domingo, 19 de maio de 2024

Concursos Literários com Inscrições Abertas

10. CONCURSO  DE  POESIA  BIBLIOTECA  LYDIA  FRAYZE,  DE  OURINHOS/SP

Prazo: 01 de Junho

ASSOCIAÇÃO CULTURAL FAZENDAS FAMA

CATEGORIAS

O Concurso divide-se em quatro categorias:

• Categoria 1: Constituída por estudantes matriculados no 4o, 5o ou 6o ano do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas;

• Categoria 2: Constituída por estudantes matriculados no 7o, 8o ou 9o ano do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas;

• Categoria 3: Constituídas por estudantes matriculados no Ensino Médio;

• Categoria 4: Constituída por pessoas com mais de 18 anos ou que já concluíram o Ensino Médio, considerados na categoria de jovens e adultos.

PARTICIPANTES DO 10. CONCURSO DE POESIAS

Podem se inscrever os interessados que atendam as descrições mencionadas nas categorias 1,2, 3 e 4 deste edital;

Cada pessoa poderá apresentar apenas 1 (um) trabalho que seja caracterizado com o gênero literário POESIA;

É imprescindível identificar a qual categoria pertença o participante inscrito, caso esteja devidamente matriculado em uma Instituição de Ensino, será necessário colocar o nome da Instituição que se encontra matriculado.

O tema é de livre escolha do participante, no entanto não serão aceitos temas sensíveis como política e religião, e exige-se que o texto seja inédito de produção própria do inscrito, permitida apenas a publicação em rede social de sua propriedade, desde que redigido em Língua Portuguesa, salvo expressões ou palavras de natureza estrangeira.

Poderá participar qualquer pessoa residente, ou não, no Brasil.

INSCRIÇÕES

A inscrição será realizada no google formulário pelo link:


O formulário conterá campo obrigatório para preenchimento, como os dados cadastrais: nome completo do participante, nome completo do responsável, CPF do responsável, endereço residencial, telefone residencial ou de celular do responsável maior de idade, e-mail, pseudônimo, título da poesia e a categoria em que concorre, aceite do termo do uso de imagem e tratamento de dados, bem como anexar em PDF a poesia seguindo OBRIGATORIAMENTE as orientações elencadas abaixo:

• Título;
• Anexo no formato PDF;
• Fonte Arial ou Times New Roman 12;
• Espaçamento simples;
• Máximo 30 linhas;
• Não ultrapassar uma folha e não ser separado em mais de uma coluna;
• Não serão considerados trabalhos enviados fora dos requisitos acima;
• Cada candidato poderá concorrer com 1 (um) trabalho poético. O candidado que se inscrever com mais de um trabalho terá sua inscrição cancelada, sendo considerada apenas a última anexada.

PERÍODO DE ENVIO DOS TRABALHOS

O prazo para o envio dos trabalhos será de 01 de março de 2024 a 01 de junho de 2024.

JULGAMENTO

O julgamento será realizado no período de 20 junho de 2024 a 31 julho de 2024, pela Comissão Julgadora que será composta por 3 (três) jurados. Os jurados atribuirão pontuações de 0 a 10 as poesias com análise nos critérios que são: tema, presença de técnicas, ortografia, gramática e a carga poética.

Em caso de empate técnico, será considerada maior nota do item “presença de técnicas” para desempate. Caso persista o empate, o segundo item para desempate será “carga poética”. Se mesmo assim, persistir o empate será nomeado um dos jurados para o desempate.

DESCLASSIFICAÇÃO

Haverá a desclassificação do candidato caso seja observado:

• Não preencher todos os requisitos da ficha de inscrição;
• Apresentar poesia para avaliação de outra autoria e/ou plagiada;
• Apresentar a poesia fora dos padrões descritos neste edital.
• Arquivo enviado em formato diferente do especificado no edital. Ex. Word, txt, etc.
• Não serão aceitos trabalhos com temas sensíveis como Política e religião, a fim de evitar conflitos com julgamento imparcial;
• Não aceitar os termos de uso de imagem tratamento de dados corresponderá na desclassificação do candidato.

PREMIAÇÃO

As três primeiras colocações de cada categoria receberão os prêmios descriminados abaixo:

• 1o Lugar: Certificado, medalha e 01 Kindle 11o geração
• 2o Lugar: Certificado, medalha e vale livros de R$ 300,00
• 3o Lugar: Certificado, medalha e vale livros de R$ 200,00

OBSERVAÇÕES:

Todos os inscritos poderão acompanhar na página da Biblioteca Lydia Frayze no Facebook e Instagram o resultado do Concurso que será divulgado no dia 01 de Setembro de 2024 a partir das 14h.

Para fazer jus à premiação, o vencedor deverá buscar os prêmios na sede da Biblioteca Lydia Frayze no dia e horário acordado, exceto quando não residir na região da cidade de Ourinhos/SP, onde os prêmios serão enviados via Correios no endereço informado na ficha cadastral.

Não serão expedidos certificados de participação aos demais concorrentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inscrição neste concurso corresponde à aceitação plena deste regulamento, e o seu não cumprimento resultará na desclassificação do candidato.

A Biblioteca Lydia Frayze não se responsabiliza por eventuais correções ortográfias dos trabalhos inscritos e aprovados.

Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora do Concurso, a quem cabem decisões definitivas e irrecorríveis.

Mais informações pelo e-mail: concursodepoesia@famacultural.com.br.
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CONCURSO DE CONTOS E CRÔNICAS GIOCONDA LABECCA

Prazo: 30 de Junho

— Homenagem Póstuma —

A Academia de Letras da Grande São Paulo torna público seu Concurso de Contos e Crônicas Gioconda Labecca, que objetiva estimular a criatividade e o interesse literário de estudantes e amadores.

REGULAMENTO

1. Poderão concorrer estudantes de todos os níveis de ensino e escritores amadores, com idade mínima de 16 (dezesseis anos), residentes em qualquer Estado brasileiro.

1.1. Não poderão concorrer membros de Pen-Clubes ou assemelhados, nem integrantes de Academia de Letras, ou escritores profissionais.

2. Para participar, os interessados deverão inscrever-se até 30 DE JUNHO DE 2024, ocasião em que deverão encaminhar trabalhos originais via eletrônica, no e-mail:


com todos os dados do participante: nome e endereço completos, inclusive CEP, número de RG e CPF, telefones fixo e celular e endereço de e-mail incluindo o título do trabalho (apenas um texto para cada autor) e informar: por qual meio de divulgação tomou conhecimento do Concurso de Contos e Crônicas Gioconda Labecca. 

Informações adicionais poderão ser obtidas na Secretaria da Academia, pelo telefone: (11) 4221-1643 ou pelo próprio e-mail da Academia, no período comercial da tarde.

2.1 Os trabalhos deverão ser originais, inéditos (não publicados em coletâneas ou livros), de autoria do inscrito, exclusivamente em português, respeitando o último acordo ortográfico e digitados, com caracteres Times New Roman, caixa 12 (doze), com espaço 1,5 entre as linhas, até o máximo de 5 (cinco) laudas cada original.

2.2 Cada participante poderá concorrer com apenas um estilo, conto ou crônica. O autor remeterá apenas um único trabalho. Para efeito de premiação, serão classificados os dez primeiros lugares, seja qual for a modalidade, segundo a qualidade do texto apresentado, avaliado e classificado pela Comissão Julgadora.

2.3 Serão desclassificados, automaticamente sem avaliação:

a) textos que evidenciem ser compilação ou plágio, a juízo da Comissão Julgadora;

b) textos julgados pornográficos, ou contendo erros grosseiros de linguagem e originais formatados desrespeitando as regras estabelecidas no item 2.1

3. Serão proclamados vencedores, pela Diretoria da Academia 10 (dez) trabalhos, como segue:

3.1 A premiação para esses trabalhos será a edição de uma Antologia que seguirá a ordem de classificação para composição da obra.

1º Lugar – Prêmio: GIOCONDA LABECCA; Certificado de Participação e 20 exemplares;

2º Lugar - Prêmio ALGRASP —2024; Certificado de Participação e 15 exemplares;

3º Lugar - Prêmio Revelação — 2024; Certificado de Participação e 10 exemplares;

4º ao 10º Lugar – Prêmio de Honra ao Mérito; Certificado de Participação e 05 exemplares.

4. A divulgação dos resultados, com nomes dos vencedores, será feita, após criteriosa avaliação dos trabalhos, pela Comissão Julgadora, em até 90 (noventa) dias contados a partir de 30 de junho de 2024, devendo, a premiação, ocorrer em Sessão Solene da Academia, em até 60 (sessenta) dias após a divulgação dos resultados, com a presença dos premiados e familiares e de eventuais patrocinadores, além dos Acadêmicos e da Diretoria do Sodalício.

5. Os originais dos trabalhos não serão devolvidos.

6. Os autores das obras selecionadas autorizam, automaticamente, a sua publicação em edição da Antologia Contos e Crônicas Gioconda Labecca, sem qualquer ônus, e declaram, ao participar, que estão cientes de todo o conteúdo do Regulamento do presente Concurso.

7. Os critérios usados pelos membros da Comissão Julgadora serão: Criatividade, Correção de Linguagem e Originalidade.

8. A Comissão Julgadora é soberana e conta com a credibilidade da Diretoria da ALGRASP, razão porque não caberá recurso de qualquer espécie aos participantes, nem de acadêmicos, pela avaliação dos contos vencedores, nem pelos critérios usados.

9. Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria da ALGRASP, em conjunto com os membros da Comissão Julgadora, nomeada pela Presidente e composta por Acadêmicos capazes e experientes, que já figuraram com êxito em concursos anteriores do Sodalício.
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VII  CONCURSO INTERNACIONAL DE POESIA DE JOAQUIM TÁVORA – PR.

Prazo: 28 de Julho

1. CONCORRENTES

1.1 Na categoria juvenil podem se inscrever cidadãos tavorenses dos 14 anos de idade completos aos 17 anos completos e que residam no município. 

A categoria infantil é somente para alunos tavorenses matriculados nos 4º e 5º anos do ensino fundamental da rede pública ou privada. Com premiações especiais aos três primeiros de cada categoria, o que totaliza, portanto, duas categorias infanto-juvenis. 

Para a categoria adulta, a partir dos 18 anos completos, com inscrição aberta de forma internacional, ou seja, válida em todo o território nacional e internacional. Ambas as categorias exigem trabalhos inéditos em Língua Portuguesa.

1.2 Cada concorrente pode se inscrever com apenas 1 (um) trabalho que respeite o ineditismo.

1.3 A apresentação dos trabalhos deve obedecer aos seguintes critérios:

1.3.1 Categorias infanto-juvenis:

a) Texto escrito em papel de caderno (grande) que não ultrapasse 50 (cinquenta) linhas;

b) A opção por texto em forma manuscrita é exclusiva para as categorias infanto-juvenis;

c) Os textos redigidos em computador devem ser na extensão .doc (textos recebidos em outros formatos de extensão de arquivos serão excluídos do certame);

d) Fonte Arial ou Times New Roman no tamanho 12;

e) Conter no máximo 2 páginas em formato Word/Windows, modo retrato;

f) Título (obrigatório, texto sem título será excluído do certame);

g) Dois espaços entre o título e o texto;

h) Espaçamento entre linhas 1,5;

i) Deve conter o nome do autor do trabalho e/ou pseudônimo;

j) O tema é LIVRE, mas que não contrarie os Direitos Humanos Universais e o Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo exigido texto inédito. Entende-se por inédito, poemas que nunca foram publicados em livros, antologias, jornais, revistas, endereços eletrônicos, portais de comunicação, redes sociais e quaisquer formas de divulgação.

k) É proibida a correção dos trabalhos escritos pelos alunos, por parte de professores, mestres, pais ou responsáveis, diretores ou outros profissionais do ramo educacional, visando assim avaliar a escrita, o conhecimento dos alunos, o talento e as técnicas aprendidas. Caso haja a comprovação de que o trabalho infantil foi manipulado, este será desclassificado.

1.3.2 Categoria adulta:

a) Texto redigido em extensão .doc (ATENÇÃO somente extensão .doc será aceita.);

b) Fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, modo da página: retrato;

c) Conter no máximo 2 páginas;

d) Título (obrigatório título, texto sem título será excluído do certame);

e) Dois espaços entre o título e o texto;

f) Deve conter o nome do autor do trabalho e/ou pseudônimo;

g) Assim como: 2.3.1 i.

1.3.3 Subcategoria Melhor Tavorense Classificado:

a) Dentro da categoria adulta internacional há a subcategoria Melhor Tavorense Classificado, ou seja, o/a tavorense que melhor se classificar no geral adulto. Aquele que totalizar a maior nota geral entre os jurados.

b) Prêmio que visa incentivar os talentos literários da cidade de Joaquim Távora.

c) Caso este concorrente tavorense fique entre os 5 (cinco) primeiros lugares na categoria adulta geral, este se manterá na subcategoria Melhor Tavorense Classificado, mas com menção especial em diploma.

2. DAS INSCRIÇÕES

2.1 Todas as inscrições são gratuitas para o VII CONCURSO INTERNACIONAL DE POESIA DE JOAQUIM TÁVORA – PR.

2.2 Cada participante poderá se inscrever com apenas 1 (um) trabalho. O trabalho deve conter:

título, texto, o nome do autor ou pseudônimo. Caso contrário, a inscrição será indeferida;

2.3 ATENÇÃO - Os trabalhos poderão ser entregues, no caso das categorias infantojuvenis, na Biblioteca Pública Ataíde Camargo, sede da Secretaria Municipal de Educação, Rua Senador Souza Naves, na cidade de Joaquim Távora, Estado do Paraná.

Os trabalhos entregues diretamente na biblioteca devem estar com etiquetas descritivas e em envelopes lacrados.

2.4 Os trabalhos devem ser inscritos através da internet, por e-mail:

concursointernacionalpoesiajt@gmail.com

Anexo, deverá conter, além do trabalho devidamente redigido conforme 1.3.1 e 1.3.2, uma folha ou lauda contendo dados pessoais e de contato: nome completo, pseudônimo, endereço residencial com CEP, telefones de contato, e-mail pessoal, data de nascimento, CPF, RG, nome do pai, nome da mãe e breve biografia. Todos num mesmo arquivo. Ou seja, após a(s) lauda(s) do poema inscrito inicia-se as informações pessoais e biográficas na página seguinte do mesmo arquivo;

2.5 IMPORTANTE, é necessário informar endereço correto, telefone, CPF e RG nas informações pessoais para que se possam efetuar as entregas dos prêmios via CORREIOS;

2.6 Prazo de inscrição: 8 de abril de 2024 a 28 de julho de 2024 para ambas as categorias.

O concorrente só pode se inscrever em 1 (uma) categoria e com 1 (um) trabalho literário.

2.7 As escolas concorrentes devem inscrever seus alunos via e-mail ou diretamente na Biblioteca Cidadã Ataíde Camargo. Em envelope organizado por turmas, ou organizado por mensagem enviado por e-mail, ou seja, cada turma terá 1 (um) arquivo com todas as poesias digitalizadas com as devidas informações pessoais. NÃO HÁ MODELO DE FICHA DE DADOS PESSOAIS.

3. JULGAMENTO

3.1 O julgamento encerra-se no dia 8 de agosto de 2024 para ambas as categorias.

3.2. As avaliações serão feitas por uma comissão julgadora que deverá conter 5 (cinco) profissionais de educação e ou pedagogia sem vínculos com os concorrentes, ou artistas que possuam contribuições na área literária comprovadas, ou indivíduos que sejam leitores assíduos
da literatura nacional e de literatura em língua portuguesa que tenham na leitura uma prática
corriqueira e essencial além da crítica aos trabalhos lidos, para que se almeje por parte do júri uma avaliação imparcial entre os concorrentes, sem influências parentais, pessoais e/ou outras formas não éticas no que diz respeito a este concurso.

4. PREMIAÇÃO

4.1 Os trabalhos serão classificados até o terceiro lugar de cada categoria, recebendo troféus, livros, presentes e diplomas.

4.2 Os quartos e quintos lugares, recebem diplomas de Menção Honrosa, livros e presentes.

4.3 Na categoria Infantil, a escola vencedora que representa o aluno primeiro lugar recebe troféu de Escola do Ano.

4.4 Na categoria infantil, as professoras vencedoras que representam os alunos primeiro, segundo e terceiro lugares recebem medalhas de ouro, prata e bronze como Professoras do Ano.

4.5 Um membro da Comunidade Tavorense que tenha vínculos com a literatura ou educação ou sobre menções e trabalhos literários executados em sua carreira será homenageado na cerimônia de premiação. Sendo nesta edição homenagem à escritora tavorense Lucélia Demeu. Tal indicação de menção deve ser executada pelo Chefe da Divisão de Cultura do município que entregará o certificado de Honra ao Mérito Literário na noite das premiações.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 A inscrição de obra literária significa aceitação completa deste regulamento. Os casos omissos serão julgados pela Comissão do Júri. Tal comissão possui decisões definitivas e irrecorríveis.

5.2 Entende-se por poema ou poesia neste concurso, um texto escrito sob a forma de versos e estrofes, com ou sem rima, o tema é livre, mas que não fuja aos regulamentos do certame.

5.3 Será de responsabilidade do (a) autor (a) o dever de confirmar se o texto enviado é inédito. Caso seja comprovada sua publicação anterior a este concurso ou ser um texto plagiado, a inscrição será anulada, podendo esse participante responder judicialmente por infringir a Lei 9.610/98 de direitos autorais.

5.4 A noite de premiação será na Estação Ferroviária Afonso Camargo (Sede da Divisão de Cultura) no dia 23 de agosto de 2024, às 19:30 horas, nesta cidade, para ambas as categorias.

5.5 A cerimônia de premiação será transmitida ao vivo por canal na rede social de internet. Sendo: www.facebook.com/culturajt.

5.6 O edital e resultados: http://www.joaquimtavora.pr.gov.br/
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JUBILEU   DE   CRISTAL   DO   BLOG   POESIA   RETRÔ

Prazo: 31 de Julho

Regulamento

1. TROVA 

2. Âmbitos e temas:

Por se tratar de um concurso de blog o âmbito é nacional podendo participar quaisquer pessoas, mas os participantes devem observar as categorias da UBT.

2.1. Categoria Veterano: – Tema: Retrô (lírica/filosófica) 

2.2. Categoria Novo Trovador – Tema: Poesia (lírica/filosófica)  - (Registrar Novo Trovador abaixo da trova);

2.3 Categoria HUMOR: Sem distinção de Categoria: Tema: Deboche

3 Modo de Envio: 

3.1. ENVIO POR E-MAIL: 

O envio será pelo e-mail 


Apresentar no corpo do e-mail a trova, categoria (Novo Trovador ou Veterano), cidade com estado e telefone.

4. PRAZO:

Trovas recebidas até 31 de julho de 2024.

5. PREMIAÇÃO:

O Blog Poesia Retrô fornecerá diploma para os classificados e publicação dos trabalhos no blog.
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sábado, 18 de maio de 2024

José Feldman (Versejando) 138

 

Francisca Júlia (O Avarento)

Compareceu perante o juiz um avarento e queixou-se, com expressões de lástima, de que um homem, há muitos anos, lhe devia uma certa soma, da qual só tinha pago os juros.

— Vai chamá-lo, – disse o juiz - traze-o à minha presença. Quero saber por que é que ele não te pagou ainda, e não posso condená-lo sem ouvi-lo.

O avarento saiu e, logo depois, trouxe o devedor pelo braço, insultando-o e maltratando-o com crueldade.

— Ei-lo aqui, senhor juiz. É um homem mau, um vizinho péssimo, que não tem nenhuma compreensão do dever, que não respeita as leis e que não me pagou ainda o dinheiro que lhe emprestei generosamente.

— Fala agora tu, devedor! - ordenou o juiz. – Por que é que não pagaste a este homem o que lhe devias?

— Senhor! – balbuciou o homem humildemente. – Eu devia-lhe cem sequins* que ele me emprestou. Paguei-lhe a metade. Depois, como não lhe pudesse pagar o resto, ele cobrou por suas próprias mãos, apropriando-se das minhas terras, vendendo os meus frutos, roubando o meu camelo e despojando-me das minhas roupas. Hoje nada mais tenho, senão estes andrajos que cobrem o meu corpo e estas mãos para pedir esmolas.

Então o juiz, compadecido pela miséria daquele pobre homem e revoltado contra a avareza do credor, voltou-se para este e perguntou-lhe;

— Que mais queres deste homem? Já o reduziste à mais negra miséria. Sê um pouco piedoso, desperta na noite de tua alma algum sentimento generoso. Deixa-o ir em paz.

— Não, senhor juiz.

— Mas de que modo queres que ele te pague?

— Quero que ele venha para minha casa, para servir-me como escravo, até pagar os juros que me deve.
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* Sequins = Antigas moedas de ouro fabricadas e utilizadas na Itália

Fonte> Francisca Júlia da Silva. Livro da infância. Publicado originalmente em 1899. 
Disponível em Domínio Público.

Vereda da Poesia = 10 =


Uma Trova de Bandeirantes/PR

Maria Lúcia Daloce

No boteco o aviso: - "Vem
e ao sair tem que pagar!"
E o bêbado: - Ainda bem,
eu só quero mesmo é entrar...!
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Um Poema de Balneário Camboriú/SC

Pedro Du Bois

VOCÊ 

Rasgo a página não inscrita que da perda
não ficarão registros
do passado lavado
em novos passos imundos
de soberbos ataques
na chuva miúda
intermitente
sobre guarda-chuvas
abertos em proteção
e escudo: raios e trovões
não acontecidos na sequência
do desencontro

sim
você estava ali
seu perfume permanece
sobre o cheiro dos temperos e alguém cita
seu nome
e me volto em incertezas

página rasgada do que não escrevi no dia
que seria da chegada e não houve o tempo
seco das histórias de memórias difundidas
lendas sacramentadas em perdões e profecias

a chuva miúda aos poucos alaga a rua
em descaminhos
como os fins e os meios
repetidos em sangue não doado

sim
você esteve lá
seu perfume oferta
temperados pratos
insossos para sempre.
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Uma Quadra Popular

Ó lua que vais tão alta 
Redonda como um tamanco! 
Ó Maria traz a escada 
Que não chego lá co’o banco! 
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Um Soneto de Caucaia/CE

José Riomar De Melo

MEU VERSO

 Se meu verso te agrada, te conforta,
 Faz lembrar-te emoções que já viveste,
 Com algum deles talvez te comoveste,
 Ativando a esperança quase morta!

 É sinal que choveu na minha horta,
 Na emoção que a mim tu concedeste,
 Ao sentir que no verso que tu leste
 De euforia e de paz teu peito aborta;

 Entretanto se um deles não ressoa,
 Na fiel sintonia e te magoa,
 Na palavra ou na frase te feriu...

 Eu te peço perdão em tom profundo,
 Porque mesmo agradar a todo mundo,
 Jesus Cristo também não conseguiu...
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Uma Aldravia do Rio de Janeiro/RJ

Maria Beatriz Del Peloso Ramos

Saudade
amuleto
líquido
usado
no
peito
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Uma Setilha de Crato/CE

Adauberto Amorim

Ao som do mar eu relembro
Um momento eternizado,
Um trinta e um de dezembro
Consumido e consumado.
As ondas molhando a areia
E eu beijando uma "sereia"
Num sonho bem acordado.
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Um Epigrama de Fortaleza/CE

Antônio Sales
Fortaleza/CE, 1868 – 1940

– A fealdade é um direito;
Por isso ninguém a acusa.
Mas ser feia desse jeito…
Perdão: a senhora abusa!
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Uma Glosa de Porto Alegre/RS

Gislaine Canales
Herval/RS, 1938 – 2018, Porto Alegre/RS

RIMA E GRAÇA
 
MOTE:
Eu sinto o vento que passa
portador de boa nova
enchendo de rima e graça
os quatro versos da trova.
Antônio José Barradas Barroso
(Parede/Portugal)

GLOSA: 
Eu sinto o vento que passa
a beijar , com seu carinho,
todas as flores da praça,
que encontra no seu caminho.
 
Esse vento é benfazejo,
portador de boa nova,
pois traz, a todos um beijo
de maneira sempre inova.
 
Mostra a sua força e raça
numa escala de alegria,
enchendo de rima e graça
a nossa amada poesia.
 
Esse vento  acaricia
e a cada instante  renova,
melhorando  na  poesia
os quatro versos da trova.
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Um Haicai de Miguel Couto/RJ

Edmar Japiassú Maia

Ao ver no jardim
tua beleza e a da rosa
desejei as duas!
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Um Poema do Maranhão

Gonçalves Dias
Caxias/MA, 1823 - 1864, Guimarães/MA

CANÇÃO DO EXÍLIO
 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
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Uma Trova de Santos/SP

Carolina Ramos

Nós somos duas tipoias
na ajuda às forças escassas
- quando fracasso, me apoias,
te apoio, quando fracassas!...
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Uma Endecha* de Portugal

Luís Vaz de Camões
Coimbra, 1524 – 1580, Lisboa

ENDECHAS À BÁRBARA ESCRAVA

Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo,
Já não quer' que viva.

Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que para meus olhos
Fosse mais formosa.

 Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.

Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.

 Uma graça viva,
Que neles lhe mora,
Para ser senhora
De quem é cativa.

Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.

 Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.

Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas Bárbara não.

Presença serena,
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda minha pena.

Esta é a cativa
Que me tem cativo
E, pois nela vivo,
É força que viva. 
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Endecha, termo derivado do latim indicta, declaração das virtudes dos mortos, designa a composição poética que tem origem no epicédio grego, canto fúnebre, variante da elegia e do treno ou trenodia, termos com que entre os gregos se cunhavam as ladainhas ou cantos fúnebres. A trenodia e o epicédio podem considerar-se variantes do encômio já que a lamentação fúnebre era antes de mais um hino elogioso. A distinção entre trenodia e epicédio resulta da primeira ser cantada junto ao corpo do defunto ao passo que tal podia não suceder com a segunda composição. A trenodia possui a variante monódia, canto triste e solitário de tom fúnebre. O epicédio, a trenodia e a monódia correspondem às nênias latinas, ladainhas ou orações cantadas pelas carpideiras em memória dos defuntos durante as procissões funerárias em Roma. O epicédio foi cultivado, por exemplo, por Catulo e Ovídio e a trenodia por Píndaro e Propércio. Estas composições poéticas foram introduzidas no Cristianismo estando presentes nas lamentações bíblicas de Jeremias. Na Idade Média, os poetas ligaram a forma latina aos temas cristãos no canto de devoção aos mortos.

A endecha seguiu na Europa esta tradição elegíaca como na Inglaterra ilustram a «Exequy» (Poems, Elegies, Paradoxes and Sonnets, 1657) de Henry King e a canção de Ariel à morte do pai de Ferdinand em The Tempest (1611) de William Shakespeare. A endecha distingue-se da elegia por ser um poema mais curto e, na sua origem, destinado a ser cantado.

Em Portugal, a endecha foi cultivada do séc. XVI ao séc. XVIII e não possui o fundo fúnebre originário. Trata-se antes de uma composição de tom melancólico e triste em versos de cinco ou seis sílabas geralmente agrupados em quadras segundo os esquemas rimáticos ABCB, ABAB ou ABBA. O plural endechas deve-se ao fato de que a cada quadra se atribuir a designação de endecha e o poema ser constituído por mais de uma estrofe. A famosa composição de Camões , Endechas à Bárbara Escrava”, uma cativa com quem andava de amores na Índia, chamada Bárbara é exemplo de endechas apesar de em algumas edições da Lírica também ser designada de trovas. As endechas foram ainda cultivadas por outros poetas tais como Rodrigues Lobo ou Correia Garção. (Fonte: CEIA, Carlos. E-Dicionário de Termos Literários

Recordando Velhas Canções (Você é linda)


Compositor: Caetano Veloso

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol

A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa à rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir

No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal!

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

A Celebração da Beleza e do Amor em 'Você É Linda' de Caetano Veloso
A música 'Você É Linda', composta e interpretada por Caetano Veloso, é uma verdadeira ode à beleza e ao encantamento amoroso. Lançada no álbum 'Uns' de 1983, a canção se destaca pela suavidade de sua melodia e pela riqueza lírica que exalta a beleza de uma mulher de maneira poética e intensa. Caetano, conhecido por sua habilidade em mesclar poesia e música, cria uma atmosfera de admiração e reverência à figura feminina que é o foco da canção.

A letra da música é repleta de imagens que evocam a beleza e a força da mulher, utilizando referências culturais como a gueixa e o kabuki, elementos tradicionais da cultura japonesa, para realçar a delicadeza e a expressividade da amada. A canção também faz uso de metáforas naturais, como 'fonte de mel', 'onda do mar do amor' e 'mina de estrelas', para ilustrar a profundidade e a riqueza da beleza e do amor que o eu lírico sente. Essas imagens poéticas servem para ampliar a sensação de que a mulher descrita transcende a beleza comum, elevando-se a um patamar quase mítico.

Além de ser um elogio à beleza feminina, 'Você É Linda' também é uma celebração do amor e da vida. A música transmite uma mensagem positiva e alegre, onde o eu lírico se sente pleno e feliz pela presença dessa mulher em sua vida. A repetição do verso 'Você é linda, mais que demais' funciona como um refrão que grava na memória do ouvinte a força desse sentimento. Caetano Veloso, com sua voz suave e interpretação emotiva, consegue transmitir a sensação de que cada palavra é sentida e vivida, tornando 'Você É Linda' uma canção atemporal que continua a tocar corações por sua simplicidade e verdade.

Aluísio de Azevedo (A Serpente)

João Brás foi jantar à Santa Teresa com o seu amigo Manuel Fortuna, como costumava fazer invariavelmente todos os domingos.

Eram ambos do comércio: João guarda-livros e o outro estabelecido com uma loja de alfaiate. Grisalhando já entre os quarenta e os cinquenta, não tinham eles todavia vinte anos quando se conheceram, e essa longa amizade jamais fora perturbada pelo menor atrito de caráter.

– A paz dos anjos seja nesta casa! – exclamou João Brás, no tom risonho e tranquilo com que, ao chegar os domingos à casa do velho amigo, dizia sempre e sempre essa mesma frase.

– Bons ventos o tragam, compadre! - respondeu Manuel, estendendo-lhe a mão. – Como tem passado? E minha afilhada como vai?

– Sem novidade, graças a Deus. Lá foi mais o marido e os filhos visitar a sogra, na Piedade. Naturalmente só voltam amanhã no trem das nove e meia.

– D. Maria, já sei, está lá dentro?

– Está. Vá entrando compadre.

E o guarda-livros enfiou sem cerimônia até à cozinha para ir entregar à Dona Maria, que lá estava as voltas com o jantar e com a cozinheira, os pacotes de doces e frutas que ele trazia pendurados da mão esquerda.

Abraçaram-se formalmente, entre as palavras e os risos do costume.

João Brás era viúvo já pela segunda vez. Do primeiro matrimônio ficara-lhe uma filha, que, pelo batismo, o fizera compadre de Manuel, e depois, dezoito anos mais tarde, lhe dera um lindo casal de netos, agora constituídos no alegre enlevo da sua velhice.

Aqueles jantarzinhos domingueiros em casa do amigo tinham para ele o irresistível encanto do mais velho hábito de sua vida. Mal cumprimentava os donos da casa, trocava a sobrecasaca por um rodaque de linho branco e estendia-se numa cadeira de balanço, sob as árvores do jardim, à espera que o chamassem para a mesa. O cozido, o vinho virgem e os motivos da conversa entre os três eram quase sempre os mesmos. Depois do café, os dois compadres armavam sobre as pernas o tabuleiro do gamão e enfiavam partidas até às dez e meia da noite, enquanto D. Maria se arranchava lá fora com as famílias da vizinhança fazendo roda à porta da chácara ou passeando pelas redondezas da casa.

Manuel todavia não era casado com a sua companheira. Tendo, aos trinta anos, a recolhido como empregada para lhe tomar conta da casa, da despesa e das roupas brancas, deixou-se afinal entrar passivamente no inventário dessas coisas, e ela acabou por tomar conta também dele.

Quando deram por si, estavam unidos pela mais legítima ternura e estavam conviventes no mais perfeito pé de igualdade.

D. Maria era honesta por índole, era sadia e limpa; o negociante sentiu-se bem ao lado dela e deixou-se ficar.

Terminado o jantar, Manuel foi, como de costume, buscar o gamão, e assentados um frente ao outro, dispuseram-se os dois amigos à pachorrenta campanha, trocando logo as primeiras facécias (chacotas) e as primeiras risadas de todas as suas inumeráveis partidas.

– Mas então, compadre, i– nterrogou João, armando o jogo - afinal que me diz você do que falei outro dia a respeito de D. Maria?… Está resolvido a…

– Aí mau! Já aí vem você com a mania! Tardava-me essa cantiga! Ora para que lhe havia de dar!

– Mania não, homem de Deus! É tudo que há de mais razoável e de mais justo! D. Maria é uma senhora séria… você não tenciona separar-se dela… por que, pois não se casam logo?…  Seria mais bonito!

– Mas por que diabo hei de me casar, se somos felizes assim como vivemos há treze para quatorze anos… Nunca até hoje nenhum de nós pensou em semelhante coisa… As nossas relações de amizade não podem ser mais limitadas e modestas. Ela não tem pretensões e eu, cá pelo meu lado, nada espero nem desejo fora do meu canto, onde vivo em boa paz, graças a Deus! Quando queremos sair, saímos! Vamos ao teatro! Vamos ao Passeio Público! Vamos à toda a parte! Ninguém repara em nós! Por que então hei de eu agora tirar-me dos meus cuidados e casar?!… Não me dirá você?!…

– Seria mais bonito!…

– Ora deixe-se disso, compadre!

– É uma questão de moral!…

– Então, seu João, eu sou um homem imoral?… Por quê?

– Não digo isso, mas…

– Se tivéssemos filhos, vá! Convenho que seria de vantagem o casamento… mas, se até hoje eles não vieram, é natural que nunca mais venham.

– Não, compadre, o seu casamento com D. Maria não é só um ato de moralidade, é também um dever de gratidão e é bom cumprimento de justiça! Pois então uma mulher uma senhora, dedica-se durante quatorze anos a um homem, procedendo sempre com a mais severa honestidade, ajudando-o na vida, tratando dele, aturando-o enfim e, ao cabo de todo esse tempo, ele se não resolve a fazer por ela um pouco mais do que no primeiro dia das suas relações!… Não! não é justo, seu compadre! Tenha paciência, mas não é justo!

– Homem! Sabe de uma cousa? Não falemos mais nisto! Você quando mete a cabeça para um lado não há meio de tirá-la daí!

– Pois não falemos! Não falemos! O meu protesto, porém, fica de pé! Não falemos, não falemos. – mas no domingo seguinte, durante o joguinho, o compadre João Brás voltou à carga e acrescentou às novas escusas do amigo:

– É! Nas suas condições dizem os homens geralmente a mesma coisa e afinal acabam sempre casando à última hora, quando a mulher está a despedir-se da vida e já nada aproveita por conseguinte com a tardia resolução do seu ingrato companheiro; ao passo que esse mesmo ato de justiça praticada antes, em pleno gozo da existência, seria honroso motivo de verdadeira felicidade para ela!

– Ora, deixe-me em paz, compadre! Deixe-nos viver como vamos vivendo e preste mais atenção ao jogo, se não prego-lhe um gamão cantado.

– Pois vivam, continuem a viver seguros pela mão esquerda, mas eu cá ficarei com o direito de revoltar-me, se um dia, em caso extremo, resolver-se você a coonestar (dar aparência honesta) à sua união com D. Maria!

Manuel soprou com mais força e arregaçou as sobrancelhas, dando silenciosa cópia de quanto fatigava aquela torturante catequese. E continuou a jogar sem dizer palavra. 

O outro prosseguiu, distraído do jogo:

– Além disso, é que pode você morrer de um momento para outro, sem ter tido tempo de pôr em ordem os seus negócios, e a pobre senhora ficar por aí desamparada no mundo! Você tem parentes em Portugal, até irmãos se me não engano, pois saiba então que mesmo com testamento, esta casa e o que você possui no banco há de tudo parar em poder deles arriscando ficar D. Maria sem ter onde cair morta e precisando na velhice andar pelas esquinas a pedir por amor de Deus um bocado de pão para matar a fome! Vamos lá! Isto lhe parece justo, seu compadre?!

– Oh! Não diga isso, criatura, que você me aperta o coração! Ora já se viu?!

– Pois é cumprir com o seu dever, homem. Case-se por uma vez!

E, como D. Maria nesse momento entrava do passeio, o moralista levantou-se, deixando o tabuleiro do gamão sobre as pernas do parceiro, e foi ter com ela, para lhe dizer à queima roupa:

– Estive até agora conversando com o compadre a seu respeito, D. Maria! Mas isto é um cabeçudo de marca! Pergunte-lhe pelo que lhe falei e ajude-me também pelo seu lado!

Manuel soltou uma gargalhada.

– Sabes tu qual é agora a mania do João?… disse ele, voltando-se para a companheira. É casar-nos! Ora já se viu para que lhe havia de dar?… E não me larga, o teimoso! Não me fala noutra coisa!

– E não lhe parece que eu tenho razão? – perguntou João Brás, dirigindo-se por sua vez a D. Maria, que os escutava imóvel, sorrindo em silêncio.

– Ah! – respondeu ela com doçura. – Eu estimaria… isso com certeza… Para que negar?… Casada sempre é outra coisa: Pode uma mulher andar de cabeça erguida e pode mandar em voz alta, porque manda no que é seu! Mas cá por mim, em boa hora o diga! Dou-me por muito feliz em ter Deus me chegado para um homem como seu compadre, e nada exijo nem reclamo, porque muito já é o que ele faz por mim e pelos meus!

– E não dói a você a consciência, seu Manuel ? – exclamou João Brás com a voz tragicamente comovida, estendendo o braço e derreando para um lado a cabeça. – Não dói a você a consciência ao ouvir estas palavras, que são a expressão pura da virtude e da resignação?

– Pois bem! Pois bem! – rosnou Manuel, quase vencido. – Havemos de ver! Havemos de ver!

– Não! – replicou o outro energicamente –  “Havemos de ver” é uma promessa de caloteiro! Você o que não quer, já sei, é incomodar-se, pois eu me encarrego de tudo! Amanhã mesmo trato dos papéis. Está dito?

– Sim, sim! Veremos amanhã.

– Não! não! Já daqui não saio sem autorização para correr os banhos! Quando me meto numa coisa, é assim! O caso é estar convencido da justiça e da razão!

– Mas que falta de sofrimento! Que sangria desatada! – exclamou Manuel. – Irra! Parece que você vai salvar o pai da forca!

– Nada, meu amigo! O que se tem de fazer, faz-se logo. – O pão endurece de um dia para outro! E lá a senhora, D. Maria, ajude-me a arrastar este egoísta! Segure-o pelos ombros, que eu o seguro pelas pernas, e despejemos com ele do terraço abaixo, se não nos autorizar já e já a tratar amanhã mesmo dos papéis do casamento!

– Pois com um milhão de raios! vociferou afinal o perseguido, fugindo ao terrível compadre, que por pilhéria o agarrava já pelas pernas. Arranje! Arranje você lá os papéis que quiser! Arranje o diabo! Mas deixe-me em paz e nunca mais me fale em semelhante coisa! Arre! Pode gabar-se, meu caro, de que é um serrazina de primeira força! Nunca vi coisa igual!

– Ora bravo! aplaudiu João, batendo palmas. Até que enfim você provou que é um homem de bem! Venha de lá este abraço! E, quanto à senhora, os meus parabéns de amigo sincero! Amanhã mesmo trato dos papéis!

– Mas olhe lá, seu João… – atalhou o outro, segurando-lhe o braço. – Observo-lhe que não estou absolutamente disposto a prestar-me ao ridículo nesta idade! Só consinto no casamento se este for coisa muito íntima, muito em segredo, sem festas sem convites e sem nada de barulho.

– Ó homem! – volveu João Brás .–  O casamento faz-se de madrugada, um dia destes, na competente igreja sem que ninguém tenha que meter lá o nariz! E depois ficam vocês casados e dignamente unidos para sempre! Podemos é jantar, nós os três juntos esse dia; o que, para não alterar a praxe, bem pode ser num domingo. Hein? Que lhes parece?…

– Bom… Assim vá lá! – cedeu Manuel.

– Fica então marcado para o domingo que vem?…

– Pois marquem lá para domingo! Irra!

E assim foi. No domingo seguinte Manuel levou D. Maria à igreja de sua freguesia e voltaram de lá marido e mulher, graças a João Brás que tinha tudo despachado, com uma expedição capaz de envergonhar ao mais ativo agente de casamentos.

O jantar, já se vê, foi melhor nesse dia e regado mais copiosamente. D. Maria mandou matar peru e recebeu de mimo um leitão assado. Fez doces e comprou frutas e flores. Manuel, à tarde, admirou-se de ver entrarem-lhe pela sala algumas vizinhas com trajes de festa, acompanhadas pelos parentes e não se pôde furtar a parabéns e abraços, que lhe faziam torcer o nariz.

– Aquele compadre João Brás era o diabo! Afinal de contas tudo aquilo estava fora do programa!

Manuel principiava a arrepender-se do que tinha feito e parecia já menos alegre que nos outros dias.

D. Maria, essa pelo contrário, estava radiante e mostrava-se mais empertigada mais dona de casa. À mesa falou aos convivas com um ar empantufado e senhoril, que ninguém, ainda menos Manuel, até aí lhe conhecera.

Contudo, o bom homem, apesar de deveras contrariado por sair dos seus velhos hábitos, não se queixou; e, mal terminados os fervorosos brindes da sobremesa, foi pachorrentamente buscar o tabuleiro do gamão e armou-o sobre os joelhos, no lugar do costume, assentado defronte do vitorioso compadre.

D. Maria acabava nesse instante de assomar à porta da sala, palitando os dentes. Ao ver o marido, que armava a primeira partida, exclamou:

– Também vocês são terríveis com esse infernal gamão! Oh! nem mesmo no dia de meu casamento e com visitas aqui deixam o diabo do jogo!

E arrebatou das pernas dos dois parceiros o tabuleiro, com os dados, as pedras e os copos de couro, que se espalharam pelo chão.

João Brás soltou uma risada supondo que aquilo era simples gracejo. 

– Mas, D. Maria! acrescentou de cara fechada e com voz dura: – Ó senhores! Que diabo, deixem-se dessa sensaboria (contratempo) uma vez ao menos! Tenham um pouco em conta o dia de hoje!

E afastou-se, muito escamada, sacudindo os quadris e abanando-se com o leque.

Os dois compadres, assentados um frente do outro, como se fossem agora jogar o sisudo, olharam-se sem ânimo de proferir palavra.

E assim que se pilharam a sós, Manuel segredou ao amigo:

– Você viu, compadre? Você viu o pano da amostra?

João não respondeu e Manuel murmurou, sacudindo a cabeça:

– Pode ser que me engane, e Deus o queira! Mas suponho que para sempre me fugiu de casa a tranquilidade!…

E tinha razão o pobre homem: tais coisas se foram sucedendo em casa dele que Manuel, meses depois, surgiu um dia no escritório do amigo, e atirou-se numa cadeira esbaforido de cólera.

– Que houve de novo, compadre? Que mais lhe aconteceu? – perguntou o guarda-livros.

– Foi você quem se encarregou dos papéis para casar-nos, não é verdade? – bramiu o negociante. – Pois, meu amigo, trate agora dos papéis do divórcio, porque este que aqui está nunca mais porá os pés na casa em que estiver aquela fúria! Nunca mais, ouviu!?

E aquele homem, até aí tão pachorrento, tinha agora uma catadura (feição) de tigre assanhado e dardejava ferozmente o guarda-chuva, ameaçando quebrar os globos das arandelas do gás.

– Arre! arre! – berrava ele –  Vá para o inferno e o diabo que a ature!

– Mas, compadre, reconsidere, escute! Você está fora de si, homem!

– Não! – berrou Manuel, esbugalhando os olhos e rilhando os queixais. – Não, com mil raios! Se me aproximar daquele demônio é para estrangulá-lo! Não volto a casa! Não quero ser assassino!

– Mas o que mais houve, compadre?

– Que houve?! – E o infeliz soltou uma gargalhada satânica. – Que houve?! Vá lá à casa e veja o estado em que deixamos tudo! Vá ver!

Fonte: Aluísio de Azevedo. Contos. Publicado originalmente em 1893. Disponível em Domínio Público 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Edy Soares (Fragata da Poesia) 46: Bem aventurado

 

Arthur Thomaz (No Tribunal)

Não tenho a mínima noção de onde me encontro. Pareço estar acordando de um sono pro fundo povoado de pesadelos. 

Esfrego os olhos na vã tentativa de afastar essas incômodas imagens. Vozes misturavam-se, até que consegui desembaraçá-las, e pude identificar iradas frases que vinham de uma figura com toga preta nos ombros e que parecia dirigir essas ásperas palavras a mim.

Desligo-me momentaneamente desse inóspito ambiente e tento lembrar de meus momentos anteriores a esse cataclisma. Recordo, imediatamente, das carícias suaves da minha Tereza no leito do motel, em que íamos uma vez ao ano para reacender o relacionamento que já perdurava há uma década.

Ou seriam os deliciosos carinhos da proibida Raquel, amante há algum tempo?

Eu pensei naquele dia em dizer a Raquel que o motel que ela escolhera era o mesmo em que eu ia com Teresa, mas, prudente, calei-me.

Embaralhando meus pensamentos, já não os distinguia neste momento, ainda mais com aquela voz irritante do togado citando insistentemente meu nome.

Culpado, premeditado, má conduta, falsidade, encontrado com a faca nas mãos. Cruéis palavras que me torturavam, explodindo em meu confuso cérebro. Será que fechando novamente os olhos, trocaria esse pesadelo por um sonho mais leve?

Novamente, gritos acusando-me de estar dormindo em pleno julgamento. Essa palavra soou como um míssil tentando explodir minha cabeça. 

Percebi, então, que algo grave estava acontecendo. Que estranho!. Deitado, eu dizia a Raquel para pararmos de beber, mas ela teimosamente pedia mais dois drinques.

De repente, uma estridente e raivosa voz adentra. Um barulho, um grito abafado e algo é colocado em minhas mãos.

Bêbado, deixei para ver depois o que era esse frio objeto. 

Em seguida, sirenes, gritos e algo gelado prendendo meus punhos. Estranhamente, minha doce Raquel nada dizia nessa hora.

Abro os olhos e vejo aquelas sete pessoas e seus 14 olhos perscrutando minha alma.

Parecendo dissecar meus pensamentos e com desejos de arrancar meu coração. Seria aquilo um júri?

Eu só queria voltar a dormir nos braços de uma delas.

Aquela toga levanta-se e pronuncia algo que foi comemorado por uma multidão, que só agora vejo sentada atrás de mim.

Gritos, novos empurrões, algo gelado volta apertando os meus punhos e sirenes. Enfim, me levam ao sossego de um local acolhedor, longe daquela incômoda balbúrdia.

Muitos anos depois, alguém de visível má vontade, escancara aquela porta gradeada e finalmente me encontro na rua.

Agora posso voltar aos braços da proibida Raquel. Em vão, eu a procuro. Aquela voz que algo fez para separá-la de mim continua tonitruante em meus ouvidos.

Repentinamente, reconheço a voz raivosa daquele dia.

Era a de Tereza. Grito desesperado e tardiamente que não fui eu. E nessa hora, nem os paralelepípedos da rua me escutam.

Fonte> Arthur Thomaz. Leves contos ao léu: imponderáveis. Volume 3. Santos/SP: Bueno Editora, 2022. Enviado pelo autor