JÁ. É uma sineta de metal trazida pelos escravos africanos para o Brasil. É utilizada na cerimônia de dar comida ao Santo, Orixá.
JABÁ. Veja CHARQUE.
JACARÉ. Os dentes do jacaré são os protetores da dentição das crianças. A criança que usar um dente de jacaré, na volta ou numa pulseira, terá dentes sadios. Também faz com que as crianças não tenham dor de dente.
JACI. É a Lua, a mãe dos frutos. Casada com o Sol (Coaraci, Coraci, Goaraci, Gorazi), Jaci é motivo de muita festa pelos índios, com muita comida, muita bebida, cantos e danças, quando aparece a Lua Nova.
JAGUNÇO. Jagunço é um chuço, uma haste de madeira com uma ponta de ferro na outra extremidade, antiga arma de defesa e de ataque. Depois, a palavra passou a ter outro significado: valentão, capanga, bandoleiro, cangaceiro, guarda-costas de políticos, fazendeiros, senhores de engenho.
JANAÍ. Na região amazônica, é um macaco buliçoso que, à noite, pega as crianças para sugar o sangue. Também conhecido como macaco-da-noite, macaco-da-meia-noite.
JANAÍNA. Veja DANDALUNDA, IEMANJÁ.
JANGADA. A jangada é uma embarcação feita com paus roliços, de uma madeira especial mais conhecida por pau-de-jangada, usada em pescarias desde a colonização. No começo, as jangadas não tinham vela. Os tupis começaram usando uma vela em forma de triângulo que chamavam de cutinga, língua branca e chamavam as jangadas de itapaba, igapeba, piperi, candandu, catamarã e hoje são conhecidas como bote, burrinho, catre, paquete. As jangadas maiores são feitas com sete paus e as menores com cinco. Pero Vaz de Caminha foi a primeira pessoa que registrou a existência das jangadas entre os índios, na carta que mandou ao rei de Portugal, dando notícias da terra descoberta por Pedro Álvares Cabral. A jangada, no Nordeste, ainda é usada pelos pescadores. Nos açudes, as jangadas, sem velas, são feitas com troncos de bananeira. Os índios do Rio São Francisco faziam suas jangadas com junco de piripiri e os guaranis usavam o bambu. Geralmente a jangada nordestina menor tem 3 metros de comprimento por 80 cm de largura e a maior, a jangada grande, chega a medir de 8 a 9 metros de comprimento por até 2 metros de largura. Sua tripulação varia de acordo com o tamanho, de dois a quatro homens.
JEBU. Tem o mesmo significado de chabu, isto é, quando os fogos de São João falham, logo no começo. Diz-se, também, quando qualquer coisa não dá certo.
JEGUEDÉ. Instrumento de percussão dos africanos, usado no Sul do Brasil e que deu nome à dança-do-jeguedé, uma espécie de bambeló individual, mas também dançada por muitas pessoas.
JEJUM. O jejum da Igreja Católica começava ao meio-dia da Quinta-Feira Santa até o romper da Aleluia, no sábado. Não se comia carne, nem tudo que fosse doce e as pessoas passavam estes dias quase sem comer. O jejum católico era feito todas as sextas-feiras durante os quarenta dias da Quaresma. E os católicos só voltavam a se alimentar normalmente no Sábado de Aleluia, quando o povo cantarolava: - "Aleluia, Aleluia! Carne no prato, farinha na cuia". Na Quinta-Feira Santa ou na Sexta-Feira da Paixão era costume, como ainda hoje acontece em muitas cidades do interior, os mais pobres pedirem o jejum que consiste em receber peixes e bacalhau dados pelos mais abastados.
JENIPAPO. Além de comerem o jenipapo, os nossos índios faziam de sua madeira uma tinta azul-negra, com a qual pintavam o corpo todo nas suas festas. Com a polpa de jenipapo, é feito um gostoso e tradicional licor muito apreciado no Nordeste, como também um vinho. Também é dado o nome de jenipapo à mancha escura que os mestiços trazem nos quadris ou na cintura, ao nascerem. O uso do jenipapo, na medicina popular, é bastante conhecido no Pará, no Amazonas e no Acre: "Para as doenças do baço, nada como colocar o pé no tronco do jenipapo. Corte a casca do tamanho do pé da pessoa doente. A casca retirada do jenipapeiro deve ser colocada no fumeiro da cozinha. A casca vai engelhando e o baço também.
JERIBITA. Veja CACHAÇA.
JERIMUM. Como é conhecida a abóbora no Norte e no Nordeste brasilieiros. Também se diz jirimum.
JINJIBIRRA. A jinjibirra é uma bebida que existia antes dos refrigerantes gasosos de hoje. Era feita com garapa de água e açúcar, suco de qualquer fruta (o abacaxi era uma das frutas preferidas), cremor de tártaro, fermento de padaria ou ácido cítrico. No Ceará, ainda é preparada com suco de jenipapo. A jinjibirra é a cerveja do povão. Tudo faz crer que os ingleses foram os introdutores da popular bebida em Pernambuco, em 1810, graças à Carta Régia que franqueou os portos do Brasil à Inglaterra. O uso da jinjibirra foi desaparecendo nas primeiras décadas do século XX, quando começaram a aparecer as sodas de frutas (de pera, de uva, de maçã), as gasosas, a cerveja, etc. No sertão ainda se toma, esporadicamente, a jinjibirra.
JOÃO-DA-CRUZ. Era o sinônimo popular de dinheiro, antigamente, por causa da cruz gravada nas moedas portuguesas e do nome João, muito comum aos reis de Portugal.
JOÃO FERNANDES. Nome dado a uma dança sapateada, ao som da viola e que faz parte do baile pastoril gaúcho. Uma espécie de fandango. Veja FANDANGO.
JOÃO GALAFOICE. Também conhecido como João Galafaice (Sergipe), João Galafuz (Pernambuco), o João Galafoice é um negro que pega as crianças quando estão fora de casa, principalmente à noite.
JOÃO REDONDO. Nome dado, na Paraíba, ao mamulengo.
JOGO-DO-BICHO. O jogo-do-bicho teve a seguinte origem: O Barão de Drummond fundou o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, no ano de 1893 e, como teve a subvenção federal cortada, os animais estavam condenados a morrer de fome. Para que isso não acontecesse, o Barão teve a idéia de escrever, num pedaço de papel que era colocado num envelope, preso num galho de uma árvore bem alta, o nome de um dos bichos do zoológico. Durante o dia as pessoas que visitavam o zoológico jogavam num dos bichos e, à tarde, o envelope era aberto e quem acertasse, isto é, quem jogasse no bicho que estava escrito no papel dentro do envelope, ganhava um prêmio. Com o dinheiro que sobrava o Barão comprava a comida dos animais. Depois, o jogo-do-bicho saiu do Jardim Zoológico e começou a ser explorado por outras pessoas. Apesar de ser proibido por lei, o jogo-do-bicho existe na maioria dos Estados brasileiros e é o ganha-pão de milhares de pessoas. O jogo-do-bicho agrupa vinte e cinco bichos. Cada bicho tem um número, de 1 a 25. Cada bicho tem quatro dezenas. Exemplo: o avestruz é o número 1 e as dezenas 01, 02, 03 e 04 são as dezenas do avestruz. Depois das dezenas, vêm as centenas de 0 a 100, de 101 a 200, etc. e, finalmente o milhar que é composto de 4 números, unidades, dezena, centena de milhar. Exemplo: o milhar 1401 é o milhar de avestruz porque avestruz é todo milhar que termina com dezenas 01, 02, 03, 04. O jogo-do-bicho é a esperança de milhares de brasileiros que, diariamente, tentam a sorte. Os bicheiros são os vendedores do jogo e os banqueiros são os que bancam o jogo, pagando os prêmios e ficando com o lucro dos que jogaram e não acertaram. Interessante é a figura do decifrador dos sonhos no jogo-de-bicho: 1. Se a pessoa sonhar com um gato, joga gato. Mas se a pessoa sonhar com um gato caindo do telhado, joga burro, porque gato que cai do telhado é burro, isto é, não é inteligente; 2. Se a pessoa sonhar com uma cobra, joga cobra, nº 9. Mas se sonhar com uma cobra saindo de um buraco joga burro, porque o buraco é zero (0) e o número da cobra é nove. Juntando o buraco (0) zero com o número da cobra 9 forma dezena 09, que é uma dezena de burro (09,10,11 e 12).
JOSEPH M. LUYTEN nasceu no dia 15 de agosto de 1941, na cidade de Brunssun, Holanda. Chegou ao Brasil em 1952 e residiu, inicialmente, na rua Motocolombó (onde morou o poeta Leandro Gomes de Barros), no Recife. Em 1968 concluiu o curso de Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (SP), passando a trabalhar ativamente na imprensa paulistana. Em 1970 terminou o curso de pós-graduação em Literatura pela Universidade de São Paulo, passando a ensinar em diversas escolas de nível superior, como a Faculdade Cásper Líbero, Objetivo, ESPM e Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Em 1980, Mestre em Ciências da Comunicação, pela USP, Joseph Luyten parte para o Japão, onde permanece durante sete anos pesquisando no National Museum of Ethnology de Osaka (3 anos) e lecionando na University of Tsukuba (4 anos). Em 1991, é convidado para exercer as funções de Reitor do Campus Avançado da Universidade Teikyo, em Maastrich, Holanda. Em 1995 retorna ao Japão para lecionar Cultura Brasileira na Universidade de Tenry (Nara), durante dois anos. De volta à Holanda é convidado para lecionar Literatura Popular na Universidade de Poitiers (França) e organizar o Fonds Raymond Cantel dedicado à literatura de cordel. É professor catedrático da UNESCO, crítico de Artes Plásticas , membro da Associação Internacional de Críticos de Artes (UNESCO), da ABE (desde 1981), da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e da Associação Paulista de Folclore. Tem vasta bibliografia sobre assuntos folclóricos do Brasil e do mundo, mais de 50 artigos em revistas acadêmicas do Brasil, da Bélgica, da Holanda, do Japão, das Filipinas, do Peru. Expert em literatura popular em versos, Joseph Luyten tem uma coleção de 15.000 folhetos de feira, além de uma biblioteca e de um arquivo especializados em Literatura Popular com mais de 7.000 ítens. Na área de Folclore, publicou Bibliografia especializada em literatura popular em verso (1981), O que é literatura popular (1983), Sistemas de comunicação popular (1988), Burajiru Mishin Bom no Sekkai (1990) e A notícia na literatura de cordel (1992). No momento, mais uma vez está residindo no Brasil, ministrando curso de pós-graduação sobre Folk-Comunicação na Universidade Metodista de São Paulo (SP). Joseph M. Luyten tem prestado, ao longo dos anos, excelentes serviços no que diz respeito à divulgação do Folclore brasileiro na área internacional.
JUDAS. É um boneco feito com uma roupa de homem que se enche com palha ou pano, pendurado num poste ou numa árvore e, no Sábado de Aleluia, é rasgado e queimado. Foi o apóstolo Judas quem vendeu Cristo por trinta moedas. E, no Sábado de Aleluia, os católicos se vingam de Judas. Costumam, também colocar no seu interior, pequenas bombas. O Judas tem outros nomes, como Homem da Quaresma, Jacques da Quaresma, Judas de Palha, Homem de Palha, etc. Antes da destruição do boneco, é lido seu testamento, colocado no bolso do seu paletó. O testamento de Judas, escrito em versos, é uma sátira às pessoas e coisas do lugar. No testamento, Judas deixa seus bens para as pessoas moradoras na cidade. É um hábito corrente principalmente nos países da América Latina.
JUNÇA. É uma planta que vive nas margens dos rios, lagoas e alagados. Na África, é conhecida como dandá, usada como remédio e defumador para expulsar os maus espíritos do corpo das pessoas e atrair os bons. As raízes da junça, colocadas numa garrafa de cachaça, são receitadas às pessoas que têm cólicas uterinas, intestinais, reumatismo, digestão difícil e, friccionadas no lugar das dores, aliviam bastante.
JUNTAR-AS-CANELAS. Na linguagem do povo significa morrer.
JUREMA. É uma árvore de duas qualidades: a jurema-branca e a jurema-preta. Os pajés (sacerdotes tupis) usavam uma bebida da jurema-branca que fazia com que as pessoas tivessem sonhos afrodisíacos. Os feiticeiros, babalorixás pernambucanos, os mestres de catimbó, os pais-de-terreiro dos candomblés da Bahia usam muito a jurema. Até o século XX, beber jurema era sinônimo de feitiçaria ou prática de magia.
JURUCUTU. É o nome de uma ave do tamanho de um frango, que anda pelos telhados das casas à noite. É uma ave agourenta. Quando os indígenas estão trabalhando em seus roçados ou pescando e escutam o canto do jurucutu, param de trabalhar e de pescar porque nada mais dará certo.
JURUPARI. Era o demônio dos indígenas brasileiros.
Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/
JABÁ. Veja CHARQUE.
JACARÉ. Os dentes do jacaré são os protetores da dentição das crianças. A criança que usar um dente de jacaré, na volta ou numa pulseira, terá dentes sadios. Também faz com que as crianças não tenham dor de dente.
JACI. É a Lua, a mãe dos frutos. Casada com o Sol (Coaraci, Coraci, Goaraci, Gorazi), Jaci é motivo de muita festa pelos índios, com muita comida, muita bebida, cantos e danças, quando aparece a Lua Nova.
JAGUNÇO. Jagunço é um chuço, uma haste de madeira com uma ponta de ferro na outra extremidade, antiga arma de defesa e de ataque. Depois, a palavra passou a ter outro significado: valentão, capanga, bandoleiro, cangaceiro, guarda-costas de políticos, fazendeiros, senhores de engenho.
JANAÍ. Na região amazônica, é um macaco buliçoso que, à noite, pega as crianças para sugar o sangue. Também conhecido como macaco-da-noite, macaco-da-meia-noite.
JANAÍNA. Veja DANDALUNDA, IEMANJÁ.
JANGADA. A jangada é uma embarcação feita com paus roliços, de uma madeira especial mais conhecida por pau-de-jangada, usada em pescarias desde a colonização. No começo, as jangadas não tinham vela. Os tupis começaram usando uma vela em forma de triângulo que chamavam de cutinga, língua branca e chamavam as jangadas de itapaba, igapeba, piperi, candandu, catamarã e hoje são conhecidas como bote, burrinho, catre, paquete. As jangadas maiores são feitas com sete paus e as menores com cinco. Pero Vaz de Caminha foi a primeira pessoa que registrou a existência das jangadas entre os índios, na carta que mandou ao rei de Portugal, dando notícias da terra descoberta por Pedro Álvares Cabral. A jangada, no Nordeste, ainda é usada pelos pescadores. Nos açudes, as jangadas, sem velas, são feitas com troncos de bananeira. Os índios do Rio São Francisco faziam suas jangadas com junco de piripiri e os guaranis usavam o bambu. Geralmente a jangada nordestina menor tem 3 metros de comprimento por 80 cm de largura e a maior, a jangada grande, chega a medir de 8 a 9 metros de comprimento por até 2 metros de largura. Sua tripulação varia de acordo com o tamanho, de dois a quatro homens.
JEBU. Tem o mesmo significado de chabu, isto é, quando os fogos de São João falham, logo no começo. Diz-se, também, quando qualquer coisa não dá certo.
JEGUEDÉ. Instrumento de percussão dos africanos, usado no Sul do Brasil e que deu nome à dança-do-jeguedé, uma espécie de bambeló individual, mas também dançada por muitas pessoas.
JEJUM. O jejum da Igreja Católica começava ao meio-dia da Quinta-Feira Santa até o romper da Aleluia, no sábado. Não se comia carne, nem tudo que fosse doce e as pessoas passavam estes dias quase sem comer. O jejum católico era feito todas as sextas-feiras durante os quarenta dias da Quaresma. E os católicos só voltavam a se alimentar normalmente no Sábado de Aleluia, quando o povo cantarolava: - "Aleluia, Aleluia! Carne no prato, farinha na cuia". Na Quinta-Feira Santa ou na Sexta-Feira da Paixão era costume, como ainda hoje acontece em muitas cidades do interior, os mais pobres pedirem o jejum que consiste em receber peixes e bacalhau dados pelos mais abastados.
JENIPAPO. Além de comerem o jenipapo, os nossos índios faziam de sua madeira uma tinta azul-negra, com a qual pintavam o corpo todo nas suas festas. Com a polpa de jenipapo, é feito um gostoso e tradicional licor muito apreciado no Nordeste, como também um vinho. Também é dado o nome de jenipapo à mancha escura que os mestiços trazem nos quadris ou na cintura, ao nascerem. O uso do jenipapo, na medicina popular, é bastante conhecido no Pará, no Amazonas e no Acre: "Para as doenças do baço, nada como colocar o pé no tronco do jenipapo. Corte a casca do tamanho do pé da pessoa doente. A casca retirada do jenipapeiro deve ser colocada no fumeiro da cozinha. A casca vai engelhando e o baço também.
JERIBITA. Veja CACHAÇA.
JERIMUM. Como é conhecida a abóbora no Norte e no Nordeste brasilieiros. Também se diz jirimum.
JINJIBIRRA. A jinjibirra é uma bebida que existia antes dos refrigerantes gasosos de hoje. Era feita com garapa de água e açúcar, suco de qualquer fruta (o abacaxi era uma das frutas preferidas), cremor de tártaro, fermento de padaria ou ácido cítrico. No Ceará, ainda é preparada com suco de jenipapo. A jinjibirra é a cerveja do povão. Tudo faz crer que os ingleses foram os introdutores da popular bebida em Pernambuco, em 1810, graças à Carta Régia que franqueou os portos do Brasil à Inglaterra. O uso da jinjibirra foi desaparecendo nas primeiras décadas do século XX, quando começaram a aparecer as sodas de frutas (de pera, de uva, de maçã), as gasosas, a cerveja, etc. No sertão ainda se toma, esporadicamente, a jinjibirra.
JOÃO-DA-CRUZ. Era o sinônimo popular de dinheiro, antigamente, por causa da cruz gravada nas moedas portuguesas e do nome João, muito comum aos reis de Portugal.
JOÃO FERNANDES. Nome dado a uma dança sapateada, ao som da viola e que faz parte do baile pastoril gaúcho. Uma espécie de fandango. Veja FANDANGO.
JOÃO GALAFOICE. Também conhecido como João Galafaice (Sergipe), João Galafuz (Pernambuco), o João Galafoice é um negro que pega as crianças quando estão fora de casa, principalmente à noite.
JOÃO REDONDO. Nome dado, na Paraíba, ao mamulengo.
JOGO-DO-BICHO. O jogo-do-bicho teve a seguinte origem: O Barão de Drummond fundou o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, no ano de 1893 e, como teve a subvenção federal cortada, os animais estavam condenados a morrer de fome. Para que isso não acontecesse, o Barão teve a idéia de escrever, num pedaço de papel que era colocado num envelope, preso num galho de uma árvore bem alta, o nome de um dos bichos do zoológico. Durante o dia as pessoas que visitavam o zoológico jogavam num dos bichos e, à tarde, o envelope era aberto e quem acertasse, isto é, quem jogasse no bicho que estava escrito no papel dentro do envelope, ganhava um prêmio. Com o dinheiro que sobrava o Barão comprava a comida dos animais. Depois, o jogo-do-bicho saiu do Jardim Zoológico e começou a ser explorado por outras pessoas. Apesar de ser proibido por lei, o jogo-do-bicho existe na maioria dos Estados brasileiros e é o ganha-pão de milhares de pessoas. O jogo-do-bicho agrupa vinte e cinco bichos. Cada bicho tem um número, de 1 a 25. Cada bicho tem quatro dezenas. Exemplo: o avestruz é o número 1 e as dezenas 01, 02, 03 e 04 são as dezenas do avestruz. Depois das dezenas, vêm as centenas de 0 a 100, de 101 a 200, etc. e, finalmente o milhar que é composto de 4 números, unidades, dezena, centena de milhar. Exemplo: o milhar 1401 é o milhar de avestruz porque avestruz é todo milhar que termina com dezenas 01, 02, 03, 04. O jogo-do-bicho é a esperança de milhares de brasileiros que, diariamente, tentam a sorte. Os bicheiros são os vendedores do jogo e os banqueiros são os que bancam o jogo, pagando os prêmios e ficando com o lucro dos que jogaram e não acertaram. Interessante é a figura do decifrador dos sonhos no jogo-de-bicho: 1. Se a pessoa sonhar com um gato, joga gato. Mas se a pessoa sonhar com um gato caindo do telhado, joga burro, porque gato que cai do telhado é burro, isto é, não é inteligente; 2. Se a pessoa sonhar com uma cobra, joga cobra, nº 9. Mas se sonhar com uma cobra saindo de um buraco joga burro, porque o buraco é zero (0) e o número da cobra é nove. Juntando o buraco (0) zero com o número da cobra 9 forma dezena 09, que é uma dezena de burro (09,10,11 e 12).
JOSEPH M. LUYTEN nasceu no dia 15 de agosto de 1941, na cidade de Brunssun, Holanda. Chegou ao Brasil em 1952 e residiu, inicialmente, na rua Motocolombó (onde morou o poeta Leandro Gomes de Barros), no Recife. Em 1968 concluiu o curso de Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (SP), passando a trabalhar ativamente na imprensa paulistana. Em 1970 terminou o curso de pós-graduação em Literatura pela Universidade de São Paulo, passando a ensinar em diversas escolas de nível superior, como a Faculdade Cásper Líbero, Objetivo, ESPM e Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Em 1980, Mestre em Ciências da Comunicação, pela USP, Joseph Luyten parte para o Japão, onde permanece durante sete anos pesquisando no National Museum of Ethnology de Osaka (3 anos) e lecionando na University of Tsukuba (4 anos). Em 1991, é convidado para exercer as funções de Reitor do Campus Avançado da Universidade Teikyo, em Maastrich, Holanda. Em 1995 retorna ao Japão para lecionar Cultura Brasileira na Universidade de Tenry (Nara), durante dois anos. De volta à Holanda é convidado para lecionar Literatura Popular na Universidade de Poitiers (França) e organizar o Fonds Raymond Cantel dedicado à literatura de cordel. É professor catedrático da UNESCO, crítico de Artes Plásticas , membro da Associação Internacional de Críticos de Artes (UNESCO), da ABE (desde 1981), da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e da Associação Paulista de Folclore. Tem vasta bibliografia sobre assuntos folclóricos do Brasil e do mundo, mais de 50 artigos em revistas acadêmicas do Brasil, da Bélgica, da Holanda, do Japão, das Filipinas, do Peru. Expert em literatura popular em versos, Joseph Luyten tem uma coleção de 15.000 folhetos de feira, além de uma biblioteca e de um arquivo especializados em Literatura Popular com mais de 7.000 ítens. Na área de Folclore, publicou Bibliografia especializada em literatura popular em verso (1981), O que é literatura popular (1983), Sistemas de comunicação popular (1988), Burajiru Mishin Bom no Sekkai (1990) e A notícia na literatura de cordel (1992). No momento, mais uma vez está residindo no Brasil, ministrando curso de pós-graduação sobre Folk-Comunicação na Universidade Metodista de São Paulo (SP). Joseph M. Luyten tem prestado, ao longo dos anos, excelentes serviços no que diz respeito à divulgação do Folclore brasileiro na área internacional.
JUDAS. É um boneco feito com uma roupa de homem que se enche com palha ou pano, pendurado num poste ou numa árvore e, no Sábado de Aleluia, é rasgado e queimado. Foi o apóstolo Judas quem vendeu Cristo por trinta moedas. E, no Sábado de Aleluia, os católicos se vingam de Judas. Costumam, também colocar no seu interior, pequenas bombas. O Judas tem outros nomes, como Homem da Quaresma, Jacques da Quaresma, Judas de Palha, Homem de Palha, etc. Antes da destruição do boneco, é lido seu testamento, colocado no bolso do seu paletó. O testamento de Judas, escrito em versos, é uma sátira às pessoas e coisas do lugar. No testamento, Judas deixa seus bens para as pessoas moradoras na cidade. É um hábito corrente principalmente nos países da América Latina.
JUNÇA. É uma planta que vive nas margens dos rios, lagoas e alagados. Na África, é conhecida como dandá, usada como remédio e defumador para expulsar os maus espíritos do corpo das pessoas e atrair os bons. As raízes da junça, colocadas numa garrafa de cachaça, são receitadas às pessoas que têm cólicas uterinas, intestinais, reumatismo, digestão difícil e, friccionadas no lugar das dores, aliviam bastante.
JUNTAR-AS-CANELAS. Na linguagem do povo significa morrer.
JUREMA. É uma árvore de duas qualidades: a jurema-branca e a jurema-preta. Os pajés (sacerdotes tupis) usavam uma bebida da jurema-branca que fazia com que as pessoas tivessem sonhos afrodisíacos. Os feiticeiros, babalorixás pernambucanos, os mestres de catimbó, os pais-de-terreiro dos candomblés da Bahia usam muito a jurema. Até o século XX, beber jurema era sinônimo de feitiçaria ou prática de magia.
JURUCUTU. É o nome de uma ave do tamanho de um frango, que anda pelos telhados das casas à noite. É uma ave agourenta. Quando os indígenas estão trabalhando em seus roçados ou pescando e escutam o canto do jurucutu, param de trabalhar e de pescar porque nada mais dará certo.
JURUPARI. Era o demônio dos indígenas brasileiros.
Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário