WELLINGTON FREITAS
Caicó/RN
Há um relógio em cada esquina
marcando o tempo atual;
mas não marca quem destina,
nosso destino final.
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Poema de
ADEMAR MACEDO
Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN
Agradecimento
Feldman é um vencedor
um mestre da alegria,
um Poeta Trovador,
um fazedor de Poesia.
Não há em todo universo
melhor fazedor de verso
pois é um dom que ele traz!
Pra Feldmam, em nada eu ganho,
ele é grande no tamanho
e nas Poesias que Faz.
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Trova de
FRANCISCO JOSÉ PESSOA
Fortaleza/CE, 1949 - 2020
Feldman, amigo, eu desejo
tudo aquilo que te apraz...
viver a vida sem pejo,
porém envolta na paz!
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Poema de
VANICE ZIMERMAN
Curitiba/PR
Chave do tempo
Tarde de inverno,
Imóvel no arame
Ele continua
O prendedor de roupas
Silencia-se
Sem a companhia
Do lençol ou da camisa branca...
Em sua geometria
Ostenta as marcas
Do sol, da chuva
E das noites frias...
A ferrugem
Com seus tons cobriu seu metal,
E a boa parte de sua madeira
Foi tingida com a passagem
Do pôr do sol e do amanhecer
Prendendo com suas pontas
Lembranças de ontens -
Admirável sua resistência,
Quase, dobra-se à rotina
Das horas, dias e anos -
Mas, a essência permanece
Misteriosa
Chave do Tempo...
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Trova de
DOROTHY JANSSON MORETTI
Três Barras/SC, 1926 – 2017, Sorocaba/SP
Do coveiro, a noiva, rente
é tão magra o estrupício,
que ele diz, literalmente:
– Casei com os ossos do ofício.
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Poema de
DOMINGOS FREIRE CARDOSO
Ilhavo/ Portugal
Nunca a casa ficou só de tão vazia
(Rui Balsemâd da Silva in "Meu grito meu canto")
Nunca a casa ficou só de tão vazia
Como nesse dia trinta de Agosto
Quando os olhos te fechei, e o teu rosto
Ficou da mesma cor da cama fria.
A tua alma pura é que aquecia
Esta tua casa onde tinhas posto
Coisas poucas, pequenas, mas com gosto
Com esse amor que à vida te prendia.
Mas da vida, sem ódios, te esvaíste
E nesse dia negro tu partiste
Para onde pertencias; o Além.
Regressaste ao lugar de onde vieste
E já que aos outros tudo de ti deste
Daqui nada levaste, ó minha Mãe!
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Triverso de
MILLOR FERNANDES
Rio de Janeiro/RJ, 1923- 2012
A palmeira e sua palma
Ondulam o ideal
Da calma.
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Soneto de
OLAVO BILAC
Rio de Janeiro/RJ, 1865 – 1918
Pecador
Este é o altivo pecador sereno,
Que os soluços afoga na garganta,
E, calmamente, o copo de veneno
Aos lábios frios sem tremer levanta.
Tonto, no escuro pantanal terreno
Rolou. E, ao cabo de torpeza tanta,
Nem assim, miserável e pequeno,
Com tão grandes remorsos se quebranta.
Fecha a vergonha e as lágrimas consigo...
E, o coração mordendo impenitente,
E, o coração rasgando castigado,
Aceita a enormidade do castigo,
Com a mesma face com que antigamente
Aceitava a delícia do pecado.
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Trova de
ADEMAR MACEDO
Santana do Matos/ RN, 1951 – 2013, Natal/ RN
Ninguém calcula essa dor
no coração dos mortais…
Quando a saudade é de amor,
a dor é cem vezes mais !
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Setilha e Trovas de
NEMÉSIO PRATA
(Fortaleza/CE)
e
JOSÉ FELDMAN
(Campo Mourão/PR)
Diálogo sem Pé nem Cabeça
Eu pensei por tanto tempo
no tempo sem ter um tempo
pra pensar no tanto tempo
que pensei: passei do tempo...
e pensar que o tempo tem
tempo para quem não tem
tempo de pensar no tempo!
Nemésio Prata
Amigo Nemésio
Mas o tempo não para por aí... se tiver algum com pé quebrado me enforco num pé de alface...rsrsrs
Passa o tempo, tanto tempo...
passa o tempo por quem tem
um tempo sem contratempo,
sobre um tempo que não tem.
Se para agora há mais tempo,
qual o tempo você tem?
Pois já se faz tanto tempo,
que um tempo muitos não têm.
José Feldman
Um tempo de pé quebrado
não é tempo, é contratempo;
gostei do refrão dobrado...
igual não vi, faz é tempo!
Quanto a morrer enforcado
num pé de alface, essa é boa,
ruim é ficar pendurado;
assim você me magoa!
Nemésio Prata
Mas se eu ficar pendurado,
a fome pode bater...
com tanto alface do lado,
não terei quando morrer...
Daí eu terei mais tempo,
para o tempo que se tem,
então será um passatempo,
que o tempo tem... e não tem.
José Feldman
Do Nemésio – A minha última trova estava com 8, corrigi a tempo.
Se não fosse a corrigenda
feita, de imediato e a tempo,
era "forca" na merenda,
sem alface, ao meio-tempo!
Nemésio Prata
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Trova de
IZO GOLDMAN
Porto Alegre/RS, 1932 – 2013, São Paulo/SP
Partir é quase morrer...
É deixar na despedida
um pouco do próprio ser
e muito da própria vida…
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Poema de
RENATO RUSSO
(Renato Manfredini Júnior)
Rio de Janeiro/RJ, 1960 – 1996
Tempo Perdido
Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem.
Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo.
Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.
Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens.
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Trova de
GERALDO TROMBIN
Americana/SP
O tempo vem desfazendo
a família dia a dia;
hoje vivemos fazendo
sala pra tecnologia.
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Hino de
FLORES DA CUNHA/ RS
Envolvido por um sonho
Sua Itália deixou,
Enfrentando a dor nos mares,
O imigrante aqui chegou;
E da serra indomável,
A videira se adonou,
Sendo mastro da bandeira
De uma história que ficou.
Jorra vinho, giram taças
Espumantes de prazer,
A brindar Flores da Cunha,
Terra do Galo e do bem-viver.
A semente é lançada
Pela mão do agricultor,
Outra mão mais delicada
Faz a arte do sabor.
No trabalho da madeira
Nascem jóias de artesão;
As agulhas trançam malhas
Como pautas de canção.
Uma torre imponente
Representa o vigor
De um povo religioso
Alicerçado em seu labor.
As cascatas, que parecem
Espumantes naturais,
Também lembram tantas lágrimas
Dos bravos ancestrais.
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Soneto de
BENEDITA AZEVEDO
Magé/ RJ
Sonho de beija-flor
Beija-flores são almas flutuando
em busca de um amor plasmado em flor.
Em volteios inquietos ao sabor,
um só, se afasta, se aproxima olhando...
No suave bailado ao seu amor,
em cuidados atentos vai levando
a ternura distribuída quando,
em doces toques vai colhendo olor.
O sonho que o fascina enche-o de graça
Nesse momento de ternura abraça
com plenitude, comunhão, calor.
E o beija-flor enamorado andeja
de selinho em selinho busca, almeja
o etéreo sonho de levar sua flor.
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Trova Premiada de
RITA MOURÃO
Ribeirão Preto/ SP
Desbravando o chão mineiro,
com brio, amor e esperança,
de um pai humilde e guerreiro
me veio a maior herança!
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