quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Ronnaldo de Andrade (Antologia Poética Spina) 1


À PROCURA DE VOCÊ

Estrela cadente alumia
minhas noites escuras,
meus vastos caminhos.

Traga-me sorte, guie-me os passos
em direção à nova existencialidade,
onde irei encontrar menos espinhos.
Desenhe nesse céu grandioso, claro,
aquela que receberá meus carinhos!
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CARREGO UMA GRANDE DOR
ENCRAVADA EM MEU ÂMAGO

Divido minha cama
com uma angústia
que alguém deixou

oponente à vontade. Amigo inseparável,
meu coração perdeu força, deprimiu-se;
sentimental como sempre, quase parou.
Passaram-se décadas após tal episódio,
infelizmente, minha tristeza não passou!
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ENQUANTO PROCRASTINAVA
UM ADEUS SE FEZ PRESENTE

Rascunho de versos
escritos com paixão
carrego na memória.

Versos que nunca foram entregues;
– não houve tempo suficiente para
lhe entregar! Partiu... – Sou escória,
indivíduo que procrastina a própria
felicidade, frauda toda sua história!
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NA ABSÊNCIA DO SEU CORPO
ENTREGO-ME ÀS FANTASIAS

Pensando em você
sigo na madrugada
a numerar estrelas.

Ausculto cânticos alegres de corujas,
o vento pronunciando-me seu nome
causar sensações... Não sei dizê-las!
Reputo as pardas paisagens noturnas
sem eu nem sequer compreendê-las!
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NAS ASAS DO DESEJO ARDENTE,
VEJO-NOS CAÇADORES X CAÇAS

Decante um vinho,
se possível merlot,
pegue duas taças.

Preparo nosso jantar; o ambiente
deixo perfeito. Sente-se, eu puxo
a cadeira; servir-lhe-ei as massas.
O seu batom estimula-me, inebria;
hoje nós somos caçadores, caças!
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NOS ESCOMBROS DO MEU PEITO
O AMOR PERMANECE INTACTO

Tatuei sua imagem,
seu jeito encantador,
em minha memória.

Carrego no alforge da saudade
doces recordações de nós dois;
boas partes da nossa trajetória,
bilhetes que o tempo descoloriu
sem apagar essa nossa história!
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O NOSSO AMOR NUNCA PARTIU
MESMO SE ENCONTRANDO LIVRE

"Lágrimas de saudade"
invadem a fisionomia,
inundam meu coração.

Nesse casulo nosso amor parou,
depois se tornou uma borboleta
que, "mesmo podendo voar", não
hesitou em permanecer no lugar
contemplando a sua real situação.
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SINGELA HOMENAGEM AOS MEUS AMIGOS

Estendo os braços
com muita ternura;
ofereço meu peito,

de modo verdadeiro, aos amigos.
Entusiasmado, eu acolho a todos,
fico-me à disposição. Os respeito,
amo-os como são, sem modéstia,
porque também não sou perfeito!

Fonte:
Facebook do poeta.

2 comentários:

Aurineide Alencar disse...

Muito lindo! Quanto sentimento! Parabéns poeta.

Tatiana Azevedo disse...

Prazeirosa leitura poetica, plena de emoções intensas, amei...Taty.