Dia 10 de dezembro de 2021 fez dois anos que o SPINA veio à luz. Em comemoração, criei o Colar de Spina. Eu, enquanto criador dessa Nova forma poética, sinto-me feliz em ver sua solidificação acontecendo: Foram publicados no decorrer desse tempo (dois anos) cinco livros solos e duas Antologias exclusivamente de Spina (seis desses livros foram publicados em dois mil e vinte e um. Todos esses livros totalizam um 1.150 exemplares, sem contarmos com o sétimo livro, pois foi publicado em formato e-book e não sabemos a quantidade de exemplares), além de o SPINA marcar presença em coletâneas diversas, organizadas por outras pessoas, em revistas e blogs; estar sendo ensinado em escolas, estudado em Academias de Letras e outras entidades.
Fiquemos agora com as Regras e em seguida o Colar de Spina.
O Colar de Spina é constituído por um único título, o primeiro, e ele terá que fazer referência ao assunto (conteúdo) abordado nos oito Spinas que formarão o Colar. Antes do título é necessário colocar o cabeçalho COLAR DE SPINA ou Colar de Spina, mas o título tem que ser todo em maiúsculo. Cada texto precisa ser independente, ligado um ao outro somente pelo assunto (conteúdo), ou seja, um Spina não complementará o outro como se fosse estrofe subsequente.
É necessário que cada Spina tenha vida independente: sentido completo. Os Spinas precisam ser numerados e com espaço entre um e outro.
A primeira palavra do segundo Spina deverá ser uma trissílaba retirada da segunda estrofe do texto anterior, e assim se sucederá até o último. O último Spina, além de ser iniciado por uma acepção trissílaba retirada de um dos versos da segunda estrofe do Spina anterior, sua última rima deverá ser a palavra trissílaba que começou o primeiro Spina do Colar. No exemplo abaixo perceberemos que Atraque iniciou o primeiro Spina e finalizou o último.
O Colar de Spina pode ser composto por mais de uma pessoa. Sugiro que no máximo oito!
Nota do Blog: A palavra trissílaba foi destacada em negrito para uma melhor visualização
COLAR DE SPINA
O VIAJANTE
Atraque seu barco,
atire-se nas águas,
viva esse instante.
Permita que a sereia cante
às dores de amores findos,
um hino para cada amante.
Depois siga avante. Vá, vá,
singrando o mar, ó viajante.
2
Singrando o mar,
furando as ondas,
avisto o barquinho.
Ele some assim, bem devagarinho,
naquele seu sobe, desce contínuo,
livre, semelhante a um passarinho.
Na bandeira levantada está escrito:
"Nenhum homem deverá ir sozinho".
3
Naquele oceano imenso,
emergido nas angústias,
vislumbrava o horizonte
desconhecido, sempre à sua frente,
como certo alguém guiando alguém
silenciosamente a caminho da fonte.
O Viajante, velho barqueiro solitário,
navegava tentando criar uma ponte.
4
Tentando se libertar
da intensa sensação
de amor tresloucado,
que faz do nosso peito
um hospício, da paz (ah,
a paz!) ser rio estourado;
sim, assim vai o homem,
sem o bem mais amado!
5
Hospício das águas,
às vezes... revoltas
ou pouco cristalinas,
que abriga saudades, lágrimas, dores
de amores colossais, intensos, findos;
almas tristes, felizes, velhas, meninas.
Esse oceano infinito acolhe andarilhos,
quais as tais locomotivas clandestinas.
6
Intensos têm sido
alguns dias atuais
que não evaporam
no ar, rápidos, como desejado.
As horas trazem infindo tempo,
são bichos (às vezes devoram
os momentos felizes) um tanto
famintos. No mar, elas choram.
7
Infindo caminhar terminal,
ectoplasma do reencontro,
utópica veracidade poética
sacodem no peito o coração
como um navio tantas ondas.
Nada mais há nessa dialética,
além de um recordar contínuo
ancorado na alma já diabética!
8
Recordar é: reviver,
reassitir aos filmes,
novo ritmo – tic-tac,
tic-tac – do órgão humano – tic-tac.
O passado distante faz-se, presente,
deixando tantas vezes em destaque
uma terna ingenuidade. Oh, viajante,
jamais nessas emoções se atraque!
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
Texto enviado pelo autor.
Um comentário:
Gratidão, Feldman, por publicar nosso texto. Dessa forma você tem contribuído com a divulgação do SPINA!
Grande abraço!
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