Lisboa/Portugal
De novo invoco o testemunho do tempo antigo
na ilusão de despertar um sonho adormecido
O espírito paira na atração da vertigem
vítreo olhar incidindo na profundidade resguardada
onde só a memória mergulha com exatidão
Sem o pressentir, já habitavas em mim!
Revejo-me debaixo da frondosidade da árvore
estendido sobre um atapetado manto de fantasia
contemplando com o olhar não empoeirado
o tempo espreguiçando-se na sua vagarosa letargia
Desconhecendo que já conhecia a paz
deixava-me livremente invadir
pelos ruídos do dia em suave orquestração
sinfonia recebendo os aplausos do sentir
Sem o pressentir, já habitavas em mim!
O pensamento retinha a inocência de cada gesto
sorriso a desabrochar em doçura de pólen
ingenuidade perante o voo sôfrego das abelhas
Uma felicidade idílica tomava conta de mim
naquele recôndito esconderijo de verdura
onde o sonho abraçava a realidade com ternura
Mesmo não o pressentindo, já habitavas em mim!
Fonte: Facebook do poeta
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