segunda-feira, 18 de junho de 2012

XVII Jogos Florais de Curitiba de 2012 (Nacional/Internacional e Estadual: Resultado Final)

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Abaixo as trovas vencedoras dos Jogos Florais de Curitiba, que tive a honra de ser um dos convidados para as premiações, numa festa na capital paranaense como sempre, com primor.
Por hora, as trovas, com mais tempo comentarei a solenidade de premiações.

ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL
(língua portuguesa, exceto Paraná)

Tema: Justiça (Lírica/filosófica)

1° Lugar:
Mara Melinni de Araújo Garcia (Caicó-RN)

Que a lei, com todo o seu porte,
seja um escudo do bem. ..
E que a justiça do forte
seja a do fraco também!

2° Lugar:
José Ouverney (Pindamonhangaba-SP)

Aprimorar o meu ser
é tarefa que me assusta:
nem sempre a mão do dever,
cumprindo o dever ... é justa! ...

3° Lugar:
Alba Christina Campos Netto (São Paulo-SP)

Se a mão do mundo elimina
justiça, amor e confiança,
vou buscar a mão divina
no outro prato da balança.

4 ° Lugar:
Sérgio Ferreira da Silva (Santo André-SP)

Justiça somente existe,
no combate ao erro e ao crime,
se a mão que julga resiste
com firmeza à mão que oprime.

4º Lugar:
Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba-SP)

A lei é bem exercida,
se a justiça não fraqueja:
pena tem que ser cumprida,
por mais comprida que seja.

5º Lugar:
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora-MG)

Que a proteção sempre venha,
com justiça e sem barganha,
da Lei Maria da Penha.:
para a Maria que apanha.

MENÇÃO HONROSA
(ordem alfabética)

Carolina Ramos (Santos -SP)

Dessa mãe, que tem nos braços
o filho, drogado, morto,
o coração, aos pedaços,
quer justiça ... não conforto!

Darly O. Barros (São Paulo -SP)

Por justiça é que eu me empenho:
- Num mundo onde a fome é imensa,
dar um pouco do que tenho,
para alguém ... faz diferença ...

José Ouverney (Pindamonhangaba-SP)

Justiça é o poder augusto
de aceitar e compreender
que o que eu tenho como justo
pode ser justo... ou não ser ...

José Tavares de Lima (Juiz de Fora-MG)

Se você tiver, um dia,
que julgar alheios atos,
não cometa a covardia
da "justiça" de Pilatos! ...

Manoel Cavalcante de Souza Castro (Pau dos Ferros-RN)

O barco é movido a remos ...
E hoje, pai, longe de ti,
eu só sei dizer: vencemos;
é injusto eu dizer: venci.

Marina Bruna (São Paulo-SP)

Tu voltaste arrependida
e, ao negar-te o meu perdão,
senti a justiça da vida
condenar-me à solidão ...

Messias da Rocha (Juiz de Fora-MG)

Meu coração puro insiste
nas razões da ingênua crença
de que a justiça ainda existe
e que o crime não compensa.

Wanderley Rodrigues Moreira (Santos-SP)

Justiça ... Pude sentir
desde criança seu valor,
vendo mamãe dividir,
pelos filhos, pão ... amor!

MENÇÃO ESPECIAL
(ordem alfabética)

Ederson Cardoso de Lima (Niterói-RJ)

Ó meus senhores togados,
julgai qual Jesus ensina:
Também vós sereis julgados,
pela justiça divina!

Elen de Novais Felix (Niterói-RJ)

Na rua, o guri sem nome
que, da miséria, é refém,
sempre encontra o medo e a fome
mas a justiça não vem.

Izo Goldman (São Paulo-SP)

Justiça de escuridão,
sem uma réstia de luz:
deu liberdade a um ladrão
e a um santo deu uma cruz.

José Tavares de Lima (Juiz de Fora-MG)
(duas trovas)

Lembre-se ao julgar alguém,
que a paz social não viça,
onde o dinheiro detém
maior poder que a justiça ...

Siga, em suas atitudes,
a justiça, a todo o custo,
porque no rol das virtudes
também consta a de ser justo!

Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba-SP)

Em meu viver não hesito,
uso as mãos em qualquer liça:
unidas para o infinito
pedem a Deus por justiça,

Renata Paccola (São Paulo-SP)

A imagem que me conduz
vai num sonho se formando:
sob uma auréola de luz,
justiça e paz se abraçando!

Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo-SP)

O idealismo se turva
se o povo de uma Nação
vê que a justiça se curva
entre o poder e a ambição!

ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL
(LÍNGUA PORTUGUESA, EXCETO PARANÁ)

Tema: Tapa (Humor)

1° Lugar:
Wanda de Paula Mourthé (Belo Horizonte-MG)

Chega bêbado ... sequer
distingue um rosto ... e malogra:
dá alguns tapas na mulher
e muitos beijos na sogra!

2° Lugar:
Pedro Mello (São Paulo-SP)

Na cama apanha o infeliz
se o "dever" não desempenha ...
- Sempre que "falha" maldiz
a Lei Maria da "Lenha" ...

3° Lugar:
Elen de Novais Felix (Niterói-RJ)

Depois que a sua sogrinha
deu-lhe uns tapas, o granjeiro,
descobriu que é uma galinha
quem canta no seu terreiro.

4 ° Lugar:
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora-MG)

Nhoque, foi esta a razão
da causa morte do Roque:
deu um tapa no leão
e o leão fez nele ... nhoque!

5º Lugar:
Djalda Winter Santos (Rio de Janeiro-RJ)

Houve muita confusão
quando o morto, no velório,
dando um tapa no caixão,
reclamou do falatório ...

MENÇÃO HONROSA
(ordem alfabética)

Campos Sales (São Paulo-SP)

Não gostou de ser cobrado,
no velório o Zé pitou,
foi tapa pra todo lado,
até o defunto apanhou.

Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora-MG)

Com ardil muito esquisito,
seu intento não malogra:
manda um tapa no mosquito
para derrubar a sogra.

José Lucas de Barros (Natal-RN)

Marido que à noite escapa
com mulheres e aguardente,
o remédio é chá de tapa,
sem açúcar, forte e quente!

Roberto Tchepelentyky (São Paulo-SP)

Teve engasgo, fez fricote ...
Minha sogra é uma frescura!
Dei-lhe um tapa no cangote,
que arranquei-lhe a dentadura!

Thereza Costa Val (Belo Horizonte-MG)

Foi tapa pra todo lado
e confusão, na lombada!
É que um ceguinho assanhado
pôs a mão em perna errada ...

MENÇÃO ESPECIAL
(ordem alfabética)

Edmar Japiassu Maia (Nova Friburgo -RJ)

A bateria onde toco
fez um desfile complexo:
foi tanto tapa no bloco,
que perdi meu tapa-sexo!

Eliana Ruiz jimenez (Balneário Camborlú-SC)

Cai de tapa a Januária
no traste do maridão,
ao saber que a funcionária
ficou "gorda" de um serão.

Flávio Roberto Stefani (Porto Alegre-RS)

Satisfazendo desejos,
o casal cortou etapas,
pois entre tapas e beijos
eles ficavam nos tapas ...

Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba-SP)

Levou só tapas da vida;
e, em seu velório (coitado!),
na homenagem merecida
alguém disse: Adeus, tapado".

Messias da Rocha (Juiz de Fora-MG)

Padre Bento bebe tanto
Bebe dez copos num tapa,
Não joga nada pro santo
E diz que é ordem do Papa!

ÂMBITO ESTADUAL (Somente o Paraná)

Tema: Tesouro (Lírica/Filosófica)

1o. Lugar:
Antônio Augusto de Assis (Maringá)

Dentre os bens que o filho esperança
receber por transmissão,
tesouro nenhum supera
o exemplo que os pais lhe dão.

2o. Lugar:
Roza de Oliveira (Curitiba)

Além de ser um tesouro
– é a dúvida – instrumento
que abre com asas de ouro
o leque do pensamento!

3o. Lugar:
Dari Pereira (Maringá)

Quem faz o bem com prazer,
mesmo que seja um incréu,
reserva, sem perceber,
um bom tesouro no céu…

4o. Lugar:
Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)

Enquanto há bens passageiros
exibidos no aparato,
há tesouros verdadeiros
ocultos no anonimato.

5o. Lugar:
Antônio Augusto de Assis (Maringá-PR)

O que se tem logo passa,
o que se é permanece.
Tesouro, portanto, é a graça
do bom nome que se tece.

MENÇÃO HONROSA
(Ordem Alfabética)

Antônio Augusto de Assis (Maringá)

Dispenso posses e louros
– riquezas sem validade.
Tenho o maior dos tesouros:
meu círculo de amizade!

Maria da Conceição Fagundes (Curitiba)

Trovador a lapidar
o seu “achado” tesouro
faz o “sonho” se tornar
um legado duradouro!

Nei Garcez (Curitiba)

Todos nascem com tesouro
sem noção desta jazida,
pois, valor maior que o ouro
é a saúde e a própria vida.

Roza de Oliveira (Curitiba)

Não há tesouro no mundo
que sobreponha à cultura.
Vive em abismo profundo
quem não se entrega à leitura.

Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)

Para um garoto, os quintais
eram reinos de magia,
guardando tesouros reais
nos mapas de fantasia…

MENÇÕES ESPECIAIS
(ordem alfabética)

Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)

A inspiração que aparece
e me impele a escrever…
É um tesouro que abastece
e enriquece o meu viver!

Luiza Nelma Fillus (Irati)

O sorriso de uma criança
enche de paz nosso mundo.
É prenúncio de esperança
tesouro de amor profundo.

Maria Aparecida Pires (Curitiba)

Caminhei por longes terras…
No meu tesouro investi.
– Travei lutas, perdi guerras
meu tesouro estava aqui!

Maria Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)

De nenhum tesouro sei
que tenha maior valor
que o instante que dita a lei
do nosso enredo de amor!

Nei Garcez (Curitiba)

Do teu reino, duradouro,
como Salomão diria,
Ó, meu Deus, como tesouro,
dai-me só sabedoria!

ÂMBITO ESTADUAL (Paraná)

Tema : Tesoura (Humor)

1o. Lugar:
Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)

– Corte o texto!… Longo assim,
A idéia até se desdoura.
– Pois não, mestre, corto sim,
vou procurar a tesoura…

2o. Lugar:
Antônio Augusto de Assis (Maringá)

Se a vida alheia ela malha,
e é ferina e tagarela,
há um remédio que não falha:
Tesoura na língua dela!

3o. Lugar:
Antônio Augusto de Assis (Maringá)

Com a tesoura na mão,
diz a bela ao “ex”, sem medo:
– Se me cortas a pensão,
sem dó te corto o “brinquedo”…

4o. Lugar:
Maria Aparecida Pires (Curitiba)

Tesoura de sorte e azar
corta tudo pela frente,
só não consegue cortar
a língua de muita gente!

5o. Lugar:
Walneide Fagundes S. Guedes (Curitiba)

A tesoura vai cortando
e, enquanto o tecido míngua,
a lojista, fofocando,
por descuido corta a língua.

MENÇÃO HONROSA
(Ordem Alfabética)

Antônio Augusto de Assis (Maringá)

Nos salões – perdão dizê-lo,
a fofocagem campeia:
– Bem mais que cortar o cabelo,
“tesoura-se” a vida alheia…

Maria Aparecida Pires (Curitiba)

A tesoura? Camarada,
disse o médico impaciente.
Ela estava bem guardada
na barriga do doente!

Maria da Conceição Fagundes (Curitiba)

Tesoura a vida do alheio
e age de modo imparcial
e ela afirma, sem receio:
– É “terapia social”!!!

Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)

No ditado, a turma estoura
de rir, quando, erguendo a mão,
Pergunta o aluno: – “tesoura”
é com “tezinho” ou “tezão”?

Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)

Poda as plantas, na lavoura,
mas planeja, o tempo inteiro:
– vou crescer, vender tesoura…
Eu hei de ser tesoureiro!

MENÇÃO ESPECIAL
(ordem alfabética)

Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)

Uma “tesoura” afamada,
e não sabe nem cortar,
mas a vida da cunhada
ela vive a tesourar…

Nei Garcez (Curitiba)

Ao tirar mancha da veste,
a receita de uma loura,
é fazer primeiro o teste
recortando-a com tesoura.

Nei Garcez (Curitiba)

Discutindo o amor traído,
atraído ao “pega-pega”,
pelo grito do marido
A tesoura estava cega!

Roza de Oliveira (Curitiba)

Não cresceu… Ficou baixinha,
tem, da tesoura o viés
porque a língua, coitadinha,
corre mais do que os seus pés!…

Yara Mara de Castro Araújo (Curitiba)

A língua da sogra tem
perigo descomunal.
Pega a tesoura, meu bem,
vamos dar cabo do mal.
––-
amanhã: Âmbito Regional Estudantil e Âmbito Internacional: Países de Língua Hispânica

Fonte:
Livreto dos XVII Jogos Florais de Curitiba 2012. Presidente: Andréa Motta.
Digitalização do Âmbito Nacional/Internacional por Eliana Ruiz Jimenez
Digitalização do Âmbito Estadual por José Feldman

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Viagem para Curitiba (Novas Postagens só Segunda-Feira)

Em virtude de minha viagem para Curitiba, não haverão postagens, pois estarei presente nas solenidades de premiação dos trovadores dos Jogos Florais de Curitiba, novamente, com uma recepção encantadora pelos trovadores da capital paranaense. Quem puder ir, recomendo. A programação coloco abaixo.
Retornando, estarei postando as trovas vencedoras.

Até a volta.

Dia 14.06. 2012 (quinta-feira)
  • 18h00min: OFICINA DE TROVAS: Tema – O Humor na Trova 
    Ministrante: Antonio Augusto de Assis (Maringá). 
    Local: – Biblioteca Pública do Paraná – Sala de Reuniões 3º andar.
Dia 15.06. 2012 (sexta-feira)
  • 20h00min: 
    Solenidade de Abertura do XVII Jogos Florais de Curitiba 
    Local: Câmara Municipal de Curitiba
  • 22h00min: Recepção - Restaurante Cacau (Rua Padre Anchieta, 2224).
Dia 16.06. 2012: (Sábado)
  • 12h00min: Almoço 
    Local: Hotel Del Rey (R. Des. Ermelino Leão, 18 - Centro)  
    13h00min: 
    Lançamento do Livro “Matizes e Motivos”, de Vanda Fagundes Queiróz.
    14h00min: 
    Revoada de Trovas.
  • 20h00min: 
    Solenidade de Premiação. 
    Espaço Cultural Capela Santa Maria (Conselheiro Laurindo, 273, Centro).
Dia 17.06.2012: (Domingo)
  • 09h00min: Oração Ecumênica em Trovas – Hotel Nacional Inn
12h30min: Almoço de encerramento – Hotel Nacional Inn (por adesão)

XVII Jogos Florais de Curitiba (Classificação Final)



ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL - (Língua Portuguesa, exceto Paraná). -

TEMA: JUSTIÇA: (L/F) 
Por ordem de classificação.

1º Lugar: Mara Melinni de Araújo Garcia (Caicó - RN)
2º Lugar: José Ouverney (Pindamonhangaba-SP)
3º Lugar: Alba Christina Campos Netto (São Paulo – SP)
4º Lugar: Sergio Ferreira da Silva (Santo André – SP)
4° Lugar: Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba – SP)
5º Lugar: Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora – MG)

Menções Honrosas: 
Por ordem de alfabética

Carolina Ramos (Santos - SP)
Darly O. Barros (São Paulo – SP)
José Ouverney (Pindamonhangaba – SP)
José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG)
Manoel Cavalcante de Souza Castro (Pau dos Ferros – RN)
Marina Bruna (São Paulo)
Messias da Rocha (Juiz de Fora – MG)
Wanderley Rodrigues Moreira (Santos - SP)

Menções Especiais: 
Por ordem de alfabética

Ederson Cardoso de Lima (Niterói- RJ)
Elen de Novais Felix (Niterói – RJ)
Izo Goldman (São Paulo – SP)
José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG) – (duas trovas)
Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba – SP)
Renata Paccola (São Paulo- SP)
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo – SP)

Comissão Julgadora do Concurso:
Antonio Augusto de Assis
Janske Schlenker
Luíza Nelma Fillus
Olga Agulhon
Vanda Fagundes Queiroz
Coordenação Geral: Andréa Motta.


TEMA: TAPA (Humor): 
Por ordem de classificação

1º Lugar: Wanda de Paula Mourtthé – (Belo Horizonte/MG)
2º Lugar: Pedro Mello (São Paulo/ SP)
3º Lugar: Elen de Novais Felix (Niterói/RJ)
4º Lugar: Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora/MG)
5º Lugar: Djalda Winter Santos (Rio de Janeiro/RJ)

Menções Honrosas:

Campos Sales (São Paulo/SP)
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora/MG)
José Lucas de Barros (Natal/ RN)
Roberto Tchepelentyky (São Paulo/SP)
Thereza Costa Val (Belo Horizonte/MG)

Menções Especiais:

Edmar Japiassú Maia (Nova Friburgo/RJ)
Eliana Ruiz Jimenez (Balneário Camboriú /SC).
Flávio Roberto Stefani (Porto Alegre /RS)
Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba/SP)
Messias da Rocha (Juiz de Fora/MG)

Comissão Julgadora do Concurso:

Nei Garcez
Roza de Oliveira
Wandira Fagundes Queiroz
Coordenação Geral: Andréa Motta.


AMBITO ESTADUAL
TEMA: TESOURO: (L/F) – 
Por ordem de classificação.

1º Lugar: Antônio Augusto de Assis
2º Lugar: Roza de Oliveira
3º Lugar: Dari Pereira
4º Lugar: Vanda Fagundes Queiroz
5º Lugar: Antônio Augusto de Assis

Menção Honrosa: 
Por ordem alfabética

Antonio Augusto de Assis
Maria da Conceição Fagundes
Nei Garcez
Roza de Oliveira
Vanda Fagundes Queiroz

Menção Especial: 
Por ordem alfabética

Istela Marina Gotelipe Lima
Luiza Nelma Fillus
Maria Aparecida Pires
Maria Helena Oliveira Costa
Nei Garcez

TEMA: TESOURA (Humor): 
Por ordem de classificação

1º Lugar: Vanda Fagundes Queiroz
2º Lugar: Antônio Augusto de Assis
3º Lugar: Antônio Augusto de Assis
4º Lugar: Maria Aparecida Pires
5º Lugar: Walneide Fagundes S. Guedes

Menções Honrosas: 
Por ordem alfabética

Antônio Augusto de Assis
Maria Aparecida Pires
Maria da Conceição Fagundes
Vanda Fagundes Queiroz (duas trovas)

Menções Especiais:

Istela Marina Gotelipe Lima
Nei Garcez (duas trovas)
Roza de Oliveira
Yara Mara de Castro Araújo.

Comissão Julgadora do Concurso:
José Lucas de Barros - Natal-RN
Thalma Tavares - São Simão-SP
Wanda de Paula Mourthé - Belo Horizonte-MG
Coordenação Geral: Professor Garcia.


XVII Juegos Florales –Curitiba -PR-Brasil-2012

Tema: “Justicia”
 

1° Lugar: Maria Cristina Fervier (Argentina)
2° Lugar: Rafael Ramos Nápoles (Venezuela)
3° Lugar:Cristina Oliveira Chávez (USA)
3° Lugar: Martha Alicia Qui Aguirre (México)

MENCIÓN HONROSA:
(Por orden alfabética)

Cristina Oliveira Chávez (USA)
Martha Alicia Qui Aguirre (México)
Martha Senovia V. Vélez (Colombia)
Miguel Ángel Almada (Argentina)
Ricardo Ducoing ( México)
Teresa de Jesús R. Lara (España Islas Canarias)

MENCIÓN ESPECIAL:
(Por orden alfabética)

Alicia Borgogno (Argentina)
Ángela Desirée Palacios (Venezuela)
Carmen Patiño Fernández (España)
Catalina Margarita Mangione (Argentina)
Freddy Ramos Carmona (México)
Nerina Thomas (Argentina)
Urbano Vilchis Miranda (USA)

Comisión Julgadora:
A. A. de Assis 
Eliana Ruiz Jimenez 
Francisco Garcia
Lisete Johnson 
Coordinadora:
Gislaine Canales

AMBITO REGIONAL/ESTUDANTIL -
ENSINO FUNDAMENTAL

TEMA: ESCOLA: (L/F)

- ESCOLA MUNICIPAL ALBERT SCHWEITZER

1° Lugar: Eduarda Natasha de C.A. de Lima – 6ª F
2° Lugar: Ellena Mendes de Lima – 6ª F
3° Lugar: Ana Paula de Jesus da Silva – 6ª F
3° Lugar: Isabela Larissa V. Gomes – 6ª F

Menção Honrosa 
(ordem alfabética)

Manoella da Silva da Cruz – 6ª G
Nicole Martins dos Santos – 6ª G

- ESCOLA PAPA JOÃO XXIII

1° Lugar: Ana Paula de Moraes – 7ª D
2° Lugar: Ana Paula de Moraes – 7ª D
3° Lugar: Gabriely Dalla Vecchia – 7ª E

Menção Honrosa 
(ordem alfabética)

- Bruna Santos Soares – 6ª E
- Izabelly Nadine dos Santos – 7ª D
- Lucas Vasco Garcia - 8ª D

AMBITO REGIONAL/ESTUDANTIL

ENSINO MÉDIO
TEMA: ESCOLHA: (L/F)

COLÉGIO PROF. ALCYONE DE CASTRO VELLOZO

– Por ordem de classificação.

1º Lugar: Dayanna Vanessa Augusto – 3° A.
2º Lugar: Iasmin Garcia de Almeida – 3° A.
3º Lugar: Carina de Fátima Gularte – 3° A.

Menção Honrosa:
Por ordem alfabética

Carina de Fátima Gularte – 3° A
Fernanda Simões – 3° A.
John Everton Soezeck -3º A

Comissão Julgadora:
Maria da Conceição Fagundes
Sônia Maria Ditzel Martelo
Vanda Alves

Coordenação Geral: Andréa Motta.

Trova Ecológica 86 - Carolina Ramos (Santos/SP)


Ary dos Santos (Poemas Escolhidos)


O SANGUE DAS PALAVRAS
1

O poeta que nasce é uma criança
parida pela água torturada
uma nave que surge uma nuvem que dança
ao mesmo tempo livre e condensada.
O poeta que nasce é a matança
da palavra demente e enjeitada
que o chicote do poema torna mansa
depois de possuída e mal amada.
Quando o poeta nasce a madrugada
aperta os versos num abraço rouco
até que a noite fique esvaziada.
E enquanto das palavras pouco a pouco
surge a forma perfeita ou agitada
no mundo morre um deus ou nasce um louco.

(...)

5

Versos? Paguei-os. Alegria e raiva.
As palavras por vezes impotentes
outras vezes escorrendo sangue e seiva
ao morderem a vida com os dentes.
Poesia que és uns dias minha noiva
com seios de palavras complacentes.
Poesia que outras vezes grita e uiva
fêmea capaz de fecundar sementes.
Poesia minha amiga minha irmã
mulher da minha vida que inventei
para fazermos filhos amanhã.
Poesia minha força e meu castigo
meu incesto tão puro que nem sei
se é verdade que faço amor contigo.

ORIGINAL É O POETA

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho ás palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce á rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

O RELÓGIO

Pára-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contra tempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.

RETRATO DO HERÓI

Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar  de morte certa.

Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome  fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.

Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo  nem mártir  nem soldado
Mas apenas  por último  indefeso.

Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro  e fica ileso
pois lutando apagado  morre aceso.
CANTIGA DE AMIGO
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
--- o meu amigo está longe
e a distância é bastante.

Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!

--- o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.

Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!

AUTO-RETRATO

Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.

Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.

SONETO

Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?

Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.

Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.

Fonte:

Ary dos Santos (1937 – 1984)


Poeta português, natural de Lisboa. Saiu de casa aos 16 anos, exercendo várias atividades como meio de subsistência. 

Revelando-se como poeta com a obra Asas (1953), publicou, em 1963, o livro Liturgia de Sangue, a que se seguiram Azul Existe, Tempo de Lenda das Amendoeiras e Adereços, Endereços (todos de 1965). Em 1969, colaborou na campanha da Comissão Democrática Eleitoral e, mais tarde, filiou-se no Partido Comunista Português, tendo tido uma intervenção politizada, mas muito pessoal. 


Ficou sobretudo conhecido como autor de poemas para canções do Concurso da Canção da RTP. Os seus temas «Desfolhada» e «Tourada» saíram ambos vencedores.

Em 1971, foi atribuído a «Meu Amor, Meu Amor», também da sua autoria, o grande prémio da Canção Discográfica.

Declamador, gravou os discos «Ary Por Si Próprio» (1970), «Poesia Política» (1974), «Bandeira Comunista» (1977) e «Ary por Ary» (1979), entre outros.

Publicou ainda os volumes Insofrimento In Sofrimento (1969), Fotos-Grafias (1971), Resumo (1973), As Portas que Abril Abriu (1975), O Sangue das Palavras (1979) e 20 Anos de Poesia (1983).

Em 1994, foi editada Obra Poética, uma colectânea das suas obras. 


Personalidade entusiasta e irreverente, muitos dos seus textos têm um forte tom satírico e até panfletário, anticonvencional, contribuindo decisivamente para a abertura de novas possibilidades para a música popular portuguesa. Deixou cerca de 600 textos destinados a canções.

Fonte:

Wagner Marques Lopes (Rio + 20) 5

Trova de Homenagem à Abertura do Rio +20