das pessoas.
Nei Garcez-PR

O mar é o mais doce amante
pois não cansa de beijar,
num lirismo alucinante,
toda praia que encontrar!
Gislaine Canales - SC

Áureo outono, que beleza...
Nada abate o teu fulgor!
A esplendida natureza
te fez tão encantador.
Roberto Pinheiro Acruche - RJ

Quem conhece não contesta
esta verdade provada:
Na boca de quem não presta
quem é bom não vale nada!
Pedro Ornellas - SP

Os lábios, num beijo, unidos,
despertam grande paixão...
Tornam um só, dois sentidos,
de dois, um só coração.
Francisco Neves Macedo-RN

Fonte:
R. P. Acruche

Antonio Augusto de Assis lança Trovia n. 134 – fevereiro de 2011



INESQUECÍVEIS
Onde anda o corpo da gente,
a sombra vai pelo chão...
– É assim também a saudade,
a sombra do coração!
Adelmar Tavares
Dotada de amor profundo,
meiga e doce em seu mister,
que graça teria o mundo,
sem a graça da mulher?
Aparício Fernandes
Miséria de pão maltrata...
Mas quanta gente, Senhor,
sabeis que morre ou se mata
quando há miséria de amor!
Lilinha Fernandes

Se duas almas tivesse
– meu coração bem me diz –,
ainda que uma eu te desse,
seria a outra feliz...
Luiz Otávio
BRINCANTES
Fugindo pela janela,
o “dom juan” quis “dar no pé”.
– Um fantasma!, gritou ela.
E o marido: – Agora é!
Angélica V. Santos – SP
Toda vez que eu chego tarde,
lá em casa, rente ao portão,
minha esposa dá “boa-tarde”
com a vassoura na mão...
Nei Garcez – PR
Casa velha, quanto encanto!
... tem cobras, cupins, lagartos!
Uma história em cada canto
e fantasmas pelos quartos.
Nilton Manoel – SP
LÍRICAS E FILOSÓFICAS
Nos passos do bailarino,
na garganta do cantor,
em cada tango argentino
geme uma história de amor.
A. A. de Assis – PR
O amigo que nos quer bem
é aquele que, sem temor,
oculta uma dor que tem
e vem sanar nossa dor...
Ademar Macedo – RN
Somos anões sem idade,
a perseguir-te sem tréguas,
enquanto, felicidade,
tens botas de sete léguas...
Carolina Ramos – SP
Na esperança verde e bela
há o otimismo de luz!
Se a porta fecha, a janela
se abre em par e o sol reluz!
Dinair Leite – PR
Oh, minha mãe, quando eu falho,
tua lágrima rolada
é qual pérola de orvalho
sobre a rosa machucada!...
Domitilla B. Beltrame – SP
O verde em brasa estalando;
uivos doridos da mata:
gritos horrendos compondo
uma fúnebre sonata!
Eliana Palma – PR
A saudade dos meus filhos,
dói, machuca, me amordaça.
Comparo-me aos velhos trilhos,
Por onde o trem já não passa.
Francisco Macedo – RN

Ausência do bem, o mal
só traz sofrimento a quem
não conhece o especial
prazer que é se querer bem!
Jeanette De Cnop – PR
Minha amada foi-se embora
para bem longe de mim...
O que vou fazer agora
se a lembrança não tem fim?
Luiz Antonio Cardoso – SP
Amanhã... Depois... Depois...
Foi assim a vida inteira...
E entre os sonhos de nós dois,
a intransponível fronteira...
Milton Nunes Loureiro – RJ

Na vida, lutar, correr,
não me cansa tanto assim...
O que me cansa é saber
que estás cansada de mim!
Rodolpho Abbud – RJ
Agora peço somente,
ao tempo de que disponho,
que um tempo me dê, paciente,
para que eu viva o meu sonho...
Thereza Costa Val – MG
Fonte:
A. A. de Assis

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.111)

(Imagem de São Francisco de Assis em Nova Friburgo, na tragédia ocorrida)
Uma Trova Nacional

“A bolsa ou a vida” – eu ouço
e retruco as ironias:
- Que leve as duas, seu moço,
pois ambas estão vazias.
(ROBERTO MEDEIROS/MG)

Uma Trova Potiguar

Nessa vida de rancores,
de fatos imprevisíveis,
coragem faz vencedores,
concórdia faz invencíveis.
(FABIANO WANDERLEY/RN)

Uma Trova Premiada

1999 > Niterói/RJ
Tema > TIMIDEZ > Menção Honrosa

Sou tímida, na verdade,
e você já percebeu.
Porém... me beije à vontade
porque a tímida sou eu...
(ALCY RIBEIRO S. MAIOR/RJ)

Simplesmente Poesia

– Eduardo A. O. Toledo/MG –
POR SOBRE AS NUVENS.

Por sobre as nuvens, meu sonho
vai dedilhando, disperso,
as ilusões que componho
na pauta azul do universo.
Por sobre as nuvens me ponho,
preso às estrelas, imerso,
como se fosse um risonho
canteiro cheio de versos.
Por sobre as nuvens, são tantos
devaneios e acalentos,
que o céu parece um coreto
de estrelas doidas, vadias,
declamando poesias
sob as nuvens de um soneto!!!

Uma Trova de Ademar

Vejo sentadas no chão,
trajadas de desamor;
crianças comendo pão
amanteigado de dor!
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

A morte não me intimida...
Perfil de dor que eu descarto.
A morte é somente a vida
fazendo um segundo parto!
(PAULO CESAR OUVERNEY/RJ)

Estrofe do Dia

Por decreto de um pai onipotente
e por ordem expressa de Jesus,
eu carrego pra sempre a minha cruz
que de Deus eu ganhei como presente;
e agradeço por eu ser tão contente
sem ter mágoa, sem dor, sem fantasia,
a minha vida é um poema de alegria
que eu me sinto feliz em declamar;
no “cotoco” da perna de Ademar
Deus plantou a semente da poesia.
(ADEMAR MACEDO/RN)

Soneto do Dia

– Sônia Sobreira/RJ –
EU GOSTO DA CHUVA.

Gosto da chuva, do seu marulhar,
dos pingos caindo com precisão,
do vento alegre que teima em soprar
folhas molhadas caídas no chão.

Gosto da chuva, do seu gotejar,
águas rolando, enxurrada em roldão
deixando nas pedras brilho sem par,
como o trabalho de fino artezão.

Gosto da chuva a cair sobre mim,
névoa de prata a envolver meu jardim,
que todo encharcado, em brilhos reluz!

Eu gosto de ouvir o som que ela faz,
qual retinir dos mais finos cristais
jorrando do céu, pedaços de luz!

Fonte:
Ademar Macedo