
Poema de
SAMMIS REACHERS
São Gonçalo/RJ
O poeta, esse “figura” da linguagem
Já nasce metáfora: nem é homem, é bruma
Detesta comparação: sua carne é tal como purpurina
Casa antíteses, juiz de paz de terra e céu
Dispara metonímias lendo Drummond e Gullar
Mata catacreses ao dar nome ao que não o tem:
Braço de sofá vira espuvelo, assim, na caraça
Celebra paradoxos, esses desconstrutores criativos:
Como encher de vazio um balão vazio?
Faz tudo dialogar em prosopopeias, a caneta chora, o chapéu gargalha
É bicho todo trabalhado na sinestesia: degusta a paisagem, ouve seus aromas
Rima o interno dos versos em aliteração
É um babaquara da assonância, um papa-vatapá
Desafios opera o poeta em hipérbatos
Faz rir nas onomatopeias, feito garnizé cocoricó
Desce pra baixo do mar molhado em seu submarino, o pleonasmo
É polissíndeto: É alegre e loquaz e terno e carmim
Mas tem lá seus momentos assíndetos: solitário, introvertido, fujão
Viaja em anáforas: se eu voasse, se eu pudesse, se eu sonhasse, se...
“Quero morrer de tanto versejar”, vocifera, hiperbólico
“Ou bater as botas de mui cantar”, solfeja em eufemismo e preciosismo
Dias tem em que escreve com a delicadeza de uma mula (opa, contém ironia!)
Outros em que olha a vida pela janela e solta um lacônico “Que tédio!” em apóstrofe
Nesse jogo de encanta e cansa, o poeta nos diverte com sua graça, humano que é, esse figuraça…
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Trova de
GÉRSON CESAR SOUZA
São Leopoldo/RS
Nas mãos de Deus tudo entrego
fazendo um pedido assim:
que estes sonhos que carrego
não morram antes de mim!
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Poema de
MACHADO DE ASSIS
Rio de Janeiro/RJ, 1839 – 1908
Lindóia
Vem, vem das águas, mísera Moema,
Senta-te aqui. As vozes lastimosas
Troca pelas cantigas deleitosas,
Ao pé da doce e pálida Coema.
Vós, sombras de Iguaçu e de Iracema,
Trazei nas mãos, trazei no colo as rosas
Que amor desabrochou e fez viçosas
Nas laudas de um poema e outro poema.
Chegai, folgai, cantai. É esta, é esta
De Lindóia, que a voz suave e forte
Do vate celebrou, a alegre festa.
Além do amável, gracioso porte,
Vede o mimo, a ternura que lhe resta.
"Tanto inda é bela no seu rosto a morte!"
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Poema de
VANICE ZIMERMAN
Curitiba/PR
Gélidos caminhos
Apaixona-se o tempo
Ao olhar os veios do mármore
Gélidos caminhos...
Apaixona-se o vento
Ao desenhar círculos no lago,
Movendo a breve bolha de sabão-
Apaixonam-se os ramos
De camomila à caneca de ágata
Ao sentirem a água desaguando,
Contidos no tempo, no vento
E no aroma de camomila
Momentos de amor –
Sincronicidade,
Poemas ao alcance
Das pontas dos dedos...
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Poetrix de
THOMAZ RAMALHO
Angola
melancolia
Os cotovelos no parapeito da sacada
e o pensamento apoiado
na linha do horizonte…
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Poema de
DOMINGOS FREIRE CARDOSO
Ilhavo/ Portugal
Estão paradas como nos vitrais
(Mário Quintana, in “Rua dos Cataventos”)
Estão paradas como nos vitrais
Essas horas de risos e de folguedos
Éramos pardais violando os arvoredos
E que, em bandos, comiam pelos trigais.
A correr, não parávamos nos sinais
Chilrando como indomáveis passaredos
Rijos, iguais ao mais forte dos rochedos
Sem conhecer as urgências de hospitais.
Foi-se o tempo que em nós pôs uns pares de anos
E deixou tantos males e tantos danos
Quebrando a força dos juvenis assomos,
Asas frouxas de penas desalinhadas
Já não largamos mais nessas debandadas;
Somos só a saudade do que já fomos.
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Soneto de
OLAVO BILAC
Rio de Janeiro/RJ, 1865 – 1918
Tédio
Sobre minh’alma, como sobre um trono,
Senhor brutal, pesa o aborrecimento.
Como tardes em vir, último outono,
Lançar-me a folhas últimas ao vento!
Oh! dormir no silêncio e no abandono,
Só, sem um sonho, sem um pensamento,
E, no letargo do aniquilamento,
Ter, ó pedra, a quietude do teu sono!
Oh! deixar de sonhar o que não vejo!
Ter o sangue gelado, e a carne fria!
E, de uma luz crepuscular velada,
Deixar a alma dormir sem um desejo,
Ampla, fúnebre, vazia
Como uma catedral abandonada!...
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Trova de
ADEMAR MACEDO
Santana do Matos/ RN, 1951 – 2013, Natal/ RN
Após causar desencantos
e nos fazer peregrinos,
a seca fez chover prantos
nos olhos dos nordestinos!
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Poema de
ROBERTO PINHEIRO ACRUCHE
São Francisco de Itapaoana/RJ
Favela
Favela
Aquarela
Vida Amarela
No Morro ou na Periferia
Ora é alegria
Ora e tristeza,
Fome, pobreza...
Ora é realeza!
Gente que com esperteza
Dribla a sorte
Escapa da Morte
Tem que ser forte
Faz carnaval!
Favela
Festival...
De sonhos e esperança
Mesmo quando não alcança
Vencer o carnaval.
Favela...
Do bem e do mal
Onde se faz poesia
Da pobreza e da tristeza
Transformando em alegria
A triste realidade
Com tanta verdade
Que aonde ninguém queria viver
E vive sem querer
Precisa viver
Pra vida vencer
E não deixar morrer
Os sonhos, a esperança,
E como tal
O Carnaval.
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Haicai de
GUILHERME DE ALMEIDA
Campinas/SP 1890 – 1969 São Paulo/SP
Histórias de Algumas Vidas
Noite. Um silvo no ar.
Ninguém na estação. E o trem
passa sem parar.
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Poema de
MÁRIO QUINTANA
Alegrete/RS (1906 – 1994) Porto Alegre/RS
Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E minha poesia é um vicio triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com tua boca fresca de madrugada,
Com teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!
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Hino de
ÂNGULO/ PR
No planalto majestoso, imponente.
Que ornamenta esta linda região
Braços fortes e o brio desta gente
Fizeram um gigante do antigo rincão.
Nosso preito de eterno louvor
À Maria Caçadeira e demais pioneiros
Seu exemplo de audácia e valor
Espelha a fibra de heróis verdadeiros.
Estribilho
Tens ó Ângulo a santa proteção
E o amparo do glorioso São João
És a joia mais linda que há
Ornamentando o querido Paraná .
Pirapó irrigando este chão
Num cenário de rara beleza
Onde o milho, a soja, o algodão,
Simbolizam a nossa riqueza.
Eu que sou filho deste recanto
Com orgulho hei de sempre dizer
És ó Ângulo, colmeia de encanto,
Onde sempre eu hei de viver.
Tens ó Ângulo a santa proteção
E o amparo do glorioso São João
És a joia mais linda que há
Ornamentando o querido Paraná.
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Soneto de
BENEDITA AZEVEDO
Magé/ RJ
Gestos de anjo
A tarde vai chegando docemente,
e nós dois a falar de amor eterno,
e tudo que sonhamos neste inverno,
é aquecer com nosso amor o ambiente.
E ao som desse trinado tão moderno,
que veio no relógio de presente,
teremos uma orquestra diferente
a embalar-me os anseios sem governo.
A noite vai chegando e eu nem percebo,
com todo esse carinho que recebo,
envolvida em teus braços amorosos.
E através da vidraça e o céu brilhando,
vejo esta lua cheia observando,
estes teus gestos de anjo poderosos.
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Trova de
CLÁUDIO DE CÁPUA
São Paulo/ SP, 1945 – 2021, Santos/ SP
O delegado Pereira…
Êta Pereira bacana,
- É de pouca brincadeira,
não dá pera, só dá “cana”!…
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Uma Lengalenga de Portugal
LENGALENGAS DOS DEDOS
(Várias versões)
Estas lengalengas são ditas segurando a mão de alguém, apontado para os dedos, à vez, enquanto é dita.
Pequenino (o dedo mindinho)
Seu vizinho (o anelar)
Pai de todos (o dedo médio)
Fura bolos (o indicador)
E mata piolhos. (o polegar)
***
Este diz: quero pão
Este diz: que não há
Este diz: que Deus dará
Este diz: que furtará
E este diz: alto lá
***
O dedo mindinho quer pão
O vizinho diz que não
O pai diz que dará
Este o furtará
E o polegar: «Alto lá!»
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Quadra Humorística de
IDEL BECKER
Porto Casares/ Argentina, 1910 – 1994, São Paulo/SP
Eu já fui à sua casa
e já sei o que ela é.
A fartura que vi nela
foi pulga e bicho de pé.
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Soneto de
MARIA JOSÉ FRAQUEZA
Fuseta/Algarve/Portugal
Há poesia no céu
O Céu abriu as portas par em par…
Florbela, recebeu-te com Amor…
A Poesia cantada num altar…
Cada poema é benção do Criador
Florbela e Marilena, vou louvar,
Que o meu poema seja como flor…
Meus olhos já cansados de chorar
Por andar a carpir a minha dor!
A dor, esta saudade tão sentida…
Com a mágoa dolorosa da partida,
Que se sofre, num elo de Amizade!
Vosso corpo desceu à terra fria,
Mas na Terra ficou a Poesia…
Que falará por Vós Eternamente
(Marilena Gomes Ribeiro foi Presidente da Associação de Escritores de Niterói)
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Quadra Popular de
AUTOR ANÔNIMO
Quando vires a tarde triste
e a noite para chover,
são lágrimas de meus olhos
que correm por não te ver.
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Glosa de
NEMÉSIO PRATA
Fortaleza/CE
Uma glosa "traiçoeira"!
Mote:
Minha vida vai sem rumo
buscando um sonho encantado,
em seus braços me consumo...
sou mais um pobre enganado!
(José Feldman – Floresta/PR)
Glosa:
Minha vida vai sem rumo
pelo mar da solidão
depois que perdi o prumo
norte do seu coração!
Náufrago, na maresia,
buscando um sonho encantado,
sonhei que você, um dia,
voltaria pro meu lado!
E neste sonho sem prumo
dizia pra minha amada:
em seus braços me consumo...
foi só um sonho e mais nada!
Neste sonho eu percebi
outro "sujeito" ao seu lado,
finalmente eu entendi:
sou mais um pobre enganado!
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Trova de
EMÍLIO DE MENESES
Curitiba/PR, 1866– 1918, Rio de Janeiro/RJ
Estranha contradição
que a Terra vira e revira:
muita mentira é paixão,
muita paixão é mentira.
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Martelo Agalopado de
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN
Nosso velho rojão é tão dolente
que as estrelas marejam no infinito,
chora a imagem pintada no granito
nos instantes finais do sol morrente;
as estrelas fulguram no nascente
e a montanha se cobre de beleza,
para ouvir a canção da singeleza
que o poeta verseja e não vacila,
cada verso é uma estrela que cintila
no universo da santa natureza!
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Epigrama de
CLÓVIS AMORIM
Amélia Rodrigues/BA, 1912 – 1970, Salvador/BA
Veio ao mundo esse Raimundo
Devido a um erro, talvez,
E só Deus que fez o mundo
Sabe ao certo quem o fez.
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Spina de
SOLANGE COLOMBARA
São Paulo/SP
Ser mãe
Abraços em braços
que tocam, acolhem,
afastam as tristezas
em gestos mágicos, doces sutilezas.
De mãos dadas, imortalizam olhares
disfarçados em beijos, raras riquezas
que amenizam as aflições. Saudosos
risos, para sempre nossas fortalezas.
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Soneto de
MAURO RAUL DE MORAES ANDRADE
São Paulo/SP, 1893– 1945
Artista
O meu desejo é ser pintor — Leonardo,
cujo ideal em piedades se acrisola;
fazendo abrir-se ao mundo a ampla corola
do sonho ilustre que em meu peito guardo...
Meu anseio é, trazendo ao fundo pardo
da vida, a cor da veneziana escola,
dar tons de rosa e de ouro, por esmola,
a quanto houver de penedia ou cardo.
Quando encontrar o manancial das tintas
e os pincéis exaltados com que pintas,
Veronese! teus quadros e teus frisos,
irei morar onde as Desgraças moram;
e viverei de colorir sorrisos
nos lábios dos que imprecam ou que choram!
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Triverso de
FABRÍCIO CARPINEJAR
Caxias do Sul/RS
A vida com erros de ortografia
tem mais sentido.
Ninguém ama com bons modos.
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Poema de
ANTÓNIO LAMPREIA
Setúbal/Portugal, 1929 – 2003, Lisboa/Portugal
Sombras da madrugada
Vi uma sombra bem unida
a dela e a tua
e a minha sombra já esquecida
surpreendida
parou na rua!
os dois bem juntos, tu e ela
nenhum reparou
que a outra sombra era daquela
que tu não queres
mas já te amou!
É madrugada não importa
neste silêncio há mais verdade
a noite é triste e tão sozinha
parece minha
toda a cidade!
nem um cigarro me conforta
nem o luar hoje me abraça
eu não te encontrarei jamais
e nestas noites sempre iguais
sou mais uma sombra que passa
sombra que passa e nada mais.
Ao longo desta madrugada
a sombra da vida
mora nas pedras da calçada
já não tem nada
anda perdida
quando a manhã, desce enfeitada
no sol, que a procura
nem sabe quanto a madrugada
chora baixinho
tanta amargura!
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Trova Premiada de
A. A. DE ASSIS
Maringá/PR
Era um guri tão terror,
que a escola inteira o temia.
Cresceu... virou professor...
paga com juro hoje em dia!
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Glosa de
ÓGUI LOURENÇO MAURI
Catanduva/SP
MOTE:
Pai, eu te peço perdão
por não ser o que querias!
Eu vivo na contramão,
num refúgio... de poesias!
José Feldman (Floresta/PR)
GLOSA:
Pai, eu te peço perdão
por ter frustrado teu sonho.
Assim, não queria, não;
é disso que me envergonho!
Lamento muito, meu velho,
por não ser o que querias!
Na leitura do Evangelho,
eu tento acalmar meus dias.
Desde cedo, fiz a opção,
eu nasci pra ser poeta.
Eu vivo na contramão
de tua paternal meta.
Não me ajeito a obrigações,
só faço o que repudias.
Vivo minhas emoções
num refúgio... de poesias!
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Aldravia de
CECY BARBOSA CAMPOS
Juiz de Fora/MG
metrô
transportando
cansaço
na
cidade
grande
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Ditirâmbo* de
OSWALD DE ANDRADE
São Paulo/SP, 1890 - 1954
Meu amor me ensinou a ser simples
Como um largo de igreja
Onde não há nem um sino
Nem um lápis
Nem uma sensualidade
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* Ditirambo, poema lírico de estrofes irregulares que exprime o delírio do entusiasmo, da alegria. (Dicionário Aulete)
O poema é simultâneamente claro e sombrio, talvez daí o nome ditirambo...faz lembrar um daqueles sonhos em que tudo parece perfeito, mas há um pormenor que o transforma em pesadelo, causando-nos espanto e desespero (Alexis, in http://www.luso-poemas.net)
Nas origens do teatro grego, o ditirambo era um hino grego antigo cantado e dançado em homenagem a Dionísio, o deus do vinho e da fertilidade; O termo também foi usado como um epíteto do deus. Platão, em As Leis, ao discutir vários tipos de música, menciona "o nascimento de Dionísio, chamado, eu acho, de ditirâmbdio". Platão também observa na República que os ditirâmbos são o exemplo mais claro de poesia em que o poeta é o único orador.
No entanto, em A Apologia, Sócrates foi aos ditirâmbos com algumas de suas passagens mais elaboradas, perguntando seu significado, mas obteve uma resposta de: "Você vai acreditar em mim?" que "me mostrou em um instante que não por sabedoria os poetas escrevem poesia, mas por uma espécie de gênio e inspiração; São como adivinhos ou adivinhos que também dizem muitas coisas boas, mas não entendem o significado delas".
Plutarco contrastou o caráter selvagem e extático do ditirâmbo com o peão. De acordo com Aristóteles, o ditirâmbo foi a origem da tragédia ateniense. Um discurso ou peça de escrita extremamente entusiasmada ainda é ocasionalmente descrito como ditirâmico.
Ditirâmbos foram cantados por coros em Delos, mas os fragmentos literários que sobreviveram são em grande parte atenienses. Em Atenas, os ditirâmbos eram cantados por um coro grego de até cinquenta homens ou meninos dançando em formação circular, que podem ou não estar vestidos como Sátiros, provavelmente acompanhados pelos aulos. Eles normalmente relatariam algum incidente na vida de Dionísio ou apenas celebrariam o vinho e a fertilidade.
Os gregos antigos estabeleceram os critérios do ditirâmbo da seguinte forma:
Ritmo especial
Texto enriquecedor
Conteúdo narrativo considerável
Caráter originalmente antistrófico
Competições entre grupos, cantando e dançando ditirâmbos eram uma parte importante das festas de Dionísio, como a Dionísia e Lenaia. Cada tribo entraria em dois coros, um de homens e outro de meninos, cada um sob a liderança de um corifeu. Os nomes das equipes vencedoras das competições ditirâmbicas em Atenas foram registrados. Os No entanto, a maioria dos poetas permanece desconhecida. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditirambo)