domingo, 15 de junho de 2008

Jane Austen (Orgulho e Preconceito)

Pela primeira vez publicado em 1813, Orgulho e Preconceito tem sido consistentemente o romance mais popular de Jane Austen. A obra, retrata a vida pacata em uma sociedade rural daqueles dias; e contasobre osiniciais desentendimentos e mais tarde mútua compreensão entre Elizabeth Bennet (cuja vitalidade e humor tem geralmente atraído leitores) e a arrogante Darcy.

O título Orgulho e Preconceito se refere (entre outras coisas) à maneira em que Elizabeth e Darcy se viram pela primeira vez. A versão original do romance, entitulado Primeiras Impressões ,foi escrita em 1796-1797 e provavelmente num formato de troca de cartas. A opinião brincalhona de Jane Austen sobre o próprio trabalho dela, em uma carta à sua irmã Cassandra logo após a publicação, foi: "No todo...Eu estou bem satisfeita ...O trabalho é leve e brilhante; e resplandecente; ele quer (precisa) de forma; ele quer ser alongado aqui e ali com um longo e sensato capítulo, se isso pudesse ser conseguido, se não, de solenes enganosos desvarios, sobre algo desconectado com a estória: um ensaio de escrita, uma crítica sobre Walter Scott, ou a história de Buonaparté, ou algo que formasse um contraste echamasse o leitor (comcrescente deleite) para a diversão e geral paradoxo do estilo geral."

Orgulho e Preconceito pertence ao gênero comédia-romântica e é o mais famoso romance de Jane Austen; e sua introdução é uma das mais famosas linhas da literatura Inglesa---éuma conhecida verdade universal, que um homem solteiro em posse de uma grande fortuna, deve estar querendo uma esposa. Seu manuscrito foi primeiro escrito entre 1796 e 1797 e foi inicialmente chamado Primeiras Impressões, apesar de nunca ter sido publicado com este título.

Após revisado, foi publicado em 28 de janeiro de 1813 pela mesmo Sr. Egerton da Biblioteca Militar, Whitehall,que apresentou Razão e Sensibilidade. Assim como ambos seus predecessores e Northanger Abbey, foi escrito no Steventon, a estória traz o cortejo e casamento no meio dos possuidores de terra nos meados do século 19.

O principal personagem é Elizabeth Bennet, uma bela mulher de 20 anos, possuidora de uma mente ágil e ainda mais ágil língua. A amada irmã mais velha de Elizabeth, Jane, é mais gentil mas igualmente, se não mais, atrativa. Sr. Bennet é um excêntrico que passa a maior parte de seu tempo se escondendo em seus estudos (um refúgio por sua esposa irritante), e o resto de seu tempo fazendo sarcásticos comentários desmerecendo sua família. Uma outra irmã, Mary, é uma pregadora sem-graça, apaixonada por livros, enquanto as outras, Kitty e Lydia, são descuidadas e paqueradoras adolescentes, atraídas por homens de uniforme.Enquanto isso, a queixosa Sra. Bennet está desesperadamente determinada a assegurar bons partidos para as suas 5 filhas, enquanto tenta manter seus nervos em controle.

O estado modesto da família Bennet em Hertfordshire se deve à falta de seus homens---o que significa que um primo, Sr Collins, irá herdar todo o patrimônio com a morte do Sr. Bennet, deixando a Sra Bennet e cada uma das suas não casadas filhas, sem casa e deixadas à viver com uma pequena e insuficiente renda.

Fonte:
http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_63.html

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

por Fabio Silvestre Cardoso

Há alguns anos, foi relançada uma coletânea de obras clássicas da literatura universal. Cada livro da coleção custava exatos R$9,90 e tinha como objetivo difundir e incentivar não só a leitura, mas também a literatura – utilizando, como referência, livros de autores consagrados da literatura nacional e estrangeira. Entre os autores dessa coleção estava a escritora inglesa Jane Austen, com a obra Razão e Sensibilidade. À época, por algum motivo, não me interessei nem pelo livro, nem pela autora. E, apesar de ter um grande apreço pela literatura inglesa (Charles Dickens, P.G. Wodehouse, Jonathan Coe), jamais entrei em contato com a literatura de Jane Austen. O meu tempo de despertar aconteceu enquanto lia Desejo de Status, de Alain de Botton.

Na verdade, Botton mencionou a obra de Austen como exemplo para uma de suas teorias justamente quando tratava da forma em que determinados grupos se relacionam, um procurando ter status mais privilegiado que o outro, sempre de acordo com critérios pernósticos, superficiais e prosaicos. Nesse sentido, a literatura da escritora inglesa não poderia ter sido utilizada como melhor exemplo. Em outras palavras, é correto afirmar que, a despeito de não ter sido compreendida em seu tempo, Jane Austen foi quem mais habilmente soube decifrar os sentimentos, os desejos e as ansiedades dos grupos que viviam às voltas com a fogueira das vaidades e da ambição. Tratado de sociologia? Dissertação de Mestrado? Nada disso. Romance inglês, com ironia e sublime elegância.

Antes dos adjetivos, o substantivo. A história de Orgulho e preconceito (Record, 2006, 430 págs.) se passa no século XVIII, na Inglaterra, e trata da trajetória de uma família, a um só tempo, comum e bastante peculiar. Comum porque na residência dos Bennet havia cinco moças que foram criadas com o único propósito de se casar. Peculiar porque essas cinco moças tinham outros atributos além da beleza, dentre os quais cabe destacar a inteligência e a argúcia para enxergar e compreender o caráter para além das palavras e do rígido código de cordialidade que os bons costumes estimavam na época. Cria-se um certo clima de expectativa quando a família Bennet, encabeçada pela matriarca, descobre que dois ricos e saudáveis rapazes (mr. Bingley e mr. Darcy) aparecem na região de Longburn, onde a família Bennet reside. Uma recepção logo é preparada e todas as irmãs, ávidas por um casamento (algumas mais do que outras, é verdade), comparecem. A intriga acontece justamente porque um dos rapazes, mr. Darcy, se mostra por demais orgulhoso para o gosto da família Bennet. E muito embora mr. Bingley caia nas graças dos Bennet, suas irmãs não apreciam tanto o seu interesse na bela Janet Bennet.

Se o plot é aparentemente banal – afinal, relacionamentos sempre são permeados por intrigas, disputas e ciúmes – o que merece destaque no romance de Jane Austen é o fato de a autora conseguir contar essa história sem jamais descer o degrau da leveza. Há um tom delicado em sua narrativa que, se lido de outra forma, pode ser considerado arrogante e elitista. Trata-se, na verdade, de uma leitura equivocada, visto que a escritora propõe uma narração sóbria e bastante detalhada para que o leitor possa entender com argúcia o que cada trecho, cada gesto das personagens possa ser decifrada.

É interessante observar, aliás, como esse viés de leitura em muito se assemelha com a história de Orgulho e Preconceito. Isso porque, assim como uma interpretação do estilo de Jane Austen pode fazer com que alguém pense ser arrogância a simples utilização de um estilo mais refinado, no romance, as personagens também se impressionam com a aparência e com o gênio aparentemente indomável de determinadas personas naquele círculo social. É o que acontece, por exemplo, com mr. Darcy, cujas atitudes fazem com que Elizabeth Bennet crie uma espécie de redoma sempre que tem de se dirigir a ele. Do mesmo modo, o próprio mr. Darcy começa a se sentir atraído pelo comportamento espirituoso e não menos contundente dessa Elizabeth. E o que era rejeição, pouco a pouco, passa a ser atração.

Certamente, alguém dirá que é mais uma prova de que os opostos se atraem. Ou de que ninguém comanda o coração, nem mesmo a razão. Frases que se possuem algum sentido também são eivadas de um embasamento raso e mundano, o que definitivamente é rejeitado e criticado na obra de Jane Austen. Basta ver como a autora, a partir de suas personagens, ironiza a frivolidade e a fraqueza de caráter das pessoas. Nesse ponto, também é correto afirmar que o romance é uma crítica de costumes do seu tempo, uma vez que, pela imitação, chega a satirizar determinados tipos, como o do mr. Collins. Uma pessoa cujo único fim é atingir um status elevado na sociedade, descartando a importância de ter uma opinião mais profunda acerca do mundo que o cerca. Para Collins, o que vale são as aparências e a todo o momento ele quer aparecer como algo que, de fato, não é.

Nesse embate constante entre ver e ser visto, a autora resolve com propriedade a relação existente entre o orgulho e o preconceito. É o que se lê no trecho a seguir: "A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós". Não consigo imaginar explicação tão sucinta ou mais exata.

O relançamento de Orgulho e Preconceito aconteceu, coincidentemente ou não, no mesmo ano em que um filme baseado no romance de Jane Austen ganhou as telas do mundo todo, chegando até mesmo a concorrer a algumas estatuetas do Oscar. Não cabe aqui desmerecer o filme, dizendo que o livro é “certamente melhor do que sua adaptação”. Entretanto, não há dúvidas de que a obra da escritora inglesa possui refinamento e que proporciona um raro deleite aos amantes da literatura. Um livro para quem deseja ir além da aparência, dos clichês, sem qualquer preconceito.

Fonte:
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1910

Rodamundinho 2008

No dia 24 de julho durante a Semana do Escritor de Sorocaba será lançado o Rodamundinho 2008.

O Rodamundinho 2008 é um projeto do escritor Douglas Lara e do editor Mylton Ottoni, tem o apoio do suplemento infanto-juvenil Cruzeirinho do jornal Cruzeiro do Sul, do Gabinete Sorocabano de Leitura e da Fundec - Fundação de Desenvolvimento Cultural.

A obra é publicada em sistema de cooperativa, reunindo escritores brasileiros e também de diversos países. Experientes ou não, participam pessoas de diferentes áreas e também pessoas que querem publicar os seus primeiros textos em um livro.

O Rodamundinho 2008 é uma coletânea infanto-juvenil que reune 25 autores (textos de crianças e adolescentes) de até 15 anos de idade. Será uma antologia (seleção de textos) reunindo poesias, contos e crônicas com o objetivo de estimular a leitura e a escrita aos jovens sem que eles precisem pagar nada por isso. Cada autor tem quatro páginas para mostrar seu talento que será publicado num belíssimo livro de 100 páginas.

Confira os nomes dos 25 participantes do livro:
André Borges Dias, André Felipe Camargo Bruni, Beatriz Rodrigues Soares, Beatriz Silvério da Rocha, Bianca Marques Milanda, Carolina Arakaki de Camargo, Felipe Giacomin, Isabela Rodrigues Rigo, Jaqueline Andressa Oliveira Manão, José Estevão Pinto de Oliveira, Joyce Souza da Conceição, Júlia Mira dos Santos, Juliana Guimarães Terse, Katherine Martins de Oliveira, Laís Castro Franco de Almeida, Larissa da Silva Vendrami, Laura de Oliveira Marchetti, Laura Mattucci Tardelli, Lucas Geraldo de Milanda Miranda, Luiz Alberto Braga Stopa, Maria Giulia Jacção Alves, Matheus Dantas, Rafaela Moreno Lopes Benevides, Roberta Rodrigues Giudice e Verônica Rodrigues S. Lima.

Fontes:
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=31&id=80511
http://www.leialivro.sp.gov.br/texto.php?uid=17920
http://www.sorocaba.com.br/acontece

Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras

ABL anuncia vencedor do Prêmio Machado de Assis 2008.

O romancista mineiro Autran Dourado é o vencedor do Prêmio Machado de Assis 2008 da Academia Brasileira de Letras.

A instituição também anunciou os ganhadores dos outros prêmios deste ano, como o ABL de Ficção, ABL de Poesia, ABL de Tradução, ABL de Literatura Infanto-Juvenil e o Prêmio Francisco Alves. Este último é conferido uma vez a cada cinco anos e atribuído a uma personalidade que se destaque no campo da Educação ou da Língua Portuguesa.

Os prêmios ABL de Cinema, ABL de História e Ciências Sociais e ABL de Ensaio foram anunciados na sessão da quinta-feira, dia 12/6.

A solenidade de entrega vai acontecer no Petit Trianon, dia 17 de julho, quando a Academia comemora 111 anos de fundação.

Vencedores de 2008

1) PRÊMIO MACHADO DE ASSIS
Autran Dourado

2) PRÊMIO ABL DE POESIA
Izacyl Guimarães Ferreira - "Discurso urbano"

3) PRÊMIO ABL DE FICÇÃO, ROMANCE, TEATRO E CONTO
José Alcides Pinto - "Tempo dos mortos"

4) PRÊMIO ABL DE LITERATURA INFANTO-JUVENIL
Daniel Munduruku - "O olho bom do menino"

5) PRÊMIO ABL DE TRADUÇÃO
Agenor Soares dos Santos
Leonardo Fróes

6) PRÊMIO FRANCISCO ALVES
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Carlos Eduardo Falcão Uchôa

Fonte:
Academia Brasileira de Letras
http://www.academia.org.br/

Oficina Poética na Escola do Escritor (SP)

OFICINA POÉTICA: UMA FORMA LIVRE DE SE EXPRESSAR E ESCREVER.

É um curso sobre poesia e sobre o fazer poético. Depois de uma reflexão sobre os conceitos e definições de Poética, respeitando as interpretações subjetivas das pessoas, levantam-se as principais dificuldades para ler poesia como à insensibilidade para compreender as figuras de linguagem.

Mostra-se que em toda lírica há um substrato social e que a poesia deleita e dá alegria profunda. As principais temáticas da poesia universal como autoconhecimento, natureza, cotidiano, infância, amor, morte e a própria poesia são exemplificadas num painel significativo de poetas e poemas inspiradores.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
-Conceitos fundamentais de Poesia
-Das dificuldades em ler poesia
-Poesia? Para quê?
-Do fazer poético
-Painel de poetas, leituras e análises de poemas de Carlos Drummond de Andrade,
Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Cora Coralina, João Cabral de Melo Neto, Adélia
Prado, entre outros.
-Produções livres

Docente: Raquel Naveira: escritora sul- mato-grossense, radicada em São Paulo, autora de diversos livros de poemas e ensaios como: Abadia, Casa e Castelo, Portão de Ferro e Literatura e Drogas- e outros ensaios. Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP e Doutoranda em Literatura Portuguesa pela USP. Membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e do PEN Clube do Rio de Janeiro.

Dias: 17 e 18 de julho de 2008
Horário: das 14h às 17h30
30 vagas
Preço Único: R$ 150,00

Sala de aulas:
Rua Mourato Coelho, 3 93 - conjunto 1 - (esquina com Teodoro Sampaio),
Bairro de Pinheiros, São Paulo, SP

Estacionamentos: em frente no Pão de Açúcar ou na Rua Fradique Coutinho, 492 (ao lado do Correio).

Escola do Escritor
escoladoescritor@escoladoescritor.com.br
http://www.escoladoescritor.com.br/
Telefone: (11) 3034-2981

Fonte:
http://www.escoladoescritor.com.br/

Literatura fantástica em Debate

13/06/2008, no sábado, a Livraria Cultura apresentou uma mesa-redonda que teve como tema a literatura de gênero chamada de Fantasia. No encontro, a presença de escritores e editores do gênero, debatidos temas como o que é fantasia; existe uma literatura de fantasia brasileira?; mercado editorial - o que é lançado no Brasil e o que é lançado no exterior - escolhas e tendências; influência de Tolkien no Brasil; novas tendências como o ''New Weird Fiction'' e a influência de escritores como Neil Gaiman, Terry Pratchett, George R. R. Martin e China Miéville.

Sobre os palestrantes:
* Ana Cristina Rodrigues é historiadora e escritora. Presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica, modera diversas comunidades virtuais sobre Ficção Especulativa. Já publicou em diversos sites brasileiros e argentinos, tem um conto na antologia argentina ''Grageas'' e, atualmente, escreve um romance de fantasia inspirado no Renascimento e nas navegações portuguesas.

* Cláudio Villa é escritor e redator, autor do romance de fantasia ''Pelo sangue e pela fé''. Há três anos mantém o blog ''Mundos de Mirr'', em que relata suas experiências, dificuldades e realizações como escritor iniciante no Brasil.

* Gianpaolo Celli é formado em Administração de empresas, editor da Tarja Editorial, escritor e estudioso de ocultismo e esoterismo. Antes de se voltar à literatura, trabalhou com quadrinhos e apresentou matérias e aventuras-solo de fantasia na revista ''Dragão Brasil''. Além de colunista de sites, é co-autor dos livros ''Necrópole - Histórias de vampiros'', ''Necrópole - Histórias de fantasmas'', ''Visões de São Paulo - Ensaios urbanos'' e dos ainda não publicados ''Histórias do tarô'' e ''Necrópole - Histórias de bruxaria''.

* Rogério de Campos foi criador e editor da revista ''Animal'', em 1987, uma das principais publicações da cultura alternativa brasileira dos anos 80. Trabalhou no caderno ''Ilustrada'' do jornal ''Folha de S. Paulo'' e nas revistas ''Bizz'' e ''Set''. Em 1993, fundou a Conrad Editora, lançando as revistas ''General'' e ''Herói'' e foi o responsável pela introdução dos mangás no mercado editorial brasileiro. Em 1989, recebeu o Prêmio HQ MIX de Melhor Editor.

* Silvio Alexandre criou e dirigiu várias coleções de literatura fantástica como a coleção Zenith e a coleção Star Trek, da editora Aleph, além do selo Unicórnio Azul, da editora Mercuryo. Foi editor executivo da Devir Livraria, especializada em livros de RPG, fantasia, ficção científica, horror e quadrinhos. Foi gerente de marketing da Conrad Editora e da Pixel Media, empresas especializadas em quadrinhos. É organizador do ''Fantasticon - Simpósio de Literatura Fantástica'' e dos Festivais de Quadrinhos da Fnac, em São Paulo, Brasília e Curitiba.

* Delfin é coordenador editorial da Editora Aleph e jornalista cultural, especializado no segmento de histórias em quadrinhos. É colaborador da ''Rolling Stone'', ''Globo Online'', ''Overmundo'', ''Universo HQ'', ''Wish Report'' e ''Paralelos''. Também já escreveu sobre o assunto para o jornal ''Correio Popular'', as revistas Semana 3 e Zero. Acumula ainda a função de diretor de arte da Mojo Books. É autor de dois livros, lançados pela cooperativa de autores Edições K: ''Kreuzwelträtsel Redux'' e ''Se eu tivesse um machado''.

* Baseado em profunda pesquisa histórica, Orlando Paes Filho estreou na literatura com o sucesso ''Angus - O primeiro guerreiro''. A série, composta de sete volumes, atravessou fronteiras, entrando nas listas dos livros mais vendidos na China, Rússia, Taiwan, Austrália, Grécia, Coréia e países da América Latina, e terá lançamento em 2008 em mais de trinta países. Em 2006, lançou o ''Diário de um cavaleiro templário'', obra que obteve elogios de renomados historiadores. Além disso, o autor participa anualmente, como expositor, da maior feira internacional de livros, a Feira Internacional do Livro de Frankfurt, na Alemanha, divulgando sua obra, sendo o único autor-expositor do evento.

Fonte:
http://www.literaturalivre.com.br/

sábado, 14 de junho de 2008

Ariano Suassuna (Auto da Compadecida)

Introdução – O Autor

Ariano Suassuna, professor da Universidade Federal de Pernambuco, e responsável por um dos mais importantes grupamentos musicais do Brasil – Armorial -,é natural da Paraíba, onde nasceu em 1927. Jornalista, escritor, crítico teatral, membro do Conselho Federal de Cultura (1968-1972), Bacharelou-se em Direito, em 1950. Escreveu diversas peças teatrais, e concluiu o Auto da Compadecida em 1955. A peça foi representada no Primeiro Festival de Amadores acionais em 1957, no Rio de Janeiro, tendo sido premiada. Com isso ganhou curso nos grandes centros teatrais do sul do País.

O AUTO DA COMPADECIDA E O ESTILO DE ÉPOCA

O teatro, isto é, o texto teatral é uma forma cultural, diferente de outras formas culturais que têm no texto seu veículo de comunicação. Uma peça teatral, portanto, não é a mesma coisa que um romance, um conto ou um poema, esses últimos indicativos de outra forma cultural, a Literatura.

Em linhas gerais, o teatro recebe um impacto muito maior dos condicionamentos de um dado momento histórico, do que, por outro lado, recebe a literatura. Esses impactos se refletem na temática, no tratamento do assunto, nas técnicas propriamente teatrais (cenarização, cenografia, ritmo, iluminação, etc.). Por outro lado, uma peça teatral pode descobrir motivos de criação em outras modalidades, essas que podem ou não interessar à Literatura.

Uma tragédia de Ésquilo, concebida nos elementos estruturais da cultura grega clássica, pode adquirir uma roupagem interpretativa moderna, e, como representação de um texto, ser perfeitamente assimilável pelo público contemporâneo, tornando-se com isso uma peça moderna.
O grande dramaturgo brasileiro, Guilherme de Figueiredo, compôs uma série de textos do teatro moderno brasileiro, que consistem na imposição de uma nova “roupagem” a determinados temas da cultura grega clássica.

Em resumo, quando tentamos verificar a que estilo de época se liga um texto teatral, deveremos fazê-lo, não em função de critérios válidos para a Literatura, mas em função de critérios possíveis para a história do teatro.

Nesse sentido, verificamos que Auto da Compadecida apresenta os seguintes elementos que permitem a identificação de sua participação num determinado estilo de época da evolução cultural brasileira:

1- O texto propõe-se como um auto. Dentro da tradição da cultura de língua portuguesa, o auto é uma modalidade do teatro medieval, cujo assunto é basicamente religioso. Assim o entendeu Paula Vicente, filha de Gil Vicente, quando publicou os textos de seu pai, no século XVI, ordenando-os principalmente em termos de autos e farsas.

Essa proposta conduz a que a primeira intenção do texto está em moldá-lo dentro de um enquadramento do teatro medieval português, ou mais precisamente dentro das perspectivas do teatro de Gil de Vicente, que realizou o ideal do teatro medieval um século mais tarde, isso no século XVI, portanto, em plano Quinhentismo (estilo de época).

2- O texto propõe-se como resultado de uma pesquisa sobre a tradição oral dos romanceiros e narrativas nordestinas, fixados ou não em termos de literatura de cordel. Propõe, portanto, um enfoque regionalista ou, pelo menos, organiza um acervo regional com vistas a uma comunicação estética mais trabalhada.

3- A síntese de um modelo medieval com um modelo regional resulta, na peça, como concebida pelo autor. Se verificarmos que as tendências mais importantes do Modernismo definem-se no esforço por uma síntese nacional dos processos estáticos, poderemos concluir que o texto do Auto da Compadecida se insere nas preocupações gerais desse estilo de época, deflagrado a partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Um modelo característico dessa síntese se encontra em Macunaíma, de Mário de Andrade, de 1927, e em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1956), entre outros.

O Estilo do Autor

Entende-se por estilo do autor a modalidade de manipulação criadora através da qual o escritor cria sua obra. O estilo do autor, portanto, é a linguagem através da qual o texto alcança sua forma final e definitiva.

Quando se faz a interpretação de uma peça teatral, o estilo do autor deve ser analisado dentro de uma perspectiva totalmente diferente daquela que adotaríamos para a interpretação do romance, do conto, da novela, do poemas – da Literatura, enfim.

Isso acontece porque a concepção do texto teatral baseia-se na finalidade do mesmo: a representação por atores. Já o texto literário é concebido para ser lido e meditado pelo leitor, assumindo, portanto, outra feição.

Feita essa observação, vamos reparar que Ariano Suassuna procura definir a forma final de seu texto através dos seguintes elementos:

1- O Autor não propõe, nas indicações que servem de base para a representação, nenhuma atitude de linguagem oral que seja regionalista.

2- O Autor busca encontrar uma expressão uniforme para todas a personagens, na presunção de que a diferença entre os atores estabeleça a diferença nos chamados registros da fala.

3- A composição da linguagem é a mais próxima possível da oralização, isto, é, o texto serve de caminho para uma via oral de expressão.

4- Os únicos registros diferentes correm, como indicados no próprio texto, por conta:
a) do Bispo, “personagem medíocre, profundamente enfatuado” (p.72), como se nota nesta passagem:
Deixemos isso, passons, como dizem os franceses” (p.74).

b) de Manuel (Jesus Cristo) e da Compadecida (Nossa Senhora), figuras desataviadas, embora divinas, porque são concebidas como encarnadas em pessoas comuns, como o próprio João Grilo:
MANUEL: Foi isso mesmo, João. Esse é um dos meus nomes, mas você pode me chamar de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele / isto é, o Encourado, o Diabo / `gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa pode persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus. (p.147)
A COMPADECIDA: Não, João, por que iria eu me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, um invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo (p.171).

5- Quatro denominações de personagens referem-se a determinados condicionamentos regionais: João Grilo, Severino do Aracaju, o Encourado (o Diabo) e Chicó. Quanto ao Encourado, o Autor dá a seguinte explicação:
Este é o diabo, que, segundo uma crença do sertão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste como um vaqueiro. (p.140)

6- Na estrutura da peça, isto é, na forma final do texto é que se revela o estilo do Autor, concebido com o a linguagem através da qual ele cria e comunica sua mensagem fundamental.

A Estrutura do Auto da Compadecida

O estudo do Auto da Compadecida pode ser feito de dois ângulos que se completam:
a) a técnica de composição teatral
b) a estrutura propriamente dita, ou a forma final do texto.

1- TÉCNICA DE COMPOSIÇÃO.
Aqui faremos as seguintes observações:

A- A peça não se apresenta dividida em atos. Como o autor dá plena liberdade ao encenador e ao diretor para definirem o estilo da representação, convém anotar que são por ele sugeridos três atos, cuja divisão ou não por conta dos responsáveis pela encenação:
Aqui o espetáculo pode ser interrompido, a critério do ensaiador, marcando-se o fim do primeiro ato. E pode-se continuá-lo, com a entrada do Palhaço (p.71).
Se se montar a peça em três atos ou houver mudança de cenário, começará a aqui a cena do Julgamento, com o pano abrindo e os mortos despertando(p.137).

B- Do ponto de vista técnico, o Autor concebe a peça como uma representação dentro de outra representação.
/.../ o Autor gostaria de deixar claro que seu teatro é mais aproximado dos espetáculos de circo e da tradição popular do que do teatro moderno (p.22).

A representação dentro da representação caracteriza-se:
a) pela apresentação do Auto da Compadecida como parte de um espetáculo circense, espetáculo esse simbolizado no Palhaço, que faz a apresentação da peça e dos atores.
b) pela apresentação do Auto propriamente dito, com sua personagens.
Como a representação ocorre num circo, o Palhaço marca as situações técnicas e estabelece a ligação entre o circo e a representação no circo.

C- Ariano Suassuna dá plena liberdade ao diretor, no que respeita à definição do cenário, que poderá “apresentar uma entrada de igreja à direita, com um apequena balaustrada ao funda /../. Mas tudo isso fica a critério do ensaiador e do cenógrafo, que podem montar a peça com dois cenário /.../” (p.21).

D- Percebe-se, portanto, que a técnica de composição da peça segue uma linha simplista, solicitada pelo próprio Autor, o que faz residir a importância da mesma apenas na proposição dos diálogos e no decurso da ação conseqüente.

2- A ESTRUTURA propriamente dita, isto é, a forma final do texto é o elemento fundamental para a compreensão da peça.

A – Personagens. A peça apresenta quinze personagens de cena e uma personagem de ligação e comando do espetáculo.
PRINCIPAL: João Grilo
OUTRAS: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro, Mulher do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, o Encourado, Manuel, A Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju, Demônio.
LIGAÇÃO: Palhaço
As personagens são colocadas em primeiro lugar na análise da estrutura da peça porque ela assumem uma posição simbólica, e é desse simbolismo que deriva a importância do texto.
· João Grilo é a personagem principal porque atua como criador de tosa as situações da peça.
· As demais personagens compõem o quadro de cada situação.
· O Palhaço, representando o autor, liga o circo à representação do Auto da Compadecida.
Organizado o quadro desses personagens, vejamos agora as características de cada uma delas.

a) JOÃO GRILO. A dimensão de sua importância surge logo no início da peça quando as personagens são apresentadas ao público pelo Palhaço. Apenas duas personagens se dirigem ao público. Uma, a chamado do Palhaço, a atriz que vai representar a Compadecida, e João Grilo.
“PALHAÇO: Auto da Compadecia! Umas história altamente moral e um apelo à misericórdia.
JOÃO GRILO: Ele diz “à misericórdia”, porque sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada” (p.24).
Mas a importância inequívoca de João Grilo na estrutura da peça define-se a partir do fato de que as situações do Auto da Compadecida são todas desenvolvidas por essa personagem:

1ª) a bênção do cachorro, e o expediente utilizado: o Major Antônio Morais. JOÃO GRILO: “Era o único jeito de o padre prometer que benzia. Tem medo da riqueza do major que se péla. Não viu a diferença? Antes era “ Que maluquice, que besteira!”, agora “Não veja mal nenhum em se abençoar as criatura de Deus!” (p.33).

2ª) a loucura do Padre João, como justifica para o Major Antônio Morais. JOÃO GRILO: /.../ “É que eu queria avisar para Vossa Senhoria não ficar espantado: o padre está meio doido”.(p.40). “Não sei, é a mania dele agora. Benzer tudo e chama a gente de cachorro”(p.41).

3ª) o testamento do cachorro. JOÃO GRILO:
Esse era um cachorro inteligente. Antes de morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer, botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até que meu patrão entendeu, coma a minha patroa, é claro, que ele queria ser abençoada e morrer como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vinha encomendar a benção e que, no caso de ele morrer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro acrescentaria no testamento dele dez contos de réis para o padre e três para o sacristão (p.63-64).

4ª) o gato que “descome dinheiro”. JOÃO GRILO: “Pois vou vender a ela, para tomar lugar do cachorro, um gato maravilhoso, eu descome dinheiro” (p.38). “Então tiro. (Passa a mão no traseiro do gato e tira uma prata de cinco tostões). Esta aí, cinco tostões que o gato lhe dá de presente”(p.96).

5ª) a gaita que fecha o corpo e ressuscita. JOÃO GRILO: “Mas cura. Essa gaita foi benzida por Padre Cícero, pouco antes de morrer” (p.122).

6ª) a “visita” ao Padre Cícero. JOÃO GRILO: “Seu cabra lhe dá um tiro de rifle, você vai visitá-lo. Então eu toco na gaita e você volta” (p.127).
Essa situação decorre da anterior, mas pode ser considerada com o independente.

7ª) o julgamento pelo Diabo (o Encourado). JOÃO GRILO: “Sai daí, pai da mentira! Sempre ouvi dizer que para se condenar uma pessoa ela tem de ser ouvida!”(p.144).

8ª) o apelo à misericórdia (À Virgem Maria). JOÃO GRILO: “Ah, isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver?” (p.169).
Observemos agora a distribuição das personagens nas situações acima definidas, situações essas todas elas deflagradas por João Grilo, como já foi observado:

SITUAÇÃO/ PERSONAGENS/ CONTEÚDO DA SITUAÇÃO

1ª) João Grilo, Chicó, Padre João: a bênção do cachorro da mulher do padeiro.Expediente de João Grilo: o cachorro pertence ao Major Antônio Morais.

2ª) João Grilo, Chicó, Antônio Morais, Padre: chega o Major Antônio Morais.Expediente de João Grilo: o Padre João está maluco, benze a todos e chama todo mundo de cachorro.

3ª) João Grilo, Padre, Mulher, Padeiro, Chicó, Sacristão, Bispo: o testamento do cachorro morto.Expediente de João Grilo: o cachorro morto, encomendado em latim e tudo mais, deixa no seu testamento dinheiro para o Sacristão, para o Padre e para o Bispo.Fonte do dinheiro: o Padeiro e sua mulher.

4ª) João Grilo, Chicó, Mulher: a mulher do Padeiro lamenta a perda de seu cachorro.Expediente de João Grilo: arranja-lhe um gato que descome dinheiro. Vende-o e faz seu lucro.

5ª) João Grilo, Chicó, Bispo, Padre, Padeiro, Frade, Sacristão, Mulher, Severino (do Aracaju), Cangaceiro: o assalto do cangaceiro Severino do Aracaju.Expediente de João Grilo: a gaita que fecha o corpo e ressuscita. A bexiga cheia de sangue.Evento especial: todas as personagens morrem, inclusive João Grilo. Salva-se Chicó

6ª) Palhaço, João Grilo, Chicó. Todas as demais personagens: Demônio, o Encourado, Manuel: ressurreição no picadeiro do circo. O Julgamento pelo Demônio, pelo Encourado e por Manuel (Cristo).Expediente de João Grilo: forçar o julgamento, ouvindo os pecadores.

7ª) Todas as personagens de A Compadecida: condenação dos pecadores. Expediente de João Grilo: apelo à misericórdia da Virgem Maria.

Pela composição do quadro acima, nota-se que em todas as seqüências a presença de João Grilo é fundamental. Daí a afirmação de que a peça gira em torno dessa personagem, do ponto de vista estrutural.

Que é João Grilo?

a) João Grilo é uma figura típica do nordestino sabido, analfabeto e amarelo.
· Habituado a sobreviver e a viver a partir de expedientes, trabalha na padaria, vive em desconforto e a miséria é sua companheira.
· Sua fé nas artimanhas que cria, reflete, no fundo, uma forma de crença arraigada na proteção que recebe, embora sem saber, da Compadecida. É essa convicção que o salva. E ele recebe nova oportunidade de Manuel (Cristo), retornando- à vida e à companhia de Chicó. É uma oportunidade inusitada de ressurreição e retorno à existência. Caberá a ele provar que essa oportunidade foi ou não bem aproveitada.

b) CHICÓ. Companheiro constante de João Grilo e, especialmente, seu diálogo. Chicó envolve-se nos expedientes de João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do que por convicção íntima. Mas é um amigo leal.

c) PADRE JOÃO, O BISPO e o SACRISTÃO. Essas personagens, embora de atuação diversa, estão concentradas em torno de simonia e da cobiça, relacionada com a situação contida no testamento do cachorro.

d) ANTÔNIO MORAIS. É a autoridade decorrente do poder econômico, resquício do coronelismo nordestino, a quem se curvam a política, os sacerdotes e a gente miúda.

e) PADEIRO e sua MULHER. Encarnam, um lado, a exploração do homem pelo homem e, de outro, o adultério.

f) SEVERINO DO ARACAJU e o CANGACEIRO. Representam a crueldade sádica, e desempenham um papel importante na seqüência de número cinco, porque nessa seqüência matam e são mortos. Com isso propicia-se a ressurreição e o julgamento.

g) O ENCOURADO e o DEMÔNIO. Julgam, aguardando seu benefício, isto é, o aumento da clientela do inferno. É importante verificar que representam, de alguma forma, um instrumento da Justiça, encarnado em Manuel (O Cristo).

h) MANUEL. É o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo e da lei. Atua como julgador final dos da prudência mundana, do preconceito, do falso testemunho, da velhacaria, da arrogância, da simonia, da preguiça. Personagem a personagem têm seu pecado definido e analisado, com sabedoria e com prudência.

i) A COMPADECIDA. É Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser que lhe dará a Segunda oportunidade da vida. Funciona efetivamente como medianeira, plena de misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê, João Grilo.

B- Estrato metafísico. Pela atuação das personagens, pelo sentido global que encima a peça, percebemos claramente que nela existe uma proposição metafísica, vinculada à Igreja Católica e à idéia da salvação.

Ao lado da significação global do texto, como estrutura, o Palhaço define essa proposição claramente.

O Palhaço realiza, nessa peça, o papel do Corifeu, no teatro clássico, e sua intervenção corresponde à parábase da comédia clássica – trecho fora do enredo dramático em que as idéias e as intenções ficam claramente expressas:

PALHAÇO: “Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua lama é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo e tem direito a certas intimidades” (p.23-24).
... Espero que todos os presente aproveitem os ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenho certeza de que todos os que estão aqui são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez, incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados, sóbrios, castos e pacientes (p.137).

A intenção moral, ou moralidade da peça, fica muito clara, desde que se torne claro, também, que essa intenção vincula-se a uma linha de pensamento religioso, e da Igreja Católica.

Problemática da Obra

Pela estrutura da peça, pudemos notar que:
1- sua intenção clara e expressa é de natureza moral, e de moral católica;
2- os componentes estruturais do texto revelam personagens que simbolizam pecados (maiores ou menores), que recebem o direito ao julgamento, que gozam do livre-arbítrio e que são ou não condenados.

Percebe-se, de outro lado, que a preocupação maior reside em compor um auto de moralidade, ao estilo quinhentista português (modelo Gil Vicente), mas seguindo alinha do teatro dirigido aos catecúmenos, do Padre Anchieta.

Para tanto, a peça se embasa em determinadas tradições localistas e regionalistas do folclore, com vistas à sua sublimação como instrumento pitoresco de comunicação com o público (que, no caso, seriam os catecúmenos).

Com isso, nota-se que a realidade regional brasileira, especificamente a realidade nordestina, está presente através de seus instrumentos culturais mais significativos, as crenças e a literatura de cordel.

O autor não pretende analisar essa realidade brasileira, mas a partir dela moralizar os homens, isto é, dinamizar nas usas consciências a noção do dever humano e da responsabilidade de cada um em relação a seus semelhantes e em relação a Deus, onisciente e onipresente.

Conclusão – Síntese

Como proposição estética, o Auto da Compadecida procura corporificar as seguintes noções:
1- a criação artística, o teatro em particular, devem levar o povo, a cultura desse povo a ele mesmo. Daí o circo, seu picadeiro e a representação dentro da representação.
2- menos do que essa realidade regional e cultural de um povo, o que importa é criar um projeto que defina idéias e concepções universais (as da Igreja, no caso) com o fim de consciencializar o público. Por esse motivo a realidade regional nordestina é, no caso, instrumento de uma idéia e não fim em si nessa;
3- criar um texto teatral é, antes de tudo, criá-lo para uma encenação, daí a absoluta liberdade que o Autor ‘da para qualquer modalidade de encenação. O próprio texto final da peça, como editado, é o resultado da experiência colhida a representação pública.

NOTA: As páginas indicadas se refere ao Auto da Compadecida, 10ª ed., Agir Editora, 1973.

Fonte:
Essa análise está no livro Vestibular-76 (1976), da Editora O Lutador-MG, edição dirigida aos exames vestibulares da UFMG. A equipe: Delson Gonçalves Ferreira, Teotônio Marques Filho, Juarez Távora de Freiras e Luís Paulo de Brito. O Lutador continua publicando a análise de livros da lista obrigatória daquela universidade mineira.
Disponível em http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/compadecida



Machado de Assis (O nascimento da crônica)

Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma dia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica.

Que eu, sabedor ou conjeturador de tão alta prosápia, queira repetir o meio de que lançaram mãos as duas avós do cronista, é realmente cometer uma trivialidade; e contUdo, leitor, seria difícil falar desta quinzena sem dar à canícula o lugar de honra que lhe compete. Seria; mas eu dispensarei esse meio quase tão velho como o mundo, para somente dizer que a verdade mais incontestável que achei debaixo do sol é que ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre mais feliz do que outra.

Não afirmo sem prova.

Fui há dias a um cemitério, a um enterro, logo de manhã, num dia ardente como todos os diabos e suas respectivas habitações. Em volta de mim ouvia o estribilho geral: que calor! Que sol! É de rachar passarinho! É de fazer um homem doido!

Íamos em carros! Apeamo-nos à porta do cemitério e caminhamos um longo pedaço. O sol das onze horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos os chapéus, abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se o enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em abrir covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazer cair a enxada. Nós enterramos o morto, voltamos nos carros, c dar às nossas casas ou repartições. E eles? Lá os achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar com a enxada. Se o sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante todas as horas quentes do dia?

Fonte:
Crônicas Escolhidas. SP: Editora Ática, 1994, e extraído de As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. RJ: Editora Objetiva, 2007. In http://www.releituras.com/

UPF concede título de Doutor Honoris Causa a Cristovam Buarque


Cristovam Buarques à esquerda

Solenidade, com a participação de autoridades acadêmicas, escritores e público, aconteceu no Centro de Eventos

Engenheiro mecânico por formação acadêmica, político, escritor e acima de tudo, professor. Por sua incansável defesa da educação no país, Cristovam Buarque recebeu, na noite de quinta-feira, 05 de junho, a maior homenagem que uma universidade pode conceder: o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Passo Fundo (UPF). A Sessão Solene do Conselho Universitário, realizada no Centro de Eventos, marcou, igualmente, a comemoração de 40 anos de inserção comunitária da UPF na região e contou com a presença de autoridades, convidados, professores, alunos e funcionários. As apresentações culturais do Núcleo Suzuki de Violinos e do Coral Universitário abrilhantaram a noite.

Cristovam Buarque nasceu em Recife e é engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Fez doutorado em Paris e é professor da UnB desde 1979. Foi eleito senador em 2002, e depois nomeado ministro da Educação em 2003. Ele é o criador da ONG Missão Criança, que tem como objetivo divulgar o programa Bolsa-Escola no Brasil e no exterior. O programa, recomendado pela ONU, é um dos mais importantes para a educação e para o combate da pobreza em todo o mundo. Ao longo de sua carreira, Cristovam já publicou mais de 20 livros e colabora com vários jornais e revistas há mais de duas décadas. Atualmente é senador da República e presidente da Comissão da Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, e também membro do Instituto de Educação da Unesco.

Na solenidade, o reitor, Rui Getúlio Soares, proponente da homenagem, destacou que a UPF amplia e aprofunda sua história ao incluir, entre os intelectuais que já receberam o título de Doutor Honoris Causa – Ariano Suassuna e José Mindlin - o nome de Cristovam Buarque. “A história que tem sido construída pelas ações de Cristovam Buarque revela a qualidade de cidadania que exerce o homem público que tem a coragem de sair pelo Brasil afora insistindo na idéia de que a grande revolução somente acontecerá pela educação, apesar da contramão que tem sido trilhada por muitas autoridades governamentais ao longo da história recente do país”, referiu.

De acordo com o reitor, a concessão do título de Doutor Honoris Causa é prerrogativa de responsabilidade de todos os integrantes do Conselho Universitário que aprovaram por unanimidade a indicação de Buarque. “Nosso homenageado, sua obra, sua contribuição decisiva para a transformação brasileira deve, de forma diferenciada, significativa, insigne, qualificar sobremaneira a construção paulatina do currículo da Universidade de Passo Fundo em seus 40 anos de existência”, lembrou.

Refundar a universidade

De um professor, uma aula sobre os desafios da universidade brasileira na atualidade. Este foi o tema da conferência ministrada por Cristovam Buarque, após o recebimento do título de Doutor Honoris Causa. Sobre a honraria, agradeceu à UPF. “Sou professor, nasci para ser professor, e, portanto, essa gentileza deixa uma marca em meu coração. Não vou me esquecer disto”, comemorou.

Cristovam Buarque falou da crise pela qual passam as universidades, garantindo que refundá-las é a única maneira de enfrentar as atuais ameaças do mundo contemporâneo. “A universidade é o local onde se pode encontrar os caminhos para mudar os rumos que a sociedade vem seguindo, as dificuldades no âmbito ambiental, vencer as desigualdades sociais, a globalização, as ameaças do ponto de vista ético, à vida no planeta. Por tudo isso, uma reforma universitária não trará soluções a todos esses problemas. É preciso refundar a universidade”, salientou.

Entre as ações que precisam ser implementadas para que esta refundação aconteça, Cristovam Buarque mencionou a necessidade de a universidade estar integrada ao mundo exterior e a existência de uma estrutura multidisciplinar que propicie a formação de profissionais capazes de entender as diversas áreas do conhecimento. “Não há como formar hoje um profissional sem chamá-lo para os problemas da sociedade atual”, pontuou. Outro desafio urgente das universidades, segundo o palestrante, é descobrir seu papel na educação de base do país e do mundo, propiciando que cada criança tenha chances iguais de desenvolver o seu potencial.

Por fim, Cristovam Buarque ressaltou que para ser professor universitário é preciso ser um discípulo, e um discípulo comprometido com a revolução da educação. “Vamos assumir o orgulho de sermos universidade com a modéstia de sermos discípulos e a missão de mudar o Brasil e o mundo”, declarou. Durante a solenidade, Cristovam Buarque esteve acompanhado por sua esposa, Gládys Buarque.

Participação

Participaram da Sessão Solene os vice-reitores de Graduação, Eliane Lúcia Colussi; de Pesquisa e Pós-Graduação, Hugo Tourinho Filho; de Extensão e Assuntos Comunitários, Cléa Bernadéte Silveira Netto Nunes; e Administrativo, Nelson Germano Beck, além de diretores de unidades acadêmicas, coordenadores de curso, professores, acadêmicos; os deputados estaduais Luciano Azevedo, Giovani Cherini e Gilmar Sossella; prefeitos e vereadores de toda a região; representantes de entidades constituídas da região; o vice-presidente da FUPF, Marco Antônio Ruas Schilling; a coordenadora das Jornadas Literárias, Tânia Rösing; e o representante do DCE, Rafael Colussi.

Fonte:
Universidade de Passo Fundo/RS
Artigo de Cristiane Sossella
http://www.upf.br/assessoria/noticias/noticia.php?codNoticia=10375
Foto: Jaques Hickmann

Luiz Antonio Aguiar (Diário de um pai de primeira viagem)

resenha por Bruno Philippsen
A iminência da chegada do primeiro filho é algo que, indubitavelmente, modifica a vida de qualquer um. Mesmo que seja um casal maduro, que ache que está completamente preparado para isso, sempre há descobertas e temores. Agora, imagine quando isso acontece para um casal jovem e que não está esperando a chegada de mais um membro na família.

É nessas circunstâncias que Rui – um homem que já passou da adolescência, mas tem mais dúvidas do que um garoto de 15 anos – conversa com sua futura filha no livro Confidências de um pai pedindo arrego, de Luiz Antonio Aguiar. Sempre se dirigindo à filha, Rui apresenta os estranhos personagens da história: Anna, a namorada estressada de Rui; Dona Laura, sogra de Rui, muito mais rabugenta que a filha; Alfa-Ômega (ou A-O) irmão de Anna que estuda muito para prestar vestibular para medicina e Seu Coisa, sogro e criatura tenebrosa que se limita a soltar alguns grunhidos, na visão de Rui.

Anna e Rui descobrem que vão ser pais e decidem morar junto, mas as coisas ficam difíceis, pois ele trabalha por conta como escritor, fazendo roteiros para HQs e escrevendo para revistas, o que infelizmente não dá muito retorno financeiro ao casal. Então eles acabam tendo uma briga, pois os pais dela – seres absolutamente estranhos e intragáveis para Rui – decidiram começar a ajudar. É esse o enredo que é contado e ao mesmo tempo vivenciado por um pai inexperiente, mesclando a narrativa com lembranças de infância e devaneios muito engraçados sobre a paternidade, para sua filha ainda no ventre materno. No decorrer do livro, o narrador acaba aprendendo com quem ele nem imagina lições muito valiosas sobre como ser um bom pai.
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Luiz Antonio Aguiar

Luiz Antonio Aguiar nasceu em 1955, no Rio de Janeiro. Mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ, resenhista em cadernos literários, animador de oficinas de leitura e redação, trabalhou durante muito tempo como roteirista de histórias em quadrinhos. Também escreveu pocket-books e atuou na área de publicidade e marketing. Tem 70 títulos publicados e ganhou diversos prêmios com seus livros, inclusive o Jabuti, em 1994, com Confidências de um pai pedindo arrego.
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Bruno Philippsen é formado em Letras - Língua portuguesa e respectivas literaturas, pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e atualmente é monitor no Centro de Referência de Literatura e Multimeios (Mundo da Leitura) da UPF.
É fácil perceber quem são os meus grandes mentores poéticos: Baudelaire, Augusto do Anjos, Fernando Pessoa, Paulo Leminski, Mário Quintana, Manoel de Barros, entre outros... Estou buscando uma voz e um estilo próprios. (ou talvez eu já os tenha... os críticos é que analisem...)
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Fontes:
Jornadas Literárias de Passo Fundo - n. 60 - 13/06/2008
http://mundodaleitura.upf.br/boletim/60/
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/laertidas

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Auto-publicação de um Livro (Como Funciona)

Introdução

Para um escritor, a auto-publicação é um conceito poderosíssimo e muito atraente. Primeiramente, é uma solução intrigante para um problema antiqüíssimo. Como levar suas palavras ao grande público - de preferência ganhando algum dinheiro ao fazê-lo? Em segundo lugar, é uma extensão singular do processo criativo. Além de colocar as palavras no papel, a auto-publicação permite ao escritor controlar todos os aspectos de ser autor de um livro - ele cria o livro e participa ativamente do processo de levá-lo ao público. É uma mistura harmoniosa, satisfatória e singular entre arte e comércio.

Obviamente não é fácil, mas hoje em dia a auto-publicação não é tão difícil como se pensa. Hoje, é possível produzir uma tiragem substancial de um livro de qualidade por aproximadamente R$12 mil.

O contexto geral

Qual o significado verdadeiro de auto-publicação?

Em sua essência, significa que, além de escrever, você cuida de tudo que uma editora cuidaria. Isso não quer dizer que você faz tudo literalmente sozinho - não vemos muitos escritores operando o prelo, por exemplo. Significa que você contribui com o necessário para ajudar a criar o livro e financia o projeto todo (com seu dinheiro ou com dinheiro emprestado).

Ou seja, auto-publicação significa que você produz e financia um pequeno empreendimento dedicado a produzir e comercializar um único produto: seu livro (ou livros, depois que você entende como funciona a coisa). Na maioria dos casos, a meta do empreendimento é ter lucro com o decorrer do tempo - criar um produto que venda bem o suficiente para cobrir os gastos de criá-lo e um pouco mais.

Esse empreendimento comercial se divide em três etapas:
1 - escrever, editar e ilustrar o livro;
2 - preparar o livro para impressão e imprimi-lo;
3 - vender o livro.

Cada uma dessas etapas engloba tomar muitas medidas e decisões individuais, como veremos.

Anatomia de um editor

Antes de falarmos da criação de um livro, vejamos os detalhes para se tornar um editor. Como auto-editor, você administra uma pequena empresa. Dependendo de onde você mora, começar um pequeno negócio significa passar por algumas etapas simples.

escolher um nome - obviamente, você precisa de um nome de editora que ninguém mais esteja usando, para evitar confusões. Você pode consultar livros e publicações para ver se há alguém usando nome escolhido. O nome deve incluir a palavra "publicação", a palavra "gráfica" ou a palavra "livros", para deixar claro aos futuros clientes o que você faz. Na maioria dos casos, você prefere algo que tenha uma certa flexibilidade, que dê margem a diversas interpretações - se o seu primeiro livro é sobre metralhadoras, não dê à sua empresa o nome de "Editora Metralhadora", porque talvez você deseje escrever sobre outro assunto no próximo livro;
obtenha uma licença comercial - No caso do Brasil, é preciso, então, abrir uma empresa em uma junta comercial como micro ou pequena empresa.
crie um logotipo - ou contrate os serviços de um ilustrador.

Além disso, você precisará de coisas fundamentais para a operação de uma empresa, por exemplo:
– uma conta bancária em nome da empresa; você não quer misturar contas empresariais com o seu orçamento pessoal; por isso, separe-os desde o início;
– papel timbrado, cartões de visita, etc;
– uma página na Internet. É preciso obter hospedagem e reservar um nome de domínio adequado;
– uma caixa postal na agência dos Correios, para que você possa receber correspondência.

Como empresário, é provável que você se enquadre em diversas deduções fiscais. Por exemplo, se você escreve em casa, parte de suas despesas domésticas são despesas de trabalho, bem como seu computador, espaço para armazenamento de livros, etc. Para obter uma lista completa do que você pode ou não deduzir, será preciso a orientação de um contador.

O início do livro

Na maioria dos casos, o primeiro passo na auto-publicação é ter uma idéia para o livro. Você pode auto-editar quase tudo que quiser, mas se deseja ter lucro, é bom considerar o seu livro não apenas como uma obra de arte, mas também como um produto vendável. Qual o público que mais se interessa pelo assunto e como chamar sua atenção?

Todos têm uma opinião sobre o que vende e não falaremos muito sobre isso aqui - faz parte do processo criativo individual pelo qual passam os auto-editores. O mais importante é que, como auto-editor, você tem que considerar as vendas como qualquer grande editora faria. A primeira etapa é ter uma abordagem para o livro que o torne valioso para o público. Entre outras coisas, isso significa quais os livros semelhantes que existem no mercado e como eles vendem.

Obviamente, o dinheiro não é tudo. Pouquíssimos livros serão campeões de venda e muitos auto-editores não estão nem um pouco preocupados em ganhar dinheiro. Mas mesmo deixando o lucro de lado, é fundamental ter um plano de negócios baseado no que você acredita que pode vender. Ou seja, não faz sentido imprimir 10 mil livros se livros como o seu costumam demorar três anos para vender mil cópias.

Além do assunto e da abordagem, um auto-editor precisa pensar sobre o livro como um produto físico real. Será um livro de capa dura ou brochura? Quantas páginas? Quanto custará? Todas essas perguntas estão inter-relacionadas, como veremos na próxima seção.

O assunto certo

É útil escolher um assunto que é sempre atual. Ou seja, as pessoas fazem filhos, isso nunca vai sair de moda. Bebês nascem o tempo todo, ano após ano; por isso, o público continua se renovando...

Quanto mais livros você tiver no mercado, mais fluxo de caixa você pode gerar. Minha idéia é continuar acrescentando livros, sem tirar nenhum. Todos são viáveis no mercado, todos geram dólares...

Ao escolher o assunto a ser publicado, além de ser importantíssimo que ele seja universal e chamativo para um enorme mercado-alvo, é também de grande relevância que os seus livros possam vender tanto nas livrarias quanto no varejo de especialidades. Nos meus livros, por exemplo, uma das boas coisas é que depois de meses tentando vendê-los, fui aceito por uma grande rede varejista em todo o país chamada USA Baby... Eles colocam meus livros ao lado do caixa e vendem muito bem ali.

Que tipo de livro?

Você não precisa saber exatamente quantas páginas seu livro terá antes mesmo de começar a escrevê-lo. Mas se você tem uma meta e sabe que tipo de livro vai criar, poderá planejar seu orçamento adequadamente.

Primeiro, a decisão mais abrangente: você quer um livro capa dura ou brochura? A impressão de livros de capa dura é bem mais onerosa e, por causa do preço de capa mais elevado, ele pode vender menos do que a brochura.

Depois de tomar essa decisão, você pode definir quantas páginas terá o livro. Pense no escopo do que você tem a dizer e verifique o número de páginas de livros com conteúdo semelhante. Mas também pense como você quer que o livro seja. Basta pegar um livro que tenha o mesmo tamanho e formato do que você tem em mente.

Quando você encontrar um bom modelo para seguir, conte o número de palavras por página. Multiplique-o pelo número de páginas. Depois, subtraia palavras das "páginas atípicas" - a primeira e a última de cada capítulo (essas não costumam ser cheias), páginas em branco numeradas e páginas no início e no final do livro. Isso lhe dará uma estimativa do número de palavras do livro. Se você calcular quantas palavras há em uma página de seu programa de processamento de texto (ou no papel, se você usar uma máquina de escrever ou se escrever à mão), você terá uma meta para o número de páginas.

Por que isso é importante? Porque é preciso pensar na psicologia do indivíduo que compra livros. Se você pretende criar um livro para presente, brochura, você não vai querer um volume de 500 páginas, porque ele ficará parecendo uma enciclopédia. Se o público-alvo tem um interesse mais casual, o livro deve ter uma aparência mais leve. Mas se você pretende lançar um manual, o futuro cliente não pensará que um livro de 100 páginas é vantajoso. Os leitores escolherão o livro mais grosso na prateleira ao lado do seu, porque ele parece mais substancial.

O preço também é importante. Mais páginas custam mais e certos múltiplos de páginas são menos onerosos do que outros. As gráficas imprimem um determinado número de páginas de cada vez - em geral, 32 páginas, frente e verso. Isso significa que é bem mais barato imprimir um livro de 320 páginas do que um de 321. Não é preciso tomar essa decisão logo no início, mas é algo a ser considerado quando você estiver com o livro quase pronto.

Tamanho é documento

Com o primeiro livro, Walter Roark reavaliou a sua escolha do tamanho do livro:
"Decidi que o primeiro livro ficou um pouco fino. O primeiro livro tem 160 páginas, ou seja, 5x32. E decidi que o segundo seria mais substancial porque o bebê de 1 a 3 anos é mais complicado do que o recém-nascido. Decidi que o livro teria 224 páginas - 7x32. Também tive a impressão de que se ele parecesse mais substancial - um pouco mais volumoso - as livrarias ficariam mais tentadas a vendê-lo. A Borders não quis pegar meu primeiro livro...

Uma coisa que entendi é que capas chamam a atenção, mas quando estão só com a lombada para fora eles somem. Por isso, pensei em fazer o livro um pouco mais volumoso - assim, ele teria uma lombada maior e não se perderia. Foi isso que eu fiz e a Borders pegou meu segundo livro
".

A criação do conteúdo

Depois que você escolhe o tipo de livro que deseja produzir, é hora de começar a escrevê-lo. A maneira mais óbvia é fechar a porta para o mundo, escrever o que você quiser e só se preocupar com a edição depois. Mostre-o à família e aos amigos quando você quiser mas, fora isso, faça do jeito que achar melhor. Você não tem que se preocupar com o editor.

Para muitos auto-editores, isso não funciona muito bem - e eles se perdem sem alguém com quem possam trocar idéias. Uma solução é contratar um editor assistente freelance. Ele tem a mesma função do editor que trabalharia com você em uma editora - você pode lhe mostrar rascunhos e esboços, e ele pode editar algumas partes para melhorar o livro. A diferença, é claro, é que você tem a palavra final e não ele. Teoricamente, a principal coisa que esses profissionais trazem para a publicação de livros é seu conhecimento especializado - um editor assistente precisa saber como criar um bom livro.

O custo de um editor assistente freelance entra em seu orçamento total para o livro. Dependendo do seu modo de trabalhar, a presença desse profissional pode lhe poupar tempo e ser um gasto que vale a pena.

Além disso, você talvez queira a ajuda de outros profissionais. Na próxima seção, falaremos das outras pessoas que você poderá incluir em sua folha de pagamento.

Solicite reforços

Além do editor assistente freelance, você pode conseguir mais ajuda durante o processo de criação do conteúdo. Talvez você precise de:
– Um ilustrador ou cartunista para as páginas internas do livro ou a capa.
– Um pesquisador de fotos para localizar fotos ilustrativas e obter permissão para usá-las.
– Um revisor para revisar o texto final, melhorar a redação e corrigir possíveis erros gramaticais ou de digitação.

A revisão é muito importante. Você pode confiar em sua própria revisão, com a ajuda de amigos e familiares, mas se quiser um texto coerente, relativamente sem erros, provavelmente terá de contratar um revisor experiente. Você ficará surpreso ao ver como é difícil encontrar todos os erros em um artigo de 1.500 palavras; imagine em um livro inteiro.

De modo geral, o período de criação diz respeito à redação, revisão e ilustrações. Mas se você estiver trabalhando no conteúdo de seu livro, também precisará fazer algumas coisas para que seu trabalho se transforme em um livro de verdade. Na próxima seção, analisaremos estas etapas simples.

Sobre a revisão

A revisão é uma parte importantíssima do processo final, porque por mais que você leia e releia o seu texto, você ficará surpreso com a quantidade de errinhos - pontuação, erros gramaticais - existentes em um manuscrito eletrônico. É incrível.

O que um livro de verdade precisa

Os componentes básicos de um livro são óbvios - páginas de texto e de desenhos, encadernadas entre as duas capas. Mas para que a sua obra seja um livro viável que possa ocupar as prateleiras de livrarias e de bibliotecas, ele precisa de mais algumas coisas. Antes de imprimi-lo, você precisa:
Obter um número ISBN - é como o número do CPF dos livros - todo livro impresso tem um número exclusivo, e as livrarias, atacadistas de livros e outros usam esse número para identificar determinados títulos. Para obter o ISBN, você preenche alguns formulários, pagar uma taxa. No Brasil, quem é responsável pelo número é a Fundação Biblioteca Nacional.
Obter um código de barras EAN - trata-se de um código de barras UPC que pode ser conseguido pela Associação Brasileira de Automação Comercial.
Definir um preço - você terá que imprimi-lo no livro; portanto, você precisa dele antes da impressão. Mas você precisará dele o mais cedo possível para que possa controlar o seu orçamento. O bom senso convencional diz que o seu livro deve custar, no mínimo, cinco vezes o valor de cada livro na produção inicial. Para calcular o preço certo, veja livros semelhantes. Na maioria dos casos, definir um preço menor do que o da concorrência não ajuda as vendas; por isso, escolha um preço médio.

Outras coisas a considerar:
– Talvez você queira solicitar comentários (aprovações) para a quarta capa de seu livro.
– Você terá que escrever o material pré e pós-textual para o seu livro - prefácio, sumário, a página sobre direitos autorais e os agradecimentos que costumamos ver no início ou no final dos livros. Veja livros publicados similares ao seu para ter uma idéia do que escrever.
– Você pode escrever uma biografia do autor para a quarta capa.

Depois que você terminar de escrever o conteúdo, é hora de colocá-lo na forma de livro. Na próxima seção, analisaremos esse processo.

Preparar para imprimir

Até agora, o seu "livro" ainda não é um livro propriamente dito - é apenas um manuscrito. A próxima etapa é converter esse manuscrito em uma forma pronta para ser impressa - a base para o que vai se tornar um livro real.

Isso é muito mais fácil hoje. Com um microcomputador de boa qualidade e o software adequado para editoração eletrônica, você pode criar um livro pronto para ser impresso na forma digital. Com esse software, é possível configurar margens e tamanho da letra para obter o número de páginas desejado.

Você não pode simplesmente enviar à gráfica um documento do Word formatado, porque esse tipo de programa de processamento de texto não é projetado para os drivers de impressão necessários para se usar uma impressora gráfica. Assim, é preciso formatar o livro usando alguns programas específicos: Quark Xpress (site em inglês) ou Adobe Pagemaker (site em inglês), por exemplo. O software não é barato, e não é fácil aprender a usá-lo, mas a pessoa versada em computação poderá compreendê-lo com relativa facilidade.

Além disso, você não pode usar uma das fontes que vem com o seu programa de processamento de texto. Para o material pronto para ser impresso, você precisa de uma fonte Postscript, além de drivers de impressão Postscript.

Para adicionar ilustrações, você precisará de um scanner de alta qualidade e um bom programa gráfico, como Adobe Photoshop (site em inglês), para que o texto fique pronto para a impressão.

Com o seu programa de editoração eletrônica, você pode montar cada página do livro. Depois, grave tudo em um CD - o arquivo de editoração eletrônica, o arquivo para a fonte que você usou e todos os arquivos gráficos. Eis o seu livro, na forma digital, pronto para a gráfica.

Para a gráfica

Depois que o seu livro estiver na forma digital, você precisa encontrar uma gráfica. Para isso, é preciso pesquisar um pouco o mercado. Faça pesquisas e encontre algumas gráficas especializadas em livros com as quais você possa trabalhar. Muitas gráficas costumam imprimir apenas folhetos - certifique-se de procurar gráficas especializadas em livros, que têm experiência no assunto.

Peça a cotação para algumas gráficas - um preço para a impressão, que a gráfica honrará por 30-90 dias - e solicite amostras de trabalhos similares feitos no local. Compare e veja quem oferece os melhores resultados com o melhor preço.

Para fazer uma cotação, você terá que decidir quantos livros deseja imprimir. Grande parte do custo da impressão está em preparar a gráfica para o trabalho. Por isso, você conseguirá um preço menor por livro se imprimir uma quantidade maior de uma só vez. Contudo, se você superestimar o número de livros que pode vender, acabará gastando muito dinheiro que não conseguirá recuperar em um período de tempo razoável. Essa é uma das decisões comerciais mais importantes que você terá que tomar, que influencia diretamente seus lucros imediatos.

Antes da gráfica imprimir o seu livro, ela deverá imprimir provas. Quando as provas ficarem prontas, é seu dever verificar cada página para que não haja erros. Qualquer coisa que não estiver em seu arquivo original é erro de impressão - a gráfica terá que consertar e arcar com as despesas. Qualquer erro que estiver em seu arquivo original é um ajuste do autor (AA), que significa que você terá que pagar por ele (embora a gráfica permita um determinado número de correções gratuitas). Depois de revisar as provas, você deve passá-las à gráfica para que façam as devidas correções.

Neste ponto, ou ainda antes, a gráfica pode imprimir provas de granel (as primeiras versões encadernadas do livro). Você poderá usá-las para começar a divulgar o livro.

Finalmente, a gráfica criará uma prova inteira do livro, e enviará as cópias à sua casa, o local de armazenamento dos livros ou qualquer outro lugar que você escolher (por exemplo, diretamente a um atacadista de livros para quem você vendeu). É hora da etapa final: divulgar e vender o livro.

Números e preço

A maioria dos auto-editores começam com uma produção de 1.000 a 5.000 livros.

Walter Roark comentou sua experiência: "Constatei que se eu quisesse imprimir 3 mil livros - que me parece um pouco ambicioso quando olho para trás, mas foi isso que eu decidi fazer, porque quanto mais livros impressos, menor o preço. Resolvi imprimir 3 mil e pedi que os enviassem ao meu escritório, no porão de casa. Foi um dia assustador.
Recebi cerca de 47 caixas com 72 livros cada, que minha mulher e eu carregamos da porta de casa até o porão. Pouco mais de dois anos depois, esvaziei a última caixa daquela primeira remessa. Já imprimi cerca de 10 mil livros até agora, desde a primeira vez, e isso aconteceu há pouco mais de três anos
".

Marketing inicial

Antes da data de publicação de seu livro, sua obra terá que chamar a atenção de algum crítico importante ou, pelo menos, começar a circular entre os formadores de opinião. Algumas etapas possíveis de marketing:
– Procure sites ou blogs que divulgam o tipo de material que você está publicando.
– Faça uma assessoria de imprensa própria, divulgando, mesmo antes do lançamento, para algumas publicações que tem um perfil de leitores semelhante ao que leria seu livro.

O marketing continuará enquanto você estiver vendendo livros. O marketing se divide em duas áreas: promover o seu livro para revendedores (por exemplo, livrarias ou feiras) e para o público real para que as pessoas possam encomendá-lo e procurá-lo nas lojas. Há dúzias e dúzias de truques e estratégias para fazer o marketing nas duas áreas. Você encontrará muitas idéias nos livros e links que aparecem na página "Mais informações", no final deste artigo.

Marketing criativo

A experiência de Walter Roark' foi que o marketing aconteceu, de certo modo, na base da tentativa e erro - algumas coisas funcionaram, outras não. Ele deu algumas orientações:

"Constatei que gastar o tempo de maneira abrangente é melhor do que trabalhos detalhados, tentando vender um livro de cada vez. Quando aloco os meus dólares para o orçamento promocional, tomo o máximo cuidado e sigo aquilo que funciona. Constatei que enviar postais é muito bom. É uma ótima opção de mala direta, com custo razoável; por isso, eu os envio aos bibliotecários.

Eis uma coisa que não valorizei muito no início - o mercado das bibliotecas. Um livro na biblioteca é lido por muitas pessoas; por isso, um único exemplar chega a diversas pessoas
".

Vendas

Quando finalmente chega a data de publicação, você tem apenas uma tarefa: fazer com que as pessoas comprem o seu livro. Para compradores individuais de livros, isso é simples. Eles pagam o preço de capa, você registra a transação e envia ou entrega pessoalmente o livro. Mas os compradores individuais de livros formam o menor grupo de sua base de clientes. Os seus principais clientes são:
– livrarias independentes;
– atacadistas, que recebem pedidos de muitas livrarias; eles só compram o que precisam ou que esperam precisar;
– distribuidores, que compram livros para revendê-los às livrarias;
– distribuidores exclusivos, que cuidarão de tudo que a venda de seu livro engloba em troca do direito exclusivo de distribuição;
– vendedores de livros virtuais.

Dois novos fatores entram na questão com esses clientes - descontos e devoluções. Para garantir o lucro, os vendedores de livros sempre compram livros bem abaixo do preço de capa, e a maioria se reserva o direito de devolver os livros que não consegue vender. Se os livros não estiverem danificados, você tem de devolver o dinheiro ao comprador. Há também quem venda em consignação, ou seja, você entrega o livro e só recebe se o livro for vendido.

Você precisará de um contrato de termos e condições que defina, com detalhes, como você administrará a transação - quais os descontos que você oferece, como você lida com as devoluções, como você faz a cobrança, etc. Os seus termos e condições dependem apenas de você, mas você terá que tratar determinados tipos de compradores de certa forma para fazer negócios. Por exemplo:
– as livrarias individuais geralmente têm 40% de desconto do preço de capa;
– atacadistas e distribuidores em geral têm 50 - 55% de desconto do preço de capa;
– distribuidores exclusivos têm 62 a 67% do preço de capa.

Vender é um processo contínuo que pode durar anos (sem tomar muito tempo). Quando a sua primeira remessa de livros acaba, e ainda há demanda, você volta à gráfica para pedir a próxima remessa. Se o seu livro realmente fizer sucesso, talvez você consiga um bom negócio com uma editora maior capaz de aumentar o nível de suas vendas. No decorrer dos anos, muitos autores bem-sucedidos usaram esse caminho para entrarem na tela de radar das editoras.

O melhor momento de escrever um livro costuma ser no início do processo - quando estamos sentados ao computador, transformando nossas idéias em palavras. Por outro lado, o melhor momento da publicação acontece depois que fazemos todo o trabalho - quando recuperamos nossos custos iniciais, e cada livro vendido é dinheiro que entra em nosso bolso. Essa é a recompensa máxima de um auto-editor.

Fonte:
Como funciona a auto-publicação. por Tom Harris - traduzido por HowStuffWorks Brasil
http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/auto-publicacao4.htm

XXI Jogos Florais e IX Jogos Florais Estudantis de Ribeirão Preto

Promoção:
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
Secretaria Municipal da Cultura
Secretaria Municipal da Educação
Instituto do Livro de Ribeirão Preto
União Brasileira de Trovadores – UBT – seção de Ribeirão Preto
*******************
Ribeirão Preto formosa,
calor, trabalho, cultura,
rosa vermelha mimosa,
sonho, progresso, ventura.
Ivan Augusto de A. Teixeira
*******************
XXI Jogos Florais
Tema Nacional: Inclusão
Vencedores (Troféus)

1º lugar
Tenham todos terra e teto,
sem preconceito ou fronteira
e que haja amor, não decreto,
para a inclusão verdadeira!
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo-SP)

2º lugar
Para que o mundo, em projeto,
possa alcançar seu maná,
falta a inclusão desse afeto
que você tem...mas não dá!
José Ouverney (Pindamonhangaba-SP)

3º lugar
Uma ovelha desgarrada,
o pastor traz pela mão;
não a deixa abandonada,
dando o exemplo da inclusão
Marina Gomes de Souza Valente (Bragança Paulista-SP)

4º lugar
Inclusão... um laço estreito,
que ao unir duas metades,
deixa de fora o defeito
para exaltar qualidades!
Neide Rocha Portugal (Bandeirantes-PR)

5º lugar
Meu Deus, que eu não seja omissa
na luta pela inclusão,
pois quem clama por justiça
é Teu filho...e é meu irmão.
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo-SP)

Tema Nacional: Inclusão
Menções Honrosas (Medalhão Dourado)

1º lugar
Que maravilha a utopia
Do Profeta da Inclusão:
– Lobo e cordeiro, algum dia,
juntos e em paz viverão!
Antônio Augusto de Assis (Maringá-PR)

2º lugar
Que um dia eu tenha a certeza
da inclusão de algum roceiro
(que põe fartura na mesa)
à mesa... do fazendeiro!.
Neide Rocha Portugal (Bandeirantes-PR)

3º lugar
A inclusão dos excluídos
fará desta humanidade
terra dos enriquecidos,
paraíso da igualdade.
Alfredo Barbieri (Taubaté-SP)

4º lugar
Cada letra é uma semente
e cada livro um rosal,
que leva toda esta gente
a uma inclusão social.
Walneide Fagundes de Souza Guedes (Curitiba-PR)

5º lugar
Esta inclusão social,
não é se dar uma esmola;
é auto-estima pessoal,
documento, emprego, escola.
Francisco Neves de Macedo (Natal-RN)

Tema Nacional: Inclusão
Menções Especiais (Medalhão Prateado)

1º lugar
A caridade é inclusão
no mais profundo sentido...
e a inclusão é o coração
que quer o irmão... “incluído”.
Héron Patrício (São Paulo-SP)

2º lugar
É urgentíssima a inclusão
dos deserdados da vida,
dai-lhe a terra e a certidão,
identidade e guarida.
Francisco Neves de Macedo (Natal-RN)

3º lugar
Realiza meu ideal,
aceita minha inclusão,
não no campo social,
mas, neste teu coração!
Francisco Neves de Macedo (Natal-RN)

4º lugar
Inclusão é tema quente
uma questão bem falada
na boca de toda gente,
mas ninguém resolve nada.
Antônio José Barradas Barroso (Parede-Portugal)

5º lugar
O talento é a garantia
da natural inclusão;
sobretudo se se alia
ao trabalho e à educação.
Antônio Augusto de Assis (Maringá-PR)

Tema Municipal: Respeito
Vencedores (Troféus)

1º lugar
Na trova, mais que respeito
quero rima definida,
para dizer do meu jeito
tudo de bom que há na vida.
Sueli Tornici

2º lugar
Respeito, grande valor,
hoje está quase em desuso,
jovens carentes de amor,
dele nunca fazem uso.
Wanda Duarte da Silva

3º lugar
Nos lares onde há respeito
brota a paz, cresce a união
num clima de amor perfeito
da família em construção.
Rita Marciana Mourão

4º lugar
Na poesia que componho,
O que me importa é o respeito
Em transmitir o meu sonho,
Por um mundo mais perfeito.
Sueli Tornici

5º lugar
Se no lar mora o respeito,
Há paz nele certamente,
Esse valor é perfeito,
Para se unir toda gente.
Wanda Duarte da Silva

Tema Municipal: Respeito
Menções Honrosas (Medalhão Dourado)

1º lugar
Num lar pobre, mas honrado,
meu pai feliz a seu jeito
humilde, sem ser letrado,
me ensinou o que é respeito.
Rita Marciana Mourão

2º lugar
Respeito pela criança,
pelo ambiente e pelo idoso,
devolve-nos a esperança
num futuro mais ditoso.
Fátima R. F. Starling

3º lugar
Quando falo de respeito...
quanto choro derramei,
sozinha, triste no leito,
traída, por quem amei!
Elisa Alderani

4º lugar
Vejo falta de respeito
em todo lugar que ando;
gente que tem preconceito
vai existir até quando.
Leda Pereira

5º lugar
O respeito é uma virtude
que, devemos cultivar
em cada gesto e atitude,
presente ele deve estar.
Elza Mora

Tema Municipal: Respeito
Menções Especiais (Medalhão Prateado)

1º lugar
Respeito é o trato sutil
que o ser humano cultiva
e se torna mais gentil
em tudo que faça ou viva.
Nilton Manoel

2º lugar
“Respeito é bom e eu gosto”
é um adágio popular;
nesse valor sempre aposto,
o mundo vai melhorar.
Wanda Duarte da Silva

3º lugar
Nossa luta pela paz
começa com o respeito
do cidadão que é capaz
de buscar o seu direito.
Sebastiana Cangussu Parente

4º lugar
Quando o homem é de respeito
todos sentem segurança,
ele emana do seu jeito
o perfume da confiança.
Elisa Alderani

5º lugar
A melhor coisa na vida,
é manter sempre o respeito,
pela pessoa querida.
vivendo bem e direito.
Eliane Aparecida Pereira

XXI JOGOS FLORAIS ESTUDANTIS
Tema: Escola
Vencedores (Troféus)

1º lugar
Tenho lá na minha escola
professor bom pra valer
quem não pensa só em bola
vai conseguir aprender.
Jório Luiz Silva Maciel / 5ª E.M.E.F. "Eponina de Brito Rossetto”

2º lugar
No Maracanã tem bola,
São Paulo poluição
Ribeirão Preto a Escola
que me deu educação
Vitor Raimundo / 7ª E.M.E.F. "Eponina de Brito Rossetto”

3º lugar
Se quiser uma homenagem
então tem que merecer
quer dicas de aprendizagem
na escola você vai ter.
Natália de Moraes Reis Martinez / 6ª E.M.E.F. "Eponina de Brito Rossetto”

4º lugar
Escola parte de casa,
escola para aprender,
escola que nos dá asa,
escola para viver.
Laura Cacheta / SESI

5º lugar
Na escola vou estudar
aprender ler e escrever
mas eu vou me dedicar
que eu aprendo a aprender
Jean Mário Shuzi Nogueira / 8ª E.M.E.F. “Geralda de Souza Espin”

Menções Honrosas
(Medalhão Prateado)

1º lugar
Em busca da aprendizagem
na faculdade eu irei
em busca de uma viagem
na escola me formarei
Alexandre Luis F. M. Júnior/ E.E. “Prof. Walter Ferreira”

2º lugar
Uma escola diferente
e que eu gosto muito juro
eles ensinam a gente
a ser alguém no futuro
Vivianne Pozzer Batista / 8ª E.M.E.F. “Dr. Paulo Montserrat Filho”

3º lugar
Penso na escola que traz
o futuro dessa gente
penso no aluno que faz
tudo delicadamente
Quésia Carrenha da Silva / E. E. “Prof. Walter Ferreira”

4º lugar
A escola é a melhor lição
onde se ensina o saber
por isso de coração
eu estudo e com prazer
Hendrich Gustavo L. Filho / 5ª E.M.E.F. "Eponina de Brito Rossetto”

5º lugar
Na escola posso adquirir
Bastante conhecimento
Assim eu vou possuir
um pouco de entendimento
Bruna Thais R. M. de Souza / 6ª “E.M.E.F. Eliza Duboc Garcia”

Menções Especiais
(Medalhão Dourado)

1º lugar
A escola é o melhor lugar
onde vou para aprender
para depois me formar
na vida poder vencer.
Ingrid Priscila Gandini / E.M.E.F. "Eponina de Brito Rossetto”

2º lugar
Eu quero um belo futuro
sempre irei aquela escola.
Para não ser vagabundo,
para não pedir esmola.
Fagner Guimarães Oliveira / E.M.E.F. “Geralda de Souza Espin”

3º lugar
A Escola Walter Ferreira
é uma coisa sem igual,
lá tem muita brincadeira
é uma escola bem legal.
Juliana Zonato Camillo / E.E. “Prof. Walter Ferreira”

4º lugar
Na escola muita atenção
ter amigos de verdade
tratando com emoção
sem nenhuma falsidade.
José Vitor dos Santos Serrano / (8ª série) E.M.E.F. “Alcina dos Santos Heck”

5º lugar
Pela escola amor profundo
aprendemos a lição
posso ter até o mundo
quando tenho educação!
Rejane Jesus Brito - E.M.E.F. / “Geralda de Souza Espin”

Fonte:
Colaboração de A. A. de Assis com
Livro dos Jogos Florais de Ribeirão Preto – 2008
Patrocínio Cultural: COC – Sistema de Ensino