segunda-feira, 7 de agosto de 2023

José Feldman (Biografia atualizada)

José Feldman nasceu na cidade de São Paulo, no dia 27 de setembro de 1954. Aos 6 anos de idade aprendeu a jogar xadrez com seu pai. Desde os 10 anos mostra aptidão para a escrita, ao 
escrever pequenos contos baseados em personagens de história em quadrinhos. Com cerca de 13 anos de idade, escreve as suas primeiras poesias. Na época já lia muitos livros e revistas.

Primeiros livros foram a coleção de Monteiro Lobato dada por seu pai. Com cerca de 15 anos de idade participou de concursos de poesia sem sucesso. Desde 1973, com uma fome enorme de conhecimento, realizou vários cursos, como Filosofia no Instituto Palas Athena, Italiano na Associação de Cultura Afro-Brasileira, Inglês no Instituto Roosevelt e Instituto Norte Americano, Leitura Dinâmica e Desinibição e Criatividade, no Instituto Dynamics Cymel, Arte Dramática no Instituto Macunaíma, Filosofia no Centro de Estudos Filosóficos Pró-Vida, além de diversas palestras e encontros de literatura.

Em 1975, devido a enfermidade de seu pai, auxilia-o na direção de clube de xadrez no Instituto Cultural Israelita Brasileiro (ICIB), assumindo definitivamente a diretoria em 1978, sendo reeleito sucessivamente até o ano de 1996. Neste período, foi também auxiliar de diretoria, arbitro e professor de xadrez no Xadrez Clube Sorocaba e no Clube de Regatas Tietê. Foi jogador no 3. tabuleiro pelo ICIB em Torneios interclubes a nível regional e nacional e 1. Tabuleiro pelo Xadrez Club Sorocaba na Categoria Especial.

Também, no ICIB, pertenceu a diretoria cultural, promovendo diversos eventos musicais, além da Oficina de Trovas, ministrada pelo grande trovador Izo Goldman, e revelando talentos musicais dos jogadores do departamento de xadrez. Neste período começa a dar maior ênfase também à literatura, ao fazer, na Casa Mário de Andrade (Oficina da Palavra) o curso de Poesia Viva, com a poetisa Eunice Arruda, curso de literatura com Mario Amato, Ficção Cientifica na literatura e no cinema com o escritor de renome internacional, André G. Carneiro, além da Oficina de Trovas com Izo Goldman.

No xadrez, como organizador, diretor, arbitro, granjeou a admiração e o respeito de grandes jogadores, o que o fez elevar o clube da 3ª categoria para a categoria especial. Criou também um boletim enxadristico denominado “J’Adoube” (eu arrumo), direcionado a todos os níveis de jogadores, com partidas, notícias, estudos, piadas enxadrísticas, etc., e com tempo obteve a adesão de colaboradores com desenhos artísticos, poemas, etc. (na época não havia computador, era tudo na máquina de escrever e mimeógrafo).

Em 1977, viveu uma tragédia, como ele mesmo denomina "tragédia shakesperiana", em crônica que escreveu. Yasmin era filha de libaneses muçulmanos, teve uma filha ilegítima, abandonada pelo pai biológico ainda na gravidez e pela família, expulsa como impura. Feldman (apesar de judeu) era apaixonado por ela e se juntou a ela assumindo a paternidade da menina (Samara). Aos três meses de idade da menina, foram assaltados, e a garota assassinada. Um mês depois, Yasmin se suicida. Feldman, desesperado, sem poder contar seu caso aos pais, na época da guerra árabe-judeu, se entrega aos estudos e trabalho cerca de 21hs por dia. 

Entregue de corpo e alma à literatura, continuou tentando ainda concursos de poesia na Livraria Freitas Bastos e Scortecci, mas ainda sem sucesso. Com as trovas, obteve pela primeira vez uma menção honrosa no Concurso de Cruz Alta (RS).

Casou-se em 1995 com a poetisa escritora e tradutora paranaense Alba Krishna Topan, a qual conhecera no curso de Ficção Científica, na Casa Mario de Andrade. Foi em 1999 para Curitiba, onde ficou longe da literatura e do xadrez. Não conseguindo se adaptar ao clima, mudou-se para a cidade de Ubiratã, a cerca de 70 km de Cascavel (PR).

Em Ubiratã, começou a se firmar ao ser eleito em 2001 como vice presidente da diretoria provisória, da Associação dos Literatos de Ubiratã (ALIUBI), tendo contato com poetas da região.

Registrou-se como Delegado da Delegacia de Ubiratã, pela União Brasileira de Trovadores do Paraná, auxiliando na elaboração do Boletim Paraná em Trovas com a presidente da UBT Paraná Vânia Ennes, o secretário Nei Garcez e o grande trovador A. A. de Assis.

Participou de concursos de contos em Portugal e França. Também participou de torneios de xadrez regionais, sagrando-se campeão, terceiro e segundo lugares, respectivamente, em 3 torneios em três anos consecutivos.

Criou o Blog Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes (http://singrandohorizontes.blogspot.com/) seguindo os mesmos moldes do boletim, com muito mais conteúdo, postados diariamente, iniciado ao final de dezembro de 2007.

Com isto, começou a ficar mais conhecido devido a sua divulgação dos escritores, sendo convidado no mês de junho de 2008 a efetuar uma palestra na Academia de Letras de Maringá, onde discursou sobre o Panorama da Literatura no Brasil. Muitos escritores começaram a enviar seus textos e livros para apreciação crítica. 

Em novembro de 2008, a convite do escritor Sorocabano Douglas Lara, passou a ser membro da ONE (Ordem Nacional dos Escritores), recebendo juntamente com sua esposa, o medalhão das mãos do presidente da ONE, José Verdasca, em 2008, em Sorocaba.

Nas palavras de Vãnia Maria Souza Ennes, presidente da UBT Estadual do Paraná: "É com grata emoção que a diretoria da UBT Estadual do Paraná vem acompanhando seu magnífico trabalho, há mais de 1 ano. Dia após dia, Feldman, você se supera na arte de produzir, criar e disseminar a cultura poética e literária no âmbito nacional e internacional. Cada vez mais, podemos observar a sua sensibilidade que está exposta, claramente, no Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes, desde dezembro de 2007 a março de 2009 e que muito orgulha o nosso Paraná. É um belíssimo desempenho cultural!!! A oportunidade de poder apreciar seu site, ler, reler, participar, aprender com ele, são atitudes que nos induzem seguir adiante e, nos fazem muito bem. Portanto, receba nossos mais calorosos aplausos com as saudações trovadorescas."

O Professor Garcia, de Caicó/RN diz: A União Brasileira de Trovadores desde sua criação, em meados de 1960, tem atraído centenas, diria mesmo, milhares de valorosos adeptos ao movimento que na minha míope visão, continua crescente e em plena ascensão. José Feldman é mais uma dessas descobertas e que além de ser um apaixonado pela trova, presta a todos nós um imenso trabalho, na divulgação de todos os gêneros poéticos do Brasil, através de suas cobiçadas páginas virtuais, que as envia para o maior número de trovadores por todos os recantos. Bem mais do que louvável, o trabalho profícuo do poeta, trovador e escritor Feldman. Tive o prazer de conhecer José Feldman em Curitiba há alguns anos, e me surpreendi com seu espírito bonachão de poeta. Sente-se em suas belas Trovas, que neste corpo tão grande, pulsa um coração piedoso de criança, que ama o seu próximo, e devota um carinho especial também pelos seus animais de estimação, cães, gatos, etc. prova de sua tamanha generosidade.”

Em 2011 radicou-se definitivamente em Maringá/PR, com sua esposa Alba Krishna, 7 gatos e 2 cadelas. Em 2016 integrou a Delegacia de Arapongas, pela UBT, tendo André Ricardo Rogério como delegado.

Em 2015, a convite do Conde Carlos Ventura passou a pertencer como Imortal Correspondente na Academia de Letras Brasil-Suiça, cadeira n. 145, escolhendo o patrono: Mário Quintana. Ocasião em que foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural Euclides da Cunha desta academia.

Em 2017, a convite do presidente Luís Antonio Cardoso, da Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura (ARLAC) de Taubaté/SP, tornou-se Acadêmico Correspondente no Grau de Oficial (1. Grau), quando lhe foi conferido também o Prêmio "Mahatma Gandhi" de Liderança pela Paz, da Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura de Taubaté/SP

A. A. de Assis, de Maringá/PR diz:
Há uma palavra moderninha – bookaholic, que na verdade nem é tão moderninha assim, porém me pareceu com jeito de chique e vem aqui a calhar. Foi a melhor maneira que achei para definir o escritor, pesquisador e animador cultural José Feldman, paulistano radicado há alguns anos em Maringá. Bookaholic é a pessoa excessivamente apaixonada por livros. Em português, um sinônimo próximo seria bibliófilo. Feldman é assim: gosta de cães e gatos, mas sua paixão enormemente maior é pelos livros. Lê tudo, em todos os momentos disponíveis. E quase tudo que lê ele transcreve em seus vários blogues, para alegria de milhares de leitores. Ele é o maior divulgador de textos alheios via internet. O maior propagador da arte literária no país.

Em 2018, a convite da presidente da AVIPAF (Academia Virtual Internacional de Poesia, Artes e Filosofia), Isabel Furini passa a ocupar a cadeira 35 desta academia.

Segundo Isabel Furini, de Curitiba/PR:
Dizer que Feldman é poeta é como dizer que os leões rugem ou que o musgo se adere à pedra. Para Feldman, a Poesia é parte de sua natureza, e poetizar é uma maneira de revelar a sua essência. Penso que Feldman é daquele tipo de trovador que “respira poesia”. Há pouco tempo li uma crítica sobre esse conceito, onde a autora esbravejava que só se pode respirar oxigênio. Mas poetas são pessoas singulares. Suas almas vibram com o fazer poético. Autores como Feldman poetizam os sentimentos, os pensamentos, as sensações, as ideias, a própria vida.

O que surpreende em Feldman é sua capacidade de expressar o seu eu lírico e de encantar o leitor. Seus versos são bem construídos. Com suas Trovas consegue definir os sentimentos: “Saudade é dor pungente”, “A inveja é uma erva daninha, destrói as boas ações.”. Outras Tróvas cantam à natureza: “ A natureza se esmera com flores, beleza infinda”. Algumas Trovas são de cunho místico, como as dedicadas ao dia da Páscoa. Outras ainda, trazem um alerta ecológico: “o homem, sem pestanejar, as árvores põe ao chão”.

Em 2021, o presidente Luiz Antonio Cardoso, da Academia Internacional da União Cultural, o empossa como acadêmico.
 
Ainda neste ano funda a Confraria Brasileira de Letras junto com um artista plástico de Curitiba, que falece neste mesmo ano, uma academia virtual, assumindo então a Presidência desta entidade.

Participou da Comissão Julgadora de diversos Concursos de Trovas e de Poesias.

Reside na cidade de Maringá/PR, desde 2010.

Nas palavras de Carolina Ramos, de Santos/SP: 
”Quando se tem um ideal na vida, tudo parece mais fácil de ser realizado. Só assim, é possível explicar a capacidade ímpar de José Feldman em levar avante a tarefa espontânea à qual, há tanto tempo, se entrega, na missão auto imposta de espalhar Trovas, poesias e textos de seus amigos e irmãos de jornada, por este Brasil afora. É isto o que Feldman faz, passando por cima de seus próprios problemas e cansaços, fazendo, do bondoso coração, um ninho de afetos que a todos acolhe com fraternal carinho, estendendo ainda sua ternura aos cães e gatos que lhe servem de companhia através da vida. 

Em audaciosa imagem, José Feldman é uma espécie de “gralha azul” que, em vez de semear pinhões, semeia letras e versos, reflorestando o Brasil com esse viço poético que desperta a sensibilidade - em tempos atuais, sob constante ameaça de ser sufocada pelo árido e pesado concreto do dia-a-dia. 

Sensível, sofrido, faz ele de sua vida um barco que enfrenta tempestades e mares revoltos, com o estoicismo de poucos, e, sem esmorecer, digita, altas horas, as páginas que cria, repletas de obra alheia e, nas quais, quem menos aparece é seu próprio nome. 

Difícil enumerar, sem pecado de omissão, os inúmeros blogs e jornais virtuais por ele criados e alimentados com dedicação digna de ressalto. Entre eles: - Pavilhão Literário Singrando Horizontes, O Voo da Gralha Azul, Coleção Memória Viva, Paraná Poético, Cavalgada de Trovas do Paraná, Almanaque Paraná, Trova Brasil, Chuva de Versos, etc. 

Feldman esmera-se, agora, em ampliar ainda mais sua obra divulgadora, reativando o que chamou de Florilégio de Trovas, que dá cobertura às várias Seções da UBT, divulgando Trovas e fotos de seus associados. Só isto bastaria para justificar um carinhoso e expressivo reconhecimento desta entidade trovadoresca.

Afetivo e impulsivo, por vezes, Feldman não hesita em dar um passo atrás para desfazer mal entendidos, ciente de que, o caminhar por esta vida, não nos isenta de tropeços que uma amizade sincera não possa suplantar. Este é José Feldman, cujo coração fraterno bate mais forte pelos que o cercam, do que, na verdade, em proveito próprio.” 

Algumas Premiações Literárias:

Poesias:

- III Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho. ALTO (Academia de Letras de Teófilo Otoni). 10. Lugar. 2018.
- IV Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho. ALTO (Academia de Letras de Teófilo Otoni). 12. lugar. 2019.
- 30. Concurso Internacional de Poesias, Contos e Crônicas da ALPAS (Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências "A Palavra do Século XXI"). 2019.
- Concurso Literário Virtual da ALAP, Academia de Letras e Artes de Paranapuã/RJ. 1. lugar. 2020.

Trovas:

IV Jogos Florais de Cruz Alta/RS. Trova destaque. 1992.
XVI Jogos Florais de Santos. Menção Especial. 2014.
XXVII Jogos Florais de Bandeirantes/PR. vencedor com 2 trovas. 2014.
Concurso de Trovas de Taubaté. 1. Lugar e Menção honrosa. 2015.
XI Jogos Florais de Cantagalo/RJ. 12. lugar. 2015.
I Concurso Nacional de Trovas de Itapema/SC. 1. e 7. lugar. 2015.
XVIII Jogos Florais de Curitiba. 3. e 11. lugar. 2015.
Concurso de Trovas da UBT Natal/RN. 1. Lugar. 2015.
LVI Jogos Florais de Nova Friburgo/RJ. Humor. Menção Honrosa. 2015.
XXVIII Jogos Florais de Ribeirão Preto. Humor. 1. Lugar. 2015.
Concurso de Trovas Orlando Woczikosky (Curitiba). 13. lugar. 2016.
XX Concurso de Trovas do CTS/UBT Caicó/RN. 11. lugar. 2021.
XXI Jogos Florais de Curitiba/PR. 10. lugar. 2021.
I Concurso de Trovas Três Fronteiras, da UBT Foz de Iguaçu/PR. 5. e 9. Lugar.
LXIII Jogos Florais de Nova Friburgo/RJ. Menção especial. 2022.

Entidades:

- Confraria Brasileira de Letras (CBL) Cadeira n. 1 - Patrono: André Carneiro - Presidente Nacional.
- Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG (ALTO) - Acadêmico correspondente
- Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura (ARLAC) de Taubaté/SP - Acadêmico Correspondente no Grau de Oficial (1. Grau)
– Academia Internacional da União Cultural
- Academia Virtual Internacional de Poesia, Artes e Filosofia (AVIPAF) - Cadeira n. 35 – Patrono: Apollo Taborda França
- Poetas Del Mundo - Cônsul de Maringá desde 2011.
- Movimento União Cultural - Conselheiro Internacional
- Academia Virtual Brasileira de Trovadores
- União Brasileira dos Trovadores/Delegacia de Campo Mourão/PR - Sub-Delegado, desde 2021.
- União Brasileira dos Trovadores/Delegacia de Arapongas/PR - delegado de 2016 a 2019.
- União Brasileira dos Trovadores/Delegacia de Ubiratã/PR - delegado de 2001 a 2010.
- Associação dos Literatos de Ubiratã (ALIUBI) (vice-presidente 2001 - 2003).
- Academia de Letras Brasil-Suiça . Cadeira n. 145 - Patrono: Mário Quintana
- Ordem Nacional dos Escritores (ONE).
- União Hispanomundial de Escritores (UHE).
- Casa do Poeta Lampião de Gaz, de São Paulo.
- Sociedade Mundial dos Poetas.
- Ordem dos Cavaleiros Templários (OCT).
- Ordem Sagrada do Templo e do Graal (OSTG).
- Antiga e Mistíca Ordem Rosae Crucis (AMORC).
- Pró-Vida, Integração Cósmica.

Honrarias:

- Medalha de mérito cultural Euclides da Cunha da Academia de Letras Brasil-Suiça, em Berna/Suiça. 2015;
- Comenda por Mérito Cultural da Academia Pan Americana de Letras e Artes. 2016;
- Medalha de Mérito Cultural da Academia Brasileira de Trovas. 2016;
- Medalha de Mérito Cultural "Heitor Stockler de França", da União Brasileira dos Trovadores/Estado do Paraná. 2016;
- Prêmio "Mahatma Gandhi" de Liderança pela Paz, da Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura de Taubaté/SP. 2017;
- Prêmio Monteiro Lobato do Movimento União Cultural. 2018.

E-books que organizou:

- Almanaque O Voo da Gralha Azul (16 números)
- Boletim Literário Singrando Horizontes (13 números)
- Almanaque Chuva de Versos (475 números)
- Almanaque Paraná (12 números)
- Trova Brasil (18 números)
- O Encanto das Trovas Estaduais (15 números)
- O Encanto das Trovas Seções (3 números)
- Florilégio de Trovas (31 números)
- Folhetim Literário Desiderata (10 números)
- Doce Aconchego das Trovas (3 números)

Publicações Impressas

- Canteiro de Trovas. 2018.
- Coleção Terra e Céu. Trovas de José Feldman e de Izo Goldman+. 2016.

Participação em Livros Impressos:

Prefácio:
- Isabel Furini. Passageiros do Espelho.
- Isabel Furini. Corvos de Vam Gogh:antologia poética (Apresentação do pintor holandês Vincent Van Gogh).2012.
- Isabel Furini (org.) A Arte poética de Carlos Zemek. 2020.
- Dinair Leite. 11 Rostos: antologia poética. 2015.

Trovas:
- Vânia Maria Souza Ennes. Paraná em Trovas. (trova e fortuna crítica). 2008.
- Carolina Ramos (org.). União Brasileira dos Trovadores. A Trova. Raízes e florescimento. (trova e Mencionado no livro). 2013.
- Vânia Maria Souza Ennes. Manjar de Trovas (trova e fortuna crítica). 2015
- Domitilla Borges Beltrame (org.) UBT. Meus irmãos, os trovadores vol. 2 (2 trovas). 2016.

Crônicas:
- Isabel Furini (org.). Livro de cronicas .

Poesias:
- Revista Literária da Academia de Letras de Teófilo Otoni, Café com Letras (poesia). 2013.
- Edição comemorativa de 35 anos do Movimento Poético em São Paulo (poesia). 2016.
- Coletânea dos Poetas de Maringá - IV. (poesia). 2016.
- Luciano Dídimo (org.). 100 sonetos de 100 poetas. 2019.
- XV Coletânea de Poesias da ALIUBI (poesia). 2019.
- Isabel Furini (org.) A Arte poética de Carlos Zemek. (poesia). 2020.
- Sandra Veroneze (org.). Poetas pela paz (poesia). 2020.

Possui o blog http://singrandohorizontes.blogspot.com.br em atividades desde 2007, com cerca de 17.000 artigos e uma média de 7 mil leitores/mês, e mais de 2.800.000 leitores.

Contatos, colaborações pelo email: gralha1954@gmail.com 

domingo, 6 de agosto de 2023

Isabel Furini (Poema 48): Identidade

Fonte: Isabel Furini. Flores e Quimeras. 2017. Ebook.   

Fabiane Braga Lima (Esperança...)

Eu não sei qual é a tua idade, ou de onde és, também não sei se és um escritor ou escritora. Se for um escritor ou escritora, eu quero te dar um conselho, dê tempo ao tempo, não ultrapasse o tempo e nem troque o certo pelo incerto.

Não queira assassinar os sentimentos seus e alheios, guarde-os somente contigo. O nosso país mudou, olhe tudo ao nosso redor, distópico, utopia e de repente tudo virou uma grande piada sem graça dita por um piadista sem talento.

Mas, vamos nos permitir pelo menos, acreditando que tudo de ruim irá passar. Então, não troque o certo pelo incerto, respeite o tempo, para que juntos, possamos ter esperança, de que ainda vale a pena, contar boas histórias e sermos honestos...!

Fonte:
Enviado por Samuel da Costa

Flora Munhoz da Rocha (Dezesseis batizados)

Esta é a história atrevida de um astuto vigarista de audácia sem precedentes. O homem teve a petulância de batizar o filho dezesseis vezes. Verdade. Não há exagero — dezesseis vezes. Toda vez que acabava o dinheiro em casa, ele não tinha dúvida, saía atrás de um padrinho de posses e já marcava em nova igreja um novo batizada. Logrou engenheiros, advogados, gente que não tinha nada de boba. Madrinha não tinha, era sempre Nossa Senhora. Ele sabia que mulher esmiuça as coisas e acabaria descobrindo.

Sabemos que é costume entre a classe mais humilde, os padrinhos vestirem o afilhado no dia do batizado. Mas padrinho, quanto mais importante, menos tempo tem para se preocupar com enxovalzinho, então iam dando dinheiro, que era o que o pai do menino queria.

Embolsando o dinheiro recomeçava a trajetória do batizado seguinte. Já nem embaraço sentia mais. Entretanto, o raciocínio dele não abrangeu todas as hipóteses. Só na Caixa Econômica ele tinha três compadres e, conversa vai, conversa vem, os padrinhos do menino se certificaram do logro - meu marido, Jofre Cabral e, se não me engano, o terceiro era o Orlando Loyola.

Jofre foi o que mais se sentiu ludibriado. Ele, com seu entusiasmo peculiar, não sabia fazer nada pela metade e, além do dinheiro para o camisolão branco, pendurou no pescoço do menino cordão de ouro com medalha de São Judas Tadeu, abriu caderneta de poupança e no dia até conduziu-os no seu belo carro à Igreja Santa Felicidade, por causa da promessa que o malandro garantiu ter feito por ocasião do nascimento do garoto.

Sua vigarice merecia sério corretivo, e quando o acusaram de haver cometido um sacrilégio, pendendo os braços para o lado ficou com uma cara de choro totalmente ridícula, se justificando: "Não vejo gravidade nisso, quanto mais batizado meu filho for, melhor para ele, fica mais filho de Deus".

Recordo de que quando ouvi essa história, lembrei de outra muito parecida de quando na nossa casa éramos crianças e um dos meus irmãos, que tinha o apelido de Pedro Malazarte, fizera a primeira comunhão quatro vezes. Ele era levado da breca e vivia sendo convidado a se retirar dos colégios de padre e a cada vez que trocava de internato, afirmava nunca ter feito a primeira comunhão por causa dos doces, da vela na mão, do dia de folga.

Acho que foi por isso que escutei sem espanto a história dos dezesseis batizados.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Flora Camargo Munhoz da Rocha, ex-primeira dama do Estado (1951), cronista, (1911-2014) nasceu em Curitiba-PR onde viveu a maior parte de sua vida. Com a criação do estado da Legião Brasileira de Assistência, atuou no campo social: implantou quarenta postos de puericultura nas cidades do interior; em Curitiba, fundou a Creche Branca de Neve e a Cidade dos Meninos para recuperação e ensino profissionalizante de até trezentos adolescentes. Colaborou, por muitos anos, na Gazeta do Povo, no Jornal da Imprensa e na revista O Cruzeiro. Seu conto "Elisa" teve os direitos comprados pela Rede Globo, que o adaptou para o programa "Você decide"; e seu poema "Canção nupcial" foi musicado pelo maestro Eleazar de Carvalho e apresentado em récita de gala pela Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. Recebeu várias condecorações, destacando-se a Lateraeclésia (Vaticano) em 1956 e o título de Vulto Emérito pela Câmara Municipal de Curitiba em 1978. Fundadora da fundação da Academia Feminina de Letras do Paraná, exerceu a vice-presidência durante a primeira gestão. Foi membro da Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil, do Centro de Letras do Paraná, do Centro Paranaense Feminino de Cultura, da União Cívica Paranaense, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Sala do Poeta, da Academia de Letras José de Alencar, da Academia Feminina de Letras do Paraná e da Academia Paranaense de Letras. Publicou Apontamentos (1954, crônicas); Crônicas de Domingo (1956); Três menos Um (1956, peça teatral); O Armazém de Seu Frederico (1973, contos); Domingo a Gente se Fala (1975, crônicas); Ida e Volta (1976, flagrantes de viagens); A Beleza de Ser Criança (1977); O Sofá Azul (1980); Bento Munhoz da Rocha Netto e A Imagem que Ficou (1985); Quadros sem Molduras (1986); Entre sem Bater Memórias (1998).

Fontes:
– 300 Histórias do Paraná: coletânea. Curitiba: Artes e Textos, 2004.

Daniel Maurício (Palavras de Cheiro) 1

A faca
Do tempo
Retalha
O corpo
Mas com ela,
A alma
Mais
Entalhada
Fica.
= = = = = = = = = 

  Ah,
Se o outono
Fosse
Só o cair
De folhas!
Meus olhos
Outonam
Por você.
= = = = = = = = = 

Ah, se todas as mulheres
Entendessem de mulher.
O mundo teria outra cara
Outro corpo, seria mais feliz.
Porque mulher,
Não é só "dona de casa"
É dona do seu destino
É dona de bem mais
do que do seu próprio nariz.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Ao dar
minhas
mãos
a você
Meu
coração
também
pediu
Pra ir junto.
= = = = = = = = = 

A olhos vistos
Era tanta
Realidade
Que os sonhos
Ficaram
Escondidos
Só no
Cantinho dos
Olhos.
= = = = = = = = = 

Aprendi
A ser insistente
Como o mar.
Um dia
Ainda beijarei
Bem mais
Do que
Os seus pés.
= = = = = = = = = 

Caia em si.
Pra não ser
O dó ré mi,
Na sonora gargalhada
Dos outros.
= = = = = = = = = 

Ela
6uardava n'alma
Um linguajar
Muito simples.
Pra dizer
Que era eterno,
Simplesmente
Dizia
Que era
Pra sempre.
= = = = = = = = = 

Ele
Desnudava o peito
Deixando a mostra
Uma poesia
Escrita em "Amorês"
Embora esta seja
Uma língua universal
Para ela
Não passava
De um hieróglifo.
= = = = = = = = = 

Lágrimas
Na "maré cheia"
Emocionada,
A alma
Nada ligeira
Esborrifando
Gotinhas salgadas
Que até poderiam
Ser chamadas
De pedacinhos
De mar interior.
= = = = = = = = = 

Não
Se trata
De perder
Per(doar)
Tem
Muito mais
A ver
Com dar.
= = = = = = = = = 

No dia da Mulher
Zequinha levantou
Bem cedo pra fazer
Uma serenata
Revelando um segredo:
Uma mulher é uma flor
Mas juntas são jardim
Carregam o dom da vida
Semeando amor sem fim.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  =

Quem me dera
Que o amor
Estivesse
Disponível
Em
Um
Pacotinho!
= = = = = = = = = 

Sinônimos
São os mesmos
Só que
Com roupas
Diferentes.
Já o antônimo,
Ah!!!
Esse é sempre
O "cara"
Do contra.
= = = = = = = = = 

Sobre ontem?
Ah!
Foi você
Que
Amanheceu
Em mim,
Ou sou eu
Que ainda
Não acordou?
= = = = = = = = = 
Fonte:
Enviado pelo poeta.
Daniel Maurício. Palavras de Cheiro. Curitiba: Ed. do Autor, 2021.

Clarisse da Costa (O amor subiu pelo telhado)

Sabe aquela história do "gato subiu pelo telhado"? Pois então, agora quem subiu pelo telhado foi o amor. É um tanto irônico isso, mas é a realidade atual. A Cinderela desceu as escadas de sandália, entrou no ônibus, na linguagem popular "busão", e foi trabalhar. No celular uma mensagem de alguém que nunca viu na vida dizendo: Oi minha linda, eu vi a sua foto e me apaixonei. 

Quase que dizendo eu te amo. Porque as pessoas ultimamente dizem "eu te amo" como se dissessem bom dia. Simples falar de amor, mas quem ama de verdade? 

Esse idealismo dos contos de fadas é totalmente fora do contexto da realidade. Os príncipes nem sequer conheciam as princesas e já tinham um imenso amor por elas. Seria este o amor à primeira vista? É como ler um livro e não passar do primeiro capítulo. E não me venha com a história de que a culpa é das estrelas, o culpado é a falta de sensibilidade e humanidade de muitas pessoas. 

Chegando em casa, a Cinderela de uma comunidade pobre, numa região litorânea do sul do Brasil, vê as mensagens recebidas. Todas falando de amor e como de costume aquele bate-papo clichê. São tantas palavras no aplicativo de mensagens que o dicionário Aurélio tem ficado para trás, porque não tem nas suas páginas o linguajar usado na Internet.

E o amor com todas as abreviações fica sem sentido.

Fonte:
Enviado por Samuel da Costa.

Jaqueline Machado (Isadora de Pampa e Bahia) Capítulo 7: Vida em risco

Dona Ana vinha se sentindo cansada há algum tempo. Dores no corpo, acompanhadas de tonturas e falta de ar, passaram a fazer parte de seu cotidiano.

Não conseguindo disfarçar todos os sintomas, embora tentasse, queixava-se apenas de um simples cansaço. 

Na manhã seguinte ao baile, levantou da cama tomada por uma forte tontura e mal conseguindo parar de pé, desmaiou.

Ao contrário da mãe, Isadora acordou muito bem disposta. A primeira imagem que veio à sua mente pela manhã foi o sorriso do rapaz que lhe encheu a alma de alegria no fandango.  E sorriu, ao lembrar das palavras ditas pela sábia vó Gorda.

“A vó disse que um amor está vindo  em minha direção.”, pensou.

O que a prenda não podia imaginar naquele instante, bordado em fios de ouro pelas tramas do destino, eram os problemas que ainda estariam por vir. 

Ao sair do quarto, seu instante de céu transmutou-se em inferno, em profundo breu, e se viu completamente sem chão ao encontrar a mãe caída no corredor. 

- Mãe! O que houve? - perguntava ela  tentando reanimar dona Ana.

A mulher continuava desacordada e Isa saiu em busca de socorro.

Juca a levou para um hospital da cidade. E lá, no HCB, Hospital de Caridade e Beneficência, após receber os primeiros socorros e passar por alguns exames, o plantão médico anunciou que dona Ana sofrera um mal súbito, e aconselhou que ela fosse transferida para passar por alguns exames mais detalhados na capital, Porto Alegre.

- Cadê o pai, Juca? Nunca sabemos por onde ele anda. -  reclamou Isadora.

- Não sei. Mas vou correr atrás dele. - disse o capataz.
 
- Vai logo. Precisamos transferir a mãe o mais rápido possível. Ainda não sabemos o que ela teve.

Horas depois, Juca apareceu com o patrão.

Ao saber dos custos dos exames, o velho, de susto, quase caiu para trás.

- Pai, estás esperando o quê para dar início aos procedimentos da transferência?

- Tô indo,  “fia”!  - disse o senhor Antônio, meio sem saber o que fazer. 

O velho parecia mais preocupado com as finanças do que com a saúde da esposa. 

Foi à fazenda, e pegou um dinheiro que tinha escondido num embrulho de pelego no alçapão da cozinha. Retornou ao hospital e, só então, as providências da transferência foram tomadas.

Dona Ana foi removida para a Santa Casa de Misericórdia (hospital mais antigo do Rio Grande do Sul), onde permaneceu por alguns dias em observação.

Isadora rezava a Deus e à Virgem Maria pela vida da mãe. E entre uma prece e outra, um pensamento se repetia:

- A pedido da minha santa mãezinha, nunca ousei enfrentar o pai, mas sinto que chegou a hora de termos uma conversa séria. 
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 
continua…

Fonte:
Enviado pela autora.

2. Concurso Nacional de Poesia Oracy Dornelles (Prazo: 30 de agosto)

A Casa do Poeta de Santiago promove o Concurso Nacional de Poesia Oracy Dornelles, 
que visa homenagear a memória do poeta santiaguense que lhe empresta o nome, bem como estimular produções literárias na categoria poema, com objetivo de revelar novos talentos das letras nacionais.

Oracy Dornelles, foi pintor cartazista, decorador, desenhista de publicidade, caricaturista, escultor, perito em grafologia judiciária e poeta. Observando cronologicamente a poesia de Oracy vemos poemas realizados na década de 50 que apresentam versificação e metrificação perfeitas (sonetos, quadras, sextilhas, oitavas). Com o passar dos anos, nota-se a evolução no processo criativo do poeta em perspectivas inovadoras: ele passa a se utilizar do verso livre (característica dos poetas modernistas), mas intensificando o ritmo e a cesura, que imprimem forte musicalidade e cadência aos seus poemas, pela conveniente alternância de sílabas tônicas e átonas, acentuando a sua mensagem cósmica, universal. Publicou os livros: “Agonia das Trevas”, 1954, “Belkiss”, 1955, “Ninguém e Mais Eu”, 1959, “Poemas Opus 4”, 1981, “Poesia a Dois”, 1984, “Cantares Ares”, 1992, “Antologia a”, 2000, “Cânticos do hoje”, 2006, “ Páginas Impossíveis”, 2008, “320 Caricaturas Menos Uma”, 2009, “Poesias Novíssimas e Antycqüas”, 2009, “epitáfios e últimos poemas”, 2010, “poesia y chronica” 2011.

Serão selecionados 25 poemas, dos quais os três melhores receberão premiação em dinheiro, bem como será premiado com o Prêmio Terra dos Poetas o melhor poema de escritor(a) natural ou residente na cidade de Santiago há mais de dois(02) anos. Os textos selecionados farão parte de um e-book que será produzido pela Casa do Poeta de Santiago, com os devidos registros (ISBN e Ficha Catalográfica) e disponibilizado nas redes socais.

1- Participação:

1.1 - Poderão participar do Concurso de Poesia Oracy Dornelles candidatos de nacionalidade, brasileira, residentes no país ou no exterior.

1.2 - Cada participante poderá inscrever-se com somente um texto;

1.3 - O texto inscrito deverá ser rigorosamente INÉDITO.

1.4 - O texto com a ficha de inscrição deverá ser enviado através do e-mail casadopoeta.stgo@gmail.com 

2 - Inscrição:

2.1 - As inscrições deverão ser realizadas de: 15/07/2023 a 30/08/2023 on line através do e-mail casadopoeta.stgo@gmail.com anexando ficha de inscrição e o texto com o título e pseudônimo.

2.2 - O preenchimento da ficha de inscrição deve ser completo e o tema do texto é de Livre escolha do autor.

2.3 - Não há delimitação de páginas ou caracteres.

2.4 - No documento (POEMA) NÃO deverá constar o nome do autor. O pseudônimo é obrigatório e deverá ser colocado logo abaixo do título do texto e alinhado à direita.

2.5 - Assim que recebida a inscrição com arquivo do texto a comissão organizadora sinalizará o recebimento, caso o arquivo não abra entrará em contato.

3 - Seleção:

3.1 - A seleção e premiação dos textos será realizada por uma Comissão Julgadora composta de membros da Casa do Poeta de Santiago;

3.2- A identificação dos concorrentes será feita após a decisão da Comissão Julgadora, quando serão conferidos o título e pseudônimo dos textos premiados e selecionados, com os dados da ficha de inscrição que acompanha os textos e os premiados serão informados através de seus e-mails.

3.3 - O não cumprimento, ou violação de qualquer uma das regras deste regulamento resultarão na desclassificação do participante.

Parágrafo Único - Os textos premiados e selecionados serão corrigidos de acordo com as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa. Sendo assim, a correção do texto, para edição do livro, fica sob a responsabilidade da Casa do Poeta de Santiago, com conhecimento e consentimento do autor do texto. O livro dos premiados e selecionados será publicado em forma de e-book e disponibilizado nas redes sociais da Casa do Poeta de Santiago.

4 - Premiação:

4.1 – O primeiro, segundo e terceiro colocados receberão, respectivamente de acordo com a sua colocação:

1o Lugar: R$ 300,00(trezentos reais)
2o Lugar: R$ 200,00(duzentos reais)
3o Lugar: R$ 100,00(cem reais)

4.2 - Será concedido um “Prêmio Terra dos Poetas” ao melhor poema de escritor(a) natural ou residente na cidade de Santiago há mais de dois(02) anos. Essa premiação somente se dará mediante a apresentação de comprovante de residência ou documentação afim, enviada junto
ao e-mail de inscrição;

4.3 - O valor do “Prêmio Terra dos Poetas” será de R$ 300,00 (trezentos reais);

4.4 - A critério da Comissão Julgadora, poderão ser atribuídas até três (3) Menções Honrosas.

4.5 – A premiação ocorrerá durante a 25a Feira do Livro de Santiago, 06 a 12.11.2023, em dia e horário a serem definidos.

5 - Publicação:

5.1- Os 25 poemas selecionados, comporão um e-book que será organizado e produzido pela Casa do Poeta de Santiago, sem custo aos participantes.

5.2 - Por ocasião das publicações, os selecionados precisarão assinar documento de cedência direitos autorais.

5.3 - O e-book terá seu lançamento na mesma data da premiação do concurso.

6 - Disposições Gerais:

6.1- No ato das inscrições, o participante aceitará, implicitamente, todas as disposições deste regulamento.

6.2 - As decisões de seleção e premiação da comissão julgadora terão caráter irrecorrível.

6.3 - Os participantes selecionados declaram desde já que os textos escritos e enviados são de
suas autorias ao mesmo tempo que, ao se inscreverem, autorizam a utilização de seus nomes e imagens para divulgação do referido concurso.

7 - Cronograma:

7.1 - Inscrições e envio dos textos: 15/07/2023 a 30/08/2023
7.2 Análise da comissão organizadora: 01/09/2023 a 30/09/2023
7.3 - Divulgação do resultado: 07/10/2023
7.4 – Premiação e lançamento do e-book: na 25a Feira do Livro de Santiago (06 a 12.11.2023)


Fonte:

sábado, 5 de agosto de 2023

Tertúlia da Saudade 09: Francisco José Pessoa de Andrade Reis

 

Aparecido Raimundo de Souza (Brilho ofuscado)

DE REPENTE, NUM GRANÍTICO silêncio introspectivo, estanco, resoluto, os passos, e nesse embargar, olho, meio que desconfiado, para o espelho preso à parede bem ali na minha frente, em meio à penumbra do reduzido corredor que liga o banheiro ao quarto. Com o que vejo, me assusto, ou melhor, fico paralisado com o que não gostaria, jamais, de encontrar diante dos olhos. No fundo, permaneço inconfundível na minha seriedade à flor da pele, como uma vertigem em temperatura de fusão constante a me fazer voar entre labirintos aborbidos (exorbitantes) e iracundos (furiosos). Por alguns breves momentos, me ponho em pânico assombrado. Pequeno e inerte, degenerado e espúrio (falso) me sinto mofino e canhestro (desajeitado) diante do espelho, síntese de todas as imperfeições, o porta voz do meu destino, como se estivesse emaranhado nos sargaços de um mar tenebroso e imenso. 

Percebo com profundo pesar, não sobrou muita coisa daquele jovem de alguns janeiros atrás, quando tudo parecia porvir de um laboratório de prazeres etéreos. Dos tempos em que a vida fluía, não com a intensidade de coisas findas, contudo, com as garras pujantes e a perseverança opulenta de que os caminhos a serem percorridos eram mais cheios de flores e deslumbramentos geográficos, de formas fortes e concretas, tão destemerosas e denodadas que eu não precisava guardar fantasias policrômicas ou pegar nas asas do tempo uma carona, para evitar que a juventude ganhasse a passos largos o destino de um instante longínquo, incerto e algaraviado. Dessa forma, entre perplexo e abobalhado, confundido e estonteado, tomei conhecimento e consciência de que o tempo passou. Voou ligeiro, destravado, hábil, despachado e apressurado...

Meus filhos, ontem crianças inocentes e sem maldades, cresceram, espicharam, avultaram numa saciedade perene. As pessoas que viviam ao meu redor, os vizinhos de toda hora, em oposto, enfraqueceram, ficaram mais velhas, se arrebicaram (ornaram) de artifícios capengas, os cabelos de toda essa gente embuçaram (encobriram-se) embranquecidos. Outras tantas partiram, mudaram, sumiram, morreram, deixando em seus lugares velhas fotografias amarelas e desbotadas. Trasladados que não falam dos tempos esvaídos, eclipsados, tão somente dão conta de um sem som constrangedor e pior, de uma mudez reticente abraçada a uma saudade pegajosa que insiste em ficar grudada, comboiada (acompanhada), aderida na pele, e não só nela, na alma, sem querer ir embora. Meu Deus! Há tanto tempo não olhava para meu rosto, não mexia em meus cabelos... não sentia a testa inteiriçada de carquilhas e rugas. Há tanto tempo, não sei quanto, não sentia pena de ter perdido o viço, tentando encontrar algo útil, talhado e aproveitado que pudesse ser meu. Por uma breve faísca de lucidez nitescente (brilhante), não me reconheço sóbrio e mesurado, equânime e morigerado (bem educado) nos ínfimos gestos. 

Passo a mão trêmula no espelho frio, na expectativa gélida, abortada e frustratória (ilusória) de que seja este instante, um momento fugaz, perfunctório (efêmero), de pura emoção, vinda, talvez, do fundo da alma. Entretanto, é exatamente nesse interregno que sinto um vazio amargo e de proporções imensas, côncavo que se achegou emancipado e tomou formas fantasmagóricas. Do nada preencheu tudo, ocupou os espaços que restavam guardados para a possível chegada de uma felicidade triunfal que prometia vir de muito longe. Neste momento, diante do espelho obsequiado pela penumbra do quarto, não sei dizer, ao certo, se a tal felicidade apareceu ou ficou encantada. Se de fato chegou aqui, se bateu na minha porta, se tocou a campainha, se deixou recado com o porteiro, ou com os vizinhos de ambos os lados da rua. Não sei dizer, como não saberia precisar onde estava e o que fazia. Não sei, igualmente, onde estaria metido com a cabeça, ou com o raio do nariz que não pressenti o cheio forte de sua aproximação. 

Apenas tenho ciência, tudo ficou no estéril do labirinto. Tudo virou um desprovido de conteúdo. O nada estancou desabitado. O volúvel se fez consistente, tão longevo e perdurável, que inundou a minha alma a ponto de uma bruxa malévola aparecer na janela, reavivar assombrações que rangeram seus sapatos de encontro ao chão. De roldão, um anjo de asas negras contrapesou. Desceu espavorido de algum plano acima deste e apagou a chama da tranquilidade mística que reinava por todos os cantos e recantos da casa. Às vezes tenho saudades de voltar ao passado. Fazer parte da paisagem do ontem eivado (contaminado) de farturas desordenadas. Colher frutos caídos, beber da água que passou sob a ponte, correr solto, livre e leve, capturar miragens dos idos de menino, avivar lembranças de mamãe ralhando, igualmente de papai voltando do trabalho, dos irmãos sentados à mesa do jantar para o derradeiro banquete do dia esvaído. 

De poder encontrar as oportunidades que foram jogadas ao léu, outras no ralo de garganta profunda, de rever os momentos de encantamentos que estiveram ao alcance das minhas mãos, mas que, por ignorância tamanha, me fiz palhaço de um rei deposto e me tornei um bobo de sua corte, achando que o melhor e o mais acertado seria atender aos desjuízos que afloravam da cabeça bagunçada. Em vista disso tudo, a solidão se entrelaçou companheira inseparável de todas as horas. Veio de mala e cuia morar junto, sem ser convidada, passou a fazer parte do cotidiano, a dar ordens e promover pequenos contratempos. Com o decorrer dos dias, essas adversidades se transformaram em rimas de total fracasso.  O sol bonito que brilhava quente e mavioso, fulgente e radioso, sumiu do firmamento e em seu lugar um punhado de nimbos escuros e pesados coroou de melancolias incertas todos os sonhos que estavam, ainda, por nascer. 

Alguma coisa desconhecida aproveitou esse momento de fraqueza e ofuscou o brilho das estradas. Escureceu os horizontes e fez sumir nas brumas da insensatez, o amanhã que se preparava para resplandecer por inteiro, integro, perficiente (perfeito) e primoroso. Sem que me apercebesse, as horas entraram em colapso, e o tempo de novo, o meu tempo, se comprimiu dentro de um túnel sem saída, escuro, frio, desconhecido. Os pássaros deixaram de cantar, o vento de soprar gostoso em meus ouvidos. Portas foram batendo às minhas costas, chaves secretas fechando desvãos possíveis à minha presença, e novamente os espíritos inquietos da solidão se agigantando e, a medida que aumentavam de forma e tamanho, pressionavam o pouco da Esperança que insistia manter viva a tênue luz que restava acesa em meio a toda essa imensurável escuridão.   

Pudesse vestir, neste momento, o terno do agora, calçar os sapatos de novas caminhadas, e como um novo dia de sol me abrir em jatos de vontades criadoras, enquanto na soleira da eternidade, talvez esse espelho de aspecto cadavérico não me botasse tanto medo dentro do coração... talvez se encontrasse as flores do cristal eterno e pudesse olhar ao meu redor com outras perspectivas de amanhã, gritar aos berros necessários, meus expurgos aprisionados, quem sabe todos os meus resquícios se levantassem de suas covas e surgissem, diante de mim, de mãos estendidas, com a expectativa de começar tudo outra vez (como uma volta ao recomeço).  Eu não sentiria mais, com certeza, esse punhal maligno, a riscar o ar, a desenhar aos meus pés ciladas circunspectas. Oxalá não estivesse tudo perdido, quem sabe ainda não fosse muito tarde para ser novamente e imensamente Feliz. E outra vez, ainda que “in petto”, me reencontrar magistral e perficiente dentro de mim.

Fonte:
Enviado pelo autor.

Gislaine Canales (Glosas Diversas) LVIII


POBREZA
La pobreza en  la humildad,
 en noche fría de invierno,
 es  tristeza, es soledad...
 ¡es mismo, un cruel infierno!
 
MOTE:
A pobreza na humildade,
em noite fria de inverno,
é solidão, é saudade...
é mesmo um cruel inferno!
Carmen Patiño Fernandes 
(España)

GLOSA:
A pobreza na humildade,
quando falta pão e abrigos,
suspira por igualdade,
lamenta a falta de amigos!
 
Dormindo, só, pela rua,
em noite fria de inverno,
o menino tem da Lua,
seu único abraço terno!
 
É triste a realidade,
amarga, sem alegria,
é solidão, é saudade...
é só dor, só nostalgia!
 
A miséria, a fome, enfim,
parece um problema eterno...
Sinto em prantos  dentro em mim:
é mesmo um cruel inferno!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

MEDOS...
 
MOTE:
A solidão forja medos...
e ao me deixares um dia,
feri os pés nos rochedos
sem temer a travessia!
Florestan Japiassú Maia
Rio de Janeiro/RJ, 1915 – 2006

GLOSA:
A solidão forja medos...
Eu me sinto enclausurado,
escravo dos meus segredos
e neles acorrentado!
 
Eu pensava que me amavas...
e ao me deixares um dia,
meu coração tu roubavas
e toda a minha alegria!
 
Rasguei, então, os enredos,
da nossa história de amor,
feri os pés nos rochedos
e enfrentei toda essa dor!
 
Com meus medos exilados,
vestidos de nostalgia,
transpus abismos passados
sem temer a travessia!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

FUTURO INCERTO...
 
MOTE:
Quanto mais olho o futuro,
vejo a solidão na estrada
fico perdido, inseguro,
ante a angústia de meu nada...
Ivone Taglialegna Prado  
Paraguaçu/MG,  ??? –  2022, Belo Horizonte/MG

GLOSA:
Quanto mais olho o futuro,
menos consigo enxergar,
está tudo tão escuro,
me sinto desanimar.
 
Na estrada da solidão,
vejo a solidão na estrada
e o meu pobre coração,
só com ela acompanhada!
 
Sozinho, não me aventuro,
tremo e choro, eu sinto medo,
fico perdido, inseguro,
o meu futuro é um segredo!
 
Essa dúvida angustia
minha alma desordenada,
que parte em busca do dia
ante a angústia de meu nada...
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

SONHOS
 
MOTE:
Sou feliz na meia-idade,
revivendo, persistente,
os sonhos da mocidade,
nos sonhos do meu presente.
João Freire Filho
Rio de Janeiro/RJ, 1941 – 2012

GLOSA:
Sou feliz na meia-idade,
vivo de recordações
da colorida amizade
sempre cheia de emoções!
 
Sinto de novo a ternura
revivendo, persistente,
tantos dias de ventura
de uma vida comovente.
 
Relembro com ansiedade
aquele amor  tão profundo...
os sonhos da mocidade,
melhores sonhos do mundo!
 
Quase-velho e já cansado
me torno um adolescente,
transformo o sonho passado,
nos sonhos do meu presente.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

EU TE AMEI
 
MOTE:
Eu te amei sem ser amado,
e ainda, por te querer,
peço perdão de um passado
que eu não consigo esquecer...
Milton Nunes Loureiro
Campos/RJ, 1923 – 2011, Niterói/RJ

GLOSA:
Eu te amei sem ser amado,
te desejei noite e dia,
foste o sonho mais sonhado...
foste a tristeza e a alegria!
 
Resta sempre uma esperança,
e ainda, por te querer,
sinto aumentar a confiança...
nova luz no amanhecer...
 
Mas quando estou ao teu lado,
sinto medo, um medo atroz,
peço perdão de um passado
nunca vivido por nós!
 
O amor não correspondido
causa dor e padecer,
é tão forte, tão sofrido,
que eu não consigo esquecer...

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.