sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Paulo Monteiro (A Trova no Espírito Santo – Parte III)

Bruno Camilo (Natureza Capixaba)
O II Concurso Interno do CTC teve NATAL como terna, e foi realizado em dezembro de 1980.

O vencedor desse concurso foi João Figueiredo, residente no Rio de Janeiro, com esta trova:

Nascer, morrer! Coisas certas.
Que no Natal vêm à Iuz:
Os Magos levando ofertas
E Cristo levando a Cruz.



O III Concurso Interno do CTC, realizado entre janeiro e fevereiro do 1981, teve dois temas: COLOMBINA, somente para os sócios fundadores da entidade, e CARNAVAL, para os sócios correspondentes, isto é, nem capixabas de nascimento ou residentes no Espírito Santo, mas “correspondentes’ da entidade noutros Estados.

Venceram-no, com as respectivas trovas, os seguintes trovadores:


Tema COLOMBINA:

1º lugar - MILSON ABREU HENRIQUES:

Fui Pierrot num Carnaval
num outro fui Arlequim.
Mas Colombina afinal
fez um palhaço de mim.

2° lugar - J. CABRAL SOBRINHO:

"A Colombina fatal",
(ouvi dizer num forró),
foi gíria de Carnaval
do tempo de minha avó.

3º lugar - ARGEMIRO SEIXAS SANTOS:

O Carnaval de hoje em dia,
em verdade, desatina.
É carnaval sem poesia,
sem PIERROT, sem COLOMBINA.

4º lugar - BEATRIZ ABAURRE:

Com um tema que fascina
eu tentei fazer poesia:
Foi um sonho, Colombina!
Não passou de fantasia...

5º lugar - NEALDO ZALDAN:

Já não se brinca com “Lança”,
nem confete ou serpentina.
Mas todos têm na Iembrança
uma linda Colombina.

Menção Honrosa - ÁBNER DE FREITAS COUTINHO:

Na folia, a Colombina,
sempre marca, onde estiver
com graça bem feminina,
a presença da mulher...


No CARNAVAL, o vencedor foi o trovador cearense ALOÍSIO BEZERRA. Eis a trova:


Pela imensa Carestia,
Tolhendo a paz nacional,
Seria bom, Oh! Seria...
Não houvesse carnaval!


Aloísio classificou-se ainda em terceiro lugar, Carlos de Alencar em segundo e quinto e Carlos Ribeiro Rocha, em quarto.

Já o IV Concurso Interno, realizado entre fevereiro e março de 1981, com tema único PÁSCOA, teve como três primeiros colocados, com as seguintes trovas, os trovadores abaixo:


1º lugar - FERNANDO ANTONIO LIMA CASTOR:

A Bíblia, sagrado arquivo,
mostra a PÁSCOA aos fariseus...
JESUS CRISTO redivivo,
voltando aos braços de DEUS.

2º lugar - ARGENTINA LOPES TRISTÃO:

Páscoa da Ressurreição,
do sacrifício, da dor.
Ficou-nos grande Iição:
- A glória eterna do amor.

3º lugar - ARGEMIRO SEIXAS SANTOS:

Depois da morte, Jesus
surge para a redenção.
É PÁSCOA feita de Iuz
iluminando o cristão.


Finalmente, o V Concurso Interno do CTG respeitou o tema "Cinco de maio - Dia das Comunicações e do Expedicionário".

As trovas concorrentes, julgadas por uma comissão de donas de casa, somaram 46. Venceram-no as seguintes trovas:


1º lugar - CARLOS RIBEIRO ROCHA:

Contra o poder arbitrário
foi lutar sem covardia,
o nosso Expedicionário...
- Cinco de maio é seu dia!

2º lugar - ÁBNER DE FREITAS COUTINHO:

Quem se isola, se angustia
abra a mente, meu irmão,
Cinco de Maio é o dia
de ter comunicação...

3º lugar - ARGEMIRO SEIXAS SANTOS:

Cinco de Maio me apraz
por seu festejo correto,
a comunicação faz,
do mundo menor, mais perto.

4º lugar - ALOÍSIO BEZERRA:

Cinco de Maio: Que Glória!
Lembrando realizações!
Nacional dia da História
Dessas Comunicações!

5º lugar - AMAURY DE AZEVEDO:

Mês de maio, dia cinco,
dia da Comunicação,
quando os homens com afinco
lutam por mais união.

Menção Honrosa - JOSEFINA DA SILVA CARVALHO:

Mês das comunicações,
cinco de maio é o dia
das grandes inovações,
trazendo sabedoria.


CONCURSOS INFANTIS

Dentre as atividades do CTC no campo dos concursos de trovas merecem destaque aquelas que se relacionam à preocupação do Clube em divulgar a trova e sua prática junto às crianças.
Aqui temos que salientar a coIaboração de Milson Henriques, apresentador do programa infantil “A GAZETINHA”, DA TV GAZETA, de Vitória.

Milson, que também é trovador, tem sido o promotor maior desses concursos, entre crianças de até 15 anos, o primeiro dos quais foi realizado em janeiro de 1981, com ótima participação, obedecendo ao toma FÉRIAS.

Eis os cinco primeiros colocados:


1º lugar - RONALD HELMUT CEKAL:

Sempre que chegam as férias,
saio, correndo, a brincar,
alegremente, sorrindo,
como um pássaro a voar.

2º lugar - MÁRCIA HILDILENE MATHEILO:

Fazer trovas sobre férias?
Que idéia mais maluca.
Nas férias quero passear,
Brincar, descansar a cuca.

3º lugar - TATIANA BAHIENSE FREITAS:

Ah! Se fosse-me possível
alguém estudar por mim.
Eu teria sempre férias,
seriam férias sem fim...

4º lugar - SIRLENE SILLER SIQUEIRA:

Minhas férias serão tristes,
pois não tenho onde morar.
Eu vivo num orfanato
e aqui terei que ficar.

5º lugar - SIRLENE SILLER SIQUEIRA:

Nas minhas férias deste ano
caso sério aconteceu:
Fui brincar co`um cachorrinho
e o danado me mordeu.


Para esse I Concurso de Trovas do programa infantil “A GAZETINHA”, foram enviadas mais de duzentas trovas.

O II Concurso, sob o tema PROFESSORA, teve urna concorrência significativa e, nos primeiros lugares, esta classificação:


1º lugar - ELIVANI TEIXEIRA (9 anos):

Eu disse pra professora
que estava um pouco cansada.
Como eu sou pexinho dela
a matéria não foi dada.

2º lugar - GERUZA APARECIDA FERECHI (14 anos):

Minha vida de criança
esta escola iluminou
com as letras do alfabeto
que a professora ensinou.

3º lugar - SAYONARA FREITAS CAMPOS (14 anos):

Eu quero ser professora,
passe o tempo que passar.
Tudo aquilo que aprendi
vou com carinho ensinar.


Mas os concursos de “A GAZETINHA" não pararam. O terceiro obedeceu ao tema PASSARINHO.

O BEIJA-FLOR

BEIJA-FLOR é o nome do Boletim Informativo do Clube dos Trovadores Capixabas.

Seu primeiro número foi publicado, em mimeógrafo à tinta, em outubro de 1980, com tiragem de 300 exemplares.

Beija-Flor - ficamos sabendo através de uma nota desse primeiro número - é "o pássaro que lembra a cidade capixaba de Santa Teresa, o Museu “Melo Leitão” e o cientista Augusto Ruschi..."

Poderíamos anotar algumas características do BEIJA-FLOR.

Destacamos estas duas:

1 - Ao lado de notas de economia interna da Entidade: novos sócios, doações, elogios, etc., publica trovas e notícias gerais de interesse para todos os trovadores;

2 - Divulgando endereços de trovadores é um vigoroso instrumento par a integração dos poetas da quadra.
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Continua…

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As partes anteriores:
Parte I –
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/09/paulo-monteiro-trova-no-espirito-santo.html
Parte II –
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/09/paulo-monteiro-trova-no-espirito-santo_30.html

Fonte:
http://www.usinadeletras.com.br

Rodrigo Andolfato (O Poeta no Papel)



FOI DE REPENTE...

Foi de repente...
O que era um sorriso,
tornou-se um olhar.
O que era o sol,
tornou-se o luar.

Foi de repente...
O que era brincadeira,
tornou-se a pista.
O que era prosa,
é poesia.

Foi de repente...
O ordinário tornou-se único.
O deserto, agora é mar.
O toque, arrepio.

Foi de repente...
Tanto tempo.
Num instante aconteceu.
O retrato tornou-se aquarela.
O chão se moveu.
Só importava ela.

E foi assim...
eu me perdi.
Apagaram as luzes,
ficou o desejo.
Era um abraço.
Tornou-se um beijo.
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MESMO SEM TE VER, EU SEI

Quem é você?
Que me acalma, quando estou prestes a explodir.
Quem é você?
Que me protege de mim mesmo.

Quem é você?
Que mostra o caminho, em silêncio.
Que me cala quando estou próximo da ofensa.
Que me acovarda diante da luta inglória.
E me encoraja quando precisam de mim.

Quem é você?
Que num flash mostra a imagem da tragédia.
Um relance de pensamento.
Um aviso oculto.

Por que me protege?
E não desiste de mim?
O que me deve?

O que é Você?
É Deus? É um anjo?
Alguém que conheci?
Eu não o vejo, mas sinto.
Nas pequenas coisas,
nas simples coincidências.

Consegue escutar meu agradecimento?
Minha oração?
Consegue ler meus pensamentos?
Implorando para que nunca se vá?

Quem é você?
Você não faz parte de mim.
É algo melhor.
Eu sou o andarilho.
Você é o caminho.
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VOCÊ ESTÁ NA ESTRADA

Eis que você está na estrada.
Todos nós estamos.
A estrada não é a mesma para todos.
Às vezes ela se parece.
Outras vezes em nada se assemelha.
Só sabemos que estamos na estrada.
Fora dela não há caminho a seguir.
A estrada possui encruzilhadas,
entroncamentos.

Possui atalhos e desvios.
Algumas vezes somos deixados sozinhos na estrada.
E temos que percorrê-la com nossos próprios pés.
Às vezes conquistamos um transporte.

Outros recebem um transporte.
E nos sentimos tristes. Porque enquanto uns ganham,
outros devem conquistar o seu transporte.
Muitos não têm transporte algum.

Alguns dias a estrada é fria e escura.
Outros dias é clara e quente.
E paramos, nos sentamos, apenas para admirar a estrada,
a sua beleza e complexidade.
Observamos o caminho que ainda temos que percorrer.

Fazemos planos.
Tentamos avistar o que existe depois da montanha.
Se ainda haverá estrada.

Outras vezes somos nós que largamos alguém na estrada,
sozinho e com medo.
Pessoas que amamos do fundo do coração.
Mas que não seguem mais o mesmo caminho.

Outras vezes percebemos que há pessoas que ficam pelo caminho,
que jamais chegarão a seu destino.
E nos perguntamos se amanhã não seremos nós.

Às vezes, quando estamos no meio do caminho,
percebemos que pegamos a estrada errada.
No último cruzamento ou mais atrás.
E temos que voltar, porque andar pelo caminho errado
é andar pra trás.

Alguns tem um mapa, outros não.
Às vezes, temos inveja de quem o tem.
Outros param para perguntar.
Alguns, com o mapa, chegam, outros não.

Alguns chegam, mesmo sem mapa ou transporte.
ou mesmo carregando algo mais pesado
do que ele parecia ser capaz.
Com suas próprias forças.

E a triste viagem dos que tinham transporte, mapas e nada a carregar,
mas não chegaram.
Por que?

Às vezes, ficamos muito tempo parado num cruzamento,
perguntando qual o melhor caminho a seguir.
Pois em seu inicio muitos caminhos são iguais.
Às vezes vale a pena arriscar, outras vezes não.
Que também é arriscar.

Às vezes gostamos de olhar o por do sol, por detrás da estrada,
Contemplá-la.
Pensamos sobre todos aqueles que ficaram para trás.
Sobre quem encontraremos.

Às vezes temos bons companheiros de viagem, outras vezes não.
Às vezes viajamos em silêncio.
Alguns vão em ônibus lotados e barulhentos.
Outros em carros, acompanhados por dois companheiros, ou três.
Alguns vão em motocicletas, sozinhos.
Em dupla talvez.

Uns admiram cada pedaço da paisagem.
Outros nem sequer olham em volta.
Os primeiros às vezes saem da estrada.
Os segundos às vezes não sabem o porquê estão nela.

Às vezes você está de motorista
Outras vezes está de passageiro.

Às vezes está num caminho que parece não levar a lugar nenhum.
Mas que te leva onde queria chegar.

Outras vezes acha que está no caminho, e encontra uma estrada sem saída,
Ou o fim da estrada.

Às vezes a estrada é de pedras,
Outras vezes é dupla, sinalizada e limpa,
Com ou sem pedágios.

Às vezes alguém te da carona.
Você da carona para alguém.
E você acaba encontrado pelo caminho, no meio do caminho,
aquilo que achava, estaria no fim da estrada.
Às vezes não há nada no fim da estrada.

Alguns são jogados para fora da estrada,
Outros se jogam.
Mas uma vez fora da estrada não há como voltar.

Você está nela.
Procurando seu caminho, olhando ou não a paisagem.
Você está de passageiro, ou de motorista.
Sozinho ou acompanhado, com ou sem um mapa.
Tudo que você quer é encontrar o que procura.
É saber o que procura.
É saber procurar.

Está é a estrada.
Está é a sua estrada.
A estrada da vida.
Você está nela.
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O homem atrás do escritor, o escritor atrás do homem.


Visando um meio de aproximar o público do escritor, de modo a que não enxerguem apenas o escritor, mas o homem que existe atrás dos livros, estou criando entrevistas selecionadas, enviadas a diversos escritores, que mostrará ao público leitor que atrás de seus livros, o escritor é um ser humano com sentimentos, opiniões, lutas, vitórias e derrotas.

O homem atrás do escritor, o escritor atrás do homem.
.
José Feldman

Agradecimentos


Meus agradecimentos aos escritores que me enviaram suas obras e material literário:

Alberto Gomes, de Portugal (Revista Bumerangue 2, 3 e 4)

André Augusto Passari (Tempo, Solidão e Fantasia)
André Carneiro (Quânticos da Incerteza)
Carlos Saquetini (Puro Prazer)
Douglas Lara (Rodamundinho 2008; 1a. Coletânea Teia dos Amigos 2008)
Goulart Gomes (Minimal)
Izo Goldman (Trovas de quem ama a trova)
José Verdasca (A vida, o homem e o universo)
Neida Rocha (Danilo, sua mochila e seus amigos; Minha não metade)
Ney Garcez (Antologia de Trovadores do Paraná, sob a organização de Vasco José Taborda e Orlando Woczikosky)
Nilto Maciel (Carnavalha; Pescoço de Girafa na Poeira; Contistas do Ceará, além dos jornais e boletins literários publicados no Ceará)
Pedro Viegas (Trajetória Rebelde)
Valter Martins de Toledo (Direito, Cultura & Civismo: textos seletos; Jurisprudência e Doutrina Maçonica)
Vânia Maria Souza Ennes (Paraná em trovas, além de revistas dos Jogos Florais e jornais de trovas)
Muito obrigado
José Feldman

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Trova LXV

Trova sobre quadro de Cristina Rabelo

Chloris Casagrande Justen (Meu Livro Azul)



É impossível deixar de escrever, quando toda a trama está delineada.

Ali, à minha frente, continuam os papéis que devo selecionar, as pastas para catalogar, o projeto para elaborar, mas o filme que está passando ao fundo, na CNT, me obriga a voltar ao passado, à minha doce e ingênua juventude.

Ah! Os filmes de Lana Turner, Tyrone Power, Joan Fontaine, Joan Crawford, Robert Mitchum, Cark Gable.

Éramos tão simplesmente ingênuos…

A violência era configurada nos murros que o mocinho dava no bandido, vingando-nos das maldades que a mocinha sofrera; os finais eram felizes e não havia mortos e feridos e, quando os havia, eram pranteados e acarinhados. E havia gentilezas, e as mulheres eram lindas e elegantes, e os homens demonstravam claramente, nas ações, o seu caráter, e o amor tinha o poder de regenerar os maus e dignificar as pessoas.

A caneta na mão que apóia o rosto, relembro as “matinées” de domingo, onde só iríamos se acompanhadas de meu pai. Aos meus lábios vem um sorriso quase carinhoso e em meu coração desce uma caudalosa onda de ternura.

Como posso organizar meu livro de Contas/ Correntes, se estou “assistindo” Audrey Hepburn, de sorvete na mão, fugindo de ser princesa para se enamorar do plebeu Gregory Peck e, sem saber como, já dançam Cid Charisse e Fred Astaire, encantados com as meias de seda, seguidos de “My Fair Lady”, e Errol Flynn que, de uniforme azul da guerra da Secessão, dança em um lindo salão de lustres de cristais, declarando amor a sua amada, que veste um deslumbrante traje de tule branco, apoiada em seus braços amorosos, levando-nos, a nós meninas-moças da época, ao sétimo céu de nossos sonhos. Impossível não rir da minha obediência às ordens recebidas, de fechar os olhos para não ver a “imoralidade” dos beijos de amor, uma novidade que corrompia...

Como os tempos eram outros... O perigo não morava ao lado, nós vivíamos com a felicidade que não se comprava, com a sobriedade de Greer Garson durante os bombardeios de Londres. As desditas de nossos amigos nos atingiam como se vivêssemos os dramas da caldeira do diabo, admitindo que devíamos compreender as vinhas da ira, pois assim caminha a humanidade.

As notas fiscais que comprovam o que gastei e que, por excesso de atividades, nem tomei a devida consciência, ficam me pressionando, como se fosse suficiente revê-las para que o tempo aumente seu espaço para abarcar todas as minhas responsabilidades.

A maior dificuldade está em eu não poder fugir da beleza de Kim Novak e da obsessão de James Stewart, vendo um corpo cair. Aliás, lembrar a figura de Hitchcook aparecendo em todos os seus filmes, traz-me o som alucinante do voejar dos pássaros, e não sei porque está à minha frente Julie Andrews dançando nos telhados londrinos e resolvendo todos os complexos problemas de uma nova sociedade. A doçura dos olhos de Olívia de Haviland contrasta, à minha frente, com o azul-violeta dos olhos de Elizabeth Taylor, naquele lindo traje feito da cortina de veludo que o vento não levou... Olhos... olhos grandes, frios e dissimulados da inimiga Bette Davis e, já agora os olhos lindo de Merle Oberon, vencendo os preconceitos de uma época e ensinando que o amor formado em ciúme, pode ser fria lâmina que fere o homem e desestrutura o artista, transformando o sonho de amor em amargura.

O livro azul da Conta/Corrente é um algoz que me atormenta. Talvez que ele seja a ponte que não quero atravessar e que me liga à realidade do assalto ali da esquina, dos mortos do avião que explodiu no ar, do desespero daqueles que nem ao menos alcançaram altura para decolar, das meninas sem lar aliciadas para a prostituição, da prisão da gangue de mulheres que roubava as lojas para vender o produto do roubo, o que nem ao menos pode lembrar o Errol Flynn, de Robin Hood, contrariando minha esperança de que a mulher estaria mais longe do banditismo.

Abandono o cinema das ilusões e das minhas ilusões e retorno à verdade de um mundo de consumismo, de violência e incertezas.

Na CNT, Victor e Victória, e a minha gargalhada que ecoa no silêncio da tarde. Desligo o televisor e triste e desanimadamente enfrento a dolorosa e crua realidade que, neste momento é o meu livro azul de Contas Correntes.

Fontes:
Centro Paranaense Feminino de Cultura. http://www.centrofeminino.com.br/literatura13.html
Imagem = http://pt.dreamstime.com

Chloris Casagrande Justen (1923)



Chloris Casagrande Justen , filha de José D. Casagrande e Isaura Raymundo Casagrande, é viúva do Desembargador Marçal Justen, de cujo casamento teve três filhos a saber: Chloris Justen de Oliveira; Liana Márcia Justen e Marçal Justen Filho, sendo avó de nove netos e de quatro bisnetos. Paranaense de Curitiba, Chloris Casagrande Justen é Pedagoga( formou-se na Faculdade de Ciências e Letras Tuiuti), com diversos cursos de Especialização e Aperfeiçoamento, inclusive no Instituto de Desenvolvimento do Potencial Humano, em Philadelphia, nos Estados Unidos. É aposentada do Sistema Estadual de Ensino, como Professora de Segundo Grau e Administradora Escolar.

Lecionou no ensino Primário, Secundário e Superior, ocupou inúmeros cargos administrativos na Educação, foi Diretora Geral do Instituto de Educação do Paraná, Presidente do Conselho do Magistério e Conselheira e Vice-Presidente do Conselho Estadual de Educação, por dois mandatos, sendo de sua autoria variada e farta legislação educacional, ainda em vigência no Sistema de Ensino do Paraná.

Mesmo aposentada, nunca se afastou do trabalho educacional, participando como educadora, em vários campos da atividade, sendo convidada para integrar projetos e grupos de trabalho, mantendo-se , até o presente, em permanente ação no processo educacional dos municípios e do Estado, bem como na comunidade cultural.

Convidada para Consultora de Educação no Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência, foi pioneira no processo de implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo, além de publicações e obras sobre o assunto, prestando consultoria em Secretarias dos Municípios e do Estado e assessorou Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares, ministrando cursos e palestras na maioria dos municípios paranaenses e em vários estados do Brasil e, a convite do UNICEFE, em Recife, Belo Horizonte e Roraima.

Sócia proprietária da Magister Consultoria, foi, a convite da Secretária da Educação, Consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento, na Secretaria Estadual de Educação, para assuntos de legislação educacional e administração escolar, durante os anos de 1999 e 2000. Conferencista, participa de seminários e congressos sobre Direitos Humanos, Ética, Educação, Administração Escolar e Formação da Cidadania em Universidades, Instituições Educacionais e Sociais.

É membro da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, da OAB/PR e da Associação de Magistrados e Promotores da Justiça da Família, da Infância e da Juventude do Estado do Paraná, participando de seminários, estudos e pronunciamentos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e a sua interface com os princípios e práticas educacionais na família e na comunidade, continuando as ações que realiza no projeto "Liberdade Assistida", no Convênio Centro Brasileiro para a Infância e a Adolescência e o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. É membro fundadora e participante do Movimento Pró-Paraná, da Assembléia Legislativa/PR. É Conselheira do Conselho Estadual da Mulher, do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba, do Conselho Deliberativo da Fundação de Ação Social - Instituto Pró Cidadania - FAS e do Conselho de Pensionistas da Associação dos Magistrados-PR.

Pertence ao Soroptimist International the of Americas, tendo ocupado vários cargos de relevo no Soroptimismo International da América do Sul, como Coordenadora Geral de Educação, quando organizou e dirigiu o I Simpósio Internacional de Alfabetização e Cidadania, integrando no Brasil todos os países sul americanos. Foi coordenadora da Exposição Internacional realizada no Brasil e em Portugal "Ciranda de Dois Mundos - Crianças pintoras unindo Brasil Portugal". Atualmente é Coordenadora Geral de Programas e Governadora Eleita do SI Internacional e deverá assumir cargo de Governadora da Região Brasil em 2002.

É presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura e responsável pela construção e instalação da nova sede, inaugurada em 7 de junho corrente, resultante da troca de seu terreno por área construída no mesmo local, tendo a propriedade triplicado o seu valor patrimonial, ao mesmo tempo em que deu início a uma nova proposta cultural, com o fim de modernizar a instituição.

Escritora e poetisa, com livros, ensaios e artigos publicados, pertence à Academia Paranaense de Letras do Paraná, à Academia de Letras José de Alencar e à Academia de Cultura de Curitiba.

É integrante do Instituto Histórico do Paraná, do Centro de Letras do Paraná e de várias instituições culturais e sociais, sendo Vice- Governadora do Elos Clube - Região Paraná e Santa Catarina.

É autora do livro didático " O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Instituição Escolar", para professores de primeiro e segundo graus, com 17.000 exemplares distribuídos e trabalhados nos Sistema Estadual de Ensino do Paraná. Escreveu "Jogo de Luz", poesias; "Conversando sobre Soroptimismo", crônicas; coordenou e foi redatora dos livros de crônicas - "Mulheres Escrevem", das Centristas do Centro Paranaense Feminino de Cultura; "Com Justiça e com Afeto I e II", das Mulheres da Magistratura Paranaense; o "Soroptimismo em Minha Vida", das Soroptimistas dos três clubes de Curitiba. Redigiu e publicou inúmeros artigos e ensaios sobre assuntos educacionais, sociais e literários em jornais e revistas da Capital e do Estado do Paraná, além da Revista da Academia Paranaense de Letras.

Recebeu destacadas honrarias, entre as quais o troféu "O Pensador" e as Comendas da "Honorífica Ordem da Cultura" e da "Aproximação Cultural dos Povos da América Latina" da Academia de Cultura de Curitiba; o título de "Soroptimista Emérita", do SI Curitiba Batel; "Talento do Paraná" - Julie-Burque; "Troféu Imprensa - Os Melhores do Paraná"; a Comenda "Medalha XV de Novembro" - Soc. Nac. Mérito Cívico; o título "Vulto Emérito de Curitiba", "Cultura e Divulgação" e Votos de Louvor, da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Pelos anos dedicados de sua vida, ressaltando a importância da literatura brasileira e proporcionando a todos que apreciam um bom livro, a oportunidade de encontrar em suas obras o prazer da leitura, portanto, é mais do que justo que reconheçamos a importância da Sra. Chloris na área literária, razão desta homenagem que enaltece o que já foi feito e o que se está fazendo pelo enriquecimento da cultura de nosso Estado.

Fonte:
http://domino.cmc.pr.gov.br/

Academia Paranaense da Poesia (Programação de outubro 2009)


Oficina permanente de poesia (5ªs feiras – Rua Candido Lopes, 133)

18h00 às 19h00 – Aula sobre Poesia;

19h00 às 20h00 – Declamação de poemas.
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08/10 – O Lirismo em Gonçalves Dias – Sylvio Magellano;

15/10 – Tribuna livre – Declamação de poemas;

22/10 – Espectros de Cecília Meirelles – Lilia Souza;

29/10 – Figuras de linguagem – Paulo R. Walbach Prestes.

20/10 – No Centro de Letras do Paraná (Rua Fernando Moreira, 370), das 16h00 às 16h20 – Assembléia Geral para eleição do presidente da Academia Paranaense da Poesia para o triênio 2010/2013.

16h45 – Solenidade de posse de poetas em suas cadeiras patronímicas:
- Andréa Motta – Cadeira nº. 30 – Patrona: Mariana Coelho;
- Luiz Hélio Friedrich – Cadeira nº. 40 – Patrono: Valfrido Pilotto;
- Maurício Norberto Friedrich – Cadeira nº. 20 – Patrono: Adalto Araújo;
- Ney Garcez – Cadeira nº. 11 – Patrono: Rodrigo Júnior;
- Nylzamira Cunha Beges – Cadeira nº. 10 – Patrono: Aluízio França;
- Valéria Borges da Silveira – Cadeira nº. 21 – Patrono: Reynaldo Steudel.

Os titulares usarão suas pelerines durante a cerimônia de posse.

31/10 – Almoçando com música e poesia, a partir das 12h30, no Restaurante Delícias Naturais – Rua José Loureiro, 133.
http://academiaparanaensedapoesia.blogspot.com/

Fonte:
Academia de Letras de Maringá

Secretaria da Cultura de Maringá – Programação de outubro/2009

Teatro Calil Haddad, em Maringá
CLUBETEEN (entrada franca)

Dia 29/10 – “Lua Nova”, de Stephenie Meyer. Biblioteca Centro, às 14h00.

Dia 30/10 – “Crepúsculo”, de S. Meyer. Biblioteca Alvorada, às 14h00.

CLUBINHO DE LEITURA (entrada franca)
Livro: “A Boca do Sapo”, de Mary França.

Dia 08/10, na Biblioteca Mandacaru, às 14h00.

Dia 15/10, na Biblioteca Alvorada, às 10h00.

Dia 30/10, na Biblioteca Operária, às 14h00.

CONVITE A MÚSICA (Auditório Luzamor, às 21h00, entrada franca)

Dia 08/10 – Marco Antonio de Almeida e Orquestra de Solistas de Londrina.

Dia 22/10 – Karen Cristina Guimarães, Antonio Dimas e Ticiano Biancolino (flauta e piano), de Maringá/São Paulo.

Dia 29/10 – Demilson José da Silva e Enilton Cavalcanti (piano e canto).

PROJETO “UM OUTRO OLHAR”
(Auditório Hélio Moreira, às 20h00, entrada franca)

10/10 – Aniversário de 9 anos do Projeto – Sessão surpresa, 18 anos.

17/10 – “O Sopro no Coração” (França, 1971), dir. Louis Malle – 16 anos.

24/10 – “O Joelho de Claire” (França, 1970), dir. Eric Rohmer – 16 anos.

31/10 – “O Tempo que Resta” (França, 2005), direção de François Ozon – 16 anos.

Dia 14/10 – PROJETO “Luz no Palco”, no Teatro Calil Haddad, às 20h00. Ingressos: R$5,00.

Projeto “Histórias de Vida” (Lei de Incentivo) – Apresentação Teatral “Oficina 3ª idade”, (entrada franca).
Dias 13 e 14/10, no Teatro Barracão, às 20h00.

Projeto “A História que sai do livro” (Lei de Incentivo) – Apresentação de teatro de bonecos (entrada franca).

Dia 14/10, na Biblioteca Operária, às 14h30.

Dia 15/10, na Biblioteca Operária, às 10h00 e 14h30.

Dia 16/10, na Biblioteca Alvorada, às 14h30.

Dias 17 e 18/10, na Casa da Cultura, às 16h00.

Dia 19/10, na Biblioteca Alvorada, às 10h00 e 14h30.

Dia 19/10 – Grupo “NRE e 4º Batalhão” - 3º Filme do Projeto: Vendo, Lendo, Escrevendo e Desenhando – Transito VLED – “A Heroína”, no Teatro Calil Haddad, às 19h30. Entrada Franca.

Espetáculo “Templos e tempo”, direção Elizabet Moro, no Teatro Calil Haddad. Ingressos: R$10,00 (antecipado) e R$20,00 (na hora).

Dia 24/10, às 20h30.

Dia 25/10, às 19h30

Fonte:
Academia de Letras de Maringá

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nivaldo Donizeti Mossato (Poesia é...)

Nivaldo Donizeti Mossato (1959)



Nasceu em Itambé, estado do Paraná, em 10 de abril de 1959.

Empresário e acadêmico em psicologia, possui MBA em Gestão Empresarial, ministra cursos e palestras abordando temas administrativos, motivacionais e de relacionamento interpessoal.

É acadêmico na ALM – Academia de Letras de Maringá-PR; onde ocupa a cadeira 19, tendo como patrono o escritor Guimarães Rosa.

É autor dos livros
Sedução (1982) e
Emoções (1986) produções independentes –

Prêmio Literatura da União dos Escritores de Maringá, 1986,
O menino que queria voar (2007 – Romance/aventura infanto-juvenil),
Do outro lado da cruz – reflexões para o homem de hoje (2008) e
Caderno de treinamento empresarial Prodege – Programa de Desenvolvimento Gerencial e Empresarial (2004).

Fonte:
http://www.nivaldomossato.com.br/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Trova LXIV - Uma Trova Triste

Falecimento de Miguel Russowsky

Miguel Russovsky (Trovas)


A saudade às vezes fala,
e até grita - quem diria? -
quando a rede, a sós, se embala
numa varanda vazia.

A saudade às vezes fala
e até grita -- Quem diria!
quando a rede, a sós, se embala
numa varanda vazia.

Os murmúrios das gaivotas ,
em noites de luz cheia ,
são canções deixando as notas
nas pautas brancas da areia.

Quanto mais o tempo avança,
mais eu fico a perceber
que a saudade é uma lembrança
que se esquece de morrer.

O tempo não traz perigo
à verdadeira amizade.
Quem não é mais teu amigo,
jamais o foi de verdade.

O tempo escreve a seu gosto
no passar do dia a dia,
muitas rugas no meu rosto,
mas... tem má caligrafia.

Na blusa prendes a rosa
à altura do coração.
Como pode ser viçosa
uma flor sobre um vulcão?

Cupido sempre intercala
alguma perda em desejos:
se me beijas... perco a fala;
se me falas... perco os beijos!

Cupido avisa aos poetas
e também aos namorados
que seus estoques de setas
foram todos renovados!

Se te serves de mentiras
para cresceres em ganho,
é bom que logo confiras
que encurtaste no tamanho!

A vila reza, orvalhada,
tendo o sol por capelão...
-- Homem no cabo da enxada
é uma espécie de oração!

Na trova, às vezes, invento
emoções e não as sinto.
Mas creia no meu talento,
sou sincero quando minto!

Nesta vida hostil e azeda
e desespero sem par,
rogo a Deus que me conceda
a coragem de sonhar.

Tendo à mão uma caneta
mais o empenho a manejá-la,
vou mesmo a qualquer planeta
sem sair daqui da sala.

O papel é a carruagem
que eu dirijo da boléia.
Tomo as rédeas da viagem
dando açoites numa idéia.

Estrofes são caravelas
que singram os pensamentos.
Com as rimas, faço as velas,
com as sílabas, os ventos.

Pelas ciladas que trama,
a Insônia é mulher-perigo:
marca encontro em minha cama,
mas não quer dormir comigo!

O poema é luz imensa
que se espalha em frenesi.
Por isso o poeta pensa
ter um deus dentro de si.

Pela vida me foi dado
um conselho em que me alerto:
antes rir desafinado
que soluçar no tom certo.

Ser caule, flor ou ser folha
não é sorte nem é sina,
pois de antemão tal escolha
se fez por ordem divina.

A humanidade até gosta
de não saber a verdade,
quando a mentira, bem posta,
lhe trouxer felicidade.

Vai para o mar a jangada
tendo um sonho por escolta.
Volta sem peixes, sem nada,
nem o sonho traz de volta.

Este dístico singelo
a verdade satisfaz:
caneta, arado e martelo
são os arautos da paz.

Há balanços conflitantes
em vidas fúteis e loucas:
os outonos são bastantes
e as primaveras bem poucas.

Quatro versos num estojo,
mas além desta embalagem,
a trova deve, em seu bojo,
comportar uma mensagem.

Vai para o mar a jangada,
tendo um sonho por escolta.
Volta sem peixe, sem nada,
nem o sonho traz de volta.

As trovas no dia a dia
atuam como remédio.
São drageas de poesia
contra a depressão e o tédio.

Na trova é bom que se invista
muito amor, talento e calma,
a trova desperta o artista
que trazemos centro d’alma.

Se lhe ofendem, não se doa,
A maledicência passa,
Como passa uma garoa
Sem arranhar a vidraça.

Mãe, de fato, não tem rima
mas seria alentador
condensar esta obra-prima
numa só rima: o amor.

Quem despreza um bom conselho
dado em prol de seu porvir,
fica igualzinho ao espelho:
reflete sem refletir.

Consultei livro em ciência
de conhecimentos rica;
mas baseado na experiência,
a saudade não se explica.

Estudo trovas a fundo,
mas persisto na suspeita,
que a trova melhor do mundo
até hoje não foi feita!
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Miguel Russowsky (Poemas)


Oração do Poeta

– Que me darás, Senhor, pela jornada
de dores, privações e misereres?
– Eu te darei a noite salpicada
de estrelas e silêncio. Que mais queres?

– E para a solidão da madrugada?
– Já fiz o mundo cheio de mulheres.
procura e encontrarás a tua amada.
Faz os mais lindos versos que puderes.

– Mas como irei, Senhor, reconhecê-la?
– Há no céu, entre todas, uma estrela
que apenas tu verás. Que mais perguntas?

– E este frio e esta angústia que ora sinto?
– Quando ela penetrar em teu recinto
a primavera e a paz hão de vir juntas.


Promessas

Estava eu só Passou... Sorriu... Olhei-a...
Estremeceu. Estremeci. Sucede
que o imprevisível manda e a gente cede.
No céu azul brilhava a lua cheia.

Depois... as conseqüências... — Quem as mede
se a razão, sem razão, já titubeia?
E o mar acariciando o ardil, na areia:
"O vinho é bom sorver antes que azede!"

Vai-se o verão. Agora é frio e neva.
Palavras sem valor, o vento as leva.
As juras antecedem as desditas.

Um instante de amor — eternidade!
Dois instantes de amor — fidelidade'
... Nem todas as mentiras foram ditas.


Outono em meio

O vento desistiu de seus andares,
cansou-se e resolveu dormir mais cedo.
As folhas, nem balançam no arvoredo.
Borboletas...algumas pelos ares.

Nuvenzinhas solteiras e sem medo
buscam no céu seus noivos ou seus pares.
Cá por dentro borbulham os cismares
numa ausência de rumos e de enredo.

(- Ó tardes, de domingo, ensolaradas!...)
O silêncio murmura uma cantiga
para ouvirmos a sós...mas de mãos dadas.

Deixemos, por enquanto o lábio mudo!
E o relógio, deixemos que prossiga...
Conversar?...Para que, se sabes tudo?!.


Noite sem aurora

A noite de um adeus não tem aurora
mas tem silêncios longos por recheio;
tem farpas arranhando, bem no meio...;
tem desesperos mil vagando fora...

A noite de um adeus, eu sei que chora
ao ver a sepultura de um anseio.
Não a censuro e até a manuseio
com estes versos que componho agora.

A noite de um adeus ensina a gente
ter dias sem relógio...e alguém já disse
que nunca cicatriza totalmente.

A noite de um adeus...só bem depois
expõe a solidão, numa velhice,
em que murchamos tristes nós, os dois.


Arrependimento

Um por um, os meus sonhos, nesta vida,
Despi no andar do tempo modorrento
Qual árvore esfolhada pelo vento
Numa tarde outonal, entristecida.

Quebrei-me um pouco, assim, a cada ida
À procura não sei de qual intento.
Deixei amor, amigos e, ao relento,
Destroços de minha alma enrijecida.

E hoje, velho, ao voltar da caminhada,
Tropeço em meus pedaços pela estrada
Com saudosa visão aqui e ali.

Não mais me iludo, e essa descrença atesta
Que passarei o tempo que me resta
Recolhendo os pedaços que perdi.

Tarde nevoenta... em julho

Domingo sem ninguém...A casa está vazia.
O silêncio no horror persistente blasfema.
Quer se fazer ouvir. Ó tolo estratagema!...
Eu posso ouvi-lo bem, mas qual a serventia?

A solidão nem quer me servir como tema...
...e a tarde se espezinha imensamente fria...
Ó Tristeza, vem cá! Se queres companhia
ajuda-me a cerzir pedaços de um poema

Talvez assombrações que possuam prestígio
se queiram embutir em tercetos, com zelo,
para dar-lhe feições de soneto-prodígio.

Alguém se desmanchou em brumas do passado
e quer ressuscitar de cor, num atropelo.
Se lembrar é viver, eu devo estar errado.


Receita de saúde e felicidade

Não antecipe nunca o sofrimento!...
Diga “Bom Dia!” ao sol que lhe saúda.
Seja qual um discípulo de Buda:
- É mister se gozar cada momento.

No “que será...será” que não se muda,
se abrigam primaveras...(mais de um cento!)
os “depois” nem podem ser tormento
se os “agoras” lhe derem boa ajuda.

“Cara feia” - sinal de enfermidade -
com certeza, costuma sobrepor
mais pesos aos obstáculos da idade.

"Alegre-se e sorria, por favor!
Um sorrisinho dá felicidade,
pois contagia e ativa o bom humor"
Alegre-se e sorria, por favor!
Um sorrisinho dá felicidade,
pois contagia e ativa o bom humor.

Domingo...(de licor e açúcar cândi)

Manhã de sol...A luz passeia a toa...
Explode a primavera em frenesi.
Meu bairro, todo chique, não destoa,
parece um ogro alegre que se ri.

Mignon, gentil, arisco, sobrevoa,
a namorar a rosa, um colibri...
...e perfumes no ar...-Que coisa boa!
O céu está pertinho...É logo ali!

Meu domingo é grande (- Muito grande!)
Cheinho de licor e açúcar cândi.
Estou de bem com toda a humanidade.

Minha amada virá...(telefonou-me)
e ela não quer que lhe revele o nome,
que tem dez letras...(é ?... -FELICIDADE!)

Noturno nº 2

Anseios de verão... Noite clara, sem bruma.
A lua argêntea adorna uma paisagem maga.
A flor perfuma... A lua brilha... O vento vaga
como doce carícia angelical de pluma.

As nuvens pelo céu — enfermeiras de espuma —
se prpõe a curar qualquer dorida chaga.
No silêncio dormita um repouso de saga.
A lua brilha... O vento vaga... A flor perfuma...

Uma fada de azul — fugitiva de lenda —
escreve em cada rosa uma nova armadilha.
Cupido ergue na sombra o seu punhal de renda.

Com preguiça o relógio esquece e compartilha...
Diana vai marcando um nome em cada agenda:
A flor perfuma... O vento vaga... A lua brilha...
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domingo, 4 de outubro de 2009

Cyro dos Anjos (O Amanuense Belmiro)



O romance é narrado na primeira pessoa pela personagem centra, Belmiro Borba , solteirão tímido e sonhador, dotado de grande capacidade para analisar a si próprio e aos outros, que vive modestamente em Belo Horizonte com duas irmãs, "as velhas".

Numa noite de Natal, resolve iniciar uma espécie de diário, para registrar o cotidiano e evocar a infância em Vila Caraibas , cuja saudade o persegue como doce obsessão.

Vemos então o desenrolar das suas meditações, o seu convívio com um grupo, de amigos (Jandira, Silviano, Florêncio, Redelvim, Glicério ) ; a sua paixão distante por uma jovem desconhecida da alta roda ( Carmélia); identificada na sua imaginação a uma personagem de lenda ( a Donzela Arabela) e despertando na memória a lembrança de uma namorada juvenil ( Camila) .

Em tudo se nota que Belmiro foge a ação por meio do sonho e da reflexão, dissolvendo de certo modo a realidade pela excessiva aplicação da inteligência.

Fonte:
http://www.pobrevirtual.com.br

Milton T. Mendonça (O Amuleto)



Camilo era um sujeito simplório, não tinha ido muito longe nos estudos, não acreditava em nada e não tinha sonhos. Levantava de manhã e ia trabalhar na fabrica onde todos que o conheciam trabalhavam. Após o trabalho, à tardinha, passava no boteco para tomar uma, ou duas pingas e uma cerveja, depois, ia para casa jantar. Era recém-casado, não tinha mais do que vinte cinco anos.

Foi num final de semana que tudo começou a mudar. Ele precisou ir lá para as bandas do cafundó, atrás de um galo e de uma galinha caipira, que a mulher resolvera criar nos fundos da casa e, esquecido da vida na venda do seu Joaquim, junto com o compadre Anacleto, ele perdeu a hora e, quando saiu da vila e se jogou na estrada com o seu velho Fiat, a noite já estava a caminho da madrugada.

Camilo, meio cego, mas bem tonto pelo excesso da cajibrina, não reparou num vulto que atravessava a estrada, o atropelando. Ouvindo o tremendo barulho, parou o carro com uma brecada seca, abriu a porta e desceu aos tropeções, indo parar próximo ao monte de pano imóvel, caído a pouca distância da roda traseira do veículo.

Ele, então, se debruçou junto ao atropelado pensando ser uma criança. Ao levantá-lo, porém, percebeu que se enganara, a roupa larga cobria algo mais parecido com um animal, coisa que o deixou espantado e confuso.

Mesmo na sua obtusidade, Camilo, tinha escondido em algum lugar, uma consciência que o impelia a se preocupar com o que acontecia à sua volta. Sem saber o que fazer, o levou para casa. Depois de acomoda-lo, procurou sinais de ferimentos. Não encontrou nenhum. Vendo que o bichinho estava desmaiado, o deixou dentro de uma caixa de papelão e passou o resto da madrugada, e o dia seguinte inteiro, observando, vez ou outra, mas sem mostrá-lo a ninguém.

Quando chegou do boteco, no final do segundo dia, foi até o esconderijo e pegou a caixa. Ao abri-la, percebeu que o animalzinho estava sentado no fundo, todo vestido e com um chapéu de três pontas na cabeça.

Levantou-se quando percebeu que a caixa estava aberta e olhou fixamente para Camilo, que se espantou com a expressão séria e com os seus olhos grandes, verdes e brilhantes.

- Ah! Meu caro senhor – disse a personagem – poderia por obséquio me informar onde estou?

- Está na minha casa, fui eu quem o atropelou.

- Ah! foi? E o que pretende fazer comigo, agora?

- Eu?! - Camilo pego desprevenido, respondeu espantado - nada! Quer dizer, não sei!

- Ah! Que tal me deixar ir embora? Falou de maneira simpática, com um pequeno sorriso nos lábios finos e graciosos.

- Ir embora?!

- Sim! O monstrinho gritou com o tom de voz enérgico e quase nas pontas dos pés.

- Está bem! Exclamou de cara amarrada deixando a pequena visita espantada com sua ingenuidade.

- Está brincando comigo? Resmungou furibunda, a pequena criatura.

- Não, que isso?!

Camilo pegou a caixa e a levou para fora, depositou no chão do quintal, ficando alguns passos de distância. Agitou as mãos, dando a entender que ele podia ir embora e o pequenino saiu, ameaçando fugir correndo. Camilo não se mexeu. E ele não fugiu. Em vez disso, se voltou para o rapaz imberbe à sua frente e pediu que se abaixasse. Retirou do bolso do seu colete um amuleto colorido, gravado com sinais obscuros e lhe entregou. Mas não antes de lhe avisar que com aquela peça mágica, ele poderia ter tudo quanto quisesse. Despediu-se e atravessou o portão saindo para a rua, desaparecendo de vista.
.
Camilo, como era de seu feitio, demorou um pouco para perceber o que tinha nas mãos e, quando finalmente entendeu o que lhe tinha acontecido, correu para casa e escondeu o precioso objeto. A partir desse dia nada mais foi o mesmo. Camilo começou a pensar nas oportunidades que aquilo poderia lhe trazer, e se acostumou a pensar no futuro, coisa que deixara de fazer desde que sua família, quando tinha apenas nove anos, passara a achá-lo um idiota, um leso da cabeça. Não se lembrava porque, nem como isso começara . Mas por qualquer razão, se tornara verdade para ele.

Alguns dias depois, olhando no espelho do banheiro, ao se levantar, percebeu que era jovem e bem apessoado. Qualidades que nem sabia ser portador. Sentou-se na privada e retirou o amuleto do bolso, sentindo sua textura lisa, sem nenhuma reentrância que o desqualificasse. Olhou-o contra a luz e nada viu. Era totalmente opaco.

- Como fazer para usufruir seus poderes? Perguntou alto - ninguém respondeu.

Bateram à porta e rapidamente o escondeu.

Sua mulher, que esperava do lado de fora, o olhou apreensiva.

- O que houve? Perguntou séria.

- Nada que eu saiba. Respondeu com um pequeno sorriso de triunfo na boca larga, o deixando diferente daquele rapaz angustiado que ela conhecia e que lhe inspirava compaixão.

¬-Vai perder a hora. Resmungou entre dentes.

Camilo tomou seu café e, após beijar a mulher no rosto, foi em busca do ônibus que o levaria ao trabalho.

Ao chegar na fabrica, os conhecidos perceberam algo diferente. Mais alegre e comunicativo, deixava à sua volta um ambiente de afetividade e cooperação, trazendo para perto de si pessoas que até então tinham passado à larga. Parara de beber, se tornando uma pessoa caseira com gosto para a manutenção. Os amigos, que agora abundavam, contratavam-no e logo comprou um utilitário, que além de facilitar a locomoção e servir de transporte para suas ferramentas, servia à vizinhança, e isso, o transformou em uma pessoa conhecida e querida por todos.

No trabalho, fora promovido, e como chefe de seção aumentou a produtividade e diminuiu os acidentes de trabalho. Sua preocupação com o bem-estar do próximo virara lenda. E, poucos anos depois, foi convidado para se candidatar a prefeito, depois a deputado e agora, no final do mandato de senador, começava a pensar em se candidatar a presidente.

Nesses anos todo, sempre em segredo, retirava o talismã de seu esconderijo e o segurava esfregando na testa, na boca e nas mãos, acreditando ter descoberto como fazê-lo funcionar. Durante esses anos, guardara no peito a certeza que podia ter tudo o quanto quisesse e nada no mundo o prejudicaria.Essa certeza o confortava, aquecendo sua alma nos momentos em que uma decisão importante o deixava gelado e pronto a se esconder, com medo de não ser competente o bastante, ou pior, quando se considerava com mania de grandeza e seu objetivo nobre demais ou grande demais para alguém tão medíocre.

Certo dia, quando voltava para casa, ao entrar em seu carro estacionado na sua vaga privativa, encontrara o pequeno gnomo sentado à sua espera no banco de trás, escondido na penumbra. Ao vê-lo, Camilo ficou muito assustado.

- Sempre tive medo que aparecesse e tomasse meu talismã. Falou resignado, se sentando ao volante.

- Ah! Não fique preocupado! Respondeu o pequeno individuo - o talismã não tem nenhum poder. Naquele dia eu pensei que como todos que encontrara até então, você também tentaria me roubar e me fazer mal. Aí lhe dei aquele amuleto falso.

- Como?! Perguntou Camilo perturbado.

- Ah! É falso! Estou aqui para avisá-lo que é falso. Falso! Falso! Falso!

Desceu do carro e saiu rindo, dando cambalhotas e gritando: Falso! Falso! Falso!

Camilo, com os olhos arregalados e uma expressão de incredulidade no rosto, ficou olhando aquela pequena figura desaparecer, dançando, no final da rua.

Fontes:
http://www.entrementes.com.br/
Imagem =
http://expressomoda.blogspot.com

Poesia e atitude pela paz com Lançamento do Livro Nós da Poesia



Ato poético pela paz marca o lançamento do livro “Nós da Poesia”, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

Há os que dizem que a arte engajada não tem mais espaço no atual momento do mundo. As preocupações dos artistas, supõem alguns, giram apenas em torno das condições estilísticas e da preocupação com a colocação da obra entre o seleto grupo de consumidores da cultura.

Isso pode até ter uma sombra de verdade. Mas, para dar mostras que a unanimidade não cai bem em se tratando da expressão artística, um grupo de poetas escolheu a XIV Bienal do Livro, que está sendo realizada na cidade do Rio de Janeiro, para chamar a atenção para a paz no continente americano. Trata-se do lançamento da coletânea “Nós da Poesia”, publicação do Instituto Imersão Latina, formado por ativistas preocupados em preservar a diversidade cultural latino-americana.

O grupo fará o lançamento do livro através de sarau, designado de “Ato poético pela paz”, marcando todas as atrocidades cometidas durante o dia 11 de setembro, como o sangrento golpe do General Pinochet contra o regime democrático que vinha sendo construído no Chile, em 1973. Ou, ainda, a perda de milhares de vidas durante os ataques às torres gêmeas, em Nova Yorque, em 2001 e que marcou uma escalada de agressões dos EUA contra povos do Oriente Médio.

A comercialização das publicações do Instituto Imersão Latina, que recentemente também lançou o livro “Poesia Sonora – História e Desdobramentos de uma Vanguarda Poética”, de autoria de Brenda Mars, são utilizadas para custear as atividades da instituição.

A antologia “Nós da Poesia” tem a participação dos seguintes autores: Angela Togeiro, Aníbal Albuquerque, Avelin Rosana, Bilá Bernardes, Brenda Mars, Carmem Cristal, Cláudio Márcio, Clevane Pessoa, Dimythryus, Filipe Marks, Graça Campos, Helenice Rocha, Iara Abreu, Jéssica Araújo, Karina Campos, Lívia Tucci, Lucas Guimaraens, Luciana Campos, Luciana Tannus, Luiz Lyrio, Marco Llobus, Maria Moreira, Marta Reis, Nina Reis, Neuza Ladeira, Regina Mello, Rosângela Ferris, Silvia Motta, Soninha Porto, Tânia Diniz, Rosa Pimentel, Roberto Bianchi, Terezinha Romão, Vagnér Santo e Vicente Ferrer.

Fonte:
http://www.guata.com.br/

Andréia Donadon Leal (Jornal Aldrava é finalista no Prêmio VIVALEITURA)


Poesia Viva - Poesia bate à sua porta com os poetas do Jornal Aldrava, de Mariana Minas, Gerais, apresentado ao Prêmio Viva Leitura, edição 2009, foi selecionado entre os 15 trabalhos do país.

No período de 20 a 24 de outubro de 2009, estarão em São Paulo, para receber o troféu e diploma no Museu da Língua Portuguesa.

A Comissão formada por representantes do Ministério da Educação, Ministério da Cultura, Organização dos Estados Ibero-Americanos e Fundação Santillana, divulgou os finalistas do Prêmio VIVALEITURA 2009. São cinco trabalhos escolhidos nas três categorias que compõem o prêmio: bibliotecas, escolas; e experiências desenvolvidas por pessoas físicas, ONGs, universidades/faculdades e instituições.

Este ano, outras cinco experiências também recebem a distinção da Menção Honrosa. São empresas ou instituições que se destacaram na promoção da leitura, tendo como destaque sua abrangência e relevância.

Os vencedores das três categorias serão anunciados na festa de entrega do Prêmio VIVALEITURA 2009, que acontecerá no dia 22 de outubro de 2009, em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa. O Projeto POESIA VIVA: Poesia bate à sua porta - foi selecionado na categoria pessoa física.

Fonte:
http://www.imersaolatina.blogspot.com/

Dicionário do Folclore (Letra V)



VAIA. A vaia é a maneira usada pelo povo quando, em grupo – não importando se pequeno ou grande -, para protestar ou contrariar uma idéia, ou uma pessoa. Sua origem se perde no tempo. Os romanos, os gregos e todos os povos de hoje, usam a vaia, toda vez que não aprovam, quando estão contra qualquer ponto de vista ou pessoa.

VALDEMAR DE OLIVEIRA nasceu no dia 2 de maio de 1900, na cidade do Recife, PE. Desde criança demonstrou pendores musicais, razão pela qual começou a estudar piano com a professora Olímpia Braga, com o professor Euclides Fonseca e com a professora francesa Angeline Radevese. Em 1918 foi estudar Medicina em Salvador, onde se formou em 1923, defendendo sua tese sobre musicoterapia. Regressando ao Recife, passou a escrever no Jornal do Commercio e a partir de 1935, manteve uma coluna, A propósito, dedicada à música e ao teatro. Mas Valdemar de Oliveira, no decorrer de sua vida, foi um homem plural. Foi médico, professor, jornalista, teatrólogo, musicólogo, compositor, escritor, crítico de arte, foi membro da Academia Pernambucana de Letras, da Academia Pernambucana de Medicina, da Academia Brasileira de Música, do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, da Comissão Pernambucana de Folclore, foi diretor do Teatro Santa Isabel, diretor do Nosso Teatro – hoje Teatro Valdemar de Oliveira, da Sociedade de Cultura Musical, fundador e diretor do Teatro de Amadores de Pernambuco, representante da SBAT, presidente regional da Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, professor das faculdades de Medicina do Recife e de Ciências Médicas, Delegado Regional do Instituto Nacional do Cinema, presidente da Sociedade de Cultura Musical de Pernambuco. Escreveu livros didáticos adotados na rede nacional de ensino, livros científicos e peças de teatro encenadas em todo o país. Na área do Folclore, além de inúmeros artigos publicados em jornais e revistas nacionais são de sua autoria O frevo e o passo de Pernambuco (1946), A recriação popular (1966), A origem do fado (1969), Frevo, capoeira e passo (1971), Frevo (1976), As modalidades do Frevo (1976). Morreu no dia 18 de abril de 1977, na cidade do Recife.

VALSA. As origens da valsa – um gênero musical que esteve muito em voga até os começos do século passado – são desencontradas, diferentes. Os franceses, os alemães discutem, entre si, a paternidade da origem da valsa, antiga dança aristocrática, dos palácios imperiais e que, logo em seguida, passou a ser cantada, tocada e dançada pelo povo. As valsas vienenses de Strauss são muito famosas. As valsas brasileiras, muito bonitas, também marcaram época, como Sobre as ondas, de Juventino Rosa, para muitos no mesmo nível das melhores valsas vienenses.

VAMOS-PENEIRAR. É uma modalidade de samba dançado na Bahia.

VAQUEIRO. O vaqueiro é a figura principal da criação de gado. Com seu chapéu, suas luvas e sua roupa de couro cru, o vaqueiro penetra na caatinga, para trazer de volta a rês fugitiva. Junta o gado que é levado para o pasto ou para bebedouro. Ajuda a ferrar, com a marca do dono, as reses compradas ou filhas do rebanho. Quando conduz o gado, o vaqueiro, com seu aboio triste, enfeita as tardes sertanejas. Veja ABOIO, VAQUEJADA.

VAQUEJADA. No fim do inverno – antigamente, quando o gado ainda não era criado em currais, – os vaqueiros saíam, com seus chapéus, suas luvas e sua roupa de couro cru, à procura do gado nas caatingas para ferrar, castrar, tratar as feridas e separar o gado de muitos donos. É a festa da apartação, de separação do gado. Feita a separação, acontece a vaquejada. Os vaqueiros mais jovens, mais valentes, saem em disparada e, pegando na cauda dos bois, derrubam-nos sob os aplausos das pessoas presentes. Correm apenas dois vaqueiros e o que fica à esquerda, o esteira, tem o trabalho de manter o animal correndo mais ou menos em linha reta. Com a mucica ou saiada – que é o puxão do vaqueiro na cauda da rês – esta perde o equilíbrio e cai. Se o vaqueiro não conseguir derrubar a rês (o boi, a vaca, o garrote, o novilho), recebe uma vaia dos que estão assistindo à vaquejada.

VARA-DE-BATER-PECADO ou VARA-DE-VIRAR-TRIPA. É o homem, magro, alto, o mesmo que espanador-da-lua.

VASSOURA. Vários são os tabus da vassoura: 1. A vassoura não pode ser emprestada, porque carrega a felicidade e a saúde das pessoas da casa para as pessoas da outra casa à qual foi emprestada; 2. Casa nova pede uma vassoura também nova, para que ela não traga para a casa nova os problemas da casa velha; 3. É bom colocar a vassoura atrás da porta para que a visita não demore muito, vá embora; 4. Depois que a vassoura fica velha, imprestável, é bom queimá-la para não dar infelicidade aos donos da casa; 5. Quem leva uma surra com uma vassoura a pessoa seca o corpo; 6. A vassoura deitada traz desgraça financeira para a família; 7. Quem primeiro deve varrer a casa com uma vassoura nova é a mulher mais velha da casa; 8. Uma casa deve ser varrida da porta de entrada para a porta da cozinha; assim fazendo, fica mais fácil a felicidade entrar na casa.

VATAPÁ. O vatapá é o prato mais tradicional da culinária afro-brasileira. É feito com peixe ou crustáceos numa papa de farinha de mandioca com molho de dendê e com pimenta, a gosto da pessoa. Faz-se, também, vatapá de galinha, de milho e de pão.

VATICANO. Vaticano é o nome que se dá aos vapores de novecentos a mil toneladas, usados nos rios da Amazônia. Dentro de suas limitações, oferecem um certo conforto.

VELA. Antes dos candeeiros a querosene e da energia elétrica, a vela era um tipo de iluminação muito comum no mundo inteiro. Hoje, somente quando o fornecimento de energia é interrompido, é que a vela é usada. Mas, nas igrejas, a vela é uma espécie de chama da fé e, nas procissões, os fiéis conduzem sua vela enquanto cantam e rezam. Em todas as cerimônias religiosas a vela está presente, significando a fé do cristão, que nasce e morre com uma vela na mão, pagando suas promessas, acendendo-a nos túmulos dos familiares no dia de finados. Até mesmo para se tirar uma botija, o ato tem que contar com uma vela acesa, meio consumida, retirada de um altar da igreja.

VELHA-DO-CHAPÉU-GRANDE. É a personalização da fome no Nordeste.

VELHO. É uma figura cômica dos pastoris nordestinos. Também é conhecido como o bedegueba. No pastoril profano ou pastoril de ponta de rua, o velho não escolhe as palavras para declamar versos apimentados e, às vezes, até mesmo indecentes, e cantar suas canções impróprias para menores. Ele se apresenta como um verdadeiro palhaço, vestindo um fraque de cores espalhafatosas, calças listradas, uma gravata bem maior do que a comum, com uma flor na lapela, empunhando uma bengala, com um chapéu de abas largas, acompanhando a dança das pastoras exagerando nos gestos. No Recife, vários velhos marcaram época, entre os quais o velho Barroso. Os velhos de antigamente usavam uma linguagem comedida e muito diferente da que hoje é falada pelos bedeguebas.

VELHOS (DANÇA DE). Durante as festas do Divino Espírito Santo realizadas nas regiões Sul e Centro-Oeste brasileiras e, principalmente nas cidades de São Luís de Paraitinga (São Paulo), Parati e Angra dos Reis (Rio de Janeiro), a dança-dos-velhos acontecia sempre nos salões da nobreza aristocrática do café e do açúcar. Depois, como aconteceu na Europa com relação à quadrilha, a dança-de-velhos ganhou as ruas, popularizando-se. Os participantes vestem roupas antigas e nobres (fraques, cartola, etc.) e empunham suas bengalas para bater, de leve, nas pessoas que estão assistindo à brincadeira. O grupo percorre as ruas da cidade aos pares, andando como velhos, engomando, dançando músicas antigas (polcas, valsas) tocadas por sanfonas e alguns instrumentos de percussão. Ao anoitecer, mais mortos do que vivos, os brincantes voltam às suas casas, readquirindo suas verdadeiras identidades.

VELÓRIO. O velório acontece depois que a pessoa morre até a hora do enterro. Em outras regiões brasileiras o velório é conhecido como fazer quarto ao defunto. Quando o velório é de uma criança, os cantos são festivos acompanhados à viola. Durante o velório, as pessoas, madrugada adentro, ficam conversando, comendo, velando, até que o corpo do falecido é conduzido ao cemitério.

VENTANIA. Frevo-de-rua que, quando executado pela orquestra, as clarinetas e os saxofones predominam.

VENTO. Para se chamar o vento nada como se assobiar três vezes seguidas, como fazem os meninos quando estão soltando seus papagaios, suas pipas. Costumam, também, em tais ocasiões, dizer: - "Abra a porta do vento, São Lourenço!" O nome de São Lourenço é assim invocado porque o santo morreu assado numa grelha de ferro. Outra maneira de se chamar o vento é sessar milho ou arroz, atirando os grãos para o alto. Nos navios à vela, antigamente, era proibido assobiar porque o assobio podia chamar tempestades.

VER-A-CAMA. No dia do casamento era hábito a família da noiva convidar os parentes e amigos para visitar os aposentos dos noivos. É um costume existente ainda hoje em algumas regiões brasileiras.

VERÍSSIMO DE MELO nasceu no dia 9 de julho de 1921, na cidade de Natal. Concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, exercendo as funções de advogado, juiz municipal, professor de Etnografia do Brasil da Faculdade de Filosofia de Natal e de Antropologia Cultural da Universidade Federal Rio Grande do Norte, além de jornalista. Em 1989, depois de aposentado, Veríssimo de Melo dedicou-se, com mais afinco, aos estudos folclóricos e ao jornalismo. Foi, também, membro do Conselho Estadual de Cultura e da Academia Norte-Riograndense de Letras. Publicou: Adivinhas (1948), Acalantos (1949), Parlendas (1949), Jogos populares do Brasil (1956), Gestos populares (1960), Cantador de viola (1961), O conto folclórico no Brasil (1976), Folclore brasileiro: Rio Grande do Norte (1978), Folclore infantil (1965), Tancredo Neves na literatura de cordel (1986), Medicina popular no mundo em transformação (1996), além de outros trabalhos, ensaios, artigos e participação em congressos e seminários folclóricos. Faleceu no dia 18 de agosto (mês do folclore) de 1996, na cidade de Natal.

VER-QUEM-TEM-ROUPA-NA-MOCHILA. Na linguagem popular, esta expressão significa ver quem tem razão, quem tem direito, quem pode.

VÉSTIA. É a roupa encourada do vaqueiro, composta de gibão, peitoral, perneiras, chapéu e luvas. Só assim o vaqueiro consegue sair em disparada, através da caatinga sertaneja, sem se ferir, à procura da rês que fugiu do rebanho.

VIOLA. É um instrumento de corda trazido pelo colonizador português, ao som da qual cantava para curtir a saudade da pátria distante. Tem cinco ou seis cordas duplas, metálicas: as duas primas e segundas eram de aço, a terceira era feita de metal amarelo (latão), enquanto o bordão de ré era de aço, o de lá e o mi, de latão.

VIOLÃO. É um instrumento de corda, maior do que a viola, e em forma do número oito. Tem seis cordas, com a afinação mi-lá-ré-sol-si-mi, sendo as três primeiras feitas de metal e as outras de tripa. É a mesma guitarra espanhola, com o mi grave a mais. É um instrumento que nunca saiu de moda e, nas serenatas, nunca falta. Hoje, as cordas do violão são feitas de matéria plástica. As cordas de metal, de tripa ou de seda são preferidas na zona rural.

VISAGEM. É a aparição sobrenatural de alma do outro mundo. Na linguagem popular visagem é, também, fingimento, hipocrisia.

VITALINA. É a moça velha que não casou, que ficou no caritó. Diz a cantiga popular: - "Bota pó, vitalina bota pó/ Que moça velha não sai mais do caritó!"

VITALINO. Vitalino Pereira dos Santos nasceu no dia 10 de julho de 1909, no lugar Ribeira dos Campos, Caruaru-PE. Filho de agricultores, Vitalino teve sua infância na zona rural, ajudando o pai na agricultura e no criatório de pequeno porte. Começou a trabalhar no barro com seis anos de idade, fazendo bichinhos (boi, cavalo, bode) com as sobras do barro de sua mãe Joana Maria da Conceição, que era louceira. Seu pai, um dia, levou-o à feira de Caruaru onde Vitalino expôs à venda boizinhos, paliteiros, galinhas com pintinhos. Depois da louça de brincadeira, Vitalino passou a fazer figuras isoladas como a peça O caçador de onça, seguida de muitas outras. Depois nasceram os bonecos agrupados como a banda de pífanos, os cangaceiros, os soldados. Vitalino adulto, era já conhecido no mundo todo e suas peças estão nos museus das grandes cidades da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos. Faleceu em 1963, com 54 anos de idade, de varíola, no Alto do Moura, arrabalde de Caruaru, Pernambuco. Seus filhos e netos continuaram, não todos, seu trabalho até hoje. Uma peça de Vitalino vale muito dinheiro.

VÔO-DE-ANDORINHA. É um tipo de passo, no frevo pernambucano. Com sua sombrinha colorida, o passista eleva o corpo com grande impulso, cruza as pernas no ar e, ao mesmo tempo, atira os braços.

VUCO-VUCO. 1. No Pará, vuco-vuco significa, na linguagem popular, confusão, agitação; 2. No Recife, vuco-vuco é o nome que se dá ao compartimento do Mercado São José onde se compra e se vende roupa usada.

Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/

Palavras e Expressões mais Usuais do Latim e de de outras linguas) Letra P



palmam qui meruit ferat
Latim: Leve a palma quem a mereceu.

panem et circenses
Latim: Pão e espetáculos circenses. Era o que pediam os romanos da decadência, censurados por Juvenal.

parcere subjectis et debellare superbos
Latim: Perdoar os que se sujeitam e submeter os orgulhosos. Virgílio delineia neste verso o programa político do povo romano.

parce sepultos
Latim: Perdoa os mortos. Não se deve falar mal de quem já morreu.

pares cum paribus facillime congregantur
Latim: Iguais com iguais se unem facilmente.

par est fortuna laboris
Latim: A fortuna é companheira do trabalho.

par pari refertur
Latim: Igual com igual se paga; amor com amor se paga.

pari passu
Latim: Com passo igual.

parti pris
Frances: Opinião preconcebida; prevenção.

parturiunt montes; nascetur ridiculus mus
Latim: As montanhas partejam, nascerá um ridículo rato. Horácio critica o grande espalhafato de um empreendimento que fracassa na execução.

parva scintilla excitavit magnum incendium
Latim: Pequena centelha desencadeou um grande incêndio. Provérbio que se aplica a pequenas coisas capazes de provocar conseqüências desastrosas.

pas de nullité sans grief
Francês Direito: Não há nulidade sem prejuízo. Princípio segundo o qual o juiz não deve pronunciar a nulidade de um ato processual por vício de forma, desde que dela não resulte prejuízo para a parte que a alega.

passato il pericolo, gabato il santo
Italiano: Passado o perigo, o santo é escarnecido. Só nos lembramos dos amigos quando precisamos deles.

pâte cuite
Francês: Pasta cozida. Sistema de decoração de origem veneziana.

paté de foie gras
Francês: Massa de fígado gordo. Produto alimentício enlatado, feito de fígado de ganso engordado por processo especial.

pâte de verre
Francês: Pasta de vidro. Pequenos cubos de vidro colorido que imitam pedras preciosas.

pâte dure
Francês: Pasta dura. Termo de cerâmica, empregado para designar o caulim.

patere quam ipse fecisti legem
Latim: Suporta a lei que tu próprio fizeste. Não podemos fugir das conseqüências de princípios estabelecidos por nós. Aplica-se aos legisladores e moralistas.

patiens quia aeternus
Latim: Paciente porque eterno. Santo Agostinho explica assim as injustiças aparentes, pelas quais os maus parecem triunfar, enquanto os justos são castigados com reveses. Deus pode esperar a hora da justiça.

pauca sed bona
Latim: Poucas coisas, mas boas. Aplicação generalizada.

pauci quos aequus amavit Jupiter
Latim: Os raros que o justo Júpiter amou. Verso de Virgílio que se aplica às pessoas muito dotadas ou felizes.

paulo majora canamus
Latim: Cantemos coisas um pouco mais elevadas. Verso de Virgílio, empregado quando se quer passar de um assunto para outro mais importante.

paupertas impulit audax
Latim: A pobreza audaciosa impeliu. A pobreza pode ser um estimulante das idéias criadoras.

pax vobis
Latim: A paz esteja convosco. Saudação litúrgica que somente os bispos podem usar nas missas.

pectus est quod disertos facit
Latim: O coração é que faz os eloqüentes. Frase de Quintiliano; demonstra que a convicção e sinceridade são requisitos essenciais aos oradores.

pecuniae obediunt omnia
Latim: Todas as coisas obedecem ao dinheiro. O dinheiro tem muita força.

pede poena claudo
Latim: O castigo claudica. Quis Horácio dizer que, muitas vezes, o crime não é imediatamente castigado.

pejor avis aetas
Latim: A idade moderna é pior que a dos tempos passados. Os velhos gostam de lembrar dos bons tempos (os tempos deles).

pêle-mêle
Francês: Confusão; misturada.

per capita
Latim: Por cabeça; para cada um. Termo muito empregado nas estatísticas.

pereat mundus, fiat justitia
Latim: Que o mundo pereça, mas faça-se a justiça.

per fas et nefas
Latim: Pelo lícito e pelo ilícito; por todos os meios possíveis; de qualquer modo.

per jocum
Latim: Por brincadeira.

persona grata
Latim: Pessoa agradável. Pessoa que será diplomaticamente bem recebida por uma entidade ou Estado internacional.

persona non grata
Latim: Pessoa indesejada. Qualificativo que uma chancelaria dá a determinado agente diplomático estrangeiro, em nota ao governo deste, por meio da qual pede a sua retirada do país, onde se acha acreditado, em virtude de considerá-lo, por motivo grave, contrário aos interesses nacionais.

per summa capita
Latim: Pelos pontos capitais; por alto; sem entrar em pormenores; sucintamente, sumariamente.

pertransiit benefaciendo
Latim: Passou fazendo o bem. São Pedro (Atos dos Apóstolos, X, 38) assim resume a vida de Cristo.

petit à petit l'oiseau fait son nid
Francês: Pouco a pouco o pássaro faz seu ninho. Todas as realizações são fruto do trabalho constante e pertinaz.

pied-de-poule
Francês: Pé-de-galinha. Padrão de tecido com desenhos que imitam as pisadas de uma ave, em fundo de cor viva.

piscem natare doces
Latim: Ensinas o peixe a nadar. Ensinas o padre-nosso ao vigário.

Placet
Latim: Agrada, parece bem, apraz. 1 Voto de anuência usado nas assembléias do clero. 2 Diplomacia: Aprovação, beneplácito: Placet régio.

plaudite cives
Latim: Aplaudi cidadãos. Palavras por que terminavam as apresentações teatrais na antiga Roma.

pluralia tantum
Latim: Somente os plurais. Diz-se dos substantivos que só se empregam no plural.

plurima mortis imago
Latim: A imagem multiforme da morte. Foi como Enéias descreveu a Dido a última noite de Tróia (Eneida, II, 369).

plus aequo
Latim: Mais que o razoável; em excesso.

point de nouvelles, bonnes nouvelles
Francês: Nada de notícias, boas notícias. A falta de notícias é sinal de que tudo corre bem.

porte-bonheur
Francês: Porta-felicidade. Mascote ou amuleto considerado portador de sorte a quem o possui.

post equitem sedet atra cura
Latim: O negro cuidado se assenta atrás do cavaleiro (na garupa). As preocupações seguem a pessoa por toda parte.

post hoc, ergo propter hoc
Latim: Depois disto, logo por causa disto. A prioridade no tempo não importa em causalidade. Pelo fato de algo vir antes de alguma coisa não se segue que seja causa desta.

post meridiem
Latim: Depois do meio-dia.

post mortem
Latim: Após a morte. 1 Além do túmulo; na outra vida. 2 Expressão enpregada quando se trata de conferir alguma honraria a pessoa falecida.

post partum
Latim: Depois do parto.

pour boire
Francês: Para beber; gorjeta.

praesente cadavere
Latim: Em presença do cadáver. Diz-se da leitura do testamento do papa que deve ser feita diante do cadáver, antes do seu sepultamento.

praetium aestimationis
Latim: Valor estimativo.

primo occupanti
Latim Direito: Ao primeiro ocupante. Princípio aceito em jurisprudência, segundo o qual, na falta de outra circunstância, o primeiro ocupante adquire o direito de propriedade.

primum non nocere
Latim: Primeiramente não prejudicar. Critério médico, para empregar novas drogas em seres humanos; que elas não prejudiquem o paciente.

primum vivere, deinde philosophari
Latim: Primeiro viver, depois filosofar. Aplicado àqueles que, por especulações abstratas, deixam de conseguir o necessário para a subsistência.

primus in orbe deos fecit timor
Latim: O temor primitivo criou os deuses na Terra.

primus inter pares
Latim: Primeiro entre os iguais. Designa o presidente de uma assembléia onde todos têm voz ativa.

principiis obsta
Latim: Obsta no princípio. Ovídio aconselha o combate às paixões no seu início, antes que criem raízes.

pro aris et focis
Latim: Pelos altares e pelos lares. Pela religião e pela pátria.

pro domo sua
Latim: Pela sua casa. Em defesa de seus interesses.

pro forma
Latim: Por mera formalidade, para não modificar o costume, para salvar as aparências: Discutir um assunto pro forma.

proh pudor!
Latim: interj Expressão que significa Que vergonha! Era divisa de Guilherme de Orange.

prolem sine matre creatam
Latim: Filho criado sem mãe. Epígrafe de Ovídio, que Montesquieu apôs no frontispício de um de seus livros, para significar que ele era inteiramente original.

pro rata
Latim: Proporcionalmente. Recebendo cada um, ou pagando, a quota que lhe toca num rateio.

pro re nata
Latim: Segundo as circunstâncias.

pulchre, bene, recte
Latim: Lindo, bem, ótimo. Expressões que, segundo Horácio, empregam os parasitas para com seus anfitriões.

pulsate et aperietur vobis
Latim: Batei e abrir-se-vos-á. Palavras do Evangelho (São Lucas Xl, 9), em que Cristo aconselha perseverança na oração.

punica fides
Latim: Fé púnica. Locução que usavam os romanos para indicar a falta à palavra empenhada, defeito de que acusavam os cartagineses.
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As outras letras:

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LETRA D http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/11/palavras-e-expresses-mais-usuais-do.html
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LETRA F http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/01/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html
LETRA G-H http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/05/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html
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LETRA J-L http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/06/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do_21.html
LETRA M http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/07/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html
LETRA N http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/07/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do_11.html
LETRA O http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/09/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html

Fonte:
Por Tras das Letras http://www.portrasdasletras.com.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Projeto Releituras (Edição de 1/10/2009)

Marion Zimmer Bradley (As Brumas de Avalon)


Volume 1: A Senhora da Magia

Esta primeira parte narra o começo de tudo; como nasceu Morgana (irmã de Arthur que nasceu do primeiro casamento de Ygraine com o Rei da Cornualha), e a morte do Rei Gorlois, quando Ygraine se casa com o Rei Uther Pendragon. Deste casamento nasceria Arthur. Além destes fatos apresenta-se outros personagens como Morgouse (irmã de Ygraine), Mago Merlim, Viviane (Senhora de Avalon e também irmã de Ygraine), Lancelot, primo de Arthur, que se tornaria posteriormente o amigo mais fiel do mesmo, entre outros... Podemos também destacar neste livro a morte de Pendragon, e Arthur que se assume como rei, apoiado por Avalon, onde ganha a espada sagrada, "Excalibur". Dentro deste mesmo livro ainda podemos destacar alguns fatos interessantes, como a festa do Gamo-Rei, na qual Morgana e Arthur fazem sexo, sem saber que um era o outro e onde gerariam um filho (sem que Arthur soubesse). O encontro de Gwenhwyfar (ou Rainha Guinevere) e Morgana na ilha de Avalon, onde ao mesmo tempo Gwen conhece Lancelot, e se apaixona por ele. Começa desde já a mobilização do reino contra os saxões para exterminá-los, o que levaria a paz.

Volume 2: A Grande Rainha

Neste livro acontece todos os fatos em volta da preparação para guerra contra os saxões e algumas batalhas, tanto que o casamento de Arthur com Gwen se efetua "somente" para que Arthur conseguisse cavalos para a guerra; o dote da rainha. Arthur muda a bandeira de seu exército, retirando a bandeira do Pendragon, e colocando em seu lugar a bandeira de Cristo. Começa a se formar o grupos de cavaleiros que integraria a Távola Redonda (que também pertencia ao dote da rainha). Acontece o casamento de Arthur com Gwen. Começa o romance entre Lancelot e Guinevere, que em um futuro próximo acabaria comprometendo o reino. Mesmo assim, Lancelot leva Morgana para o estábulo, para esquecer que Gwen estaria com Arthur naquela noite (de núpcias). Arthur, Lancelot e Gwenhwyfar se deitam juntos, na véspera de Beltane. Outro fato importante do livro 2 é a saída de Morgana de Avalon, por ter brigado com Viviane.

Volume 3: O Gamo-Rei

O terceiro livro tem grandes e importantes acontecimentos, como a morte de Taliesin, que foi substituído por Kevin, o Bardo. Depois temos a morte de Ygraine (antes da batalha final contra os saxões) e Viviane (que depois da guerra foi reclamar junto a Arthur por ter abandonado Avalon, a traindo, já que por força de Gwen, mudou a bandeira do reino para uma bandeira Católica, tendo então Balim matado-a com uma machadada na cabeça); o fim da guerra contra os saxões; a criação de Camelot; o fato de Gwenhwyfar não conseguir ter um filho de Arthur; o casamento de Lancelot com Elaine, que o afastou de Gwen (feito por uma simpatia de Morgana) e a ida do filho de Morgana e Arthur - Mordred, para Avalon.

Volume 4: O Prisioneiro da Árvore

O último livro dá o final à maioria dos personagens. Morgana se casa com Uriens e começa a conspirar contra Arthur por ter deixado de lado Avalon para ter seguido Cristo. Começa um romance de Morgana e Acolon, filho de Uriens, e os dois iniciam o plano para a tomada da Bainha Sagrada e da Excalibur. Arthur então, foi atraído para o País das Fadas, para que Excalibur fosse tomada por Acolon. Os dois brigam e Arthur mata Acolon, retomando Excalibur, mas Morgana apanha a Bainha Sagrada e a atira de volta ao Lago. Gwydion, também chamado de Mordred, filho de Arthur e Morgana, vai para Camelot com o destino de acabar com o Reino de seu pai, e começa a tramar contra o trono. Kevin é acusado de traição por Morgana, já então a Senhora de Avalon, e é condenado a ser esfolado vivo e ser preso ao Grande Carvalho. No momento de sua execução, um raio cai e parte o Carvalho ao meio, fazendo com que Kevin seja enterrado dentro da fenda do Carvalho. A conspiração para a tomada do trono por Mordred acontece. Eles pegam Lancelot e Gwenhwyfar juntos na cama e o acusam de traição, Lancelot reage, matando Gareth, e ferindo Mordred , fugindo com Gwenhwyfar. Ela se arrepende, e entra para um convento. Lancelot volta a corte, mas já era tarde demais. Mordred já havia tomado grande parte do exército, e organizado uma rebelião. Na batalha final em Camlann, Arthur mata Mordred, enquanto esse lhe atinge mortalmente. Morgana fica ao lado de Arthur e Lancelot, após um pedido de Arthur, atira Excalibur de volta ao lago. Arthur é levado a Avalon e morre lá, enquanto Lancelot, junto com Persival, entram para uma congregação, e ficam lá até a morte.

Fonte:
http://www.caoquira.com.br/