sexta-feira, 24 de maio de 2024

Recordando Velhas Canções (The House Of The Rising Sun = A Casa do Sol Nascente)


 Composição: Alan Price

Há uma casa em Nova Orleans
There is a house in New Orleans
Eles a chamam de Sol Nascente
They call the Rising Sun
E tem sido a ruína de muitos garotos pobres
And it's been the ruin of many a poor boy
E, Deus, sei que sou um deles
And God, I know I'm one

Minha mãe era costureira
My mother was a tailor
Ela costurou meu novo jeans azul
She sewed my new blue jeans
Meu pai era um apostador
My father was a gamblin' man
Em Nova Orleans
Down in New Orleans

Agora, a única coisa que um apostador precisa
Now the only thing a gambler needs
É uma mala e um porta-malas
Is a suitcase and a trunk
E o único momento em que se sente satisfeito
And the only time he'll be satisfied
É quando está completamente bêbado
Is when he's all drunk

Oh, mãe, diga aos seus filhos
Oh, mother, tell your children
Para não fazerem o que eu fiz
Not to do what I have done
Desperdiçar a vida com pecados e tristeza profunda
Spend your lives in sin and misery
Na Casa do Sol Nascente
In the House of the Rising Sun

Bem, estou com um pé na plataforma
Well, I got one foot on the platform
E o outro pé no trem
The other foot on the train
Estou voltando para Nova Orleans
I'm goin' back to New Orleans
Para usar aquele grilhão
To wear that ball and chain

Bem, há uma casa em Nova Orleans
Well, there is a house in New Orleans
Eles a chamam de Sol Nascente
They call the Rising Sun
E tem sido a ruína de muitos garotos pobres
And it's been the ruin of many a poor boy
E, Deus, sei que sou um deles
And God, I know I'm one
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

A Melancolia e o Alerta em 'The House Of The Rising Sun'
A canção 'The House Of The Rising Sun', interpretada pela banda britânica The Animals, é um clássico do folk rock que se destaca por sua melodia sombria e letra carregada de arrependimento e advertência. A música fala sobre uma casa em Nova Orleans, conhecida como Rising Sun, que teria sido a ruína de muitos jovens pobres, incluindo o narrador da história. A narrativa é construída em torno da figura de um homem que reconhece os erros de sua vida, marcada pelo jogo e pela bebida, e que lamenta o caminho que escolheu seguir.

A letra da música apresenta uma forte carga emocional, onde o narrador reflete sobre as escolhas de sua vida. A referência à mãe, que era costureira, e ao pai, um jogador, sugere um contraste entre o trabalho honesto e a vida de vícios. A casa do sol nascente, ou 'House of the Rising Sun', é frequentemente interpretada como um bordel ou um bar, lugares associados ao pecado e à perdição na época em que a música foi popularizada. A música serve como um aviso para que outros não sigam o mesmo caminho de 'pecado e miséria'.

A canção, com sua melodia envolvente e acordes de guitarra marcantes, tornou-se um ícone da década de 1960 e é considerada uma das maiores gravações de todos os tempos. A interpretação de Eric Burdon, vocalista dos The Animals, é carregada de emoção, transmitindo a sensação de arrependimento e desolação que a letra sugere. 'The House Of The Rising Sun' é uma música que transcende gerações, mantendo-se relevante pela sua poderosa mensagem de cautela contra os perigos de uma vida desregrada.

Como Escrever uma História Curta e Engraçada – 3


Escrevendo o conto

1. Defina os elementos da história logo no início.

Em toda as histórias, o leitor deverá compreender quais personagens estão envolvidas e onde o enredo se desenvolve, além de ter uma certa ideia do assunto tratado pela trama. Isso também vale para os contos engraçados, mas com a adição do elemento humorístico.

Não deixe os leitores tentando adivinhar alguma coisa por muito tempo ou eles poderão desistir do conto.

O início de qualquer conto deve definir o cenário e apresentar pelo menos uma personagem.

Descreva onde a trama se passa, mas tente tornar a descrição relevante. Encontre meios de extrair tensão ou humor do ambiente, tanto quanto for possível.

Considere como e quando os elementos humorísticos da história se desenvolveram e tente sugerir uma dica do que vai acontecer logo no início do conto.

Lembre-se de que o início do conto deve apresentar alguma coisa, quer seja um elemento de tensão, uma fonte de humor ou algo que será vital para a história mais adiante.

2. Torne as coisas complicadas e engraçadas no meio do conto.

Esse é o ponto em que as coisas começam a se complicar dentro da história. Em um conto de humor, o meio da trama também propicia uma quantidade razoável de comédia ou o forte estabelecimento de um elemento engraçado que ainda esteja por vir.

Provavelmente, a parte intermediária do conto será também a mais longa. Faça as palavras valerem a pena, tornando as coisas interessantes para uma ou mais personagens nesse momento.

A tensão deverá complicar as vidas dos protagonistas e formar o arco básico do enredo.

Ela costuma surgir de situações de conflito, geralmente entre o protagonista e alguma outra pessoa, ele mesmo, a natureza, a tecnologia, a sociedade, Deus ou deuses.

O autor pode incorporar um elemento humorístico derivado da tensão, ou optar por inclui-lo como uma espécie de alívio cômico, que acompanhará a tensão para não deixar o texto sério demais.

3. Encerre a história com um final curto.

Você não terá muitas linhas para criar um encerramento longo e extenso se estiver escrevendo um conto. As coisas precisam se resolver em tempo hábil e o humor deve surgir com força nesse momento (principalmente se a seção intermediária foi usada para desenvolver o elemento humorístico).

A tensão precisa se resolver rapidamente, e o humor pode surgir a partir desse desenlace ou simplesmente acompanhá-lo. 

Tente criar um final conciso.

Lembre-se de que, enquanto estiver trabalhando na criação de um conto humorístico, talvez você precise reduzir alguns elementos até chegar à essência de cada um deles.

O final deverá ter cerca de um parágrafo e o leitor precisará encontrar um certo alívio e senso de humor na frase de encerramento.

4. Desenvolva um diálogo realista.

Agora que criou personagens plausíveis, você precisa fazer com que elas se comuniquem de forma realista. Em um texto de qualidade, os leitores conseguem ouvir o diálogo e não pensam consigo mesmos, "Esta é uma obra de ficção".

Pense na forma como as pessoas falam umas com as outras. Leia os diálogos do texto em voz alta e se pergunte: "As pessoas realmente falam esse tipo de coisa?".

Um bom diálogo vai empurrar a narrativa para a frente. Evite ser redundante ou afirmar coisas óbvias.

Os diálogos de qualidade evidenciam muito bem a personalidade de cada personagem (incluindo a forma como ela interage e trata as outras pessoas).

Não encha as etiquetas de diálogo (as ações que acompanham as linhas faladas) com detalhes. Por exemplo, em vez de dizer: "O que devemos fazer?", perguntou, olhando nervosamente e compulsivamente para o chão, tomando o cuidado de não olhar nos olhos dela, tente algo mais simples como: "O que devemos fazer?", ele perguntou sem tirar os olhos do chão.

5. Cubra o assunto completamente e em poucas linhas.

Esse é um dos aspectos mais difíceis da criação de contos.

Vendo de fora, a criação de um formato literário mais longo (como um livro) pode parecer mais difícil, mas um bom conto precisa cumprir as mesmas tarefas de um livro dentro de um espaço muito menor.

Todos os elementos precisam se combinar de maneira eficaz no final e, além disso, seu conto precisa de elementos de humor. 

Talvez você tenha grandes ideias para a trama da história, mas é importante lembrar que, quando escrevemos um conto, nosso espaço é limitado.

Não deixe de explorar ou cumprir os elementos da ideia central. A história deverá analisar plenamente o tema ou as ideias apresentadas ao final do conto.

Você poderá eliminar elementos e palavras não essenciais para reduzir a história.

A ideia terá sido totalmente explorada quando você tiver dito (direta ou indiretamente) tudo o precisa dizer a respeito dela. 

Por exemplo, um autor precisará de muito espaço para cobrir adequadamente a complexidade das relações humanas. No entanto, você poderia capturar um momento entre duas pessoas e escrever sobre algum aspecto da amizade (como perdoar os amigos por fazerem ou dizerem coisas ofensivas) dentro de um conto.

6. Concentre-se no essencial quando estiver escrevendo.

Escrever um conto de humor poderá ser difícil para um autor que não esteja familiarizado com a criação de obras mais curtas. Não importa se você quer resumir um texto longo ou expandir um enredo breve, concentre-se nos elementos mais importantes da história.

Algumas pessoas preferem criar histórias mais longas e então reduzi-las até um conto, já que isso garante uma trama completa.

Outros escritores preferem começar com um enredo curto e expandi-lo conforme necessário.

Essa técnica facilita a criação de textos curtos e poupa o escritor do estresse de precisar decidir o que cortar na versão final.

Não existe nenhuma receita certa ou errada para a criação de um conto de humor, portanto, faça o que funcionar melhor no seu caso.

Seja qual for a sua abordagem, assegure-se de que a trama esteja completa, as ideias e os personagens bem desenvolvidos e que o humor seja entregue de forma satisfatória.

continua… Revisando a história

Fonte> wikihow 

quinta-feira, 23 de maio de 2024

José Feldman (Analecto de Trivões) 29

 

Antonio Brás Constante (Por que eles preferem os carros e elas a casa?)

Por que os homens gostam tanto de carros, enquanto as mulheres preferem o conforto de um lar? Muitos dizem que isto acontece devido à maneira como ambos (homem e mulher) são geralmente criados. Enquanto a casa é uma espécie de porto seguro para elas, o carro fornece toda liberdade de que eles precisam, e ainda pode sempre ser trocado por outro modelo mais moderno. De preferência novo. Virgem.

O automóvel é o companheiro de aventuras e desventuras do sexo masculino. O homem sente-se como um cowboy do asfalto. Já a casa é o castelo onde vive a rainha do lar. Sendo em muitos casos, também sua masmorra. Uma caixinha de joias onde o marido guarda sua preciosa amada, como se ela fosse um objeto de porcelana. Uma porcelana frágil que lava, passa, varre, cozinha etc.

A casa é um bebezão para a mulher, um gigantesco bebê que deve ser arrumado, limpo e decorado. É sua obra-prima, um mosaico artístico em forma de lar. Uma grande parte das coisas que estão ali, foram presentes recebidos ou peças arrumadas por ela. Os eletrodomésticos, a posição dos móveis, quadros, alimentos, panos de chão, material de limpeza, etcetera e tal. A casa é uma extensão de seu ser, onde o marido é um organismo estranho, que deve ser suportado (porque em alguns raros momentos consegue ser útil, como, por exemplo, para cuidar do pátio e ajudar na recolocação dos móveis mais pesados, ou para pendurar as cortinas). Porém, ele tem que entender que o seu cantinho deve se limitar ao sofá da sala, e de preferência sem colocar os pés na mesinha de centro.

Para o homem, o carro é um tipo de máquina dos sonhos, cheia de curvas, bastando inserir a chave e pronto, ela já estará prontinha para acompanha-lo aonde ele for, fazendo tudo que mandar, sem necessidade de discutir a relação ou perguntando a ele se está gorda. Quando passeia com sua máquina sobre rodas, muitos ficam olhando-o cheios de inveja, acompanhando com os olhos vocês passarem, deixando-o cheio de orgulho de sua maravilha mecânica.

Claro que as mulheres tem atributos que um carro não dispõe. Porém, se ao menos elas fossem tão simples de lidar como um automóvel, o mundo se transformaria em uma auto-estrada sem engarrafamentos e sem pardais. Onde a vida do homem seria algo bem mais fácil e feliz.

Para uma boa parte das mulheres o homem ideal deveria ser como um liquidificador, que agiria no nível de eficiência (e potência) que elas quisessem, estando sempre pronto e limpinho na hora que elas precisassem, e quando não ele não fosse mais necessário bastaria desligá-lo e guardá-lo, sem maiores transtornos, e sem necessidade de ouvir roncos, ou recolher suas roupas espalhadas pelo chão, entre outras tantas “falhas” masculinas.

Talvez no futuro os homens possam ser trocados por práticos “robôs serviçais”, e as mulheres sejam substituídas por delirantes veículos, com acessórios para suprir todas (eu disse TODAS) as necessidades do sexo masculino. Tudo feito de forma fria e eficiente. A partir desse momento, talvez ambos enfim descubram o quanto eram felizes e não sabiam, quando partilhavam de suas imperfeições com as suas caras metades, que seriam taxadas de obsoletas em um futurístico e solitário mundo moderno.

Fonte: Recanto das Letras – 31.08.2008
https://www.recantodasletras.com.br/humor/1155407

Vereda da Poesia = 15 =


Trova do Espírito Santo

Humberto Del Maestro
Serra/ES

Trova é momento de vida,
não se rende a itinerário
e já nasce colorida
no cenário literário.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Poema de Portugal

Sophia de Mello Breyner Andresen 
Porto, 1919 – 2004, Lisboa

RETRATO DE UMA PRINCESA DESCONHECIDA

      Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
 Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
      Para que a sua espinha fosse tão direita
         E ela usasse a cabeça tão erguida
    Com uma tão simples claridade sobre a testa
 Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
     De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
     Servindo sucessivas gerações de príncipes
         Ainda um pouco toscos e grosseiros
            Ávidos cruéis e fraudulentos

         Foi um imenso desperdiçar de gente
        Para que ela fosse aquela perfeição
           Solitária exilada sem destino
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Triverso do Rio de Janeiro

Hermoclydes Siqueira Franco
Niterói/RJ, 1929 – 2012, Rio de Janeiro/RJ

A maré alta devolve
plásticos e pneus,
mas não devolve a "vergonha"!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Poema do Paraná

André Carneiro
(André Granja Carneiro)
Atibaia/SP, 1922 – 2014 , Curitiba/PR

FLORESTAS QUEIMADAS

0 correto é sinuoso.
Atravessar o asfalto de olhos fechados
economiza tardias agonias sem alvo.
Cada palavra gritada
tem dicionário diverso.
Letras deslizam pelos olhos,
o som o dente mastiga,
a vogal mordida perfura o tímpano,
o ‘não’ salta dos lábios
como um rato assassino.
Há um jeito de perfumar sentenças,
mostrar o mel de virgens letras obscenas.
Como os caninos das serpentes,
há letras molhadas
com o ácido corrosivo
do olhar sem brilho.
Calada, sei quando ela
pensa em nuvens macias
ou estrangula insetos
com os pés em curva.
Faço versos com verbetes alheios.
Arrisco confundir
finjo com pretendo,
loucura com a doçura
do momento em segredo,
o espelho no teto e a porta fechada.
Alienígenas sem lábios, canetas e livros
transmitem o que pensam.
Nossas palavras ditas ou escritas
são ininteligíveis fora deste uni
verso de primatas solitários,
sem dinossauros nas
florestas queimadas.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Uma Aldravia de Minas Gerais

Gilberto Madeira Peixoto
Belo Horizonte/MG

amar
é
buscar
um
novo
horizonte
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Poema do Rio Grande do Sul

Mário Quintana
(Mário de Miranda Quintana)
Alegrete/RS, 1906 – 1994, Porto Alegre/RS

ESTE QUARTO... 
(para Guilhermino César)

Este quarto de enfermo, tão deserto
de tudo, pois nem livros eu já leio
e a própria vida eu a deixei no meio
como um romance que ficasse aberto...

que me importa este quarto, em que desperto
como se despertasse em quarto alheio?
Eu olho é o céu! imensamente perto,
o céu que me descansa como um seio.

Pois só o céu é que está perto, sim,
tão perto e tão amigo que parece
um grande olhar azul pousado em mim.

A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Trova do Paraná

A. A. de Assis
Maringá/PR

De barro se faz o homem, 
e de luz principalmente. 
O barro, os anos consomem; 
a luz eterniza a gente!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Soneto de Minas Gerais

José Tavares de Lima 
Juiz de Fora/MG

POESIA, MEU REFÚGIO 

Sinto a tua presença nos meus passos,
a tua sombra acompanhar a minha;
e nas horas de insônia e de cansaços,
que a tua mão furtiva me acarinha…
 
Quando curvado ao peso dos fracassos,
a dor dos desenganos me espezinha,
eu te chamo inquieto, abrindo os braços
como quem de loucura se avizinha!
 
E, se a chamar-te quase sempre vivo
é porque sabes ser o lenitivo
que suaviza aquela dor medonha…
 
E acho em ti, poesia benfazeja,
o refúgio feliz que o aflito almeja,
e o mundo alegre que o poeta sonha!…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Epigrama de Minas Gerais

Padre Celso de Carvalho
Curvelo/MG, 1913 – 2000, Diamantina/MG

Se toda ilusão frustrada
se tornasse assombração,
que casa mal assombrada
não seria o coração!

= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Décima do Ceará

Nemésio Prata
(Nemésio Prata Crisóstomo)
Fortaleza/CE

SOLIDARIEDADE!

Oh! Deus meu, que estás no céu,
diga-me, qual o destino
desta menina (ou menino!),
que vive jogada ao léu
sem solado e sem chapéu?
Que Tu me dês, de verdade,
um pingo de caridade
pra que eu leve à esta criança
uma nesga de esperança.
Isto é: Solidariedade!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Trova de Portugal

Olívia Alvarez Miguez Barroso
Parede/Portugal

Quando a esperança se alia
ao conceito de beleza,
há folhas de poesia
a pairar na natureza.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Soneto do Rio de Janeiro

Adelmar Tavares
Recife/PE, 1888 – 1963, Rio de Janeiro/RJ

FRANCISCO, MEU PAI

Como que o vejo... O chapelão caído
Sobre a cabeça branca de algodão...
Buscando o campo, — o dia mal nascido,
Voltando à casa, o dia em escuridão.

Lavrador, fez da terra o ideal querido.
"Meu filho, a terra é que nos dá o pão",
Dizia-me. E cavava comovido,
A várzea aberta para a plantação...

Mas um dia, eu, pequeno, vi, cavando,
Sete palmos de campo, soluçando,
Uns homens rudes... Tempo que já vai!

"Francisco, adeus"! Diziam repetindo.
Meu pai desceu de branco... Ia dormindo
Fechou-se a terra... E não vi mais meu pai!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Haicai de São Paulo

Sonia Regina Rocha Rodrigues 
Santos/SP

BORBOLETA

Encantada, eu paro –
Migração de borboletas
esconde a paisagem.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Soneto do Rio Grande do Norte

Francisco Neves de Macedo
Natal/RN, 1948 – 2012

A TROVA

Momento maior de qualquer trovador
é quando ele faz uma trova inspirada,
e evoca a paixão da mulher, a sua amada,
com versos perfeitos falando de amor.

Esteja onde esteja, vá aonde ele for,
a trova será sua luz, sua estrada...
É faixa de luz de si mesmo emanada,
ciência suprema que vem do Senhor!

São só quatro versos com rimas perfeitas
Cruzadas, reais, pelos vates eleitas,
o amor burilado com plena emoção.

Sem trova a poesia seria incompleta,
e o bom trovador tão somente poeta...
Enorme vazio no meu coração!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Trova Premiada em Natal/RN, 2009 

Rodolpho Abbud 
Nova Friburgo/RJ, 1926 – 2013

A violência e outras formas 
de opressão, mesmo discretas, 
não conseguem ditar normas 
aos corações dos poetas! 
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Poema do Rio Grande do Sul

Suely Braga
Osório/RS

A GOTA

A gota rola na face
não é colírio
não é orvalho
A gota é uma 1ágrima
vertida
sentida
que expressa dor
ou alegria.
A gota mergulha no oceano
das emoções
das angústias
dos corações
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Quadra Popular

Com pena peguei na pena
para com pena escrever,
com pena escrevi penas,
com penas hei de morrer.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Gabinete* da Paraíba

Otacílio Batista
(Otacílio Guedes Patriota)
São José do Egito/PE, 1923 – 2003, João Pessoa/PB

O povo deseja ouvir
     Um Gabinete bonito;
     Poeta, só acredito
     Se você não me mentir.
     Trate de se prevenir
     Para poder cantar bem
     Eu comprei um cartão
     Para viajar no trem:
     Sem cartão ninguém vai,
     Sem cartão ninguém vem!
     Vai e vem, vem e vai,
     Vem e vai, vai e vem.
     Quem não tem o que eu tenho,
     Morre danado e não tem!
     Quem estiver com inveja,
     Se esforce e faça também ...
     Cavalo bom é ginete;
     Quem não canta Gabinete,
     Não é cantor pra ninguém!
=================

* Gabinete é um gênero que foi muito apreciado pelo imortal cego Aderaldo, porém de pouco uso atualmente. É cantado em versos de sete sílabas, sem número de linhas determinado, e com estribilhos nas linhas: sete, oito, nove, dez e nas duas últimas.

Estante de Livros (“A morte de Arthur”, de Sir Thomas Malory)

Hic iacet Arthurus, rex quondam rexque futurus
; Aqui jaz Arthur, rei que foi, rei que será. Com essa frase gravada em seu túmulo, terminava o reinado de Arthur Pendragon, enquanto prenunciava seu futuro retorno como monarca da ilha britânica. Porém, para compreender a grandiosidade de sua lenda, não é só necessário contar sua história, mas também as aventuras de Sir Lancelot, Sir Tristão e dos vários outros cavaleiros da Távola Redonda.

Lançado em 1485, Sir Thomas Malory, com a intenção de criar um livro com início, meio e fim da lenda Arthuriana, utilizou as várias histórias avulsas disponíveis na época e criou uma obra única e completa do portador de Excalibur. A obra de Malory está baseada em livros anteriores de temática arturiana de várias origens, ainda que as fontes exatas sejam objeto de debate. Entre as obras que forneceram material para a Morte estão o Ciclo do Lancelot-Graal e o Tristão em Prosa, ambas obras francesas do século XIII, e os poemas Morte de Arthur Aliterativo e o Morte de Artur em Estrofes, obras em inglês médio datadas do século XIV ou início do século XV. Em relação às fontes, Malory frequentemente reordenou os acontecimentos da narrativa, inclusive eliminando episódios. A coerência narrativa entre os vários livros da Morte é muitas vezes precária, o que deu margem a que estudiosos como Eugène Vinaver questionaram a unidade da obra.

Este livro traz uma das mais famosas e influentes obras das sagas Arthurianas para uma atual e moderna experiência, dando nova vida ao eterno Rei da Inglaterra.

RESUMO

A Morte de Arthur pode ser dividida nas seguintes partes:

O conto do Rei Arthur
A primeira parte apresenta Merlin e descreve como o mago planeja a concepção e nascimento de Arthur, filho de Uter Pendragon e Igraine. Arthur é criado por D. Heitor e eventualmente retira a Espada na Pedra, o que lhe dá o direito de ser rei da Inglaterra. Com Merlin como conselheiro, o rei Arthur ganha várias batalhas, casa-se com Guinevere e organiza a Távola Redonda com seus cavaleiros em Camalot.

O conto do Rei Arthur e o Imperador Lúcio
Mensageiros do imperador romano Lúcio exigem que Arthur pague tributo a Roma como vassalo. O rei recusa, invocando antigas histórias sobre uma conquista de Roma por guerreiros britânicos. Sem acordo, o exército do rei e o do imperador se preparam para a guerra. No continente, Arthur pessoalmente combate e mata um gigante que aterrorizava o povo no Monte São Miguel, na França. Mais tarde o exército do rei ganha o combate com as tropas de Lúcio, e Arthur é coroado Imperador.

O conto de Sir Lancelot do Lago
Essa parte apresenta Lancelot do Lago como o cavaleiro mais virtuoso da corte de Artur. Participa de muitas aventuras: é feito prisioneiro por Morgana, sai vitorioso num torneio em nome do rei Bagdemagus e mata em combate o traiçoeiro D. Turquine, que mantinha vários cavaleiros prisioneiros. Nesse conto também é introduzido o tema do amor proibido entre Lancelot e a rainha Guinevere, ainda que o cavaleiro sempre o negue. A desconfiança despertada pela traição termina levando à caída do reino de Arthur.

O conto de Dom Gareth
O jovem D. Gareth, irmão de Sir Gauvain, chega à corte do rei Artur como um "Bel inconnu" ("Belo desconhecido"), sem nome nem passado. Após salvar a dama Lyonesse e derrotar vários guerreiros (incluído o Cavaleiro Negro) é reconhecido como um digno cavaleiro da corte.

O livro de Dom Tristão
Essa seção é inspirada no amor trágico de Tristão e Isolda e tem como fonte principal a obra francesa Tristão em Prosa, do século XIII. Assim, a ênfase está no adultério que comete Isolda (Iseult) com Tristão, uma vez que a rainha está casada com o rei Marc da Cornualha. Outros personagens importantes dessa parte são os cavaleiros Sir Palamedes e Sir Dinadan.

O conto do Santo Graal
Essa parte do livro é inspirada na Demanda do Santo Graal do Ciclo do Lancelot-Graal, obra francesa do século XIII. O Santo Graal aparece milagrosamente na corte do rei Arthur, e vários cavaleiros se dispõem a buscá-lo. Participam entre outros Gauwain, Lancelot, Percival, Boors e Galahad, filho de Lancelot. Entre as muitas aventuras no caminho, os cavaleiros frequentemente encontram donzelas e eremitas que lhes pedem favores ou lhes dão conselhos. No final, os cavaleiros que conseguem o Graal são Boors, Percival e Galahad, sendo este, o mais virtuoso de todos, termina indo ao Céu diretamente, levado por anjos.

O livro de Dom Lancelot e da rainha Guinevere
O tema do amor proibido de Lancelote e Guinevere é retomado, e os amantes despertam cada vez mais suspeitas da corte. Meleagant, apaixonado por Guinevere, rapta a rainha e a leva para seu castelo. Lancelot vem ao socorro dela e, ao perder seu cavalo, entra no castelo numa carreta, retornando ao tema de Lancelot, o Cavaleiro da Carreta, de Chrétien de Troyes (século XII). Em combate, Lancelot acaba matando Meleagant.

A morte de Arthur
Sir Mordred e Sir Agravain revelam o adultério de Lancelot e Guinevere. Lancelot mata Agravain e escapa, e a rainha é condenada a morrer na fogueira pelo rei Arthur. Lancelot e seus companheiros resgatam-na, e na ação morrem Gareth e Gaheris, sobrinhos do rei. Arthur declara guerra contra Lancelot, e passa com seu exército à França. Mordred, filho incestuoso de Arthur e Morgawse, usurpa o trono do rei, e Arthur resolve retornar à Grã-Bretanha. Gawain, ferido, escreve uma carta a Lancelot, pedindo-lhe que venha à ilha ajudar o rei. Na Batalha de Camlann, Arthur e Mordred ferem mortalmente um ao outro. Antes de morrer, Arthur dá sua espada, Excalibur, para que que Sir Bedivere jogue num lago. Ao lançar a espada, vê surgir das águas o braço da Dama do Lago, que recolhe a espada e volta a submergir. Ao retornar ao rei, Bedivere ajuda Arthur a entrar numa embarcação com várias damas (inclusive Morgana), que levam o rei à ilha de Avalon.

Fontes:
https://www.amazon.com.br/Morte-Arthur-%C3%9Anico-Thomas-Malory/dp/650015293X
https://pt.wikipedia.org/wiki/Le_Morte_d%27Arthur

Recordando Velhas Canções (Viagem)


Compositor: Taiguara

Vai, 
abandona a morte em vida em que hoje estás
Há um lugar onde essa angústia se desfaz
E o veneno e a solidão mudam de cor
Há ainda o amor

Vai, 
recupera a paz perdida e as ilusões
Não espera vir a vida às tuas mãos
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Pro amor voltar

Vai, 
faz de um corpo de mulher estrada e sol
Te faz amante, faz teu peito errante
Acreditar que amanheceu

Vai, 
corpo inteiro mergulhar no teu amor
E esse momento vai ser teu momento
O mundo inteiro vai ser teu, teu, teu
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

A Jornada de Renovação em 'Viagem' de Taiguara
A música 'Viagem' de Taiguara é uma poderosa expressão de esperança e renovação. Através de sua letra, o artista convida o ouvinte a deixar para trás um estado de desesperança e inércia, simbolizado pela 'morte em vida', e a buscar um novo começo onde 'a angústia se desfaz'. A canção sugere uma transformação interna, onde o veneno e a solidão são substituídos por cores mais vivas, indicando uma mudança de perspectiva sobre a vida.

O refrão da música é um chamado para a ação. Taiguara incentiva a recuperação da paz e das ilusões perdidas, não como um presente que a vida oferece, mas como uma conquista ativa. A metáfora 'faz em fera a flor ferida' evoca a ideia de que mesmo algo danificado pode ser revigorado e transformado em algo feroz e belo através da luta e do esforço pessoal.

A canção também aborda a temática do amor e da intimidade como caminhos para a redescoberta e a cura. O artista usa a imagem de 'um corpo de mulher' como símbolo de jornada e renovação, onde o amor físico e emocional serve como veículo para acreditar em novos começos. 'Viagem' é, portanto, um convite para mergulhar profundamente no amor e na vida, abraçando plenamente o potencial de cada momento como único e transformador.

Como Escrever uma História Curta e Engraçada – 2

INCORPORANDO O HUMOR

1. Tire humor de todos os lugares.

Reunir todas as coisas que o autor considere engraçadas em diferentes aspectos da vida poderá ser útil na hora de planejar os aspectos humorísticos do conto.

Poderia ser algo pessoal, político ou cultural — qualquer coisa que você ache engraçada. Faça anotações sobre a história (a trama em si), a situação (o tema do conto — por exemplo, a dinâmica da amizade), e por que ela é divertida.

Mantenha um caderno com ideias e inspirações. Anote as coisas engraçadas que vir ou ouvir ou quaisquer ideias que vierem à mente.

Não tenha medo de usar elementos humorísticos da sua própria vida e das vidas de amigos.

O conto não precisa ser 100% autobiográfico, mas incorporar elementos de situações constrangedoras ou engraçadas da vida real poderá conferir mais personalidade à obra.

Mantenha-se em dia com os eventos atuais. Talvez a história não fale sobre as notícias do mundo ou as fofocas de celebridades, mas você poderá conseguir inspiração ou até mesmo retirar elementos do enredo a partir de eventos reais e culturalmente relevantes.

2. Tenha as próprias crenças e opiniões.

A comédia requer um certo nível de honestidade por parte do comediante, e o mesmo vale para a literatura, portanto, seja honesto consigo mesmo como escritor de contos cômicos. 

Antes de sentar para escrever, você deverá ter um senso definido das coisas que pensa ou acredita sobre o mundo, assim as observações humorísticas e a escrita em geral partirão do seu próprio elemento.

Você não contaria uma piada política para alguns amigos sem antes assumir alguma posição a respeito do assunto, então por que tentar ser imparcial no humor escrito?

Não use um humor tão agressivo a ponto de alienar as pessoas que não concordem com você, mas tenha consciência do seu posicionamento em determinadas questões para poder encontrar humor situacional nelas.

3. Busque inspiração.

Isso poderá ser útil se você estiver com dificuldade para criar um conto engraçado. Ela poderá surgir de diversas formas, mas a melhor maneira de encontrar inspiração para um projeto desse tipo é a imersão em outras histórias engraçadas (tanto escritas quanto visuais).

Leia histórias de humor. 

Você poderá encontrá-las na internet, na biblioteca ou em uma livraria local.

Assista a comédias e programas de televisão engraçados. Embora estejam em um formato diferente, essas obras ainda poderão propiciar inspiração.

Quando assistir ou ler coisas que ache engraçadas, tente analisar o humor do autor. Considere por que você acha certas coisas engraçadas e as técnicas que o autor ou roteirista pode ter usado para criar os elementos humorísticos do texto, procurando meios de adaptar esse estilo a sua própria escrita.

4. Aprenda a criar uma piada.

Caso pretenda incorporar piadas reais no texto, familiarize-se com a técnica usada pelos comediantes. Elas não são obrigatórias, mas você precisará elaborá-las muito bem se quiser inclui-las no conto.

Uma piada deve ser inequivocamente engraçado e não deve exigir que o leitor quebre a cabeça para conseguir entendê-la, e a piada ideal provoca o riso antes mesmo que o leitor termine de lê-la.

Caso pretenda incluir um clímax na piada, lembre-se de colocá-lo no final. Caso contrário, os leitores poderão se confundir e não vão entender onde está a parte engraçada.

Tente criar uma lista com duas coisas que combinem bastante e depois acrescentar um terceiro item que não tenha nenhuma relação aparente com os outros dois. Essa técnica é conhecida como regra de três.

O humor partirá do terceiro elemento da lista, porque essa coisa não combina com as outras ou porque ela destaca algum tipo de verdade.

Por exemplo, você poderia escrever algo como: "Meu médico acha que estou enlouquecendo. Ele me recomendou tomar mais ar fresco, praticar mais exercícios físicos e parar de telefoná-lo às três da manhã perguntando o que está errado comigo".

5. Use o humor com moderação.

Essa sugestão pode parecer estranha para uma história engraçada, mas o humor em excesso pode arruinar um conto. Você não quer empurrar a comédia pela garganta abaixo dos leitores, o texto deve ser engraçado sem se parecer com um ataque de piadas.

Lembre-se de que um conto engraçado ainda precisa de um enredo funcional com personagens e diálogos realistas. Uma história engraçada não poderá ser apenas uma sequência eterna de piadas.

Permita que o humor surja a partir dos cenários, personagens e situações, ou de alguma combinação entre eles. Caso tente forçar muitos elementos cômicos no conto (até mesmo em uma história engraçada), a escrita poderá soar brega e artificial.

continua… Escrevendo o conto

Fonte> wikihow