quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Elias Pescador* (Nas asas da alva)


Linda aurora!... Hoje, logo ao amanhecer, olhei para o céu e vi o pincelar da mão divina ilustrando uma belíssima aquarela na tela da existência... Desenhos, imagens, figuras, qual fotos, ora esparsas, ora contínuas, mas ternas, suaves, como a querer demonstrar a suavidade e a docilidade do carinho; e o vento continuava acariciando o espaço com suas nuvens brancas, e o sol a completar a sutileza da obra de arte desta natureza sublime tocava os flocos de algodão a iluminar tudo, sem dourá-los, apenas para torná-los de um branco puro reluzente.

Era só aprisionar o silêncio e prestar atenção para ouvir a penetrante melodiosa sinfonia. Mas que cidade insensível!... Onde estarão os pássaros para aproveitar este momento mágico e bailar, bailar?... Mas... a maldade do homem conseguiu tirar estes personagens da cena do encantamento.

Crio eu, então, as devidas asas e vou... Voo a atender o chamado inaudito do espírito... Desintegro a me espargir feito criança, a brincar naqueles doces espasmos de carícias... Agora sim, entrego me a bailar... Envolvo-me nesta clara e límpida sedução, brindo à Alva, e integrando as minhas asas às suas asas de amor eu me recuso a despertar, pois "mais perto de Ti eu quero estar!...
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* O autor é de São Paulo/SP

(esta crônica obteve o 6. Lugar no Concurso de Crônicas Adulto Nacional “Foed Castro Chamma”, em 2020, com o tema Aurora)

Fontes: Luiza Fillus/ Bruno Pedro Bitencourt/ Flávio José Dalazona (org.). III Concurso Literário “Foed Castro Chamma 2020”. Ponta Grossa/PR: Texto e Contexto, 2021. 
Livro enviado por Luiza Fillus.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

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