quarta-feira, 13 de julho de 2022

Ronnaldo de Andrade (Caderno de Trovas) – 6 –

Acorda, amor! Veja o sol,
à porta, chamando a gente,
para ver seu arrebol
na casa do sol nascente.
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Banhado por seu olhar,
ao som do seu violão,
eu me ponho a passear
nos jardins do coração.
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De modo muito singelo
nosso amor galgou vitória...
É grande o nosso castelo,
mas sobressai nossa história!
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Esquecer-te eu já tentei
dedicando-me à poesia,
mas, enfim, não poderei
te esquecer, nem poderia.
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Fazendo os dias amenos,
acalmo minha agonia,
de quando, dos sonhos plenos,
acordo – a cama vazia!
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Foi o tempo, um adversário,
em meu cenário de amor,
trucolento, sanguinário;
mas eu saí vencedor.
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Na tela do meu cinema
você foi e ainda é,
o filme do meu dilema:
amor, angústias e fé!
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Nos palcos de minha vida,
você foi minha Iracema;
a poesia transmitida
na tela do meu cinema!
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Nunca chega o amanhecer,
quando o coração padece
de tanto amor, de querer
alguém que não nos merece!
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O nosso amor não é lenda
e nem um conto de fada.
Talvez eu lhe surpreenda:
ele é só amor e mais nada!
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Os sonhos que sonho são
delírios desta minh’alma
que, se entregando à paixão,
perdeu a razão e a calma.
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Quando lembramos da cama...
Revivemos os momentos
de ternura e muita chama,
dos corpos em movimentos.
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Sofro de amor, de paixão,
nessa minha vida inglória.
Por não ter mais ilusão,
ponho um ponto nessa história!
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"Trilha amarga. Que desgosto"
sentir o gosto da dor,
e ver em todo meu rosto
as marcas do dissabor!
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Vá-se embora! Tem razão...
Mas, por favor, não se queixe
se na maré de... ilusão
nunca mais encontrar peixe.

Fonte:
Trovas enviadas pelo trovador.

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