1
Amor, renúncia e perdão,
tudo isto na Mãe se encerra:
Mãe tem grande coração,
um ser divino na terra!
2
Ao ler o livro da vida
gravei a lição que diz:
– nem sempre a guerra vencida
traz lucros para um país.
3
Aos céus, minha mãe, tão crente,
por mim pediu com fervor,
e o destino, surpreendente,
fez-me, agora, um trovador.
4
Às vezes, tento esquecer
carinhos que foram meus,
e que um dia os vi morrer,
naquele tão triste adeus!
5
A trova é rica mensagem
que nos toca o coração:
– remédio que dá coragem
no instante da indecisão.
6
Com fervor ao Pai Divino,
Criador desse universo,
pedi pão, quando menino,
deu-me o consolo do verso.
7
Dar-te queria o carinho
que nunca dei a ninguém,
porém, sem ser adivinho,
sei que não me queres bem.
8
Do forró, quando termina,
resta mais do que poeira:
a saudade da menina
que dançou a noite inteira.
9
Fitar-te não é problema,
querer-te é minha paixão,
mas surge um grande dilema:
ganhar o teu coração.
10
Já dizia um certo nobre
ao filosofar aos seus:
“aquele que empresta ao pobre,
simplesmente dá... Adeus!”
11
Meu coração machucaste,
não sei se foi por querer.
Só sei que o mal que plantaste,
um dia, ainda vais colher!
12
Não há qualquer esperança,
segundo as Leis da Nação,
pra quem, por ódio ou vingança,
tira a vida de um irmão.
13
Não se deve propalar
que não existe esperança,
pois ninguém pode negar
ter sido, um dia, criança.
14
Nesta vida amargurada
onde o mal se opõe ao bem,
a poesia é nossa fada
no Universo ou mesmo além.
15
Neste mundo enganador,
na vida de uma criança,
Pai e Mãe – seja onde for,
são a sua segurança.
16
No adulto que agora sou
ainda se oculta a criança
que a pipa no ar lançou,
tendo as cores da esperança.
17
O mar revolto da vida
tenta abafar ideais,
e a gente – vaga perdida -
procura a praia da paz.
18
O tempo tem seu conceito
e dele não abre mão:
– aproveite-me direito,
perder-me é péssima opção.
19
Pela rua vou sorrindo,
pra tentar, não sei por que,
deslembrar teu nome lindo,
mas – dele – como esquecer?
20
Pela sombra do destino
o qual traça a diretriz,
viajo desde menino
na ilusão de ser feliz.
21
Por dinheiro, quanta lida
do homem, julgando-se esperto,
mas, na luta pela vida,
vem a morte – prêmio certo.
22
Quando alguém tenta brigar,
a confusão sempre cresce,
só porque, para atiçar,
um idiota aparece.
23
Quantas canções de ninar
eu ouvi, quando menino,
e não consigo cantar
as de enganar o destino.
24
Quem sempre vive pensando
no mal ou no pessimismo,
vai aos poucos se enterrando
na profundeza do abismo.
25
Se alguma coisa renova
e alegra meu coração,
essa coisa é mesmo a trova
que me traz consolação!
26
Se dizes: – sou homem triste,
estás errado, és risonho,
pois, na vida, ainda existe
momentos para um bom sonho.
27
Sofrendo, porém lutando,
continua o meu Nordeste,
e estamos testemunhando
seu crescimento inconteste.
28
Sorrindo à vida que finda,
começa a vida a criança…
Não sabe: aquela foi linda
e a sua é vasta esperança!
29
Todos nós queremos tanto
paz, amor, satisfação,
mas a vida traz o pranto
que abafa toda ilusão.
30
Vejo agora que o destino
surpreendeu meu coração.
Ontem, sonhos de um menino;
hoje, apenas ilusão!
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