domingo, 11 de janeiro de 2009

Murilo Mendes (1901 - 1975)



Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz Fora, Minas Gerais, em 13 de maio de 1901 e morreu em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1975. Jamais escreveu um verso ou poema banal. Foi barroco e surrealista. Moderno e tradicional; sempre mantendo uma independência e um certo desprezo, pelo enquadramento dos manifestos.

Defensor da liberdade, Mendes se declarou inimigo pessoal de Hilter, como foi e seria sempre de quaisquer tiranos. Talvez, por isso, o governo General Franco o tenha considerado "persona non grata", quando deveria ir à Espanha. Em tudo Murilo foi revolucionário. Até sua conversão para o cristianismo, tão incompreendida, na polaridade angelismo/demonismo, foi ao contrário um ato de resistência, (que estava ao mesmo tempo acontecendo na Europa, principalmente na França) e não se tratava de aceitação e sim, uma nova proposição: a saber, a proposta de um catolicismo mais voltado para os problemas humanos, terrenos.

Veio à luz como poeta no mesmo ano (1930) que Drummond, e foi logo saudado por Mario de Andrade. Publicou Poemas, seu primeiro livro, e ligou-se a Manuel Bandeira, Carlos Drummond, Oswald de Andrade, Raul Bopp, Ismael Nery e outros combatentes do modernismo. Ele participava, eventualmente, nas revistas do movimento. Aos 24 anos, escreveu na publicação Antropofagia o poema Mapa, onde diz não se enquadrar em nenhuma teoria.

Em 1941, conheceu Maria da Saudade Cortesão, filha do grande historiador português, Jaime Cortesão, exilado no Brasil. Seis anos depois Murilo e Saudade casaram-se.

Em 1956, ele e Saudade mudaram-se para a Itália e Murilo foi ser professor de Cultura Portuguesa e Literatura Brasileira em Roma, onde ficou bastante conhecido como poeta, tradutor e crítico de arte. Responsável pela apresentação de várias exposições de pintura, mantinha contato e relações de amizades com Ezra Pound, Camus, Miró, Breton, entre outros. O casal formou um círculo lítero-artístisco-cultural (no mesmo prédio morava Audrey Hepburn, amiga do casal), freqüentado por músicos, artistas plásticos, atores, homens de letras e artes; críticos, como o linguista Roman Jakobson, que muito o admirava.

Influenciou e foi reverenciado por alguns dos maiores poetas brasileiros de sua época. Foi um arrebanhador de poetas futuros. Com seus poemas, grafittis e murilogramas, o Poeta era apenas e sempre *o Poeta*. Um Imperador das Palavras, que sofreu, se atormentou sempre, com o descaso e a indiferença com que o Brasil costuma tratar e dedicar a seus filhos grandiosos.

Fonte:
http://www.lusofoniapoetica.com/

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